O debate como metodologia pedagógica para desenvolvimento do aprendizado

Juliana Mendes

Graduada em Ciências Sociais (UEMA), mestra em Cultura e Sociedade (PGCult/UFMA)

Julianne Tavares da Silva de Carvalho

Graduada em Arquitetura e Urbanismo (UEMA), mestra em Cultura e Sociedade (PGCult/UFMA)

Ana Caroline Amorim Oliveira

Professora permanente da Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PGCult) e do Curso de Ciências Humanas/Sociologia (LCHS) da UFMA, doutora em Antropologia (UFMA)

Arnaldo Vieira Sousa

Professor colaborador da Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PGCult/UFMA), docente do curso de Direito da UNDB, doutor em Políticas Públicas (UFMA)

Flávio Luiz de Castro Freitas

Professor permanente da Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PGCult) e do Departamento de Filosofia da UFMA, doutor em Filosofia (UFSCar)

A busca por novas metodologias de ensino que sejam diferentes e incentivem o aprendizado é constante para obter novas formas de ensinar. Segundo Camargo e Daros (2018), o modelo tradicional de ensino, baseado unicamente no conteúdo do livro didático e em exercícios de fixação, ainda presente em quase todas as salas de aula do mundo, gera desmotivação tanto para alunos quanto para professores.

Entretanto, ao longo da história da educação no Brasil, foram empregados outros métodos de ensino. Durante o período colonial, por exemplo, o modelo jesuítico-colonial baseava-se na catequização dos povos indígenas, com ênfase nos princípios religiosos e destinado à elite colonial. No século XIX, durante o Império Brasileiro, foi adotada a Escola Lancasteriana, na qual alunos mais avançados assumiam a responsabilidade de auxiliar os menos avançados, seguindo um sistema de ensino mútuo. Posteriormente, surgiu a escola nova, inspirada no pensamento educacional de John Dewey, que priorizava a aprendizagem centrada no aluno, a experimentação e a integração entre teoria e prática. Durante o regime militar no Brasil, foi aplicada a escola tecnicista, voltada para a formação técnica e profissionalizante, visando atender às demandas do mercado de trabalho. Por fim, a escola tradicional, ainda presente atualmente, mantém a predominância da transmissão de conhecimento pelo professor, com ênfase na disciplina e na autoridade em sala de aula.

Apesar da prevalência do método de ensino tradicional, ele tem sido alvo de críticas por muitos estudiosos, que o consideram ultrapassado. Torna-se cada vez mais evidente a necessidade de revisões e da adoção de novos métodos de ensino. Nesse contexto, destaca-se a visão de educadores como Paulo Freire, que defendia abordagens que estimulassem os alunos a desenvolverem o pensamento crítico, rompendo com o paradigma tradicional. Para Freire (1987), a ação educativa deve estar voltada à humanização e ao pensamento autêntico, em vez da mera doação de conhecimento. Ele caracteriza esse método de aprendizagem como uma concepção "bancária", que serve à dominação, contrastando-o com uma abordagem problematizadora, que visa à libertação dos indivíduos, evidenciando um antagonismo entre os dois enfoques.

Essa reprodução da prática docente tradicional foca apenas na fala do professor em sala de aula, expondo informações e questões para que os alunos as resolvam em avaliações convencionais, não promovendo um diálogo pertinente nem incentivando o aluno à reflexão e ao pensamento crítico. Por isso, pensar em novas metodologias ativas, que promovam um diálogo permanente e transformem a informação em conhecimento e compreensão, passa a ser fundamental (Camargo; Daros, 2018).

Podemos entender metodologias ativas como formas de desenvolver o processo do aprender que os professores utilizam na busca de conduzir a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas áreas. A utilização dessas metodologias pode favorecer a autonomia do educando, despertando a curiosidade, estimulando tomadas de decisões individuais e coletivas, advindos das atividades essenciais da prática social e em contextos do estudante. Dentre umas das metodologias ativas utilizadas está a problematização, que tem como objetivo instigar o estudante mediante problemas, pois assim ele tem a possibilidade de examinar, refletir, posicionar-se de forma crítica (Borges; Alencar, 2014, p. 120).

Trazer a metodologia ativa do Debate Inteligente oferece aos alunos o enriquecimento de conhecimentos, ao aproveitar a multiplicidade de áreas acadêmicas presentes no curso de mestrado interdisciplinar. A aplicação desse mecanismo de ensino também proporciona oportunidades para que os alunos exponham seus argumentos de forma crítica, aprendendo a se organizar no espaço coletivo.

Seguindo o argumento de Franco (2009, p. 161), que defendia a “transformação do espaço de ensino, a sala de aula, em um espaço de pesquisa coletiva”, o objetivo deste relato de experiência é mostrar os resultados obtidos na sala de aula com base em uma metodologia ativa voltada ao debate e como essa técnica pode desenvolver a capacidade crítica, colaborativa e reflexiva dos alunos.

Fundamentação

A rigidez nas práticas de ensino e aprendizagem e a falta de inovação dentro da sala de aula são reclamações contínuas no ambiente acadêmico. Segundo Camargo e Daros (2018, p. 27), tanto discentes quanto docentes “reclamam não só do fato de terem de ficar horas ouvindo, mas também da rigidez dos horários, do distanciamento do conteúdo proposto com a vida pessoal e profissional e dos recursos pedagógicos pouco atraentes.

Ao conversar com professores, as queixas são similares: reclamam da falta de envolvimento, do excesso de desinteresse dos alunos e das condições do exercício docente”. Por isso, a aplicação de uma metodologia ativa se faz essencial para flexibilizar não só a prática docente, mas também os tipos de abordagem realizados dentro da sala de aula.

Tanto para o ensino quanto para a aprendizagem, usar metodologias ativas como abordagem pedagógica faz com que os alunos participem de forma mais construtiva na aquisição do conhecimento, e permite que os professores saiam de fórmulas de ensino tradicionalistas, que na maioria das vezes consistem em mecanismos de ensino que não condizem mais com a sociedade contemporânea.

Entretanto, ainda há resistência a essa mudança de abordagem em sala de aula com as metodologias ativas. Dessa forma, torna-se inevitável inovar nos métodos de ensino-aprendizagem, de forma a adequá-los à contemporaneidade da sociedade e à sua cultura. Segundo Gil (2013, p. 94),

nem todos planejam seus cursos de maneira criativa, muitos simplesmente seguem os capítulos de um livro-texto, sem considerar o que é realmente necessário que os alunos aprendam. Também é grande o número de professores que utilizam sem muita reflexão os mesmos métodos de ensino e os mesmos procedimentos de avaliação.

Aliado à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, o uso de metodologias ativas pode contribuir significativamente para a pesquisa científica, formando profissionais mais qualificados e atuando no desenvolvimento pessoal e social. Para Pimenta e Almeida (2011, p. 241), é preciso explorar as potencialidades que o contexto universitário guarda, verificar as ações concretas já desenvolvidas no sentido da mudança e do crescimento, e criar novos espaços de criação e desenvolvimento.

Para os professores, coloca-se o desafio do exame crítico constante de sua atuação, do diálogo fértil com os alunos e da busca contínua de aprimoramento da qualidade do ensino. Por isso, desenvolver ferramentas de prática docente pensadas para otimizar a experiência universitária dos discentes promove uma mudança considerável dentro do ambiente acadêmico e profissional.

Diante disso, novas práticas de ensino e aprendizagem são estudadas e testadas, com a finalidade de demonstrar a possibilidade de criar uma sala de aula que agregue mais ao conhecimento, mostrando a necessidade de mudar os métodos de ensino aos quais a sociedade atual estava acostumada. Para Pimenta e Anastasiou (2010, p. 210), há “a necessidade de revisar o ‘assistir às aulas’”, enfatizando que a ação de aprender não é passiva; ela exige informar-se, exercitar-se e instruir-se.

Pode-se aprender por imitação, por repetição, por ensaio e erro e, em um nível superior, quando se atinge a verdadeira finalidade da aprendizagem, pode-se dispensar o modelo, indo além dele. Por isso, é importante que haja novas táticas e práticas docentes que incentivem e estimulem os alunos com novas abordagens de ensino e aprendizagem.

O rompimento dessa padronização existente na abordagem de ensino tradicional não é o único desafio na aplicação e desenvolvimento de uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem. Outro obstáculo seria a transformação do aluno, ampliando suas habilidades e possibilidades, pois quando ele consegue ser ativo dentro do ambiente de sala de aula, propõe uma argumentação mais efetiva e aumenta sua capacidade crítica de raciocínio. Para Pimenta e Anastasiou (2010, p. 210),

o verdadeiro desafio consiste na abstração, que se efetiva quando se podem conceber noções e princípios, independentemente do modelo ou exemplo estudado, associando ideias e chegando a deduzir consequências pessoas e inéditas, mediante uma ação predominantemente motora, reflexiva e/ou perspectiva.

O pensamento de Freire (1987) segue uma linha que propõe uma abordagem de ensino baseada no diálogo como essência da educação enquanto prática de liberdade, o que ele denomina “dialogicidade”. Para Freire (1987), o diálogo é fundamental para a obtenção da ação e da reflexão, pois solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos, direcionados ao mundo a ser transformado e humanizado. Freire (1987) afirma que somente o diálogo, que implica um pensar crítico, é capaz também de gerá-la. Sem ele, não há comunicação; e sem comunicação, não há verdadeira educação.

Segundo Gil (2013, p. 91), uma prática comum nas aulas é o uso de debates com o intuito de ampliar a visão dos estudantes e favorecer a capacidade de argumentação. No entanto, deve-se levar em conta que, em situações de debate, nem todos os alunos participam; os que participam têm a oportunidade de esclarecer e aprofundar os conhecimentos por meio da exposição verbal em aula.

Contudo, a maneira de garantir que todo o grupo se envolva no processo de aprendizado ativo é convocar os colegas à tarefa simultânea por meio da fórmula “compartilhar, escutar e criar”. O debate em sala de aula é uma das ferramentas utilizadas para promover habilidades, autonomia, comunicação, estímulo do pensamento crítico, autoconfiança e troca de conhecimento.

O uso do debate como estratégia didática contribui para o fortalecimento social e emocional dos alunos, atuando na escuta ativa e desenvolvendo uma mentalidade mais crítica e aberta dos discentes. Para Pimenta e Anastasiou (2010, p. 237), acreditar e apostar na riqueza das trocas e usar essa riqueza na organização das atividades em sala de aula é uma maneira de fazer frente à diversidade.

Metodologia

A metodologia utilizada neste relato de experiência foi a análise de uma dinâmica em sala de aula proposta na disciplina Docência em Ensino Superior do Mestrado Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (PGCult) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Após a interpretação de fontes bibliográficas primárias, como Gil (2013), que aborda o planejamento da docência e planos de aula; Pimenta e Anastasiou (2010), que trazem uma análise sobre a aplicação do ensino; e Franco (2009), que aborda a construção coletiva de conhecimentos por meio da prática docente universitária, foi escolhido um método de abordagem metodológica a ser aplicado em sala de aula na forma de dinâmica em grupos.

A dinâmica partiu de um grupo de alunos que atuaram como professores dentro da própria sala de aula, enquanto os demais colegas desempenhavam o papel de alunos. O professor da disciplina ficou em observação da dinâmica.

Primeiramente, os estudantes que atuavam como docentes realizaram um estudo sobre metodologias de ensino que poderiam ser abordadas em sala de aula, optando por uma que estimulasse o debate entre os alunos. Como cerne, foi utilizada a estratégia nº 14, chamada Debate Inteligente, uma das metodologias ativas apresentadas na obra Sala de Aula Inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo, escrita por Fausto Camargo e Thuinie Daros (2018), indicada por um dos professores da disciplina.

Em seguida, foi escolhido um tema provocativo e contemporâneo pelos alunos que atuavam como docentes. A temática abordou ética, mais especificamente um debate sobre os direitos dos animais, tendo como texto base Ética Prática, de Peter Singer, publicado originalmente em 1979. Por fim, foi analisada a conduta dos discentes durante a aplicação da atividade proposta em sala de aula.

A atividade foi aplicada aos alunos do Mestrado Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (PGCult) com orientação do professor da disciplina. O texto também tem a intenção de demonstrar a importância que experiências como docentes acrescentam aos alunos no processo de ensino-aprendizagem. O desenvolvimento de metodologias ativas proporciona ao alunado uma formação argumentativa e ponderada, que favorece o desenvolvimento do pensamento crítico do discente em relação ao processo de sua atuação em sala de aula.

A partir dessa atividade, foram feitas observações no livro A Sala de Aula Inovadora: Estratégias Pedagógicas para Fomentar o Aprendizado Ativo (Camargo; Daros, 2018), que levaram à escolha da metodologia nº 14 pela equipe, aplicando a atividade em sala de aula para compreender as reações dos alunos, demonstrando a eficácia da metodologia ativa e como práticas de ensino não tradicionais podem funcionar e melhorar o interesse tanto dos alunos quanto dos professores.

A estrutura do artigo inicia-se com a apresentação da metodologia, ponto inicial da pesquisa, dividida em duas partes: a primeira mostra o processo de escolha de uma metodologia ativa para uso em sala de aula; a segunda trata da aplicabilidade da metodologia em sala.

Em seguida, são abordados aspectos da fundamentação teórica, incluindo a bibliografia utilizada para embasar a metodologia ativa, debates relevantes e estratégias para aprimorar a prática educativa em sala de aula. Por fim, são apresentados os resultados obtidos a partir da experimentação da metodologia empregada.

A aplicação em sala de aula

Para a aula, foi feita uma apresentação em forma de slides abordando a temática e ensinando sobre Ética Aplicada aos Direitos dos Animais. Ao final da apresentação, foi feita uma pergunta aos alunos que deu início ao debate. A pergunta de Singer para os pesquisadores é simples: “Seriam os cientistas capazes de realizar as suas experiências em seres humanos órfãos com profundas e irreversíveis lesões cerebrais se essa fosse a única forma de salvar milhares de pessoas?” (Singer, 1993, p. 50).

A dinâmica consistiu na divisão da turma em grupos; cada grupo escolheu uma questão, previamente elaborada, e a partir dela desenvolveu argumentos a favor e contra a temática, alternando entre as equipes. Foram quatro questões ao todo, sorteadas, uma para cada grupo.

Após o término do tempo destinado para que os grupos organizassem suas ideias e defesas, um integrante de cada grupo foi escolhido para representá-lo e iniciar a defesa de acordo com o que havia sido acordado. Após a apresentação do argumento, os outros grupos também tinham o direito de escolher um representante para debater com o anterior. O objetivo era analisar a fundamentação e a argumentação de cada grupo.

Discussão

O professor da disciplina Docência em Ensino Superior designou a obra A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo, de Camargo e Daros (2018), e deixou livre a escolha e a aplicação das metodologias ativas presentes na obra. Foram montadas equipes que teriam a oportunidade de aplicar seu método docente ao restante da turma; neste caso, os alunos seriam os participantes e a equipe do dia, os professores.

Antes da aula, discutiu-se qual temática seria desenvolvida com os alunos e, juntamente com ela, elaborou-se o plano de aula (Apêndice A, ao final deste trabalho). Os dados de identificação no plano de aula consistiam em:

a)  Identificação;

b) Disciplina;

c)  Tema;

d) Docente:

e)  Tempo/Duração.

O plano de aula em si, por sua vez, seguia posterior aos dados de identificação, consistindo em um preenchimento detalhado de como será feita a aula por meio de:

a)  Objetivos;

b) Conteúdo: o que será abordado, qual a temática da aula;

c)  Procedimentos metodológicos: como será feita a aula passo a passo;

d) Recursos: quais materiais serão utilizados;

e)  Avaliação: como serão avaliados o aluno e a turma.

Segundo Gil (2013), é de suma importância que seja feito previamente o plano de aula, um planejamento acerca de como será trabalhada toda a atividade.

Quando o professor elabora cuidadosamente o plano de disciplina e o plano de unidade, com esclarecimento dos objetivos, a especificação dos conteúdos e a determinação das estratégias e recursos mais eficazes, bem como os procedimentos de avaliação, a elaboração do plano de aula se torna bastante simples (Gil, 2013, p. 106).

Segundo Gil (2013), o plano de unidade é mais restrito, limitando-se à previsão do desenvolvimento a ser dado ao conteúdo das matérias e às atividades de ensino-aprendizagem propostas, de acordo com os objetivos no âmbito de cada aula.
O autor afirma que a apresentação desses dados pode parecer óbvia e, consequentemente, dispensável, mas é muito importante, pois o plano da disciplina é um documento que pode ser consultado a qualquer momento, não apenas pelo professor que o elaborou, mas também pelo coordenador do curso, por professores de outras disciplinas e até pelos próprios estudantes.

O objetivo da aula é que os alunos construam argumentos racionais na defesa do posicionamento sobre a utilização ou não utilização de animais não humanos em experimentos. Como conteúdo, utilizou-se a ética aplicada e a problematização sobre o direito dos animais não humanos.
Os recursos utilizados envolveram quadro branco e pincel, folhas de papel, laptop, projetor e apresentação em slides. Foram usados programas como Canva e PowerPoint para a produção dos slides e o ChatGPT para a elaboração das quatro questões. A avaliação foi realizada de duas maneiras: a primeira envolveu a participação e a elaboração das etapas da aula; a segunda envolveu a defesa escrita.

Apesar de haver participantes de equipes de áreas distintas de graduação, não houve problemas para chegar a um tema com que todos concordassem. O fato de serem todos da área de Ciências Sociais Aplicadas ajudou a alcançar um consenso rapidamente. O tema escolhido para aplicação foi Ética prática, idealizando uma disciplina de uma instituição de Ensino Superior voltada para o curso de Filosofia, mas que seria atrelada a outro tema considerado bastante polêmico pelo senso comum: o direito dos animais.

A partir dessa escolha, utilizou-se como texto condutor as obras de Peter Singer sobre ética e moral: Ética prática, publicado originalmente em 1979, e Libertação animal, publicado originalmente em 1975.
A escolha do tema surgiu devido à complexidade de se optar por determinado lado. No livro Ética prática, Singer não diferencia ética de moral e sugere questões delicadas no âmbito social, como o direito das mulheres, questões raciais e aborto, tópicos que se tornaram centrais no debate. Os discentes decidiram levar a pauta animal, discutindo o porquê uma espécie pode ou deve utilizar outra para pesquisas e alimentação.

Suponha-se que alguém proponha que as pessoas sejam submetidas a testes de inteligência e, depois, classificadas em categorias superiores ou inferiores, com base nos resultados. Talvez os que fizessem mais de 125 pontos constituíssem uma classe proprietária de escravos; os que ficassem entre 100 e 125 seriam cidadãos livres, mas sem o direito de terem escravos, e os que ficassem abaixo dos 100 pontos passariam a ser escravos daqueles que haviam feito mais de 125 pontos. Uma sociedade hierarquizada desse jeito parece tão abominável quanto qualquer outra que se baseasse na raça ou no sexo (Singer, 1993, p. 19).

A Constituição Federal de 1988 estabelece, no Art. 225, que é dever do Estado e da sociedade civil proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (Brasil, 1988).

Atualmente, os europeus estão à frente com medidas de proteção aos animais, como a Convenção Europeia para a Proteção dos Animais de Companhia, que estabelece padrões mínimos de proteção para animais de companhia e proíbe práticas como mutilações e tratamentos cruéis ou desumanos. Além disso, no âmbito mundial, há a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (Cites), que regula o comércio internacional de espécies ameaçadas de extinção e protege os animais contra o comércio ilegal e a exploração.

As legislações que abordam a temática de proteção dos animais variam de país para país, mas, na legislação brasileira, existem leis gerais como a Lei nº 9.605/98, Lei de Crimes Ambientais, que estabelece penalidades para práticas de maus-tratos, crueldade e abuso contra animais, além de regulamentar o tráfico ilegal de animais silvestres; a Lei nº 11.977/09, Lei de Proteção Animal, que define diretrizes para a proteção e defesa dos animais, incluindo a proibição de práticas como maus-tratos, abandono e abuso, e estabelece penalidades para os infratores; e a Lei nº 13.426/17, Lei de Controle de Zoonoses, que regulamenta o controle de zoonoses e estabelece medidas para prevenção, controle e erradicação de doenças transmitidas por animais. A Constituição Federal complementa essas normas específicas, que regulamentam diversos setores relacionados ao direito dos animais.

Com o crescimento da popularização do veganismo na sociedade, é possível observar progresso nas pautas de preservação dos direitos dos animais. Além de atuar na promoção do bem-estar dos animais, o ato de não consumir carne constitui um princípio e estilo de vida que combate a fome, a pobreza e a desigualdade, reduzindo o impacto ambiental, preservando os recursos naturais e favorecendo a justiça social.

Além disso, a atuação das organizações não governamentais (ONG) a favor do direito dos animais desempenha papel crucial na proteção e garantia desses direitos. Trabalhando por meio da advocacia e da conscientização, as ONG promovem campanhas educativas, eventos, incentivam a adoção e práticas éticas relacionadas à temática animal. Além disso, essas organizações atuam no monitoramento de selos e produções da indústria comercial.

Dentro desse tema, os discentes tiveram espaço para discutir a utilização de animais em testes farmacêuticos e industriais, bem como seu uso como forma de alimentação e entretenimento, como em circos e zoológicos.

O reconhecimento dos direitos dos animais, a bem da verdade, não se limita às leis que regulam as relações entre os homens, porque Direito – na forma como pretendem os antropocentristas – não é sinônimo de Justiça. A dimensão ética projeta-se muito além das normas jurídicas para alcançar, indistintamente, todos os seres vivos. Somente o fato de os animais serem criaturas sencientes já lhes deveria assegurar nossa consideração moral, impedindo a inflição de maus tratos ou a matança advinda de interesses humanos. Como eles não têm meios de se defender por si, a exemplo das crianças ou dos interditos, surge o Ministério Público na condição de seu legítimo substituto processual. Se a Moral está acima do Direito e se muitas vezes o comportamento dos animais revela neles a existência de uma singular vida interior, faz-se necessário expandir a noção do justo para além das fronteiras de nossa espécie (Levai, 2011, p. 128).

Como no Brasil os estados possuem autonomia legislativa, em alguns locais os testes são permitidos. O que ocorre também na contemporaneidade é a ideia de que uma espécie não é melhor que a outra, o que faz com que, para alguns, a utilização de animais seja vista como uma forma de escravidão.

Singer (2004) defende a expansão do princípio da igualdade na consideração da dor e do sofrimento, de modo a atender aos interesses e preferências tanto de humanos quanto de animais não humanos. A teoria ética de Singer (2004) busca expandir a esfera de consideração moral humana para incluir os animais na comunidade moral, usando como critério o princípio da igual consideração de interesses semelhantes. Foram utilizados os argumentos de Greif e Tréz em A verdadeira face da experimentação animal – a sua saúde em perigo.

Na realidade, um estudo mais aprofundado sobre a história da medicina revela que as maiores descobertas que produziram um avanço considerável na área da saúde humana ou animal não foram realizadas mediante estudo de animais experimentais, mas sim através do estudo da doença ocorrendo nas populações, da dissecção de cadáveres mortos por causas diversas e outros métodos. Atualmente estes métodos são chamados genericamente como “Alternativos à Experimentação Animal”, porque anos de ciência vivisseccionista pregaram o estigma de que a ciência se construiu com bases na experimentação animal. Nada mais falso. Estes são métodos científicos, em oposição à vivissecção - um método errôneo de experimentação. Qualificar estes métodos como “alternativos” é na realidade considerar a vivissecção como o método oficial. No entanto, fica estabelecido aqui após estas considerações, que apesar de contrariar qualquer ideia de benefícios advindos da vivissecção, será adotado ainda assim o termo “alternativas”, mas por motivos de comodidade (Greif; Tréz, 2000, p. 55).

Entra, então, a escolha da estratégia de número 14, de Camargo e Daros (2018), que promove uma metodologia ativa, utilizando o debate entre os alunos como forma de aprendizado. Porém, é necessário que haja preparo dos argumentos antecipadamente, além de os alunos seguirem regras preestabelecidas de comportamento.

Para participar de um debate, os estudantes devem ter o preparo dos argumentos, de maneira lógica e racional, na defesa do posicionamento. Também devem estar abertos aos diversos pontos de vista e, por isso, a estratégia de “debate inteligente” visa garantir a qualidade na defesa e na construção das argumentações dos estudantes (Camargo; Daros, 2018, p. 94).

Segundo Pimenta e Almeida (2011), não são poucos os que ainda acreditam que ser professor é apenas “transmitir conhecimentos”, “passar determinados conteúdos”, que devem ser “armazenados” pelos alunos. Ir contra esse tradicionalismo de ensino foi um dos motivos para a adoção de uma metodologia ativa, pautada no debate, que proporciona um mecanismo de prática docente diferente daqueles a que estamos acostumados.

Dentre as competências dessa estratégia de ensino, segundo Camargo e Daros (2018, p. 94), estão:

  1. “Ser capaz de construir argumentos racionais na defesa do posicionamento”;
  2. “Ser capaz de ter outro ponto de vista quanto a um tema”;
  3. “Poder desenvolver a capacidade de tomada de decisões de qualidade”.

Para a aula, foi elaborada previamente uma apresentação em slides sobre ética aplicada aos direitos dos animais, bem como quatro questões que promoveriam posteriormente a reflexão crítica e a argumentação dos alunos.

Ao final da apresentação em slides, foi feita uma pergunta para indagar os alunos e iniciar as reflexões acerca do tema: “seriam os cientistas capazes de realizar suas experiências em seres humanos órfãos com profundas e irreversíveis lesões cerebrais se essa fosse a única forma de salvar milhares de pessoas?” (Singer, 1993, p. 50).

A equipe que assumiu a condição de professor, por estar coordenando a dinâmica, era composta por quatro membros, que organizaram a turma de dezesseis alunos e distribuíram as questões — duas para cada grupo, pois, dentro de cada um, haveria duplas, cada uma responsável por uma questão. As quatro questões previamente elaboradas e sorteadas para cada grupo foram:

I. Como indústria de cosméticos, você é desafiado a defender o uso de experimentos em animais não humanos. Apresente argumentos éticos que justifiquem essa prática, considerando os benefícios que ela pode trazer para a indústria e para a sociedade em geral.
II. No papel de representantes da indústria alimentícia, vocês são desafiados a defender o uso de experimentos em animais não humanos e a existência de criadouros para abates. Apresentem argumentos éticos que justifiquem essas práticas, considerando os benefícios que elas podem trazer para a indústria alimentícia e para a sociedade em geral.
III. No papel de representantes de uma ONG de proteção animal, vocês são desafiados a defender a desaprovação do uso de experimentos em animais não humanos e a existência de criadouros para abates. Apresentem argumentos éticos que justifiquem a oposição a essas práticas, considerando os danos causados aos animais e as alternativas mais éticas e sustentáveis para a indústria alimentícia e de pesquisa.
IV. Na perspectiva de biólogos preocupados com o bem-estar animal, vocês são desafiados a defender a desaprovação do uso de experimentos em animais não humanos na indústria de cosméticos. Apresentem argumentos éticos, embasados na ciência e no respeito à vida animal, considerando alternativas mais éticas e avanços tecnológicos que possam substituir essas práticas.

O esquema (Figura 1) a seguir mostra como funcionou a disposição dos grupos e das duplas na dinâmica de sala de aula.

Figura 1: Esquema da distribuição dos grupos

A equipe de professores que ministrava a atividade se dividia e se intercalava nos grupos para que houvesse monitoramento. O controle nos grupos também servia para a retirada de eventuais dúvidas dos alunos que surgissem, sem interferir na formulação de seus argumentos.

Para mediar a atividade, também foram seguidas as recomendações de Camargo e Daros (2018, p. 95), expondo aos alunos regras e orientações que consistiam em:

  1. Ser respeitoso com os outros, mesmo que se esteja em desacordo com seu posicionamento ou suas ideias;
  2. Não criticar a pessoa, mas o argumento;
  3. Não receber as críticas como ataque pessoal;
  4. Escutar os demais, mesmo sem concordar com suas ideias;
  5. Mudar de opinião quando os fatos forem inequívocos;
  6. Tentar entender os dois lados;
  7. Tentar compreender as diferenças de pontos de vista antes de chegar ao consenso.

A proposta metodológica centra-se no processo de construção de conhecimentos não só pelos professores, mas também pelos alunos. Segundo Franco (2009, p. 175), a proposta seria organizar a sala de aula em processos coletivos de ensino-aprendizagem, nos quais alunos e professores se organizem como um coletivo investigador, envolvendo-se com os processos coletivos de produção, sistematização e socialização dos conhecimentos.

Os grupos responsáveis por criar argumentos a favor dos testes, com as questões I e II, respectivamente, sobre o uso de animais para a produção de cosméticos e para a indústria alimentícia, foram os que apresentaram maior dificuldade e incômodo. Contudo, como monitores, reforçamos para cada dupla o objetivo da atividade e demos o apoio necessário para sua concretização.

Após os diálogos entre as duplas, houve discussões entre o grupo 1 e 2, e entre o grupo 3 e 4, com a finalidade de ampliar e fortalecer o raciocínio dos argumentos. O objetivo nesta etapa também era que os alunos ganhassem confiança e compreendessem que a atividade se pautava na construção crítica de argumentos.

Promover o debate entre os alunos foi, portanto, fundamental para gerar dinâmica na sala de aula, rompendo com o modelo tradicional de ensino, voltado apenas à transmissão oral de informações pelo professor, e permitindo que os alunos trocassem ideias e opiniões sobre o tema. Pimenta e Anastasiou (2010) reafirmam essa ideia ao ressaltar que

o conhecimento tomado apenas como produto perde a riqueza de seu processo de construção, elemento essencial na relação que o aluno precisará estabelecer nas sínteses provisórias do processo de aprendizagem. Considerá-lo como síntese comprovada pela autoridade do professor pode reduzi-lo a mera informação, que é captada pelo aluno ouvinte com a preocupação apenas de reproduzi-la na hora da avaliação, a fim de garantir sua aprovação (Pimenta; Anastasiou, 2010, p. 222).

O debate geral consistiu na defesa final escrita pelo grupo e lida por um aluno de cada grupo (um do grupo A e um do grupo B), deixando a escolha a critério deles. O debate ocorreu conforme esperado, de forma crítica, com atritos de argumentos, mas sem confrontos ou ofensas, seguindo as regras impostas pelos professores. As argumentações apresentadas pelo integrante de um grupo davam sequência à argumentação posterior da outra equipe. Essa dinâmica permitia uma réplica, promovendo um debate mais rico em argumentações e reflexões.

O fato de o curso de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão ser um mestrado interdisciplinar, com alunos de diversas graduações, como Direito, Arquitetura e Urbanismo, Pedagogia, Turismo e Artes Visuais, possibilitou o diálogo entre diferentes campos do conhecimento, levando a uma argumentação mais enriquecedora. Isso se reafirma quando Pimenta e Anastasiou (2010, p. 204) afirmam que “o ensino não se resolve com um único olhar: exige constantes balanços críticos dos conhecimentos produzidos no seu campo (as técnicas, os métodos, as teorias), para deles se apropriar.”

Considerações finais

A escolha de uma metodologia ativa na construção do pensamento crítico e na ampliação das argumentações dos alunos é essencial para que haja motivação e aprendizado tanto por parte dos alunos quanto do professor. A seleção do tema dividiu os discentes entre defensores das práticas de uso, que argumentavam que a utilização de animais permanece essencial para a evolução médica, sustentando que utilizar seres humanos seria tortura, e outro grupo que defendia que, na contemporaneidade, não há necessidade, pois a medicina possui outras formas.

Durante a atividade, além das fontes fornecidas pelos discentes aos grupos, eles tiveram a liberdade de pesquisar outros autores como argumentação contrária ao uso de animais pela Medicina.

A aplicação do Debate Inteligente, estratégia 14 de Camargo e Daros (2018), possibilitou a prática dessa metodologia ativa de ensino, mostrando-se eficaz para o incentivo à aprendizagem do conteúdo, sem que se tornasse monótono para os alunos. Os professores tiveram seu momento de ensino por meio da fala, mas também tiveram seu momento de escuta através das argumentações elaboradas pela turma e do monitoramento dos comportamentos gerados por cada um.

É necessário ressaltar que ainda se faz necessária a construção antecipada do plano de aula, o conhecimento prévio sobre quem são os alunos da turma e se estão aptos para a realização da metodologia, assim como o planejamento e a apresentação do conteúdo, incluindo a elaboração de slides e a comunicação oral em aula.

Diante disso, é importante rever as abordagens aplicadas no método tradicional de docência, garantindo que metodologias ativas de ensino e aprendizagem sejam proporcionadas aos alunos e docentes, de modo a estimular maior interesse de ambos e promover conhecimento tanto coletivo quanto individual.

Referências

BORGES, Tiago; ALENCAR, Gidélia. Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudante: o uso das metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do estudante do Ensino Superior. Cairu em Revista, Salvador, v. 3, nº 4, p. 119-143, jul./ago. 2014.

BRASIL. [Constituição (1988)}. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

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FRANCO, Maria Amélia Santoro. Prática docente universitária e a construção coletiva de conhecimentos: possibilidades de transformações no processo ensino-aprendizagem. Cadernos de Pedagogia Universitária, São Paulo, 2009.

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SINGER, Peter. Libertação animal. Porto Alegre; São Paulo: Lugano, 2004.

Apêndice A

Identificação: Licenciatura em Filosofia

Disciplina: Ética e Filosofia Política

Tema: Ética aplicada: direitos dos animais                                        TEMPO: 45/55 min.                                                                  

Docente:

Data:  24/05/2023

Plano de aula

 

Objetivos

 

Construir argumentos racionais na defesa do posicionamento sobre a utilização ou não utilização de animais não humanos em experimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conteúdo

 

  1. Ética aplicada;
  2. Problematização sobre o direito dos animais não humanos.

Procedimentos metodológicos

A aula será expositiva dialogada com a utilização do método Debate Inteligente.

Antes da aula, organizar as cadeiras em grupos de 4 para facilitar o trabalho da aula.

Introdução (5 min):

Apresentar a proposta da aula a partir do conceito de Ética aplicada;

Desenvolvimento:

⇝ Apresentar uma breve problematização sobre direito dos animais, instigando os alunos para atividade seguinte;

⇝ Ao finalizar a apresentação, pedir que os alunos respondam em grupo argumentos contra e a favor sobre experimentos em animais não humanos; 

A questão estará no slide ou lousa com algumas regras a serem seguidas na escrita da defesa.

⇝Após, cada dupla fará o preparo de sua breve apresentação (10 a 15 min). Assim, cada dupla expõe seu posicionamento a outra equipe.

⇝Nas apresentações, o restante dos alunos só escutará, sem expor qualquer opinião.

⇝Ao término das apresentações, os estudantes poderão se manifestar e propor outros argumentos, para garantir seu posicionamento.

Conclusão:

Ao término, os estudantes deixam as discussões dos grupos e as abrem ao grande grupo, procurando o consenso quanto ao tema em pauta, a fim de dar resposta à questão original com a mediação do professor.

 

Recursos

Quadro branco e pincel;

Folhas com pauta ou sem;

Slides;

Notebook;

Projetor.

 

Avaliação

Os alunos serão avaliados de duas maneiras:

i) participação e elaboração das etapas da aula;

ii) a defesa escrita.

Publicado em 17 de setembro de 2025

Como citar este artigo (ABNT)

MENDES, Juliana; CARVALHO, Julianne Tavares da Silva de; OLIVEIRA, Ana Caroline Amorim; SOUSA, Arnaldo Vieira; FREITAS, Flávio Luiz de Castro. O debate como metodologia pedagógica para desenvolvimento do aprendizado. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 35, 17 de setembro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/35/o-debate-como-metodologia-pedagogica-para-desenvolvimento-do-aprendizado

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