Léxico, Lexicografia e a tradução em Libras: aspectos linguísticos da língua e seus diferentes meios de registros
Bárbara Eloah Lopes
Bacharela em Tradução e Interpretação-Letras/Libras (UFES), técnica em Tradução e Interpretação em Libras na E. E. E. M. Professor Fernando Duarte Rabelo
Juliana Tereza Correia Bená Zacché
Bacharela em Tradução e Interpretação-Letras/Libras (UFES), graduada em Pedagogia (Faculdade de Educação de Vitória), técnica em Tradução e Interpretação de Libras na E.E.E.M. Arnulpho Mattos, docente da Prefeitura Municipal da Serra/ES
Maria Eduarda Pimenta de Oliveira
Bacharela em Tradução e Interpretação-Letras/Libras (UFES), integrante do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos (Gipes/UFRGS) e do Círculo de Estudos Indisciplinares com Línguas de Sinais (Ceilis/UFES)
Rafael Monteiro da Silva
Doutorando em Linguística (UFES), mestre em Educação Bilíngue de Surdos (INES/RJ), especialista em Libras (CESV); licenciado em Letras - Português/Inglês (Famart), graduado em Pedagogia (Facibra)
Ao longo dos anos, muito se tem pesquisado a respeito das diversas estruturas gramaticais da Língua Brasileira de Sinais (Libras), bem como a respeito de tudo que envolve o seu desenvolvimento e a sua produção. Trata-se de uma língua legítima brasileira, de acordo com a Lei n° 10.436 (Brasil, 2002) e seus decretos, além de tantos outros estudos voltados à língua e à sua estrutura. Com o passar dos anos, a evolução acadêmica e as diversas pesquisas acerca da Libras, grandes nomes foram ganhando notoriedade. Com isso, parte importante dessa construção de base linguística traz estudos do léxico e de seus contornos, assim como a sua ampliação. Como estamos falando de uma língua gestual e visual, a ampliação do entendimento do léxico não pode estar relacionada às palavras, mas aos sinais e aos seus desdobramentos, bem como à sua relação com os neologismos e com as outras estruturas, diretamente ligadas à sua representação abstrata.
Os estudos voltados ao léxico tiveram início nas pesquisas de Stokoe (1960) de fonética e a fonologia. Ele fez com que o mundo observasse as línguas realizadas por meio dos sinais com o propósito de validar a existência de uma estrutura gramatical. Anos mais tarde, essa realidade começa a fazer parte da Libras por meio de pesquisas realizadas no Brasil com um olhar gramatical e os estudos linguísticos de uma língua com modalidade especifica (Ferreira-Brito, 1998; 2010). Alguns anos depois, a existência de referências lexicais voltadas à Libras (Felipe, 1998; 2006) foi avançando e se aprofundando como processo de formação de palavras e também empréstimo linguístico (Quadros; Karnopp, 2004).
Para essa realidade, podemos considerar uma abordagem bilíngue sob a qual os surdos brasileiros se encontram nas escolas e na sociedade. Bem como os ouvintes falantes do Português, aqueles que têm contado com a Libras são diretamente afetados por uma modalidade de língua diferente. Com isso, desenvolvem essa expansão lexical não apenas relacionada ao seu mundo natural de linguagem verbal e não verbal, mas aos sinais, aos gestos e às expressões que remontam outros sentidos para essa língua em termos de produção e comunicação.
Esta pesquisa tem a intenção de propor uma reflexão acerca da intenção de compreender, a partir da interferência da modalidade de produção da Libras, um passeio pelos conceitos e suas relações estruturais com a Libras na intenção de não ser uma simples afirmação, mas um caminho a se considerar na compreensão de conceitos que em determinado momento conseguem se fazer claros e em outros são extremamente complexos e abstratos.
O léxico e suas propriedades
Ao longo dos anos, grandes pesquisadores evidenciaram os aspectos que caracterizam a evolução da linguagem humana, buscando relacioná-la ao expressivo desenvolvimento social. Segundo Faulstich (1997) é a partir da formação e da organização do que conhecemos como gramática que nasce a terminologia e a construção lexicográfica. O léxico é um elemento fundamental para a utilização da língua e da linguagem, pois ele desempenha a junção do vocabulário com a semântica terminológica. O léxico relaciona a criação de significados nos termos em seus determinados espaços de utilização.
As propriedades do léxico devem ser analisadas como sinais que embasam a representação de objetos que podem obter várias formas e diversas interpretações. Nos últimos anos, os estudos linguísticos não têm se concentrado particularmente nas especificidades do léxico. No entanto, essas especificidades são importantes na formação semântica, relacionando o processo de significado e significante na língua, pois o léxico é o conjunto semântico dado a uma determinada informação, inteiramente ligado aos nossos conhecimentos e aos nossos recursos cognitivos com o uso correto de cada palavra e/ou termo linguístico.
Independentemente dos sistemas que utilizamos para adquirir quaisquer idiomas, o conjunto lexical é registrado cognitivamente e utilizado de forma adequada ao contexto e/ou à terminologia. Todavia, as pesquisas que elucidam como guardamos e utilizamos corretamente os léxicos têm sido insuficientes, quando consideramos o léxico como propriedade da memória. As entradas lexicais são literalmente direcionadas aos estudos neurolinguísticos. Assim, a capacidade de memorização que possuímos está firmada nos processos de cognição. Para Biderman (1996), armazenar e recuperar sinais decodificados se constitui na mensagem de como os colocamos em prática, por isso é uma ação do cérebro humano.
Tudo leva a crer que o léxico se estrutura de tal forma que permita a recuperação muito rápida, instantânea mesmo, das palavras que o integram. Com certeza, uma das propriedades constitutivas da unidade lexical, e que possibilitam a sua recuperação no acervo da memória, é a frequência da palavra (Biderman, 1996, p. 28).
No Brasil, os falantes das línguas orais e/ou de línguas de sinais colocam em uso apenas parte dos compostos lexicais aprendidos pelo sistema escolar, os quais são identificados como vocabulários. Contudo, o vocabulário pode ser um subconjunto das expressões em um e/ou mais grupo de pessoas, independentemente do idioma, da faixa etária, da região ou do tempo histórico. Uma das heranças do Império Romano, a Língua Portuguesa, chegou ao Brasil no ano de 1500. Desde então ela vem sofrendo transformações que marcam a identidade do povo brasileiro. Essas transformações são refletidas no que hoje é conhecido como “português brasileiro”, vindo da interação entre imigrantes e povos nativos. No entanto, deve-se considerar que as diferenças entre os falares das comunidades brasileiras realçam marcas no povo e nenhuma delas deve ser mais exaltada do que a outra.
Embora no Brasil a língua falada seja o Português, ela apresenta particularidades de cada contexto, com traços específicos que constatam que a língua é viva e está em movimento. Os principais responsáveis são os próprios falantes. Entendemos que se deve uma atenção especial às regras normativas da gramática da Língua Portuguesa, pois elas embasam o idioma, direcionando seu estudo e possibilitando a inclusão de novos conhecimentos que compõem determinados campos.
Outros caminhos encontrados são os neologismos, a criação de novas palavras e/ou a ressignificação de palavras já existentes. Percebe-se uma extensão do conjunto lexical, hoje, o qual nos deixa ainda mais criteriosos em termos de escolhas de termos para a utilização no dia a dia. Quemada (1971) declara que a vivacidade de uma língua no mundo contemporâneo está diretamente ligada a uma inevitável necessidade neológica, visto que a criatividade lexical (Alves, 1984) enriquece a língua e as culturas modernas. Como uma parcela lexical, o neologismo é considerado uma unidade lexical de criação, um sintagma que não faz parte do sistema linguístico, porém atribui às palavras já existentes um conceito semiótico, semântico e fonológico novo.
Uma língua que não conhecesse nenhuma forma de neologia seria uma língua morta e, em suma, a história de todas as nossas línguas constitui a de sua neologia. [...] Assim, neologismo constitui uma unidade lexical de criação recente, uma acepção nova que se atribui a uma palavra já existente ou, então, um termo recentemente emprestado a um outro código linguístico. [...] Ao ser criado, o neologismo deve ser integrado ao sistema de uma língua. Esta integração deve obedecer aos critérios ortográficos, fonológicos e morfossintáticos desse idioma (Alves, 1984, p. 119).
Assim, as relações sociais são responsáveis pela ampliação lexical, pois em cada contexto surgem diferentes discursos que contribuem para novos conceitos. Somente quando o elemento neológico se consolida como usual que ele passa a ser caracterizado como léxico, uma vez que sua compreensão se constitui em um campo semântico. Somente a partir disso que cada aspecto lexical pode ser definido e registrado em um dicionário e/ou glossário. Os lexicógrafos atribuem ao léxico a sua usabilidade e aceitabilidade linguística. O léxico, em algum momento, deve ser visto como um legado semântico/pragmático de uma língua, entretanto deve ser compreendido também como herança cultural passada de geração a geração. O léxico é característico da identidade de um povo que, de um modo dinâmico, vai sendo criada por uma interação de diferentes elementos geográficos, ambientais, sociais e outros fatores externos sob uma perspectiva antropológica, afetando os modos de ser, pensar e agir de uma pessoa. A sua contemporaneidade vem se adaptando a algumas novas necessidades de uso e se organizando como unidades complexas, adequando-se aos registros (dicionários) com o passar dos anos. Isso posto, a língua vai se reinventando e se ressignificando como comunicação, tesouro sociocultural de um povo.
Léxicos e sinais
Observando as constantes mudanças na língua e considerando-as como processos naturais da linguagem, podemos compreender que o conjunto de expressões usadas no dia a dia passa por variações. Essas transformações são responsáveis por construírem períodos importantes para a humanidade, caracterizando e individualizando grupos que as usam, pois orientam faixas etárias, grupos sociais, culturas e comunidades, como as comunidades surdas. Sob esse ponto de vista, os estudos linguísticos voltados aos estudos das línguas de sinais inferem que os recursos de ampliação lexical, como acontecem nas línguas orais, não interferem nos grupos sinalizantes, pois esses empréstimos linguísticos são percebidos como práticas secundárias em relação aos processos dos sujeitos surdos com outras línguas.
Surdos e ouvintes – brasileiros, por exemplo – compartilham traços culturais de sua nacionalidade comum, além, claro, de outros traços culturais. O fato preponderante que gostaríamos de destacar é que, embora configurem comunidades linguísticas distintas, estão em permanente contato. Assim, é provável que haja influência de uma língua sobre a outra. Libras e português, contudo, são línguas de diferentes modalidades, cujos respectivos sistemas linguísticos apresentam formas peculiares de apreensão da realidade. [...] Esse conjunto de fatores aponta para a possibilidade de uma ampla influência do português sobre a Libras (Rodrigues; Baalbaki, 2014, p. 1.097).
No Brasil, pesquisadores observaram que esses procedimentos que utilizam a formação de sinais como meio de contribuição para o enriquecimento lexical da Libras e para o desenvolvimento cultural da comunidade surda são propriedades morfológicas que estruturam os léxicos com o objetivo de transmitir valor semântico às suas unidades gramaticais, seja por palavras ou por sinais. Contudo, esses estudos se embasam nas identificações de significados por conhecimentos fonéticos e fonológicos. As composições dos sinais são estritamente analisadas pelos parâmetros primários da língua de sinais: configuração de mão, movimento e locação (Quadros; Karnopp, 2004). Assim, pertencente às categorias lexicais das línguas de sinais, o léxico ou os sinais têm como responsabilidade a formação e a criação de novos significados, encarregando-se das combinações dos morfemas.
Stokoe procurou demonstrar que as línguas de sinais possuem tanto um léxico de sinais que denotam os mesmos tipos de relações, ações e coisas que as palavras, como um sistema de quiremas, uma coleção de traços contrastantes, relativamente sem sentido e visivelmente distinguíveis que se combinam para compor os morfemas desse léxico (Rodrigues; Baalbaki, 2014, p. 1.104).
Nas línguas orais esse desenvolvimento se dá pela dependência de um sufixo ou de um prefixo para a flexibilização dos significados da raiz. Já nas línguas de sinais esse processo não tem uma relação dependente do sufixo ou do prefixo das palavras, mas acompanha as unidades mínimas, tendo a intensidade do movimento ou a especificação do espaço do sinalizador como definitivos.
A estrutura dos sinais é complexa e apresenta algumas propriedades que não são encontradas nas línguas orais. No entanto, como em qualquer língua, seja ela oral ou sinalizada, os vocábulos são organizados para a compreensão de terminologias e significações específicas. Esse conjunto de palavras/sinais é composto de: soletração manual (alfabeto), núcleo, léxico nativo (classificadores) e léxico não nativo. A soletração manual não é uma representação direta da Língua Portuguesa, mas trata-se de uma representação ortográfica do léxico, envolvendo uma sequência de configurações de mão que correspondem à sequência de letras escritas no alfabeto latino. Logo, alguns surdos sinalizantes soletram palavras do Português para introduzir uma palavra técnica que não tem sinal equivalente.
A derivação acontece no Português quando se acrescenta ou se substitui um elemento (morfema) para a modificação de sentido. Já na Língua Brasileira de Sinais (Libras) a derivação acontece quando um sinal já existente pode criar um sinal novo. Na língua de sinais para essa distinção acontecer a derivação de nomes e verbos passa por mudanças a partir dos movimentos, possibilitando um processo de formação de novos compostos. Não obstante, a língua de sinais, quando passa por mudanças predicáveis, continua seguindo regras morfológicas e fonológicas que se firmam de forma definitiva como léxicos.
Então, o léxico da Libras, assim como o léxico de qualquer língua, é infinito no sentido de que sempre comporta a geração de novas palavras. [...] Por exemplo, a Libras não tinha um sinal para o conceito “linguística” até há poucos anos. À medida que os surdos foram se inteirando do que se faz em Linguística, do que significa linguística, houve a necessidade de se gerar um sinal para esse conceito. O sinal Linguística não é a soletração da palavra em português, porém tem um vestígio de empréstimo porque a configuração de mão escolhida é L (apenas os dedos polegar e indicador estendidos), uma configuração própria da Libras que costuma representar a letra “L” no alfabeto manual. Este sinal é realizado com as duas mãos, palmas para baixo com o polegar de uma mão quase tocando o da outra, na frente do busto, fazendo os movimentos de rotação positiva e de translação retilínea para os lados (Ferreira-Brito, 1998, p. 30).
Refletindo acerca da funcionalidade da língua de sinais e das línguas orais, observa-se que os empréstimos da Língua Portuguesa (no Brasil) resultam em novas concepções lexicais. Entretanto, muito mais que considerar as influências ouvintes das línguas de sinais, deve-se exaltar a renovação e a criação gramatical da própria comunidade surda que tem um importante papel sociocultural e identitário. Quão valioso é ser capaz de permitir novas estruturas gramaticais e relacionais aos sinalizantes surdos e àqueles que se inserirem aos interesses e causas dos sujeitos surdos de forma sensível.
Compreendendo a noção de Lexicografia
Lexicografia é a Ciência que se dedica à criação de dicionários e aos seus registros, podendo ser glossários e/ou outros meios de registro. No Brasil, a Academia Brasileira de Letras criou a Comissão de Lexicografia, que ampliou os propósitos que definem a Lexicografia como “a arte de fazer um dicionário e por Lexicologia a ciência que estuda e descreve o léxico de uma língua”. Segundo Salviano (2014), o conceito de Lexicografia é “a ciência responsável pelo desenvolvimento de métodos e técnicas de produção das obras dicionaristas na sua variedade de formas, sendo elas, monolíngues, bilíngues, semibilíngues, escolares, gerais, infantis”.
Os dicionários desempenham uma função além da simples resolução de questões ortográficas, de separação silábica e/ou de significados. Entre suas diversas utilidades têm a responsabilidade de documentar e preservar o legado sociocultural de uma língua.
Talvez, de todas as atividades linguísticas, [...] a que está mais intimamente relacionada com a vida humana em seus mais variados aspectos e a que mais serviços oferece para a comunidade. [...] O lexicógrafo deve saber tudo. Embora seu trabalho seja, essencialmente, gravar itens lexicais, geralmente palavras e seu significado, devemos considerar, como pano de fundo, o sistema político, econômico e sociocultural da comunidade linguística em todos os seus aspectos. Na maioria dos casos, o lexicógrafo deve ocupar-se, além da língua, de uma série de especialidades extralinguísticas: desde a eletrônica, passando pelo esporte, culinária, automobilismo, cabeleireiro, medicina etc. (Haensch; Wolf. 1982, p.12).
O lexicógrafo não se limita apenas a catalogar as palavras e as regras de uma língua em um dicionário. É importante que conheça muito bem os usuários dela, incluindo conhecer a sua cultura, o que chamamos de especialidade extralinguística.
A importância da Lexicografia para Libras
A Lexicografia para Libras é uma área de estudo que se dedica a compilar e descrever o vocabulário da língua de sinais. A Libras é uma língua visual-espacial, pois utiliza gestos, expressões faciais e corporais para se comunicar. Isso faz com que a Lexicografia para a Libras seja um desafio único. Existem diversas iniciativas em andamento para compilar dicionários de Libras. Algumas dessas iniciativas são feitas por pesquisadores acadêmicos, enquanto outras são feitas por organizações da sociedade civil. A Libras é a língua utilizada pela comunidade surda no Brasil e a representação gráfica que habitualmente se dá por meio de imagens em dicionários impressos ou meio digital.
O primeiro dicionário em língua de sinais surgido no Brasil foi a Iconographia dos signaes dos surdos-mudos, de Flausino da Gama (1875). O dicionário continha 382 verbetes ilustrados, classificados por meio de indexação semântica e estampas que mostravam uma descrição verbal equivalente aos verbetes listados. Diversos outros dicionários em Libras foram surgindo ao longo dos anos. Atualmente, existem diversos dicionários impressos e digitais espalhados por todo o país elaborados por meio da utilização basicamente de imagens.
Figura 1: Capa de Iconographia dos signaes dos surdos-mudos, de Flausino José da Gama
Outra obra que pode ser mencionada é Linguagem das mãos, de Eugênio Oates (1969). O dicionário continha 1.258 sinais e seu conteúdo continha sinais de alfabeto manual, verbos, substantivos, cores, homem e família, alimentos e bebidas, animais, o mundo e a natureza, religião, o tempo, regiões do mundo (alguns países, nacionalidade), estados brasileiros (territórios federais e capitais), vestuário e acessórios, esportes, jogos recreativos, antônimos e números.
Figura 2: Capa de Linguagem das mãos, de Eugênio Oates
Fonte: https://www.editorasantuario.com.br/livros/interesse-geral/lingua-das-maos
Pode-se citar também a série denominada Livro ilustrado de língua brasileira de sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez, de Márcia Honora e Mary Lopes Esteves Frizanco, revisado por uma surda, Flaviana Borges de Silveira Saruta. O dicionário foi publicado em 2009 e seu conteúdo continha 1.247 sinais, dentre alfabeto manual, números, calendário, identidade, família, documentos, pronomes, lugares, natureza, cores, escola, casa, alimentos, bebidas, vestuário e objetos pessoais, profissões, animais, corpo humano, higiene, saúde, meios de transporte, meios de comunicação, esportes, instrumentos musicais, verbos, negativos, adjetivos, localidades e países/continentes. Não se pode deixar de mencionar o Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue: língua de sinais brasileira (2001) que hoje é um dos mais utilizados. De autoria de Fernando César Capovilla e Walkíria Duarte Raphael e ilustrado por Silvana Marques, o dicionário contém 9.500 sinais que apresentam os léxicos alfabeto manual, numerais, verbos, adjetivos, substantivos (comuns, abstratos e concretos), advérbios e pronomes (pessoais, possessivos e interrogativos), além de conter o significado dos sinais e a representação quirêmica, além de trazer a escrita visual no sistema Sign Writing (um sistema que permite ler e escrever qualquer língua de sinais sem a necessidade de tradução para uma língua oral).
Há ainda os dicionários digitais, como o Dicionário Online do INES, organizado por diversos profissionais surdos, filólogos, lexicólogos e linguistas. O arquivo possui cerca de 8 mil sinais em formato de vídeo e em ordem alfabética. Está disponível em CD e tem acesso gratuito pela internet. O dicionário bilíngue foi criado em 1997, com base no vocabulário digital da Língua Brasileira de Sinais, ofertando os sinais em forma de desenho e em formato de vídeo para que haja compreensão total da sinalização, assim como das expressões e da aplicação em frases.
Entre outros materiais que podem ser listados há o Glossário de Libras, realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, um material usado e divulgado para todo o território brasileiro por meio digital, bastante utilizado pelos cursos de Letras/Libras no Brasil e que pode ser encontrado em diversas plataformas de streams, entre elas diversos canais de Libras onde pode ser acessado um vasto acervo linguístico entre apresentação de sinais, seus significados e exemplos de utilização.
A lexicografia da Libras é um campo de estudo em constante evolução que busca reunir e descrever o vocabulário da língua de sinais utilizada pela comunidade surda brasileira. Ainda há muitas questões em aberto nesse campo, mas as iniciativas em andamento mostram que há um esforço conjunto para melhorar a compilação de dicionários de Libras e deixá-los cada vez mais acessíveis aos seus usuários.
Léxico e Libras
Inicialmente, para tentarmos compreender o conceito de léxico voltado para a Libras, necessariamente precisávamos entender o significado de léxico. Hoje, podemos dar início a essa compreensão refletindo acerca da proposta de unidades que se constituem em determinada língua e estão sujeitas a novas palavras e novas estruturas formando-se a partir de neologismos ou de novos conceitos e significados.
Para embasar [...], recorre-se em primeiro lugar aos estudos de Carone (1997). A autora define que a Lexicologia estuda as unidades lexicais, ou seja, unidades gramaticais que constituem uma língua. Assim, não há como afirmar que os usuários de uma língua a conhecem completamente, já que novas palavras surgem com o passar do tempo; a língua é viva, vocábulos podem surgir ou desaparecer (Silva Junior, 2018, p. 62).
Podemos compreender que o léxico não se resume a palavras ou a sinais de uma língua. Ele é abstrato e engloba toda forma de expressão da linguagem (verbal ou não verbal) como sistema dinâmico em constante expansão. Com o tempo, novas palavras surgem para expressar ideias ou objetos antes inexistentes, enquanto outras palavras podem cair em desuso ou desaparecerem do cotidiano. Essa constante renovação do vocabulário reflete o fato de que a língua é viva e acompanha as mudanças culturais e tecnológicas da sociedade. Sendo assim, o léxico vai se renovando com o passar do tempo e de acordo com as nossas experimentações e interações em sociedade.
Considerando o conceito de léxico aplicado à Libras, tomaremos como referência o trabalho de Quadros e Karnopp (2004) na obra Língua Brasileira de Sinais: estudos linguísticos. As autoras exploram a estrutura do léxico em Libras, abordando questões fundamentais que permitem entender a organização e a composição lexical dessa língua visual-espacial. Elas apresentam uma proposta detalhada da formação do léxico em Libras, discutindo como os sinais são estruturados e como eles se relacionam entre si na construção do significado. De acordo com as análises de Quadros e Karnopp, a base do léxico em Libras envolve não apenas a representação visual dos sinais, mas também sua construção semântica, sintática e cultural, refletindo as especificidades da comunidade surda. As autoras exemplificam as diferentes categorias de sinais e ilustram como a formação de novos sinais é influenciada pela necessidade comunicativa da comunidade, destacando como o léxico em Libras evolui para atender às demandas da expressão linguística e social.
Figura 3: Composição do léxico
Fonte:https://periodicos.ufms.br/index.php/papeis/article/view/6276/5880, Quadros e Karnopp (2004).
No léxico não nativo, como apresentado na Figura 3, encontram-se palavras em Português que são soletradas manualmente.
Padden (1983) ao analisar o léxico da ASL propõe uma estruturação de núcleo-periferia: no núcleo, estão os sinais nativos que obedecem a todas as restrições de boa formação dos sinais; em direção à periferia, encontram-se os sinais estrangeiros (léxico não nativo), composto por sinais que obedecem a certas restrições articulatórias; no extremo da periferia, situa-se o vocabulário estrangeiro que se conforma minimamente às restrições da língua [...] Vale apresentar também a concepção trazida por Castro Júnior (2014) sobre a soletração manual ou datilologia como constituinte do léxico nativo da Libras. A datilologia, também conhecida como alfabeto manual, se diferencia do sinal soletrado ou da soletração rítmica, que corresponde ao uso das CM do alfabeto manual. Para o autor, a datilologia não é apenas um mecanismo alternativo utilizado quando não se tem sinal correspondente na tradução de uma linguagem oral para uma língua de sinais (Santos, 2017, p.47-49).
Como acontece nas línguas orais, encontramos nas línguas de sinais a ocorrência de empréstimos linguísticos.
O sinal é formado, portanto, pela combinação desses parâmetros. Felipe (2006) diz que os processos de formação de palavras na Libras podem ocorrer por meio de modificações por adição à raiz, de modificação interna da raiz, de processos de derivação zero, de processos de composição e de processos miméticos. Nos artigos que citamos da autora, não se faz referência a empréstimos linguísticos, nem se enfatiza o tema renovação lexical, foco deste trabalho. Citação do artigo que usamos para a disciplina (Rodrigues; Baalbaki, 2014, p. 1106).
Ademais, o léxico da Libras é composto pelos parâmetros fonológicos: a locação, o movimento, a configuração de mão, a orientação de mão e as expressões não manuais.
Os sinais que utilizam classificadores como léxico nativo, formam um outro componente no léxico das línguas de sinais. [...] Um aspecto específico da modalidade do léxico da língua de sinais é o sistema separado de construções com classificadores que participam densamente na formação de novas palavras (Quadros; Karnopp, 2004, p. 88-93).
Outra categoria que podemos trazer para essa reflexão é o conceito de classificadores e seu uso para as línguas de sinais.
Diz respeito aos diferentes modos como um sinal é produzido, dependendo das propriedades físicas específicas do referente que ele representa. Essas construções representam características físicas como tamanho e forma, ou comportamento e movimento, o que confere grande flexibilidade denotativa e conotativa aos sinais (Santos, 2017, p. 49).
Compreende-se que os parâmetros da Libras viabilizam a criação e a execução de sinais, desempenhando papel crucial na ativação dos processos linguísticos em várias camadas. O processo de formação de palavras, segundo Quadros e Karnopp (2004), se dá pelo processo de derivação e flexão. Os processos derivacionais na Libras se manifestam por meio das combinações de aglutinação e incorporação. Na aglutinação ocorre a organização dos elementos quando um é adicionado ao outro por meio de um sistema de concatenação. Na incorporação, componentes constituintes são integrados dentro do próprio sinal. Ademais, a flexão em Libras é realizada por meio de movimentos, expressões faciais e outros parâmetros da língua.
O léxico para a Libras pode variar regionalmente em diferentes regiões do Brasil, usando sinais ligeiramente diferentes para representar os mesmos conceitos. Essa variação regional é comum em línguas de sinais ao redor do mundo. Sendo assim, o léxico para a Libras está em constante evolução, assim como o léxico de qualquer outra língua. As línguas são dinâmicas e se adaptam às mudanças na sociedade, na cultura e nas tecnologias.
A tradução em Libras utilizando essa estrutura lexical
A tradução em Libras refere-se ao processo de converter informações de uma língua oral, como o Português, para a Libras que é uma língua visual-gestual utilizada pela comunidade surda no Brasil. A tradução em Libras desempenha um papel significativo na promoção da inclusão e da acessibilidade, garantindo que as pessoas surdas tenham igualdade tanto na informação como na possibilidade de participação social.
A distinção entre tradução e interpretação reside nessa abordagem, na necessidade de um texto escrito para a tradução, enquanto a interpretação concentra-se nas interações orais. Embora as definições compartilhem semelhanças, a tradução e a interpretação em Libras não são equivalentes. A tradução ocorre quando o profissional dispõe de um documento prévio com o conteúdo a ser traduzido, proporcionando tempo suficiente para compreender e analisar as informações apresentadas, realizando pesquisas e consultando dicionários e glossários. Em contraste, a interpretação ocorre de forma simultânea ou consecutiva à medida que as informações são transmitidas. Durante vários anos, tem havido uma presença significativa de trabalhos relacionados à tradução e/ou interpretação entre Libras e Língua Portuguesa nos domínios educacionais e linguísticos.
Mais especificamente, a área da tradução de língua de sinais no Brasil se estabelece a partir da criação dos cursos de Letras-Libras, em 2006 e, como consequência, ganha espaço no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, na UFSC. No curso de Letras-Libras, todos os materiais foram traduzidos para a Libras, envolvendo equipes de tradução com a presença de tradutores surdos e intérpretes de língua de sinais. Os tradutores sentiram a necessidade de estabelecer estratégias para a realização das traduções do Português escrito para a Libras (Quadros; Segala, 2015, p. 356).
Na tradução, o responsável tradutor possui o registro em mãos, podendo ser em formato escrito, áudio ou vídeo e com livre acesso, estando apto a definir o seu próprio ritmo de trabalho, retornando ou adiantando o texto. Diante de problemas de tradução, os tradutores recorrem a dicionários ou a outros tradutores com mais tempo.
Na Libras, assim como em outras línguas, existem diferentes modos de traduções que atendem a contextos específicos: Tradução de Textos (envolve a tradução de materiais escritos, como documentos, artigos e livros), Tradução Audiovisual (integra a tradução de elementos visuais e auditivos, como vídeos, filmes e programas de televisão), Tradução Teatral ou Artística (envolve a adaptação de peças teatrais, performances artísticas e eventos culturais para a Libras, garantindo que a expressividade e a mensagem artística sejam preservadas) e Tradução Educacional (realizada em contextos educacionais, o que abrange a tradução de aulas, as apresentações e outros materiais didáticos para facilitar o aprendizado de estudantes surdos). Além disso, Quadros e Segala (2015) citam três tipos de tradução: intermodal, intersemiótico e interlinguístico. Eles afirmam que:
A tradução de um texto em Libras (língua visual-espacial) para um texto em português (língua oral-auditiva) ou vice-versa, envolve, é uma tradução interlingual permeada pela tradução intersemiótica e a tradução intermodal [...], mais especificamente, essa tradução que implica efeitos de modalidade [...]. A questão da visibilidade também é uma questão que deve ser levada em conta, pois um tradutor que está trabalhando em um texto escrito pode estar fazendo isso usando o seu pijama, mas o tradutor para a Libras, precisará se produzir e se apresentar adequadamente de acordo com o texto alvo (Quadros; Segala, 2015, p. 359, 363).
Sendo assim, o tradutor intermodal, intersemiótico e interlinguístico precisa estar familiarizado com as duas línguas relacionadas às suas expressões culturais e suas articulações em modalidades distintas. A ausência de conhecimento ou falta de fluência pode comprometer as traduções.
A tradução em Libras desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão e na quebra de barreiras comunicativas entre a comunidade surda e a ouvinte. O tradutor de Libras se desafia não apenas a transpor as barreiras linguísticas, mas também a capturar a riqueza cultural e expressiva dessa língua visual-gestual, assegurando assim que os sinais sejam maneiras de registro, repassados adiante e por meio de divulgação para alcançar novos olhares e pessoas. A tradução para Libras é a eficácia e a materialização dos sinais e das palavras existentes no léxico dos falantes e usuários, tanto da Libras quando do Português, principalmente no léxico da comunidade surda presente na sociedade e se firmando cada vez mais como produtores de conhecimento e conteúdos, bem como no léxico de estudantes e pesquisadores acadêmicos, necessitando assim, de dicionários, glossários, terminológicos, sinais termos, empréstimos linguísticos (tanto de chegada quanto de saída), neologismos e novos sinais que mostrem possibilidades de novas realidades para a língua.
Considerações finais
Podemos, assim, concluir que este trabalho procurou refletir acerca da importância de um recurso de ampliação/renovação lexical mostrando como ele pode influenciar no processo de entendimento e de aplicação do conceito de léxico. Também observamos a importância da compreensão do registro desses sinais, seja por catalogação ou explicação. Quanto à lexicografia, ela está presente no processo de aquisição de novas palavras, sinais e estruturas de uma língua, assegurando seu uso em meio a comunidade de falantes ou novos aprendizes de uma língua que se diferencia pela modalidade.
A partir dessa compreensão do léxico, interagimos com suas ramificações categóricas, como com a ideia de lexicografia cujo princípio nos permite entender a dimensão do léxico, sua abstração e sua importância para a relação da palavra com a língua gestual-visual, sinais que formam as frases e seus significados para a Libras.
Neste texto, compreendemos a importância de se registrar a língua por meio do dicionário e do glossário de sinais, levando-se em consideração a existência de regionalismos na produção desses sinais, jamais apontados como erros, mas entendidos como novas realizações dessa língua em uso, língua que desempenha o papel de comunicação de uma comunidade, tendo em seus registros um meio de legitimação linguística, ainda que sujeita a constantes estados de modificação, seja por neologismos, ressignificações, novas estruturas ou por meio de influências de empréstimos linguísticos.
Por fim, neste trabalho refletimos acerca da tradução em uma modalidade de língua que tem como meio de interação uma modalidade visual/gestual/espacial, ou seja, realizações apenas feitas em uma língua específica com essa modalidade e não em outras línguas orais, por exemplo.
Esta pesquisa visa ser um material a somar com pesquisas nas áreas da educação e de aquisição do conhecimento voltadas para a Libras. Destacamos que esta pesquisa não teve como interesse criar tipologias para empréstimos e nem mesmo focar em uma determinada situação ou fenômeno que ocorre na língua, mas refletir acerca da existência e da expansão do conceito de léxico, não apenas de um léxico voltado para as palavras, mas de um léxico voltado para os sinais.
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Publicado em 19 de fevereiro de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
LOPES, Bárbara Eloah; ZACCHÉ, Juliana Tereza Correia Bená; OLIVEIRA, Maria Eduarda Pimenta de; SILVA, Rafael Monteiro da. Léxico, lexicografia e a tradução em Libras: Aspectos linguísticos da língua e seus diferentes meios de registros. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 7, 19 de fevereiro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/7/lexico-lexicografia-e-a-traducao-em-libras-aspectos-linguisticos-da-lingua-e-seus-diferentes-meios-de-registros
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