Confecção de cartilha educativa para adaptações de atividades de uma criança com transtorno do espectro autista e surdez

Ana Paula Santos Sarmanho

Mestre em Educação (PPGED/UEPA), especialista em Transtorno do Espectro Autista (UEPA), docente de Terapia Ocupacional (UFPA), terapeuta ocupacional (UEPA)

Eduarda Evelyn Oliveira dos Santos

Graduanda em Terapia Ocupacional (UFPA)

Liz Maria Siqueira Santa Brígida

Graduanda em Terapia Ocupacional (UFPA)

O transtorno do espectro autista (TEA) é amplamente discutido e pesquisado por profissionais de diversas áreas da saúde, educação e assistência social, entre outros, e tem grande repercussão no contexto educacional. O TEA é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por comprometimento acentuado nas relações interpessoais, na comunicação e na reciprocidade social. Os sintomas comuns elencados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) incluem interesses e fixações restritas, hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais e estereotipias (American Psychiatric Association, 2014). O diagnóstico pode ser realizado por volta dos três anos de idade, embora seja possível observar sintomas no desenvolvimento neuropsicomotor antes desse período (Estanieski; Guarany, 2015).

O direito à educação, promulgado desde a Constituição Federal (Brasil, 1988), é garantido a todas as pessoas, incluindo aquelas com TEA. Diversas políticas foram criadas para assegurar esses direitos desse público ao longo dos anos. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2009) prevê a inclusão escolar de alunos com transtornos globais do desenvolvimento, com deficiência e com altas habilidades ou superdotação, que compõem o público-alvo da Educação Especial (PAEE). Além disso, destaca a importância da participação, aprendizagem, formação de professores e acessibilidade atitudinal e arquitetônica como parte desse processo.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 12.796/13, explicita em seu Art. 58 que a Educação Especial é

a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de 0 (zero) a 6 (seis) anos, durante a Educação Infantil (Brasil, 2013, p. 5).

Com base nos direitos assegurados em lei, pessoas com necessidades educacionais especiais têm garantido o acesso e a permanência no sistema regular de ensino, em um ambiente adequado e com profissionais capacitados para práticas inclusivas. A educação inclusiva visa garantir o aprendizado adequado aos alunos do PAEE, incluindo os com TEA, respeitando seus contextos e seus processos de aprendizagem, sem desviar dos princípios básicos da educação oferecidos aos demais alunos.

A escola deve ser um espaço inclusivo que possibilite a integração dos conhecimentos e que valorize vivências e experiências individuais, promovendo trocas em benefício de todos (Silveira, 2020). O ambiente escolar e seus profissionais têm buscado estratégias para oferecer uma educação mais inclusiva. Esses profissionais buscam cada vez mais conhecimentos e capacitações para receber os alunos PAEE dentro da rede de ensino.

A Terapia Ocupacional (TO) tem expandido sua atuação, que, tradicionalmente, estava associada à educação especial, para os ambientes de ensino regulares. Ela realiza avaliações e intervenções no desempenho ocupacional do indivíduo em diversas modalidades, etapas e níveis de ensino, levando em consideração aspectos pedagógicos, atitudinais e arquitetônicos (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 2018). Conforme a Resolução nº 500/18 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), a Terapia Ocupacional é capaz de identificar as necessidades dos alunos e intervir no processo de aprendizagem, promovendo, assim, a inclusão escolar.

O terapeuta ocupacional não se limita a oferecer suporte aos alunos, mas também aos professores, auxiliando na adaptação de atividades, no manejo das demandas e na orientação sobre o uso de recursos assistivos e práticas inclusivas, quando necessário (Santos, 2023). Além disso, pode fornecer apoio às famílias, com o objetivo de esclarecer o papel de todos na educação, buscando melhorar o aprendizado dos alunos (Santos, 2023).

O objetivo deste estudo é relatar a experiência de construção de uma cartilha, com a finalidade de orientar educadores na criação de atividades adaptadas, alinhadas aos objetivos de aprendizagem da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para crianças com TEA e surdez. A cartilha foi desenvolvida no âmbito de um centro de inclusão educacional que oferece suporte aos alunos das escolas regulares da cidade de Belém/PA.

Estimular aspectos como comportamento, cognição, interação social e linguagem é essencial para a aprendizagem de alunos com TEA e surdez. Professores devem conhecer as características do aluno para organizar conteúdos de forma efetiva, acessível e envolvente, estimulando a aprendizagem (Barbosa et al., 2021; Gouvêa, 2019).  A utilização da cartilha pode fornecer orientações pedagógicas ao professor, com o objetivo de incentivar a adoção de novas estratégias para a criação e a implementação de atividades adaptadas, focando no aprendizado e no desempenho ocupacional escolar do aluno.

Metodologia

O presente estudo é caracterizado como um relato de experiência em pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa adota uma abordagem subjetiva para descrever questões sociais ou comportamentais, não se focando em dados numéricos (Patias; Hohendorff, 2019). A experiência está vinculada ao estágio supervisionado de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará. A coleta de dados ocorreu entre agosto e setembro de 2023, em um centro de inclusão educacional da Região Metropolitana de Belém. Esse centro realiza o acompanhamento educacional inclusivo das escolas municipais, com ações como o Programa de Atendimento aos Alunos com TEA (Proatea) e o Programa de Educação Bilíngue para Alunos Surdos e com Deficiência Auditiva (Proebi).

O relato de experiência descreve vivências acadêmicas ou profissionais de modo crítico e reflexivo. Intervenções descritas nesse tipo de estudo embasam a formação de conhecimento nos pilares do ensino, pesquisa e extensão (Mussi; Flores; Almeida, 2021).

Os participantes foram: a professora da sala regular da criança, o professor surdo do Proebi, a intérprete de Libras, o estagiário que auxiliava a criança e uma professora do Proatea. Esses profissionais forneceram informações sobre a criança com TEA e surdez. Após reuniões, a equipe de terapia ocupacional identificou dificuldades da criança na rotina escolar, como participação em sala de aula e execução de atividades. Com base nessas observações, propôs-se a confecção de uma cartilha para orientar a adaptação de atividades.

A cartilha foi desenvolvida na plataforma de design gráfico Canva, contendo os seguintes tópicos: Plano educacional individualizado, Método AEIOU, O que, como e por que adaptar?, Orientações sobre adaptação de atividades e Exemplos de adaptação de atividades. Ao final, foram incluídos exemplos práticos de atividades adaptadas formulados no software Microsoft Word para auxiliar a professora da sala regular.

A cartilha de adaptação de atividades para uma criança com TEA e surdez

Pesquisas indicam a escassez de materiais voltados para pessoas com transtorno do espectro autista (Valderrama et al., 2020; Weissheimer-Kaufmann et al., 2022). Essa realidade destaca a importância de desenvolver recursos acessíveis e claros, que orientem profissionais e forneçam informações seguras e qualificadas.

A cartilha é um material didático linguístico, físico ou digital, que instrui sobre determinado tema de maneira prática (Klüsener; Bandini, 2021). No contexto escolar, as cartilhas são ferramentas úteis tanto para a aprendizagem de crianças com TEA quanto para a orientação de equipes pedagógicas. Lopes (2022), em seu trabalho Crianças com transtorno do espectro autista na educação infantil: dificuldades e possibilidades para práticas educativas inclusivas, produziu a cartilha Transtorno do espectro autista (TEA): material de apoio a práticas pedagógicas inclusivas na Educação Infantil. Esse material enfatiza que a equipe pedagógica deve conhecer o TEA e as especificidades dos alunos (especificidades, potencialidades e dificuldades), promovendo espaços inclusivos por meio da consulta a especialistas em Educação Especial.

Atrelado a isso, é fundamental que a criança com TEA não seja isolada, independentemente de suas características. Pelo contrário, ela deve ser incluída de maneira abrangente no ambiente escolar junto à turma, garantindo, assim, um convívio e aprendizado mais efetivos. É imprescindível que os professores recebam formação continuada, capacitando-os a desenvolver atividades de qualidade e interativas, além de realizar as necessárias adaptações curriculares. A estrutura e a sequência de conteúdos definidas pelo currículo escolar servem como base para que a equipe organize as atividades adaptadas (Silva; Silva, 2020).

Nesse contexto, os estudos de Ferreira (2022) destacam uma cartilha autoinstrucional como método alternativo de aprendizagem, visando apoiar os educadores de alunos com TEA. Essa cartilha apresenta capítulos dedicados à caracterização do Transtorno do Espectro Autista, orientações, sugestões e práticas pedagógicas interativas. O trabalho enfatiza a importância da elaboração de uma cartilha para apoiar o desenvolvimento educacional e, consequentemente, ocupacional dos alunos, por meio do compartilhamento desse recurso.

A cartilha confeccionada no estágio supervisionado segue a abordagem dos achados de Ferreira (2022), utilizando linguagens simples e objetivas, textos curtos e imagens. A escolha cuidadosa de fontes, tamanhos e ilustrações busca facilitar tanto a leitura quanto a compreensão do conteúdo da cartilha. Essa inclui tópicos relacionados à estruturação de atividades adaptadas, alinhados a conteúdos da BNCC (Brasil, 2017), que estabelece diretrizes e orientações para os conteúdos a serem trabalhados pelos professores da Educação Básica.

O objetivo principal da cartilha é orientar uma professora do Ensino Fundamental na elaboração de adaptações de atividades para um aluno com TEA e surdez. Entre os tópicos abordados, destacam-se: Plano educacional individualizado (PEI); Método AEIOU; O que, como e por que adaptar?; Orientações sobre adaptação de atividades; e Exemplos de adaptação de atividades.

No primeiro tópico, Plano educacional individualizado (PEI), são apresentados conceitos gerais sobre o PEI e como sua implementação pode influenciar a elaboração de atividades, conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Tópico Plano educacional individualizado (primeira página)

Conforme observado na Figura 1, o PEI é um documento importante para nortear as práticas pedagógicas dos alunos público-alvo da Educação Especial (Rodrigues-Santos et al., 2022). A construção do PEI auxilia o professor na adaptação das atividades, permitindo que sejam definidos os conteúdos prioritários a serem desenvolvidos em cada bimestre e a forma como serão abordados.

Em sequência, a Figura 2 apresenta o tópico Método AEIOU, que foi utilizado como base para estruturar e organizar as atividades adaptadas destinadas ao aluno com TEA e surdez.

Figura 2: Tópico Método AEIOU (primeira página)

O tópico Método AEIOU apresenta um modelo para estruturar atividades pedagógicas, baseado em cinco etapas: análise do contexto, empatia para criar vínculo com o aluno, interação ao adaptar as atividades, organização da proposta, e ultrapassar, que reflete a persistência no acompanhamento do aluno. Destaca-se que, para a efetividade do método, é importante que o professor estabeleça um vínculo com o aluno, permitindo conhecer suas particularidades (Rodrigues, 2019).

Na Figura 3, explora-se o conteúdo e a adaptação de atividades, enfatizando a importância de ajustá-las às demandas individuais do aluno.

Figura 3: Tópico O que, como e por que adaptar?

Na figura acima, destacam-se aspectos gerais relacionados à adaptação de atividades, como a importância de identificar as habilidades e as dificuldades do aluno, estabelecer metas e promover a participação de toda a turma para favorecer o engajamento da criança na realização das tarefas.

Na Figura 4, aborda-se o tópico que trata da formatação das atividades, detalhando as instruções para configuração no programa Microsoft Word.

Figura 4: Tópico Orientações para formatação de atividades

A orientação para formatação de atividades é relevante no contexto de produção, pois constitui um critério a ser considerado e traz repercussões ao desenvolvimento. Uma atividade com fonte simples, cor adequada, tamanho apropriado, espaçamento organizado, e imagens selecionadas considerando o objetivo, cor e tamanho favorece a organização. Uma atividade bem formatada facilita o processo de aprendizagem, evitando dificultar sua realização pelo aluno, além de prevenir comportamentos inadequados ou fuga de demanda.

É importante ressaltar que essas orientações para adaptações de atividades foram pensadas e analisadas especificamente para a criança acompanhada, com base nos dados coletados e nas observações realizadas. Assim, é fundamental que, antes de uma adaptação de atividade, seja feita uma avaliação integral dos componentes, para compreender o nível de leitura e escrita, os pré-requisitos presentes, o tempo de concentração, as preferências e as dificuldades. Essas orientações não são gerais para todas as crianças com TEA e surdez, mas podem ser usadas como ponto de partida para avaliações e a construção de materiais adaptados para outras crianças.

Conforme Meinerz (2014), a formatação de um documento escolar exige boa visualização, clareza dos textos e objetividade. Para isso, a autora recomenda o uso de fontes claras, como Arial ou Times New Roman, textos simples e diretos, além da organização correta do tamanho da fonte, cor, espaçamento e uso de imagens que facilitem a leitura.

Nesse contexto, esta cartilha e suas orientações buscam auxiliar os professores no entendimento e na estruturação de atividades adaptadas para o ambiente escolar. Pereira, Cruz e Ferreira (2015), no trabalho Inclusão de estudantes com o transtorno do espectro autista: Um estudo sobre o atendimento em uma escola pública municipal da cidade de Abreu e Lima, destacam que, quanto menor for a formação e o conhecimento sobre o tema, menos o professor participará do processo de ensino-aprendizagem. Os autores também enfatizam a necessidade de capacitar estagiários para que possam contribuir com os professores nesse processo educacional.

As atividades adaptadas permitem que o aluno com TEA participe de aulas regulares, de acordo com seu nível de conhecimento, a partir de uma avaliação docente. Segundo Mantoan (2005, p. 96), “A inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós”. Nessa perspectiva, garantir o acesso do aluno com TEA e surdez no contexto escolar é essencial, pois as trocas, as descobertas de novos saberes e as vivências nesse espaço favorecem a inclusão e o desenvolvimento. Esses benefícios ainda impactam positivamente outros contextos.

No tópico Exemplos de Adaptação de Atividades, destacam-se modelos de atividades adaptadas para orientar os professores. Esses exemplos estão disponíveis no Google Drive, permitindo edição. Abaixo, nas Figuras 5 e 6, apresentam-se adaptações de atividades para as disciplinas de Ciências e de Geografia.

Figura 5: Adaptação de atividade de Ciências

Figura 6: Adaptação de atividade de Geografia

Essas adaptações ilustram estratégias para estimular o aprendizado de alunos com TEA e surdez, utilizando conteúdos da BNCC conforme o ano e a disciplina. As orientações incluem a redução de comandos, destaque em negrito para verbos principais, sinalização de itens importantes em vermelho, uso de imagens claras, coloridas, simples, direcionadas de modo a não desviar o foco da atividade; além de comandos objetivos como "marcar um X", "circular" e "ligar". Essas práticas promovem organização e rotina, permitindo o aumento gradual da complexidade dos conteúdos de acordo com o desenvolvimento do aluno.

Vale salientar que apenas o uso de imagens não garante uma adaptação eficaz. As imagens devem ser selecionadas de acordo com o propósito da atividade de modo a colaborar com o foco. Além disso, os comandos precisam ser claros, diretos e simples, considerando os termos empregados.

A terapia ocupacional pode observar e atuar nas demandas relacionadas às adaptações, auxiliando a equipe pedagógica na estruturação, na modificação e na aplicação de atividades por meio de orientações e treinos. A Resolução nº 500 do Coffito (2018), que normatiza a atuação do terapeuta ocupacional no contexto escolar, apresenta atribuições desse profissional relacionadas à pesquisa, como mostrado no Quadro 1.

Quadro 1: Relação das ações da equipe de terapia ocupacional no contexto e a Resolução nº 500 (Coffito, 2018)

Ações da equipe de terapia ocupacional no contexto

Resolução nº 500 (Coffito, 2018)

Criação da cartilha para orientação das adaptações de atividades, com exemplos baseados na grade curricular da BNCC.

II – Colaborar nos processos de acesso, permanência e conclusão dos estudantes em todas as modalidades, etapas e níveis de ensino.

III – Mediar os processos de implantação e implementação das adaptações razoáveis e/ou ajustes com o estudante, no ambiente e/ou na tarefa/ocupação visando o desempenho ocupacional do estudante no contexto escolar.

Orientação à professora sobre a construção do PEI para o aluno com TEA.

IV – Colaborar para a implantação e implementação do Plano de Desenvolvimento Individual do estudante.

Troca de informações com a equipe pedagógica e os profissionais do Centro sobre as especificidades do aluno e orientações.

XII – Garantir a interlocução com os colaboradores da escola, famílias, estudantes e especialistas externos.

Participação em formação continuada no Centro e orientações à professora e ao profissional de apoio.

XIII – Participar dos processos de formação continuada de toda comunidade educativa.

Como observado no quadro, a atuação da terapia ocupacional buscou conformidade com a Resolução nº 500 (Coffito, 2018), promovendo a troca de informações entre os profissionais da escola e do Centro de Inclusão, a criação da cartilha e a orientação de profissionais. Esse trabalho colaborativo visa favorecer a inclusão educacional de alunos com TEA e surdez.

De acordo com Manzini (2020), no trabalho Comunicação Alternativa: confecção de pranchas, orientações e adaptações de atividades em época de covid-19, destaca-se a importância da criação de cartilhas para facilitar a disseminação de determinados temas. Esse material tem como objetivo promover o acesso à compreensão do conteúdo, apresentando-o de forma clara, objetiva e ilustrativa. Além disso, a confecção de cartilhas pode ser direcionada a diversos públicos-alvo, como professores, estudantes, profissionais da saúde, familiares e a sociedade em geral, buscando tornar a informação mais acessível e garantir que o público compreenda e consiga aplicar as ações propostas no material.

Conclusão

Este trabalho teve como objetivo relatar a experiência de discentes do estágio supervisionado em Terapia Ocupacional, sob a orientação de uma professora supervisora e terapeuta ocupacional, na construção de uma cartilha sobre a adaptação de atividades no contexto escolar. A cartilha visou auxiliar a professora na elaboração de atividades para um aluno com TEA e surdez matriculado na rede municipal de ensino.

O relato busca destacar a importância do terapeuta ocupacional no ambiente escolar, contribuindo para os diálogos cotidianos, processos e adaptações que promovam a melhor inclusão do aluno com TEA e surdez no contexto educacional. A construção da cartilha demonstrou ainda ser uma estratégia valiosa para apoiar professores e contribuir para práticas pedagógicas mais inclusivas, destacando a importância do trabalho interdisciplinar na garantia de um ambiente educacional mais acessível.

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Publicado em 19 de fevereiro de 2025

Como citar este artigo (ABNT)

SARMANHO, Ana Paula Santos; SANTOS, Eduarda Evelyn Oliveira dos; SANTA BRÍGIDA, Liz Maria Siqueira. Confecção de cartilha educativa para adaptações de atividades de uma criança com transtorno do espectro autista e surdez. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 7, 19 de fevereiro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/8/confeccao-de-cartilha-educativa-para-adaptacoes-de-atividades-de-uma-crianca-com-transtorno-do-espectro-autista-e-surdez

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