Rotação por Estações: contextualizando o doping no esporte em aulas interdisciplinares de Química e Biologia
Maryana da Paixão Santana
Licencianda em Ciências da Natureza: Ciências e Química (IFFluminense - Campus Campos Centro)
Natasha Santos de Almeida
Licencianda em Ciências da Natureza: Ciências e Química, (IFFluminense - Campus Campos Centro)
Larissa Codeço Crespo
Doutora em Ciências Naturais (UENF), professora do IFFluminense - Campus Campos Centro
A Química permeia diversas atividades da sociedade. Algumas delas são tão corriqueiras que nem percebemos que há química envolvida, como na preparação do café do dia a dia, na diluição de um suco, na verificação da dosagem correta de um medicamento e no uso de produtos químicos de higiene pessoal, entre outros exemplos.
A Biologia, de forma ampla, consiste no estudo dos seres vivos. Uma possível relação com a Química pode ser observada quando a Biologia nos ajuda a compreender os processos vitais dos organismos e como esses processos interagem com as substâncias químicas presentes no meio ambiente e nos produtos que consumimos. Por exemplo, ao estudar medicamentos, a Química explica sua composição e funcionamento, enquanto a Biologia analisa como essas substâncias afetam o organismo.
Nesse contexto, a interdisciplinaridade entre Biologia e Química torna-se essencial. Compreender a relação dos conhecimentos científicos estudados no Ensino Médio com Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), ou com Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA); quando se enfatiza o ambiente, é fundamental para o desenvolvimento da capacidade dos estudantes de tomar decisões informadas na sociedade (Diniz et al., 2021; Siqueira et al., 2021). Como afirmam Paula e Verdes (2024), “o mundo está repleto de ciência e tecnologia, e o saber científico é indispensável para que isso aconteça”.
Entretanto, é importante destacar que o desenvolvimento científico também gera resíduos, pode causar danos ao meio ambiente e que o uso inadequado de certas substâncias pode impactar negativamente a saúde humana. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta a importância da contextualização social, histórica e cultural da ciência e da tecnologia, enfatizando que a discussão sobre o conhecimento científico e tecnológico deve estar presente “na organização social, nas questões ambientais, na saúde humana e na formação cultural”, promovendo assim uma análise das inter-relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (Brasil, 2018, p. 549).
Dito isso, um dos temas potenciais para contextualizar conhecimentos das Ciências é o esporte. O esporte está presente na vida de qualquer pessoa desde muito cedo, como afirma Oliveira (2022), seja na prática da atividade física ou na condição de espectador, seja restrito à modalidade do futebol, muito comum no Brasil, seja em diversas outras modalidades, como se acompanha nas Olimpíadas (Oliveira, 2022).
O esporte é cultura, é ritual e “provoca sentimentos avassaladores nos indivíduos, mediante as torcidas e a comoção que ele pode gerar em um país” (Oliveira, 2021, p. 10). O esporte contribui “no processo de formação do indivíduo, ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e às regras do jogo, a solidariedade e o espírito de equipe” (Braibante; Rocha, 2016, p. 1.134). O esporte também interfere na economia, movimentando a “indústria de produção de equipamentos esportivos, além de ser uma atividade de grande geração de empregos que envolvem técnicos, educadores físicos, nutricionistas, médicos, dirigentes, entre outros” (Braibante; Rocha, 2016, p. 1134).
A história do esporte tem início na Grécia Antiga, quando a realização de jogos tinha como finalidade a preparação militar dos jovens (Braibante; Rocha, 2016). Além disso, na cidade de Olímpia os jogos
eram constituídos por um ritual religioso, em que os atletas vitoriosos eram associados aos deuses [...]. Pode-se dizer que foram os gregos que trouxeram a primeira concepção de esporte, instituindo uma série de regras para as modalidades esportivas, tais como a competição entre atletas com preparação física semelhante, e a existência da figura do treinador dando subsídios para a melhor atuação dos atletas nos Jogos Gregos (Braibante; Rocha, 2016, p. 1.134).
No ano de 1896 ocorreram os primeiros Jogos Olímpicos, marcados pela padronização dos regulamentos das disputas (Amaral, 2012). Relata-se que, desde a Antiguidade, o uso de materiais associados às vestimentas dos atletas foi evoluindo juntamente com os avanços tecnológicos. Dos pés descalços ao uso de tênis mais sofisticados; das camisetas de algodão aos tecidos que não absorvem o suor; das bolas mais leves, rápidas e com sensor de movimento aos olhos protegidos por óculos de natação, além de muitos outros materiais utilizados nas vestimentas e utensílios associados aos diferentes esportes (Amaral, 2012; Rocha, 2014).
Esses exemplos ilustram a evolução dos materiais utilizados nas práticas esportivas. No entanto, o estudo da Biologia e da Química também contribui para a compreensão do metabolismo e de sua influência no desempenho dos atletas (Braibante; Kraisig; Rocha, 2017). Algumas substâncias têm a capacidade de aumentar artificialmente o rendimento esportivo e são consideradas proibidas em competições. Assim, a temática deste projeto se concentra no doping no esporte.
Considera-se como doping a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à saúde do atleta ou a de seus adversários, ou contra o espírito do jogo (Lima; Nóbrega, 2005, p. 1).
As substâncias proibidas no esporte, dentro e fora das competições, podem ser classificadas em cinco grupos principais: narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos e seus análogos. Essas substâncias são vedadas pela regulamentação desportiva, pois têm como objetivo melhorar o desempenho físico e/ou mental por meios artificiais (Wada, 2024).
Para incluir esse tema nas aulas de Biologia e Química, existem diversas abordagens ativas de ensino que possibilitam aos estudantes o protagonismo no processo de ensino-aprendizagem (Jungbluth; Lupepso; Machado, 2017), entre elas, aulas baseadas no conceito de Ensino Híbrido, caracterizado pela
utilização combinada entre o aprendizado online e o presencial, criando modelos que mesclam momentos em que o estudante estuda em um ambiente virtual, utilizando ferramentas tradicionalmente da educação a distância, com outros em que a aprendizagem é presencial. Trata-se, portanto, de uma abordagem que mescla o aprendizado presencial com o aprendizado a distância apresentando uma variedade de métodos e estratégias de ensino e aprendizagem que contribuem para estimular o aprendizado (Jungbluth; Lupepso; Machado, 2017, p. 8).
Christensen, Horn e Staker (2013) classificam o Ensino Híbrido em quatro modelos: Rotação, Flex, A La Carte e Virtual Enriquecido. O modelo de Rotação subdivide-se em quatro modalidades: Rotação por Estações, Laboratório Rotacional, Sala de Aula Invertida e Rotação Individual. No presente trabalho, optou-se pela Rotação por Estações, ou Rotação de Turmas, na qual os estudantes se revezam dentro da sala de aula, seguindo um roteiro fixo ou determinado pelo professor, sendo que pelo menos uma estação (atividade) é online. As demais estações “podem incluir atividades como lições em grupos pequenos ou turmas completas, trabalhos em grupo, tutoria individual e trabalhos escritos” (Christensen; Horn; Staker, 2013, p. 27).
Diante do exposto, surgiu a seguinte questão norteadora da pesquisa: “será que uma aula contextualizada com o tema doping no esporte, organizada na proposta da Rotação por Estações, provocará reflexões que possam contribuir com a educação CTS?”.
O objetivo geral foi aplicar a metodologia da Rotação por Estações com a intenção de contribuir para a educação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), contextualizando o tema do doping no esporte para alunos da 3ª série do Ensino Médio. Os objetivos específicos incluíram: planejar e aplicar uma aula utilizando o método da Rotação por Estações; identificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema da pesquisa; verificar o aprendizado dos estudantes em cada estação e ao final da aula (após passarem por todas as estações); e, por fim, promover reflexões sobre as implicações éticas e legais do uso de substâncias proibidas no esporte.
Metodologia da pesquisa
Este trabalho configura-se como uma pesquisa-ação, que, de acordo com Malheiros (2011), é amplamente aplicada na área de ensino para testar novos modelos, formular estratégias de aprendizagem, métodos de avaliação e outros aspectos. “Neste modelo, uma intervenção é feita em uma determinada realidade para que, em seguida, seus resultados sejam avaliados” (Malheiros, 2011, p. 108).
O estudo desenvolvido foi de natureza qualitativa quanto ao tratamento dos dados, uma vez que as informações que conferem validade a esta pesquisa foram obtidas em seu ambiente natural, a sala de aula, acompanhando e valorizando não a quantidade, mas a compreensão e a explicação da dinâmica de um grupo discente.
Os sujeitos da pesquisa
A pesquisa foi aplicada em novembro de 2023, no início do 3º bimestre letivo, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - Campus Campos Centro, localizado no município de Campos dos Goytacazes/RJ. O curso de graduação das autoras desta pesquisa também é ofertado nesse local, motivo pelo qual o Instituto foi escolhido como campo de aplicação.
O público-alvo foi composto por 23 alunos da 3ª série do Ensino Médio Integrado aos Cursos Técnicos em Mecânica e Edificações. Esses estudantes já possuíam conhecimentos básicos de Química Orgânica, incluindo cadeias carbônicas e funções orgânicas, o que facilitou a compreensão das estruturas das principais substâncias proibidas selecionadas como exemplos nesta pesquisa.
Desenvolvimento da pesquisa
Apresentam-se, a seguir, as orientações didáticas da aula, realizada em quatro horários de 50 minutos, distribuídos em dois dias, sob a responsabilidade das autoras da pesquisa.
No primeiro dia, aplicou-se um questionário inicial com o objetivo de avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema. Em seguida, os estudantes assistiram a um vídeo sobre doping, disponível no canal Nerdologia, no YouTube. Após a exibição, realizou-se uma discussão sobre o conteúdo, seguida de uma explanação acerca da história do doping.
No segundo dia, utilizou-se a metodologia da Rotação por Estações. Os alunos foram divididos em três grupos e circularam por três estações (Quadro 1), cada uma com tempo previsto de 25 minutos. Cada estação era independente, o que significa que não havia uma ordem fixa para o início: cada grupo começou em uma estação diferente e, em seguida, rotacionou até que todos passassem pelas três. Ao final da dinâmica, foi aplicado um Estudo de Caso (resumido no Quadro 3) e um questionário final.
As três estações de aprendizagem estão resumidas no Quadro 1 e descritas a seguir.
Quadro 1: Estações de aprendizagem da atividade de rotação
Estação de Aprendizagem |
Objetivos |
Conceitos Abordados |
Duração |
Leitura de reportagens sobre casos de doping no esporte |
Identificar as substâncias proibidas utilizadas por alguns atletas, seus efeitos, as punições aplicadas, entre outros aspectos relevantes. |
Substâncias proibidas, efeitos causados e questões éticas |
25 minutos |
Quiz (online) sobre funções orgânicas presentes em substâncias de doping |
Analisar e identificar a função orgânica presente na molécula das substâncias proibidas no esporte |
Reconhecimento de funções orgânicas |
25 minutos |
Boneco interativo |
Identificar e analisar a ação de substâncias dopantes no corpo humano |
Doping esportivo, substâncias proibidas |
25 minutos |
Estação – Leitura de reportagens sobre casos de doping no esporte
Leitura da reportagem adaptada de Rebeca Gusmão, Cesar Cielo, Giba... Relembre casos de doping anteriores ao de Rafaela Silva (Globo Esporte, 2020). Após a leitura e as discussões em grupo, os alunos preencheram as questões da atividade, coletando informações sobre as substâncias proibidas, seus efeitos, as punições aplicadas e outros aspectos relevantes.
Estação – Quiz (online) sobre funções orgânicas presentes em substâncias de doping
Os alunos participaram de um quiz elaborado pelas autoras no aplicativo Wordwall, que abordou o reconhecimento das funções orgânicas presentes nas substâncias proibidas relacionadas ao doping. Foram apresentadas diversas fórmulas de substâncias utilizadas no doping, e os estudantes precisaram identificar a função orgânica de cada uma delas, com o objetivo de revisar o conteúdo. O quiz era composto por cinco perguntas, e as respostas foram coletadas. Essa estação cumpriu o requisito da metodologia de Rotação por Estações, segundo a qual uma das atividades deve ser online.
Estação – Boneco interativo
Os alunos realizaram a identificação das substâncias dopantes e dos órgãos afetados por elas, fixando fichas com o nome das substâncias nos órgãos correspondentes em bonecos. Para isso, receberam um material de apoio contendo uma breve explicação sobre os efeitos do uso desses medicamentos no corpo humano.
Quadro 2: Material de apoio da estação Boneco Interativo
Efeitos das Substâncias mais usadas no doping nos órgãos do corpo humano
À medida que exploramos o intrigante mundo das substâncias de doping, mergulhamos na interação entre essas substâncias e os órgãos do nosso corpo. Vamos dar uma olhada mais de perto em como algumas dessas substâncias podem afetar os órgãos vitais.
Agentes anabolizantes (S1)
Os esteróides anabolizantes, como a testosterona, podem ter um impacto significativo no fígado. Embora busquem aumentar a massa muscular e o desempenho, o uso indevido dessas substâncias pode levar a danos hepáticos, afetando a saúde geral.
Hormônios peptídicos, fatores de crescimento, substâncias correlatas e miméticos (S2)
A buserelina, quando empregada para aprimorar o desempenho atlético, atua como um agonista do hormônio liberador de gonadotropina. Seu uso pode afetar o sistema hormonal, interferindo na regulação da produção de hormônios sexuais. Isso pode ter impactos em vários órgãos, incluindo os testículos.
Beta-2 Agonistas (S3)
Os beta-2 agonistas, como o fenoterol, são frequentemente usados para melhorar a função respiratória. No entanto, o uso excessivo pode levar a problemas pulmonares e tremores.
Hormônios e moduladores metabólicos (S4)
No âmbito dos hormônios e moduladores metabólicos, destaca-se o anastrozol, este composto é utilizado em contextos clínicos para modular o equilíbrio hormonal, especialmente inibindo a produção de estrogênio. No entanto, seu uso inadequado, como no doping esportivo, pode distorcer esse equilíbrio de maneira não natural, afetando as funções essenciais dos ovários.
Diuréticos e agentes mascarantes (S5)
A furosemida, um diurético, impacta diretamente os rins ao aumentar a produção de urina. Enquanto sua intenção pode ser a rápida perda de peso, o uso incorreto pode levar a desequilíbrios eletrolíticos e problemas renais.
É crucial lembrar que o uso indevido de substâncias de doping não apenas compromete a integridade do esporte, mas também coloca em risco nossa saúde. Além dos órgãosmencionados, essas substâncias podem afetar outros sistemas do corpo. Praticar o esporte de maneira ética e segura é fundamental para garantir uma experiência esportiva saudável e justa para todos.
Depois de ler as informações, pegue a placa e identifique no boneco o órgão que será afetado por essa substância. Em seguida, fixe a placa correspondente ao órgão afetado.
Fonte: Acervo próprio.
Nesta pesquisa, foram utilizados dois bonecos cedidos pelo Laboratório de Biologia do Instituto Federal Fluminense – Campus Campos Centro: um modelo feminino (Figura 1A) e outro masculino (Figura 1B). Ambos apresentavam órgãos removíveis e fixos. Para aprimorar a experiência, foram elaboradas cinco fichas identificadoras destinadas aos seguintes órgãos: fígado, pulmão, sistema reprodutor masculino, sistema reprodutor feminino e rins. As substâncias associadas a esses órgãos foram, respectivamente, testosterona, fenoterol, buserelina, anastrozol e furosemida. Os bonecos podem ser substituídos por desenhos ou esquemas (não há distinção entre feminino e masculino; optou-se apenas pela utilização dos bonecos já disponíveis), e as placas podem ser substituídas por outro material.

(A) Boneco feminino

(B) Boneco masculino
Figura 1: Bonecos utilizados na Estação Boneco Interativo
A confecção das fichas ocorreu no Laboratório IFF Maker, do Campus Campos Centro, utilizando MDF e aplicando velcro na parte posterior. No boneco feminino, foram utilizadas apenas duas fichas, correspondentes à furosemida e ao anastrozol, enquanto no boneco masculino foram empregadas as demais fichas. Como forma de registro da dinâmica, ao final, foi tirada uma foto de cada boneco para cada grupo.
A ideia do boneco interativo foi inspirada no trabalho de Assis et al. (2014). A lista de drogas e métodos que devem ser evitados pelos esportistas é atualizada anualmente pela Wada, e, neste trabalho, foi utilizada a lista publicada em 1º de janeiro de 2024 (Wada, 2024).
A Figura 2 mostra os alunos participando das Estações de Aprendizagem.

Figura 2: Momento de aplicação da metodologia da Rotação por Estações
Além das três estações, foi desenvolvido um estudo de caso que não pôde ser considerado uma delas, por não ser independente e exigir conhecimentos prévios sobre doping para sua realização. O estudo de caso está resumido no Quadro 3 e descrito a seguir.
Quadro 3: Estudo de caso
Estudo de caso |
Objetivo |
Conceito abordado |
Doping nos Jogos Pan-Americanos |
Desvendar de qual grupo de substâncias proibidas pertencem à substância ingerida e refletir acerca das implicações éticas e legais do uso de substâncias proibidas no esporte. |
Substâncias proibidas |
Após o término da rotação, planejou-se a aplicação de um Estudo de Caso (Quadro 4), desenvolvido pelas autoras da pesquisa, que narrava a história do caso de doping de Rafaela Silva, atleta de judô do Brasil, nos Jogos Pan-Americanos realizados em Lima, no Peru, em 2019.
Quadro 4: Estudo de caso elaborado - doping nos Jogos Pan-Americanos
Doping nos Jogos Pan-Americanos
João e Carlos são amigos, estudam na mesma turma do Ensino Médio e residem no interior do RJ. Eles estão encarregados de produzir conteúdo para a conta do Instagram do colégio onde estudam e, no mês de dezembro, o tema é doping no esporte.
Eles mergulharam em leituras sobre o mundo esportivo para entender melhor os desafios enfrentados pelos atletas e os impactos do doping. Até que se depararam com o caso de Rafaela Silva, atleta do judô que enfrentou acusações de uso de uma substância proibida durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, realizados em 2019. A notícia dizia:
“Campeã olímpica na Rio-2016, a judoca foi suspensa por um exame realizado nos Jogos Pan-Americanos de Lima (2019), que constatou a presença de uma substância, um broncodilatador usado para aumentar a capacidade cardiorrespiratória do usuário”.
Nos Jogos Pan-Americanos de 2019, na cidade de Lima (Peru), o esporte de alto desempenho estava em destaque. No entanto, em meio às celebrações, surgiram questões éticas e de doping que abalaram a competição e ressaltaram a importância da educação e da ética no esporte.
Ao lerem a reportagem, João e Carlos não conseguiram encontrar informações sobre a qual grupo de substâncias proibidas pertencia a substância utilizada pela atleta. Eles buscaram outras reportagens e também não encontraram essa informação, mas descobriram outros dados, como o fato de que, assim como Rafaela Silva, muitos atletas enfrentam a pressão de competir em nível mundial, o que, por vezes, os leva ao uso de substâncias proibidas para melhorar o desempenho.
A situação se complicou quando Rafaela Silva foi selecionada para um teste antidoping surpresa, e a presença de uma substância proibida foi detectada. As autoridades esportivas aplicaram as sanções previstas, incluindo a desqualificação de suas competições e a suspensão temporária.
João e Carlos precisam escrever um post para a página do Instagram sobre o caso de doping de Rafaela Silva, porém as informações que possuem não são suficientes para identificarem a qual grupo de substâncias proibidas pertence a substância detectada no teste antidoping.
A partir das informações estudadas nas estações anteriores, você poderia auxiliar esses dois amigos a desvendar a qual grupo de substâncias proibidas pertence a substância ingerida pela atleta Rafaela Silva durante os Jogos Pan-Americanos de 2019? Além disso, poderia escrever um pequeno texto para que eles utilizem em seu post, associando o doping, seus riscos e as questões éticas envolvidas?
O caso levava os alunos a descobrir a qual grupo de substâncias proibidas pertencia a substância ingerida pela atleta, além de orientá-la. Assim, a proposta do caso foi servir como conclusão da aula.
Instrumentos de coleta e análise de dados
Os instrumentos de coleta de dados foram questionários inicial e final, respondidos individualmente. A análise das questões discursivas foi realizada por categorização seja por semelhança de respostas, seja pela classificação em corretas e, incorretas, conforme a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2011). Além dos questionários, também foram analisadas as atividades coletadas em cada estação (respostas às perguntas sobre a reportagem, respostas do quiz, fotos dos bonecos) e as respostas do caso, por grupo.
Resultados e discussões
No tratamento dos resultados, surgiram três categorias de análise:
- Doping no contexto da sociedade;
- Doping no contexto da ciência e da tecnologia; e
- Resultados do estudo de caso.
Doping no contexto da sociedade
Entendendo que a sociedade brasileira recorre frequentemente à automedicação (São Paulo, 2019), não é de se estranhar que as pessoas também façam uso indevido de substâncias para melhorar seu desempenho ou aparência pessoal. Por falta de conhecimento, muitas acreditam que essa atitude não causará mal algum e nem pensam nos riscos à saúde a longo prazo. Atletas, por sua vez, podem utilizar essas substâncias conscientes das vantagens, ainda que cientes das desvantagens éticas.
A primeira pergunta do questionário inicial buscou compreender as percepções dos alunos sobre doping. Todos os participantes afirmaram já ter ouvido falar do tema, principalmente pela internet (100%), seguidos pela televisão (53,3%) e pelas aulas na escola (26,6%). Apenas 6,7% mencionaram o assunto em aulas de Educação Física, indicando que a discussão sobre doping nas disciplinas escolares é limitada. Na pesquisa realizada por Oliveira (2021), todos os participantes, alunos do Ensino Médio, também já haviam ouvido falar sobre doping; no ambiente escolar, o percentual foi de 13,9%.
Na sequência, perguntou-se o que os alunos entendiam por doping. No questionário inicial, identificaram o doping principalmente como um meio de aumentar o desempenho físico (66,6%), promover a recuperação rápida e melhorar o rendimento (6,7%) e usar substâncias proibidas (26,6%). Após as aulas, as definições se aprofundaram, reconhecendo a prática como antiética (46,7%), conforme exemplificam os Alunos 10 e 15:
Quando um atleta usa meios não legais para aumentar seu rendimento (Aluno 10, questionário inicial).
Uso de substâncias proibidas que aceleram o metabolismo, aumentando o desempenho dos atletas. É injusto (Aluno 10, questionário final).
Algo a que os atletas podem recorrer (mesmo sendo errado) para tentar melhorar seu desempenho (força, por exemplo) (Aluno 15, questionário inicial).
O uso de substâncias químicas em competições ou campeonatos para melhorar o desempenho dos atletas, podendo ganhar indignamente (Aluno 15, questionário final).
A maioria dos alunos inicialmente listou vantagens do doping, como aumento de desempenho (53,3%), melhora de lesões, aumento de força e, portanto, de rendimento (33,3%), além de ganhar competições (13,3%). Após as aulas, mais alunos reconheceram as desvantagens, especialmente os riscos à saúde (86,6%).
Analisando as respostas, observou-se que, no questionário final, os alunos aprofundaram suas explicações, inclusive com exemplos de substâncias proibidas e de efeitos no organismo mencionados nas Estações, como se constata nas respostas dos Alunos 5 e 15:
As vantagens são recuperar melhor e mais rápido de uma lesão, ou até para melhorar o rendimento do atleta. Já as desvantagens não sei ao certo, porém acredito que pode haver problemas de saúde a longo prazo (Aluno 5, questionário inicial).
Uma vantagem é o aumento do desempenho, e a desvantagem da testosterona, por exemplo, é a diminuição dos testículos (Aluno 5, questionário final).
Uma das vantagens é a potencialização de sua agilidade/fôlego. Ser desclassificado será o único que conheço (Aluno 15, questionário inicial).
É uma forma de ganhar vantagens sobre os adversários, podendo se sair melhor (maior vantagem), porém há desvantagens, como prejudicar a carreira e a saúde, podendo elevar a pressão, causar problemas nos rins e aumento da frequência cardíaca (Aluno 15, questionário final).
O Aluno 7 também conseguiu desenvolver melhor sua resposta, afirmando que, a partir do momento em que o atleta obtém vantagem, ele está sendo injusto com o competidor que não fez uso do doping, ou seja, não demonstrou espírito esportivo.
A vantagem é que fornecem energia, força e resistência para o atleta. A desvantagem é que vicia e pode acabar passando dos limites (Aluno 7, questionário inicial).
Melhora a respiração, a energia e o físico, entre outros. Desvantagens: vicia e é injusto com outros competidores, entre outros (Aluno 7, questionário final).
Como também foi discutido com os alunos na primeira aula, a maioria dos atletas, embora reconheça que o doping é uma prática desonesta, utiliza substâncias proibidas e técnicas para aprimorar seu desempenho e, ao mesmo tempo, tentar contornar a detecção em exames antidoping. Dessa forma, o consumo está diretamente ligado aos possíveis benefícios a curto prazo, mesmo havendo consciência dos prejuízos decorrentes do uso (Oliveira, 2021; Alcântara; Vello, 2021).
Na Estação Leitura de reportagem sobre casos de doping, os alunos responderam em grupo ao questionário e expuseram um pouco mais suas opiniões a respeito do uso de substâncias proibidas por atletas.
O Grupo 1 afirmou que o doping é totalmente errado, injusto para os outros atletas e prejudicial à saúde. O Grupo 2 também reconheceu que essa prática é danosa para o esporte e para a saúde dos atletas. Ambos os grupos compartilharam a preocupação de que o doping é prejudicial tanto para o esporte em geral quanto para a saúde dos praticantes.
Os Grupos 3 e 5 destacaram a questão da saúde, afirmando que o doping compromete não apenas a integridade das competições, mas também a dos atletas envolvidos, e as consequências são inevitáveis. O Grupo 3 também abordou o impacto moral e ético da prática, observando que o doping prejudica a reputação do atleta e abala a credibilidade do esporte como um todo. Por sua vez, o Grupo 5 enfatizou a injustiça em relação aos atletas que competem de forma limpa, ressaltando a importância de garantir um ambiente justo para todos os participantes.
O Grupo 4 mencionou a falta de respeito e empatia com os adversários como uma consequência direta do doping, argumentando que, ao recorrer a substâncias proibidas para obter vantagens injustas, o atleta não apenas desrespeita seus colegas, mas também coloca em risco sua própria saúde e integridade física.
Ao analisar esses dados, observa-se que os alunos se mostraram mais informados sobre as consequências do doping, como desclassificação e suspensão. A reflexão em grupo evidenciou que o doping prejudica a integridade das competições e a saúde dos atletas, além de abalar a credibilidade do esporte. A falta de respeito com os competidores foi uma preocupação recorrente, destacando a importância de um ambiente justo e saudável nas competições.
Doping no contexto da Ciência e da Tecnologia
A relação entre o doping, a Ciência e a Tecnologia é evidente tanto na detecção quanto no desenvolvimento de substâncias dopantes. À medida que os métodos de detecção avançam, as técnicas de dopagem também evoluem para burlar a fiscalização. A Química, como parte da Ciência, relaciona-se intrinsecamente com o doping, uma vez que as substâncias proibidas são moléculas ou compostos químicos cujas interações no corpo afetam o funcionamento dos órgãos. Técnicas de análise química, como a cromatografia e a espectrometria de massas, são amplamente utilizadas no controle da dopagem (Aquino Neto, 2011).
Os tipos de exame mais comuns na detecção do doping são os de sangue e urina, embora fezes, cabelos e pelos também possam ser analisados. A urina, por acumular resíduos eliminados pelo organismo, é o material preferencial para essa análise. No entanto, dependendo do tipo de substância suspeita, a investigação pode ser realizada no sangue ou no plasma sanguíneo (Aquino Neto, 2011).
Para investigar o conhecimento dos participantes sobre essas relações, foi perguntado como identificar se um atleta comete doping esportivo. No questionário inicial, 26,6% mencionaram exames gerais, enquanto 60% especificaram exames de sangue ou urina; 13,3% não souberam responder. No questionário final, 93,3% indicaram exames de urina ou sangue, e 6,7% não responderam.
Na Estação Boneco Interativo, os alunos exploraram a ação de substâncias proibidas no corpo humano, associando exemplos de substâncias aos órgãos afetados. Todos os grupos obtiveram 100% de acertos, beneficiando-se do material de apoio que auxiliou o aprendizado. A Figura 3A mostra um dos grupos realizando a atividade.
A Estação Quiz, destinada a revisar o reconhecimento das funções orgânicas nas substâncias dopantes, foi realizada no computador da autora, mas também poderia ser feita em smartphones, conforme ilustrado na Figura 3B. Os grupos 1, 2, 3 e 5 atingiram taxa de acerto de 100%, enquanto o grupo 4 obteve 80%. Os alunos completaram essa atividade em menos de 25 minutos.

(A)

(B)
Figura 3: Alunos de um dos grupos: (A) na estação do Boneco interativo. (B) na Estação Quiz
Nesta Estação, observou-se a empolgação dos alunos e uma competição amigável para ver quem acertava mais, evidenciada pelo ranking final do quiz. Além disso, a Estação Boneco interativo destacou-se por despertar a curiosidade dos estudantes, oferecendo uma oportunidade prática e interativa para visualizar os órgãos. Essa abordagem proporcionou uma experiência mais vívida e enriquecedora, ampliando a compreensão dos alunos sobre o tema.
Nos questionários inicial e final, foram apresentadas as fórmulas estruturais de duas substâncias proibidas, adrenalina e testosterona, com o objetivo de reconhecer a função orgânica destacada em vermelho. Para a adrenalina, a resposta correta era álcool, e 80% dos alunos acertaram, enquanto 20% não responderam. Já para a testosterona, o grupo funcional destacado era cetona, com apenas 20% de acertos; 46,6% responderam álcool, 20% éter, e 13,3% não responderam. Essa discrepância pode indicar falta de atenção ou uma compreensão superficial do conteúdo, visto que a pergunta 3 do quiz, sobre cetonas, foi respondida corretamente por todos.
Resultados do estudo de caso
Nenhum dos grupos identificou corretamente a classe de substâncias proibidas que a atleta Rafaela Silva utilizou durante os Jogos Pan-Americanos de Lima. A resposta adequada seria a classe dos Beta-2 Agonistas (S3), pois, conforme a descrição do caso e as informações apresentadas na Estação Boneco interativo, essas substâncias são empregadas para melhorar a função respiratória. Embora os grupos 2, 3, 4 e 5 tenham mencionado o fenoterol, o grupo 1 não fez essa referência.
Vale destacar que, com as informações disponíveis durante a aula e no caso, não era possível determinar a substância específica, já que outras também podem ser utilizadas para esse fim, sendo o fenoterol a mais comum e o exemplo apresentado no boneco interativo associado ao pulmão. Coincidentemente, foi essa a substância utilizada pela atleta.
Além disso, os alunos foram convidados a redigir um breve texto para redes sociais, relacionando o doping, seus riscos e questões éticas. O primeiro grupo destacou que, no esporte, é comum a busca por atalhos para o sucesso, mas enfatizou a desaprovação do doping. Contudo, não conseguiu elaborar um texto para divulgação. Os demais grupos produziram textos mais desenvolvidos, conforme descrito a seguir.
O segundo e o quarto grupo utilizaram o exemplo da atleta Rafaela Silva para enfatizar que o doping pode acarretar riscos à saúde, afetando o sistema sanguíneo e o coração, além de aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Ambos ressaltaram que essa prática prejudica o espírito esportivo e compromete a equidade nas competições.
O terceiro grupo observou que, apesar dos benefícios imediatos que o doping pode proporcionar, como melhorias temporárias no desempenho, os riscos a longo prazo, como trombose e problemas respiratórios, tornam essa prática prejudicial à saúde, além de injusta para com os competidores que não a utilizam.
O quinto grupo reforçou a dimensão ética, mencionando a injustiça em relação a outros atletas, uma vez que o doping pode conferir vantagens como maior força, resistência e recuperação mais eficiente. Essa disparidade contraria o princípio de uma competição justa, na qual todos os atletas deveriam competir em condições iguais e naturais.
Conclusão
Embora o doping seja frequentemente abordado pela mídia e desperte o interesse dos alunos, a análise dos resultados revelou que, mesmo possuindo conhecimentos prévios sobre o tema, os participantes desenvolveram uma compreensão mais aprofundada após as atividades propostas nas estações. Passaram a perceber com maior clareza como o doping esportivo impacta a saúde dos atletas e se configura como uma atitude antiética, afetando não apenas a justiça entre competidores, mas também minando a credibilidade do próprio esporte.
A metodologia da Rotação por Estações permitiu explorar o mesmo tema de forma contextualizada e autônoma, conforme previsto nas atividades deste trabalho. O tempo estabelecido mostrou-se adequado, embora haja a possibilidade de reelaborar a Estação Quiz, acrescentando mais questões ou desafios mais complexos, dada sua rapidez. A combinação dessas atividades evidencia a importância de abordagens multifacetadas no ensino de Biologia e Química, integrando elementos teóricos, leitura de textos e recursos tecnológicos. Essa integração favorece o engajamento dos alunos e contribui para sua participação ativa no processo de aprendizagem.
Por fim, a aula proporcionou uma abordagem alinhada aos princípios da educação CTS. Espera-se que os alunos, ao refletirem sobre as implicações éticas e legais do doping, evitem o uso de substâncias proibidas e compartilhem esse conhecimento com amigos e familiares.
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Publicado em 12 de novembro de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
SANTANA, Maryana da Paixão; ALMEIDA, Natasha Santos de; CRESPO, Larissa Codeço. Rotação por Estações: contextualizando o doping no esporte em aulas interdisciplinares de Química e Biologia. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, v. 43, 12 de novembro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/43/rotacao-por-estacoes-contextualizando-o-doping-no-esporte-em-aulas-interdisciplinares-de-quimica-e-biologia
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