Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

CE Olavo Bilac – “Mais que uma escola, um lar”

Leonardo Soares Quirino da Silva

Fundado em 1943 com o nome de Escola Agulhas Negras, o atual Colégio Estadual Olavo Bilac se tornou uma instituição da cidade de Resende.

Como diz a atual diretora, professora Ana Maria Rodrigues Santos, todo mundo de destaque na cidade estudou no Olavo Bilac. Entre os ex-alunos do colégio há médicos, militares e políticos, como o atual prefeito e pelo menos um de seus concorrentes na última eleição.

Para conhecer a história do colégio é preciso conversar com sua memória viva, a professora Sônia Maria Nogueira. Sônia produziu dois trabalhos de fôlego nesse campo. O primeiro é o livro com a história e com depoimentos de ex-alunos e ex-professores, lançado no jubileu de ouro da escola. Nas comemorações dos 60 anos, em 2005, Sônia escreveu outro livro, que trata principalmente das comemorações.

Sônia, que é coordenadora pedagógica do curso técnico de contabilidade, parece ser a encarnação do slogan vencedor do concurso para a festa no ano passado. Seu amor pelo colégio faz com que ela diga que só sai de lá para o Alto dos Passos, o cemitério mais tradicional da cidade. Com algumas e breves interrupções, a professora está no Olavo Bilac desde 1958, quando entrou no jardim de infância.

Ela, contudo, não está sozinha. Seu colega de primário, Alberico Campos Filho, atualmente é professor de educação física do Olavo. Outro caso é o da professora Sônia Florenzano, também ex-aluna do colégio.

O amor que alunos e ex-alunos dedicam à escola faz que seja fácil conseguir apoio da comunidade para atividades como os jubileus e obras para a recuperação do Colégio.

Da Escola Agulhas Negras ao C.E. Olavo Bilac

Com a decisão do exército de iniciar a construção da nova escola militar em Resende, no final dos anos 1930, era necessário se construir uma infraestrutura para receber os militares e operários responsáveis pelas futuras instalações.

Assim, em 1943, fundou-se a Escola Agulhas Negras, para os filhos dos funcionários das obras. Essa escola está na origem do atual colégio Olavo Bilac.

O primeiro prédio era um barracão de madeira, com três salas de aula. Na equipe, uma diretora e três professoras que davam aulas para turmas de 1a a 4a séries. Depois, a escola foi transferida para o antigo prédio da Prefeitura Militar.

Em 1945, começaram as obras do prédio atual, que terminaram em 1948. As instalações foram construídas em parceria entre o Governo do Estado e o então Ministério da Guerra, atual Comando do Exército.

Sônia explica que a construção do Grupo Escolar Olavo Bilac, primeiro nome do colégio, foi necessária para atender á demanda das famílias que vinham para trabalhar na Academia.

Para a professora, a mística em torno do colégio vem dessa época. Como o prédio era novo e o corpo docente ficou conhecido como excelente, o grupo logo virou uma referência em Resende.

Por isso, nas décadas de 1950 e 1960, o Olavo Bilac fazia parte da trajetória de estudos que todos os pais da cidade desejavam para seus filhos. Primeiro, as crianças deveriam entrar para o Jardim de Infância e continuar o primário no Olavo. Depois, fazer o ginásio na Escola Municipal de Resende, hoje Colégio Estadual Marechal Souza Dantas.

O fim desse percurso seria em escolas particulares. Os rapazes deveriam fazer o científico ou o clássico no Colégio Dom Bosco. As moças iriam para o curso normal do Colégio Santa Ângela.

A oferta do ensino médio no Olavo Bilac só começou em 1986.

Outro fator que talvez explique sua fama é a continuidade das políticas administrativas garantida pela longa permanência no cargo das diretoras. A que ficou mais tempo foi justamente a primeira, professora Maria Dulce Freire Chaves. Ela dirigiu a escola de 1948 até 1966. O segundo lugar é da atual diretora, que vem sendo reeleita desde 1993.

No início dos anos 1960, funcionou por um curto período uma escola técnica de comércio. Essa experiência serviu de base para, em 1989, a diretora da época, professora Lucy Avellar, pleitear junto à Secretaria de Educação a implantação de curso técnico noturno em contabilidade. A primeira turma entrou em 1990.

Por conta disso, segundo Sônia, o Olavo Bilac foi a primeira escola da região a oferecer jantar para os alunos. Ela observa que as merendeiras dos três turnos brigavam para preparar um cardápio variado para os alunos. Entre elas se destaca dona Ignácia de Souza Vieira, uma das personalidades que ajudaram a construir o imaginário da escola.

Colégio hoje

Atualmente a escola tem cerca de 1,5 mil alunos do 1o segmento ao pós-médio em contabilidade. Também são oferecidos curso de inglês, pré-vestibular e preparatório para os concursos das Forças Armadas.

O colégio também é a escola pólo da Coordenaria Regional da Região do Médio Paraíba III. Ele dispõe de centro de telemídia, que recebe diretores, professores e pessoal administrativo para cursos de atualização, como o Pró-Gestão. No Olavo também fica a biblioteca-pólo da coordenadoria.

Segundo Ana Maria, a clientela da escola vem de todos os bairros da cidade bem como de outros distritos e municípios da área da coordenadoria.

Além da qualidade do ensino, a diretora da escola fala que a localização central da escola é outro fator de atração, porque há farta oferta de transporte e porque fica na área que tem o comércio mais sofisticado da cidade, o bairro de Campos Elíseos. Esta característica é especialmente interessante para os alunos.

Segundo Ana Maria, o corpo discente é composto por pessoas de diversas origens sociais. Ela observou que as famílias de classe média costumam colocar seus filhos na escola para aproveitar a qualidade do ensino e poder, com a economia, pagar cursos como os de inglês. Para as famílias de baixa renda, entrar para a escola é sinal de status.

Publicado em 06/06/2006

Publicado em 06 de junho de 2006

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.