Pedagogia Hospitalar: contribuições e benefícios no atendimento a crianças e adolescentes durante internação prolongada
Rosanea Ovidio Louvisi Martins
Mestra em Educação (Universidade Europea del Atlántico), professora da Licenciatura em Pedagogia do Isepam
Rosani Ovidio dos Santos
Pós-graduada em Condutas de Enfermagem em Pacientes Críticos (Faculdade São Camilo), enfermeira
Camila de Almeida Aguiar
Mestra em Profept (IFF), professora da Licenciatura em Pedagogia do Isepam
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF), em seu Art. 205, assegura a educação como direito de todos. Essa educação deve ocorrer levando em consideração também o estado físico e emocional do aluno. Esta pesquisa tem por objetivo identificar a importância da atuação do pedagogo no ambiente hospitalar e os benefícios do atendimento pedagógico para melhora do desenvolvimento de crianças e adolescentes durante o período de internação hospitalar.
É por meio da Pedagogia Hospitalar que a criança e o adolescente têm direito ao ensino e à aprendizagem no momento em que se encontra impossibilitado de frequentar a sala de aula. A Política Nacional da Educação Especial (Brasil, 1994) assegura que o ensino e a aprendizagem do educando podem ser desenvolvidos de forma alternativa.
Art.4-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de internação, ao aluno da Educação Básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o poder público em regulamento, na esfera de sua competência federativa (Brasil, 1996, art.4-A).
A Lei nº 9.394/96, que estabelece diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN) traz aos alunos em período de internação a garantia ao direito educacional no período em que estiver impossibilitado de frequentar a escola. Ressalta ainda que os poderes públicos (estadual e municipal) devem regulamentar dentro de suas esferas esse direito a crianças e adolescentes que necessitarem se ausentar da escola por motivos de internação prolongada.
O pedagogo do campo hospitalar ainda é visto como algo novo por grande parte da população, inclusive profissionais da Educação e Saúde. Entretanto, o atendimento pedagógico no âmbito hospitalar vem desde 1950, quando teve seu início no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro. Pode-se ver então que o assunto é vivenciado por mais de 70 anos e ainda assim existem muitos estados e municípios que não oferecem esse atendimento, mesmo sendo um direito legal desde 1995, quando foi publicado o documento sobre direito das crianças e adolescentes hospitalizados pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que é um órgão colegiado permanente, de caráter deliberativo e composição paritária, previsto no Art. 88 da Lei nº 8.069/90, o que justifica o interesse quanto ao tema para compreensão da interação social, dos desafios e atuação do profissional no ambiente hospitalar.
Esta pesquisa se propôs a responder ao seguinte problema: de que forma a atuação do pedagogo no ambiente hospitalar contribui para o desenvolvimento e melhora do paciente?
Este estudo justifica-se pelo fato de esse tema, embora não seja novo, ainda se mostrar desconhecido por responsáveis, escolas, profissionais e sociedade em geral. Esse desconhecimento é identificado, pois na maioria das vezes que se pergunta sobre a Pedagogia Hospitalar, a maioria das pessoas não sabem que existe esse direito. Desconhecem tanto o direito de atendimento pedagógico durante e a internação quanto a amplitude do trabalho do profissional pedagogo. A sociedade em geral, ainda associa Pedagogia somente à sala de aula/escola e desconhece que a Pedagogia é ampla, que cada vez mais está ganhando novos horizontes e expandindo-se para novos âmbitos, como hospitais, empresas, unidades socioeducativas, acolhimentos etc. Essas novas áreas de atuação do pedagogo servem também para minimizar o preconceito que se tem de que o pedagogo está apenas apto para exercer suas funções em sala de aula.
De acordo com a Resolução CNE/CP n˚ 01/06, o curso de graduação em Pedagogia habilita o pedagogo para atuação em diferentes âmbitos formais e não formais, dentre os quais está o contexto hospitalar.
A metodologia utilizada consistiu em pesquisa bibliográfica, com o objetivo de fundamentar teoricamente e sistematizar informações já existentes a partir de obras publicadas sobre o tema. Além disso, realizou-se um relato de experiência de natureza empírica, desenvolvido a partir das visitas realizadas pelos alunos da disciplina Pedagogia Institucional do curso de Pedagogia do Isepam, sob a supervisão da professora responsável, uma das autoras deste trabalho.
Durante as visitas, foi possível observar o cotidiano dos profissionais que atuam na classe hospitalar e no atendimento pedagógico domiciliar (leito), entre eles pedagogos, professores, assistentes sociais e profissionais administrativos em uma unidade hospitalar situada em Vitória/ES, referência em diversas especialidades pediátricas e que, por esse motivo, recebe pacientes de diferentes estados do país.
A autora acompanhou diversos grupos de alunos ao longo das visitas, o que possibilitou, além da realização de entrevistas, a observação sistemática das práticas e vivências dos profissionais que atuam num hospital infantil de Vitória, denominado Hospital X para preservação da identidade da instituição, que atua desde 2001 com atendimento na classe hospitalar e nos leitos de enfermarias. Além da observação foi possível fazer uma entrevista semiestruturada com os dez professores que atuam no atendimento pedagógico hospitalar: são três licenciados em Pedagogia, que atuam com os alunos da Educação Infantil e anos iniciais, e sete com formação em licenciatura em outras áreas, que atuam com os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e com Ensino Médio.
Vale ressaltar que todos os professores são ligados à Secretaria Estadual de Educação do Espírito Santo, que não faz um processo de chamada específica para atuação no ambiente hospitalar, mas que, ao convocar seu professor, encaminha para atuação no hospital, o que acaba por dificultar as condições, pois nem sempre o professor ou pedagogo tem perfil para atuação nesse espaço.
Este trabalho foi dividido em cinco partes: a introdução traz um delineamento do trabalho; em seguida apresenta a Pedagogia Hospitalar em suas práticas e conceituações; posteriormente, ressalta a importância do pedagogo no ambiente hospitalar e o perfil profissional para atuar nesse âmbito. Em sequência foi apresentado o trabalho pedagógico e suas contribuições no Hospital X, a partir da pesquisa empírica e relato de experiência; para concluir, as considerações finais ressaltam a necessidade de maior disseminação do tema na sociedade.
Pedagogia Hospitalar: uma prática em construção
De acordo com Esteves (2008), a Pedagogia Hospitalar surgiu em meados do século XX na França, em decorrência da necessidade de manter o processo de escolarização de inúmeras crianças e adolescentes em idade escolar que foram mutiladas e feridas na Primeira Guerra Mundial, o que motivou a permanência delas em hospitais por longos períodos.
Diante dessa realidade, em 1935 surge a classe hospitalar em Paris, criada por Henri Sellier, com o intuito de oportunizar a essas crianças e adolescentes prosseguir em seus estudos enquanto estavam hospitalizadas. Assim, por incentivo de médicos, religiosos e voluntários, a classe hospitalar foi conquistando espaço na sociedade, sendo difundida para vários países, entre os quais se pode citar a Alemanha e os Estados Unidos (Esteves, 2008).
No Brasil, essa modalidade educacional iniciou-se em agosto de 1950 no Hospital Municipal Jesus, no Rio de Janeiro; todavia, há registros de que, em 1600, ainda no Brasil Colônia, havia atendimento escolar aos deficientes físicos na Santa Casa de Misericórdia em São Paulo.
Essa modalidade de ensino só foi reconhecida em 1994 pelo Ministério da Educação e do Desporto (MEC) na Política de Educação Especial; posteriormente foi normatizado entre os anos de 2001 e 2002 com os documentos, também do MEC, intitulados Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (Brasil, 2001) e Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: orientações e estratégias (Brasil, 2002).
No Brasil, o direito à educação durante o período de internação é assegurado a toda criança hospitalizada e matriculada regularmente na rede pública ou privada, de acordo com a Lei nº 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu Arts. 1º e 2º.
Art. 1º É assegurado à criança e ao adolescente internados para tratamento de saúde por tempo indeterminado o acompanhamento educacional durante o período de internação.
Art. 2º O acompanhamento educacional se destina à criança e ao adolescente em idade escolar regularmente matriculado em estabelecimento de Ensino Fundamental, de acordo com a faixa etária e o nível de escolaridade.
§ 1º O estabelecimento de ensino em que a criança ou o adolescente estejam regularmente matriculados fornecerá, sempre que necessário, os programas básicos das matérias ministradas, a fim de propiciar o acompanhamento (Brasil, 1990, p. 52).
A legislação brasileira reconhece e garante em diversos documentos legais o direito da criança e do adolescente, como o Art. 9º da Lei dos Direitos das Crianças e Adolescentes Hospitalizados, através da Resolução nº 41, de 13 de outubro de 1995: “Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar.
Há mais de 70 anos existe o direito da criança e do adolescente de receber atendimento pedagógico durante sua internação hospitalar, mas infelizmente ainda existem muitos estados e municípios que estão à margem da lei e do direito à Educação para esse público.
Guareschi et al. (2004, p. 180 apud Souza, 2020, p. 4) definem política pública como “o conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada demanda em diversas áreas”. O conjunto de ações é voltado ao coletivo e deve garantir os direitos públicos nas diversas áreas que envolvem o ambiente no qual estão inseridos.
Conforme descrito pela autora em seu relato de experiência/pesquisa empírica, são necessárias formulações de políticas públicas que garantam efetivamente os direitos sociais. O atendimento pedagógico durante o período de internação é um direito que precisa ser amplamente disseminado e cumprido pelos diferentes estados do país. Ainda é muito incipiente o oferecimento desse direito, mesmo que já permeie há mais de 70 anos os poderes legislativos do país.
Conceituação de Pedagogia Hospitalar
Para Matos e Mugiatti (2006, p. 37), “a Pedagogia Hospitalar é um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais transitórias do educando em ambiente hospitalar e /ou domiciliar”.
Segundo Matos e Mugiatti (2006, p. 12) ”a Pedagogia Hospitalar assume uma posição de vanguarda na luta incessante pela vida, pela sua qualidade, pela busca de novos e específicos conhecimentos multi/inter/transdisciplinares junto às equipes especificadas”.
Pode-se dizer que a Pedagogia Hospitalar é uma vertente das transformações que a Pedagogia contemporânea começa a traçar, comprometendo-se com a formação e capacitação de um novo perfil de pedagogo que visa desempenhar sua prática a partir de novas concepções e que fortalece o campo de atuação não formal. Segundo Gasparotto (2011),
é fundamental que o profissional da Educação no ambiente hospitalar entenda que, naquele momento, para a criança ele é muito mais que professor, é um amigo, é um sujeito de extrema importância, é especial, é alguém com quem ela pode contar. A emoção está sempre em destaque nesse ambiente. Enquanto bolsista do projeto, tive o prazer de estar perto de crianças maravilhosas, que, mesmo em momentos delicados e muitas vezes tensos, demonstraram vontade de aprender, de saber/conhecer sempre mais (Gasparotto, 2011, p. 27 apud Silva; Iocca, 2013, p. 204).
O pedagogo é o profissional responsável pelas práticas educativas em qualquer instância e lugar; dentro do ambiente hospitalar ele precisa ter consciência de que esse trabalho vai necessitar de um vínculo afetivo com a criança ou adolescente, pois esse afastamento do lar provoca tristeza e descontentamento. O pedagogo precisa acolher, fazer o elo para que, a partir dele, o aluno sinta-se interessado e motivado a retomar seu processo educacional.
Outra legislação que merece destaque é o documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, elaborado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), (Brasil, 2002), no qual são definidas as formas de atendimento sociopedagógico destinadas ao escolar enfermo que se encontra impossibilitado de frequentar a escola regular. Esses atendimentos pedagógicos podem ocorrer tanto nas classes hospitalares, localizadas no hospital, ou no próprio domicílio do educando enfermo.
Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental.
Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar, decorrente de problema de saúde que impossibilite o educando de frequentar escola ou esteja ele em casas de passagem, casas de apoio, orfanatos e/ou outras estruturas de apoio da sociedade (Brasil, 2002, p. 13).
De acordo com o mesmo documento do MEC e da Seesp (2002), as classes hospitalares devem estar equipadas com variados recursos audiovisuais, como computadores em rede e televisão, dentre outros, além de possibilitar a elaboração, o desdobramento, a avaliação e o contato do educando hospitalizado com o professor e os colegas de sala de sua escola de origem.
Embora a Pedagogia Hospitalar deva utilizar a ludicidade como ferramenta pedagógica, a proposta dessa modalidade de atendimento não é somente de recreação e lazer; o principal objetivo da Pedagogia Hospitalar, segundo relatos dos profissionais e observação in loco, é garantir a continuidade da escolaridade, de acordo com as condições do paciente e com as devidas adaptações, conforme previsto na LDBEN (Lei nº 9394/96), bem como minimizar a evasão escolar causada pelo afastamento por tempo prolongado da escola.
Com o avanço das tecnologias é possível não somente garantir o conteúdo escolar validado legalmente como também proporcionar contato online com a turma, o que favorece a manutenção do vínculo afetivo e consequentemente minimizar os prejuízos emocionais causados pela internação.
A importância do pedagogo no ambiente hospitalar
É de total importância e compreensão que a Educação, independentemente de quaisquer fatores, limitadores ou não, precisa estar acessível a todos. A Educação não se restringe ao espaço da sala de aula; ela deve acontecer de forma que melhor atenda ao educando, mas para que esse direito seja garantido é necessária a presença de profissionais da Educação no ambiente hospitalar. É necessário o entendimento de que a escola não é o único lócus para que a educação aconteça. Ela está prevista em diferentes espaços informais, formais e não formais, e o hospital é um desses espaços.
De acordo com Fontes (2005),
o papel da educação no hospital e, com ela, o do professor, é propiciar à criança o conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando não somente a ele, como a própria criança, sua doença e suas relações nessa nova situação de vida. A escuta pedagógica surge, assim, como uma metodologia educativa própria do que chamamos Pedagogia Hospitalar. Seu objetivo é acolher a ansiedade e as dúvidas da criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexão sobre elas, construindo novos conhecimentos que contribuam para uma nova compreensão de sua existência, possibilitando a melhora do seu quadro clínico (Fontes, 2005, p. 135).
É essencial a presença do pedagogo no ambiente hospitalar atuando diretamente com os professores que atuam no atendimento às crianças e adolescentes, pois as situações cotidianas de estresse e tensão provocados pela fragilidade do paciente/aluno e de seus familiares trazem a necessidade de que os profissionais de Educação tenham suporte e orientação.
O curso de Pedagogia, após a Resolução nº 1/06 habilita o pedagogo para atuar em qualquer local onde o requisito seja a prática pedagógica, pois ele é esse profissional, independentemente de ser no espaço formal ou não formal, conforme ressaltado por Libâneo (2011). Entretanto, todos os profissionais do Hospital X são unânimes em falar da necessidade de uma formação mais específica após a graduação e uma formação continuada em serviço, pois as demandas do cotidiano desse ambiente geralmente não são contempladas.
O relato desses profissionais remete à necessidade de reformulação dos cursos de formação dos pedagogos, pois nenhum dos profissionais que atuam no Hospital X teve disciplina que tratasse deste assunto em suas formações iniciais. Todos os entrevistados ressaltaram a importância e o privilégio que os alunos que estavam visitando estavam tendo em suas formações, pois estavam ali visitando a partir da proposição de uma disciplina de seu curso de licenciatura em Pedagogia, fato que não é comum.
Dos dez professores que atuavam no hospital observado, três possuíam graduação em Pedagogia; os demais tinham formação em outras licenciaturas específicas, como Matemática, Geografia e Língua Portuguesa, dentre outras, o que favorecia o atendimento a toda a Educação Básica, como preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu artigo 4-A. Apenas três professoras possuíam pós-graduação, uma em Pedagogia Hospitalar e duas em Educação Especial.
De acordo com documento do MEC (2002) que orienta a prática da Pedagogia Hospitalar, além dessa formação, os professores deveriam ainda dispor de noções das doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e as características decorrentes delas, sejam do ponto de vista clínico, sejam do ponto de vista afetivo, mas não há suporte emocional para os profissionais da Educação nem pela direção do Hospital X, nem pela Secretaria de Educação à qual estão submetidos. Os professores relataram que não são convocados ou convidados para as formações oferecidas aos professores da rede; afirmam que, na prática, todo conhecimento que possuem relacionado ao ambiente hospitalar vem sendo adquirido em seu cotidiano, por meio de suas experiências e vivências, o que, segundo relatos, tem sido um dificultador para desenvolver melhor sua prática profissional.
O relato dos professores durante a visita evidencia a fragilidade na formulação dos currículos dos cursos de Pedagogia, que, em sua maioria, não se preocupam em oferecer formação teórica e prática que contemple a possibilidade da atuação diversificada, fora do âmbito escolar, como é o caso da Pedagogia Hospitalar, e acabam não garantindo uma formação mais específica aos que desejam atuar nesse contexto, já que as diretrizes curriculares do curso de Pedagogia (2006) amplia a área de atuação desse profissional para outros ambientes que não o escolar.
Sobre o perfil profissional, foram unânimes ao afirmar que nem todos os professores e pedagogos têm condições para atuar em ambiente hospitalar, pois é um campo de atuação que envolve o lado psicológico e emocional, por ser ligado diretamente a questões da afetividade, uma vez que, além de oferecer acompanhamento pedagógico-educacional, lidam com as limitações físicas que as enfermidades causam aos alunos/pacientes e às famílias, inclusive com o possibilidade de morte, que, no âmbito hospitalar, por vezes acontece.
O perfil do pedagogo para atuação no ambiente hospitalar
Para desempenhar sua prática em classe hospitalar, o pedagogo necessita de escuta e olhar pedagógico diferenciado, bem como estar emocionalmente estável, pois, além de atuar como mediador do processo de aprendizagem, ele vivenciará em seu cotidiano um ambiente de dor, sofrimento, fragilidade e vulnerabilidade; sua ação não pode ser confundida com o atendimento à enfermidade de que o aluno/paciente está acometido.
Em relação à prática pedagógica hospitalar, Fonseca (2003) afirma que
a prática diária do pedagogo hospitalar visa dar continuidade aos estudos as crianças hospitalizadas, de forma a contribuir com a aprendizagem, minimizar as dificuldades e proporcionar a aquisição de novos conteúdos. É importante o desenvolvimento de programas lúdicos voltados à infância, programas sociointerativos, vinculando-se aos sistemas educacionais na modalidade de atenção integral à criança hospitalizada (Fonseca, 2003, p. 32).
Vale destacar que um dos critérios essenciais para fortalecimento da prática do pedagogo em qualquer instância é a questão da formação continuada, que lhe dá condições para discutir, refletir e analisar sua formação tendo como referência a ética, o comprometimento com o ato educativo e com a ação e a reflexão.
O pedagogo faz parte da equipe multiprofissional, atuando de forma interdisciplinar, realizando seu trabalho junto à equipe de médicos, enfermeiros, pediatras, psicólogos, assistentes sociais e demais profissionais da área da Saúde, possibilitando melhor trabalho e gerando melhor resultado para o paciente. Segundo Brandão,
a educação existe onde há redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra mesmo se não foi sequer criada à sombra de algum modelo de ensino formal e centralizada. O papel do pedagogo é a condução desse aluno ao conhecimento, proporcionando que ele trilhe os caminhos do aprendizado, incentivando-o a percorrê-lo com prazer e com otimismo (Brandão, 2007, p. 14).
O profissional deve estar apto para atender todas as necessidades da criança com o apoio do hospital e da equipe; sua atuação somente pode ser realizada com a autorização médica, que avalia o estado clinico do paciente; após a liberação, pode ser feito o atendimento à criança. É a partir desse momento que o pedagogo pode exercer sua função junto à equipe multidisciplinar e aos professores, planejando o atendimento de acordo com as necessidades das crianças.
Ao desempenhar sua prática, o pedagogo deve ater-se ao que diz respeito à sua competência, uma vez que ele em seu cotidiano poderá ter sua atribuição confundida com a de outros profissionais que compõem a equipe multidisciplinar, pois acaba por estabelecer proximidade com a família do paciente, cabendo ainda respeitar as normas e os critérios estabelecidos pela equipe de saúde.
Os profissionais da equipe multiprofissional que atuam no atendimento pedagógico hospitalar relataram que têm observado o quanto esse trabalho interdisciplinar gera efeitos surpreendentes na vida do aluno.
Conhecendo o trabalho pedagógico e suas contribuições dentro do ambiente hospitalar no Hospital X
A instituição visitada, denominada Hospital X, é uma unidade hospitalar que presta atendimento a crianças e adolescentes; ali foi possível observar o cotidiano da prática pedagógica no ano de 2018. Foi possível conversar com os profissionais que atuam no projeto e vivenciar seus planejamentos, seu trabalho na classe hospitalar e no leito e conversar sobre dificuldades e desafios para atuação nesse ambiente.
Vale ressaltar que foram realizadas várias visitas durante o ano, acompanhando diferentes grupos de alunos, o que permitiu fazer este relato de experiências, pois além da entrevista foram possíveis novas observações e novos diálogos com a equipe multidisciplinar e com a funcionária administrativa, além de ter também um olhar sobre a gestão do atendimento pedagógico no hospital.
O projeto da Classe Hospitalar que funciona em anexo a essa unidade iniciou-se em 2001 a partir das inquietações de uma funcionária que pertence à área administrativa do hospital, ao vivenciar crianças e adolescentes tanto tempo afastados da escola por causa de sua condição de enfermidade.
Inicialmente contou com ajuda de uma assistente social, também do hospital, e uma pedagoga cedida pela Seeduc/ES e responsável administrativa, que é funcionária do hospital. Atualmente o projeto conta com uma pedagoga para atuação direta no programa, o que favorece a melhoria contínua do trabalho desenvolvido, bem como permanente diálogo e formação continuada dos professores.
Foi realizada uma entrevista coletiva com os profissionais que atuam no ambiente hospitalar que ajudam a delinear o atendimento pedagógico hospitalar e o perfil do profissional pedagogo para atuar nesse espaço. Foram elaboradas as perguntas descritas a seguir, que foram respondidas de forma espontânea pelos profissionais que se sentiam à vontade para isso.
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Como é desenvolvido o trabalho no leito? Como são definidas as atividades a serem desenvolvidas?
De acordo com os professores do Hospital X, “a condição clínica do paciente pode ser alterada de um dia para o outro, o que faz com que os professores necessitem fazer planejamento diário, após receber as informações sobre como está a situação do paciente naquele dia”, necessitando ainda ter uma segunda opção caso não seja possível desenvolvê-la.
A prática pedagógica no dia a dia deve ter início e fim, pois não se pode deixar uma atividade para terminar no dia seguinte, pois a criança/adolescente pode no dia seguinte ser submetido a algum procedimento invasivo que altere sua condição física e/ou emocional ou até mesmo pode ter uma piora em sua condição devido à sua enfermidade.
Ao se dirigir ao leito, o professor sempre tem que ter mais do que um planejamento, pois o paciente pode não ter condições de realizar o que ele traçou para aquele dia, mas ter condições de fazer outra tarefa/atividade mais simples. O professor precisa ter sensibilidade para perceber a condição do aluno a fim de que não comprometa sua condição física ou emocional.
O pedagogo atuará no processo educativo da criança de forma satisfatória, contribuindo na construção de seus conhecimentos e atitudes para que a criança crie novas expectativas de vida. “Educação e Saúde devem caminhar juntas para uma melhor qualidade de vida da população, constituindo um importante fato para a Pedagogia Hospitalar”.
Como afirmam Simanca e Lorente (1990, p. 17), o pedagogo, ao desenvolver o trabalho educativo com a criança internada, também trabalha as emoções, de forma que contribui para aliviar possíveis irritabilidades, desmotivação e estresse da criança. A pedagogia no ambiente hospitalar não se limita apenas à transmissão de conhecimento; também tem caráter psicopedagógico.
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Como é realizada a seleção e definição de atendimento aos pacientes?
Logo ao chegarem à classe hospitalar, a responsável pelo projeto informa quais pacientes podem ou não ser atendidos; a partir dessa conversa, os professores combinam entre si que criança irão atender, fazem o direcionamento de seus planejamentos e separam o material a ser utilizado.
Vale ressaltar que todo o material utilizado, principalmente no leito, precisa levar em consideração as normas de higiene, a fim de garantir a integridade física, sua e dos pacientes.
Existem materiais que após sua utilizam ficam com os alunos, como lápis e borracha, pois no hospital não pode haver compartilhamento de materiais, para evitar o risco de contaminação. Já as pranchetas utilizadas precisam ser de acrílico para que o professor faça a higienização antes de ir para outro leito.
Na visita ao Hospital X foi observada a preocupação dos professores em estar com todos os pacientes da enfermaria que têm condições clínicas de atendimento, pois as crianças e adolescentes, após saberem que existe esse programa de atendimento pedagógico educacional, que permite que eles deem continuidade a seus estudos, valorizam e esperam esse momento.
Fontes (2005) aborda o papel da Educação no hospital e, com ela, o do professor e a escuta pedagógica como metodologia educativa própria da Pedagogia Hospitalar, cujo objetivo é
acolher a ansiedade e as dúvidas da criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexões sobre elas, construindo novos conhecimentos que contribuam para uma nova compreensão de sua existência, possibilitando a melhora do seu quadro clínico (Fontes, 2005, p. 135).
A preocupação demonstrada pelos professores e pedagogos que atuam no ambiente hospitalar revela essa habilidade de escuta pedagógica, que contribui para além de um conteúdo curricular e que favorece o desenvolvimento do paciente.
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Além de permitir a continuidade dos estudos, vocês acreditam que o trabalho pedagógico desenvolvido contribui para a melhoria do quadro de saúde do paciente?
Todos os professores, unanimemente, relatam que já puderam perceber nitidamente o resultado do seu trabalho, que vai além de conteúdos escolares, pois a separação da família, da escola, dos colegas e, muitas vezes, o tipo de tratamento invasivo a que é submetido, faz com que a criança fique com baixa autoestima. Eles puderam ver crianças e adolescentes tendo suas condições de enfermidade sendo amenizadas pela melhoria de seu emocional, o que gerou aumento de sua autoestima e, consequentemente, minimizou a frequência de sintomas e dores no paciente. É perceptível o quanto seu comportamento vai sendo modificado a cada dia, bem como a melhoria no seu quadro clínico. Segundo relatos de profissionais do Hospital X, eles já presenciaram diferentes situações que atestam este resultado surpreendente.
Situação 1 - O professor estava se apresentando para uma mãe e informando que seu filho passaria a ter atendimento pedagógico, que poderia dar continuidade a seus estudos cotidianamente e um aluno que estava no leito ao lado e que estava em coma há meses, ao ouvir o professor, abriu seus olhos e falou “eu também quero ter aula”.
Situação 2 – Uma paciente que estava num leito isolado devido ao risco infectocontagioso de sua enfermidade, ao ver que algumas pessoas diariamente entravam na enfermaria e se dirigiam aos outros pacientes, perguntou ao médico o que estava acontecendo. Quando o médico falou que eram professores que estavam dando atendimento pedagógico aos pacientes, manifestou seu interesse em receber. O médico procurou a pessoa responsável pelo atendimento nos leitos, dizendo que, se alguém se dispusesse atender a menina, que poderia fazer, equipado com as vestimentas e precauções que o caso necessita, mas que ele autorizaria devido ao grande desejo da paciente, que já estava internada há bastante tempo e tomando muitos medicamentos. A responsável disse que não poderia exigir, pelo risco iminente, mas que iria perguntar aos professores. Um dos professores se dispôs a atender a menina e, após algum tempo de atendimento, o médico surpreendeu-se com como o quadro clínico da paciente fora alterado. Ela diminuiu consideravelmente o quantitativo de medicamentos, pois começou a responder ao tratamento, o que não estava acontecendo antes, com o seu isolamento.
A Pedagogia Hospitalar tem como principal intuito possibilitar que a criança receba a educação que vinha tendo em escola, assim minimizando o impacto na volta da criança à sala de aula, e que ela, nesse momento de internação, sofra menos impacto e que tenha sua rotina mantida.
Segundo Portela (2009, p. 2),
para valorizar o humano e minimizar as perdas, as políticas de humanização no atendimento hospitalar têm buscado a interação do corpo clínico e demais pessoas atuantes nesse ambiente, sejam funcionários ou voluntários. Procedimentos médicos adequados, aliados à ética, à responsabilidade e a um ambiente acolhedor, se unem no sentido de promover o bem-estar dos internos e seus acompanhantes. A garantia dos direitos da criança hospitalizada não se limita ao tratamento da doença, mas envolve ações que possam amenizar a experiência, muitas vezes negativa e dolorosa, decorrente da privacidade da sua rotina e dos espaços que lhes são próprios. Fazer do hospital um ambiente agradável é de certa forma procurar minimizar a ansiedade gerada em torno do período de internação.
Tanto os relatos dos profissionais quanto dos autores revelam a importância do trabalho interdisciplinar no atendimento à criança e ao adolescente internados, pois a garantia do atendimento pedagógico junto ao atendimento médico, psicológico e emocional contribui para a melhoria do quadro clínico do paciente.
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Como foi a receptividade ao grupo de professores para atuação nos leitos do hospital? Vocês tiveram alguma dificuldade?
Quando o projeto foi iniciado, os professores sentiram desconforto pela resistência dos profissionais da área da Saúde, que, não compreendendo como é o trabalho a ser realizado e sua importância, pensavam que ali não era o lugar deles e inclusive os vigiavam o tempo todo, procurando uma falha para chamar a atenção. Mas a equipe foi desenvolvendo seu trabalho e logo os resultados começaram a aparecer; então eles viram, na prática, a importância do trabalho desenvolvido e os resultados obtidos. Atualmente, se a equipe não for ao leito, eles vêm saber o motivo, pois sentem falta do trabalho desenvolvido pela equipe.
Os professores relataram que situações como as narradas acima foram um divisor de águas no projeto, pois quando iniciaram o programa de atendimento encontraram resistência por parte dos profissionais da Saúde, que diziam que hospital era lugar de equipe de Saúde e pedagogo e professor só serviriam para aumentar o número de infecções dentro do hospital.
É importante que o hospital e os profissionais de Saúde compreendam que a criança doente tem direito de continuidade da escolaridade mesmo durante o tratamento médico. Os professores também devem ter essa consciência para que possam garantir o acesso de seu aluno hospitalizado aos processos de desenvolvimento e de aprendizagem, contribuindo para que, após a alta, ele não apresente defasagem de aprendizagem ao retomar as atividades escolares na escola de origem (Fonseca, 2015, p. 14-15).
Após a ocorrência de alguns fatos como esses, a equipe de Saúde começou a ver os resultados positivos da presença da equipe de Educação dentro do ambiente hospitalar e começaram mesmo a procurar a equipe para pedir ajuda em alguns casos.
Considerações finais
É essencial que se tenham pedagogos e professores atuando na classe hospitalar, pois cada um tem seu papel na garantia da educação para crianças e adolescentes que, devido ao seu estado de saúde, precisaram se afastar da escola e de seu convívio familiar.
As atividades realizadas pelo professor na classe hospitalar ou no leito também podem contribuir para a melhora da autoestima e a recuperação do paciente.
O pedagogo deve estar preparado para essa modalidade de ensino, pois, além de o ambiente ser de total imprevisibilidade, lida com diversas situações difíceis, inclusive a morte. Entretanto, esses fatores norteantes não devem interferir no seu desempenho tampouco no objetivo proposto. Seu principal objetivo é a continuidade e o acompanhamento da escolarização de crianças e/ou adolescentes com privações de ir a escolas, promovendo continuação dos estudos desses pacientes.
O fato de os cursos de Pedagogia nem sempre abordar esse assunto em suas matrizes curriculares, ou por abordar de forma superficial, faz com que os pedagogos também desconheçam esse espaço como campo de atuação, sendo necessário que eles sejam repensados de forma a propor uma formação que permita que ele opte pela área de atuação pedagógica em que quer atuar, seja ela formal ou não formal.
É importante que se compreenda a importância da atuação do pedagogo hospitalar, bem como também seus benefícios na qualidade de vidas desses alunos e/ou pacientes. Esse profissional proporciona atendimentos respeitando suas limitações, despertando suas criatividades e assegurando sua prática, principalmente seus valores éticos e morais, como também sua dignidade.
Esse atendimento pedagógico no ambiente hospitalar está em expansão no país, apesar dos anseios, e isso tem permitido que o pedagogo possibilite a aprendizagem nas classes hospitalares e o desenvolvimento dos educandos. Esse processo que acontece nas classes hospitalares contribui para a melhora na autoestima dos pacientes, criando forças para seu aprendizado, possibilitando a continuidade dos estudos e assegurando que, independente de suas limitações, não seja excluído do ambiente escolar após seu período de internação.
Fica evidente que esse profissional tem suma importância, ainda mais que o trabalho pedagogicamente desenvolvido por ele tem eficácia no contexto e no atendimento dos envolvidos, pelas modificações ou transformações na aprendizagem ou no processo percorrido.
Constata-se, portanto, que, embora o direito legal exista há muito tempo, ainda há um vasto caminho a ser percorrido nesse campo, primeiramente no que diz respeito à disseminação desse direito, e em segundo lugar na ampliação desse direito dentro das redes públicas e privadas.
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: Brasília, 5 de outubro de 1988.
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Publicado em 12 de novembro de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
MARTINS, Rosanea Ovidio Louvisi; SANTOS, Rosani Ovidio dos; AGUIAR, Camila de Almeida. Pedagogia Hospitalar: contribuições e benefícios no atendimento a crianças e adolescentes durante internação prolongada. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 43, 12 de novembro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/43/pedagogia-hospitalar-contribuicoes-e-beneficios-no-atendimento-a-criancas-e-adolescentes-durante-internacao-prolongada
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