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Aprendendo com quem estuda
Leonardo Soares Quirino da Silva
Programa da SBPC leva especialistas às escolas
Manhã de terça, dia 26 de abril, no auditório do Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, no Andaraí, Rio de Janeiro. Na plateia, cerca de 40 estudantes do 2o e do 3o anos do Ensino Médio atentos para ouvir a palestra O Brasil no século XX- Pequenas mudanças, grandes negócios, da professora Esther Kuperman, do Colégio Pedro II e uma das participantes do programa SBPC vai à escola.
O objetivo do programa é justamente facilitar e estimular o contato entre cientistas e alunos do ensino médio do estado. No site, há informações sobre como a escola tem que fazer para participar.
Esther foi uma das sócias que atendeu ao pedido de propostas de palestras feito pela regional da SBPC. Atualmente, o programa oferece 78 palestras organizadas em seis áreas principais.
Na semana anterior, a professora esteve no Colégio Estadual Pedro Jacinto Teixeira, em Saracuruna, Duque de Caxias (RJ), para apresentar sua outra palestra, Oriente Médio: mocinhos ou bandidos. Ela declarou que a experiência em Seropédica foi muito comovedora:
- Você imagina, 150 alunos na quadra de uma escola. Não se ouvia o suspiro de uma mosca. Todo mundo absolutamente atento e as perguntas foram dez. Eu saí de lá emocionadíssima.
Balanço parcial
Atualmente o programa está em sua segunda etapa, iniciada em março de 2006. A primeira foi de 2000 a 2004, tendo havido uma interrupção em 2005.
Segundo o coordenador do programa, professor João Canalle, foram realizadas 25 palestras até a metade de abril. Outras 350 foram agendadas até o momento.
Os temas mais pedidos, ainda segundo Canalle, são sobre drogas, sexualidade e aquecimento global. Entre estas, ele cita a palestra "Ficar Com", "Ficar" e "Ficando" e "Namorar", da doutora em psicologia Jacqueline Cavalcanti Chaves, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estácio de Sá. Jacqueline também é pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e a Adolescência Contemporâneas (Nipiac) da UFRJ.
Essa resposta deixa o professor satisfeito, pois o grande número de pedidos significa que o programa está atendendo a demanda de se levar especialistas para falar nas escolas de ensino médio, que era uma das ideias do professor José Leite Lopes.
A demanda da sociedade parece que realmente é muito grande e persistente. Escrevendo provavelmente na época do lançamento do programa, em 2000, Leite Lopes citava que havia mais de 50 pedidos.
Inspirador do programa
O físico pernambucano também foi o inspirador do programa. Em dois artigos publicados no site do programa, Leite Lopes fala da importância de os cientistas levarem seu conhecimento para o ensino básico como um todo.
O professor defendeu em seus artigos que os professores universitários não fizessem palestras sobre suas pesquisas para os alunos do ensino básico, mas também avaliassem e escrevessem material didático, tanto para o ensino superior quanto para o básico.
Leite Lopes acreditava que a intensificação do programa geraria resultados positivos em longo prazo, ao atingir os futuros cientistas, empresários, políticos, técnicos e engenheiros do país em sua fase de formação.
A opinião de Esther sobre o programa parece concordar com Leite Lopes:
- Essa coisa de você pegar a academia e levar para a escola - que é o momento em que se dá a formação do indivíduo - é muito legal. Você dá uma outra dimensão à academia. É como se você estivesse dividindo mais, socializando mais o saber.
9/5/2006
Publicado em 09 de maio de 2006
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