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A Cor da Cultura

Karlan Hansen

Entrevista com Ana Paula Brandão

Antes de ser sancionada a lei 10.639 (2003), que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileiras nas escolas, nos níveis de Ensinos Fundamental e Médio, um pequeno grupo de intelectuais e artistas apresentou à TV Globo um projeto que previa a produção de uma série de minidocumentários para a televisão, sobre personalidades negras e a importância delas para a história e a cultura do Brasil. O projeto foi encaminhado ao Canal Futura, onde foi reformulado para atender a enorme demanda dos professores por capacitação, material didático e fontes de pesquisa nesse campo do conhecimento.

Dessa maneira, nasceu A Cor da Cultura, um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira que, no primeiro semestre deste ano, foi implantado em sete estados brasileiros - São Paulo, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul -, capacitou 4 mil professores e distribuiu 2 mil kits educativos para escolas e movimentos sociais.

A coordenadora geral do projeto, Ana Paula Brandão, da Fundação Roberto Marinho, nos recebeu para uma conversa em que falou sobre a história de A Cor da Cultura, seus objetivos e sobre a necessidade de, a partir do poder multiplicador dos professores que passaram pela capacitação, discutir o racismo no Brasil.

Você, que está no projeto desde a origem, poderia nos contar como foi essa história?

O projeto partiu de um sonho de um grupo de pessoas, mais particularmente de três pessoas em especial: Vânia Santana (historiadora), Antônio Pompeu (ator), Pilar (Luiz Antônio Pilar, diretor de televisão da TV Globo). Partindo de alguns materiais impressos, como por exemplo, o livro Quem é Quem na Negritude Brasileira, eles perceberam que ninguém sabe que aquelas pessoas são negras, nem, muitas vezes, qual a importância delas para a história e a cultura do Brasil. Assim, eles resolveram fazer uma série de documentários sobre isso. Inicialmente, pensaram num projeto que fosse audiovisual e que fosse destinado às escolas brasileiras.

Em 2003, a ideia foi apresentada para a TV Globo que a encaminhou para o Canal Futura. E aqui, no Canal, o projeto ganhou essa dimensão que tem hoje. Ele foi repensado e estruturado na ideia dos minidocumentários que eles tinham - a gente fez 56 programas de televisão e mais o kit educativo. Então, esse material todo foi produzido a partir da união dessas três pessoas e de mais outras tantas que foram se juntando.

E quanto aos outros parceiros, como eles chegaram ao projeto?

Quando o projeto veio para cá, a gente formalizou a parceria entre TV Globo, Canal Futura, Secretaria Especial de Políticas para Igualdade Racial (SEPPIR) - vinculada à Presidência da República -, Petrobras - que é a patrocinadora - e o Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro - que é essa ONG da qual fazem parte aquelas três pessoas.

Esses parceiros, então, começaram a gestar o projeto. Existe um comitê gestor, formado por um membro de cada um dos parceiros e é responsável por tudo o que acontece, cada centavo gasto é discutido no comitê.

O objetivo inicial era produzir programas para serem exibidos no Canal Futura?

... E que fossem, depois, distribuídos nas escolas. O projeto sempre teve essas duas direções. A Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura têm essa tradição de fazer produtos que, depois, sejam utilizados nas escolas, por isso esse projeto também foi pensado nessas duas frentes: exibição em tevê e produção de kit. Durante o ano de 2005, a gente fez a produção dos programas e a exibição dos mesmos e, depois, começamos a produzir o kit e a implementação, que começou em março deste ano.

Você quer dizer, a capacitação de professores...

Exatamente. A implementação consiste em capacitar os professores, a partir do kit, que contém: três cadernos do professor, fitas VHS com os 56 programas de televisão, um miniglossário, um CD musical e um jogo. Ele é implementado nas escolas com as secretarias municipais de educação em sete estados. Nossa logística pensa sempre na capital e em duas ou três cidades no entorno. Fizemos parceria com os municípios por causa do ano eleitoral.

Como acontece essa aproximação com as secretarias municipais?

Por exemplo, fomos para São Paulo, e assim estamos trabalhando com São Paulo Capital, Diadema, Santo André e Campinas. Fomos lá, fizemos uma apresentação do projeto para os secretários municipais, para todas as representatividades e para o MEC. E eles gostaram do projeto - nenhum município recusou, pelo contrário, muitos outros municípios querem. A gente é que não tem muito fôlego para cumprir isso tudo! Depois, a gente marca a capacitação, que é de 40 horas: três dias, num primeiro momento, depois, um acompanhamento e uma visita de oito horas cada.

É nesse momento do processo que vocês estão, não é?

Exatamente. Os professores já estão usando os kits e nós estamos, agora, no acompanhamento, no dia do encontro de oito horas. Esse é um dia de troca de experiências, de ouvir, de tirar dúvidas, de municiar os professores com mais informações e, depois, em setembro, nossa previsão é que faremos a visita às escolas.

Como vocês selecionaram as escolas que participam do projeto?

Isso fica a cargo das secretarias municipais. A gente só escolheu os estados, a capital e as cidades do entorno. O diferencial, acredito eu, do nosso projeto é que a gente estabelece uma relação especial com as secretarias. Não é uma relação apenas de comando ou, simplesmente, burocrática. Eles são cogestores do projeto. Eles têm as mesmas responsabilidades que nós temos. Inclusive, financeiras. Dividimos tudo. Nós formamos, em cada secretaria um grupo gestor do projeto, em que eles são os interlocutores das escolas, e eles têm as informações necessárias - eles estão no comando.

Vocês contam com uma equipe de quantas pessoas para o trabalho de capacitação?

Temos por volta de 40 pessoas formadas e treinadas para esse trabalho, pela Fundação Roberto Marinho e pelos parceiros. Quando a gente faz essa parceria com as secretarias, a secretaria fica responsável por mandar os professores, oferecer o espaço e dar as condições para que eles estejam naquela sala. A gente leva o material e as pessoas.

O objetivo, basicamente, é capacitar os professores para a utilização do kit?

É. Existe a lei 10.639, que foi a primeira lei assinada pelo presidente Lula, em janeiro de 2003, mas a gente sabe que, de cima para baixo, as coisas não funcionam. Temos que começar da base. Tem que ser ensinado história da África, história afro-brasileira nas escolas etc., só que os professores não têm esse conhecimento, nem as universidades, nem as faculdades de história, só algumas delas tem uma disciplina sobre África. Isso está começando a mudar agora. Por isso, os professores tinham uma demanda enorme por material e por informação. O projeto inteiro foi pensado, justamente, com esse cuidado. Esse é um material onde o professor pode sair da capacitação e já usar direto na sala de aula.

O MEC, por exemplo, tem uma formação a distância, muito interessante, que vai começar agora, com 20 mil professores no Brasil todo. É uma formação mais teórica, mais organizada, mais estruturada, para o professor. O projeto do Canal Futura é mais prático. Ele tem informação teórica? Tem! Mas a teoria é trabalhada de tal forma que ela seja adaptável e de fácil gestão pelo professor.

O professor chega, pega o material, já percebe e planeja sua aula, muito rapidamente. Essa foi a nossa intenção. A gente precisava de uma coisa que fosse rápida, o que não quer dizer que ela não seja de qualidade. Pelo contrário, é de muita qualidade, muito organizada, mas é uma informação rápida e usável.

Durante a gestação desse projeto, na criação desse material todo, tivemos a consultoria de muitas pessoas: desde profissionais e intelectuais das universidades até pessoas do movimento social que trabalham com isso e já têm o conhecimento! Na verdade, o movimento negro, o movimento social, existe no Brasil há muito tempo e é muito bem estruturado. O que estamos fazendo é uma ponte entre esse grupo que já está organizado e já tem um pensamento e o professor que está lá na linha de frente, e, muitas vezes, não tem o conhecimento. Quando a gente vai para os locais, a gente leva essas pessoas, de preferência, pessoas que sejam daquela localidade para que, depois, a ponte, a rede fique estabelecida.

Eu gostaria que você falasse sobre suas impressões pessoais, como é a reação dos professores, o que você tem percebido?

A nossa metodologia, que já existe no Canal Futura, foi adaptada a esse projeto. Como toda metodologia ela tem que ser organizada conforme os seus públicos. E ela tem sido muito bem-aceita, porque a gente está trabalhando no viés da afetividade. Porque esse é um tema muito doloroso. Quando a gente fala de preconceitos, a gente fala de sentimentos, aqueles sentimentos mais profundos, aqueles que você esconde. Tem até uma campanha que pergunta: "onde é que você guarda o seu racismo?" A gente guarda, esconde, não é?

São sentimentos que afloram, tensões muito latentes. Por isso, a gente estrutura toda a capacitação não sendo agressiva ou mostrando o que é óbvio. Entendemos que existe racismo, reconhecemos que existe racismo e o que a gente faz é tentar trabalhar. Esse é o nosso viés: sabemos que o que acontece, temos uma diferença enorme de classe, temos um componente histórico que é importante, determinante para essa condição social precária de 50% da população brasileira. Isso é um dado. Um dado que todo mundo sabe, que é visível, mas o que é que a gente faz, então? O projeto é sobre isso: "o que a gente faz, então?".

Então?

Então, o que fazemos é trabalhar isso junto com o aluno e com o professor em sala de aula. Mostrar como fazer, quais os caminhos, quais são os atalhos para ele chegar ao aluno. Toda nossa capacitação é pensada nesse víeis, de se aproximar professor e aluno. E é, por isso, que ela está sendo muito bem-sucedida, acredito eu. Os professores estão saindo muito felizes. Quando a gente retorna aos municípios, volta todo mundo. Eles não estão obrigados a estarem ali, não é? Mas eles voltam! Estão lá, ávidos por ter informação, brigam quando alguma coisa não dá certo. Eles estão muito interessados!

Qual o público (alunos) que vocês pretende alcançar?

Estamos trabalhando, nesse momento, com professor, de preferência de Ensino Fundamental. Mas também trabalhamos com professor de Ensino Médio e com Educação Infantil e, também, com movimentos sociais. Fomos com a ideia de trabalhar só com Ensino Fundamental, nesse momento, mas a necessidade impôs que fosse ampliado um pouco, então, têm algumas atividades que são paralelas e bem interessantes.

Por exemplo?

Em Porto Alegre, onde tem uma rede de ensino superestruturada, estamos capacitando gestores da rede para serem, eles próprios, capacitadores de seus corpos docentes. Trabalhamos lá com Educação Infantil também. Em Santo André, vamos fazer o mesmo, e em Campinas também. Estamos criando estratégias conforme a necessidade e também conforme a quantidade de kits de que dispomos, que não é muita, mas estamos multiplicando...

Existem perspectivas de se produzir mais kits?

O MEC está reproduzindo 1.000 kits e estamos vendo como ajudar na distribuição. Temos uma expectativa de que o Ministério da Cultura e a Fundação Palmares também façam mais uma quantidade. Existe uma possibilidade de renovarmos o projeto ainda este ano. E, se renovado, a gente vai continuar reproduzindo kits.

Vocês começaram com sete estados. Caso o contrato seja renovado, pretendem ampliar o número de estados, também?

Nosso plano não é expandir muito para outros estados, talvez incluir mais um estado na nossa lista. Mas queremos ampliar as redes internas do próprio estado. Existe demanda para outros municípios. Não temos muita perna e não queremos fazer o trabalho que é dos governos. Estamos aqui para complementar, para ajudar, para trabalhar junto. A gente não tem a expectativa de dar conta do país todo, porque não é a nossa função.

Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Acho importante a gente ter noção de que o projeto não é isolado, ele é um projeto que é dos movimentos sociais, da iniciativa privada e, também, do Governo Federal. Ele não é um projeto da Fundação Roberto Marinho, é um projeto desses parceiros que, por sua vez, foram incitados a participar por lideranças do movimento social. Lideranças que têm quarenta, cinquenta anos de luta. A gente estava em Salvador (BA) - na 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (Ciad) - reverenciando, e o mundo todo reverencia o Abdias (Abdias do Nascimento), que participou do projeto A Cor da Cultura. Ele é, talvez, um dos quatro maiores líderes vivos do movimento social, e, aqui, no Brasil, ele passa, praticamente, em brancas nuvens, sem fazer trocadilho.

O projeto nasce de uma necessidade que se faz latente.Ele vem para cumprir essa tarefa, ainda que, num primeiro momento, a gente pense que é uma tarefa pequena - são, por volta de dois mil kits, quatro mil educadores - se você pensar na repercussão que isso tem e em todas as atividades em volta do projeto... Se fizermos uma conta simples, cada educador desses trabalha com uma turma de 30 alunos, multiplica-se isso; são 120 mil alunos, no Brasil. Fora outras atividades, imprensa mostrando, anúncio no jornal falando sobre o projeto, assim, vai se criando um ambiente favorável para se discutir.

Na verdade, a gente quer discutir. É preciso entender que existe racismo no Brasil, que não vivemos numa democracia racial, nunca vivemos... Então, a gente precisa discutir isso. Não quer dizer que a gente tenha que partir para o enfrentamento. É, simplesmente falar, a gente não pode ser invisível, negar que existe essa invisibilidade com relação ao negro. Essa é a intenção do projeto.

Kits educativos

Cada um dos kits educativos do projeto conta com três cadernos para professores com dicas de utilização do conteúdo

Volume 1 - Modos de Ver: caderno de textos que abordam a questão da desigualdade racial e social, reflexões sobre o ensino da história da África e dos africanos no Brasil, os patrimônios afro-descendentes, relações raciais no Brasil, etc.

Autores:

  • Marcelo Paixão, Coordenador do Observatório Afro-Brasileiro e Professor de Economia da UFRJ;
  • Mônica Lima, Professora com especialização em História da África;
  • Nelson Olokofá Inocêncio, Professor do Instituto de Artes da Universidade de Brasília e Diretor do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros - NEAB;
  • Raul Lody, antropólogo e museólogo;
  • Maria Aparecida Silva Bento, Diretora Executiva do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert);
  • Eliane Cavalleiro, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro da Universidade de São Paulo, membro do Programa de Educação do Geledés - Instituto da Mulher Negra - e Coordenadora-geral de Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação;
  • Azoilda Loretto da Trindade, professora da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e da Universidade Estácio de Sá.

Volume 2 - Modos de Sentir: caderno de metodologia com conceitos e princípios que servem de base para o trabalho (postura de reconhecimento, atitudes que devem ser desenvolvidas e incentivadas), os programas e os materiais do kit, como utilizar a metodologia (planejamento e acompanhamento do trabalho) e reflexões sobre os diferentes tipos de atividades propostas.

Volume 3 - Modos de Interagir: caderno de atividades com exercícios sobre valores e referências afro-brasileiras (memória, ancestralidade, religiosidade, musicalidade, etc.), marcos cronológicos da História Africana e Afro-americana, entre outros. No material, os professores encontram sugestões de atividades pedagógicas que podem ser utilizadas em sala de aula.

Glossário Memória das Palavras

Sendo o Brasil a nação com a segunda maior população negra do planeta, e consequentemente com a marca dos africanos e de seus descendentes em sua formação, é natural que muitas palavras usadas no dia-a-dia tenham origem na África. Para entender o significado de algumas delas, foi criado o Glossário Memória das Palavras, com a definição de 206 palavras de origem africana, como Angu, Babá, Cafofo, Ginga, Maracutaia, Mochila, Patota, Ranzinza e Axé. Algumas palavras conservam seu sentido original, e muitas outras, dependendo das regiões e das comunidades, ganham novos significados.

CD "Gonguê - a herança africana que construiu a música brasileira"

Levando em consideração que a música sempre foi a herança mais visível que os negros africanos escravizados trouxeram para o Brasil, o CD Gonguê, produzido e composto por Fernando Moura e Carlos Negreiros, traz uma seleção de 16 músicas com ritmos característicos de estados de Norte a Sul do Brasil, que apresentam influência africana. O material é bem didático e a intenção é que os alunos, ao escutarem as músicas, (re)conheçam os diferentes ritmos de seu país e a sua herança africana.

Gonguê é o nome de um instrumento musical de tradição africana e produz um som seco e surdo, semelhante ao agogô. No encarte do CD, professores e alunos ainda poderão aprender sobre outros instrumentos de vime, couro, madeira, metal e outros materiais combinados. São eles: Caxixi, Caembe, Pandeirão, Alfaia, Xequerê, Marimba, Surdo, Reco-Reco de mola, Ganzá de metal, Agogô, Chocalho, Atabaque, Berimbau, Cuíca, Calimba, Tamborim, Ganzá de Bambu e Pandeiro.

Jogo educativo "Heróis de Todo Mundo"

Heróis de Todo Mundo é jogado por até seis pessoas - que escolhem um peão dentre 30 personalidades afro-brasileiras - em um tabuleiro, dividido em áreas de influência ou "Casas de Poder", referentes às profissões ou áreas de destaque das personalidades: Artes; Literatura; Esportes; História; Ciência e Tecnologia; e Religião. O jogador deve percorrer as 18 casas, respondendo as perguntas das diversas áreas e, após uma volta completa, ele enfrenta mais duas casas rumo à Galeria de Heróis que lhe garante a vitória.

As personalidades em destaque são: Alejadinho, Zumbi dos Palmares, Jackson do Pandeiro, Pixinguinha, Adhemar Ferreira da Silva, Chiquinha Gonzaga, Milton Santos, Mário de Andrade, Cruz e Souza, Lima Barreto, Machado de Assis, Lélia Gonzalez, Leônidas da Silva, André Rebouças, entre outros.

Oito fitas VHS

Nas fitas estão reunidos episódios produzidos por cinco séries do Canal Futura especialmente para o projeto A Cor da Cultura. São eles:

Livros Animados (3 fitas VHS, com 10 episódios):

A série Livros Animados produziu 10 programas especialmente para o projeto A Cor da Cultura. O objetivo é incentivar a leitura, por meio da animação das ilustrações de obras escritas por autores negros ou com temas ligados à história e à cultura afro-brasileiras.

  1. O Menino Nito e Menina Bonita do Laço de Fita;
  2. Bichos da África 1 e 2;
  3. Capoeira, Jongo e Maracatu & Os Reizinhos do Congo;
  4. Contos Africanos & Como as Histórias se Espalharam pelo Mundo;
  5. Ifá, o Advinho;
  6. A Botija de Ouro & O Presente de Ossanha;
  7. Ana e Ana & Pirilampeia e os Dois Meninos de Tatipurum;
  8. Bruna e a Galinha D'Angola & Berimbau;
  9. O filho do Vento;
  10. O Menino Inesperado & Lili, a Rainha das Escolhas.

Nota 10 (1 fita VHS, com 5 episódios):

No programa Nota 10, a escola é mostrada como ela é: com a vivacidade das conversas entre alunos, com a relação entre alunos e professores e com o envolvimento de todos que participam do dia-a-dia da educação. Esta série especial para o projeto A Cor da Cultura vai focar nos conteúdos da cultura afro-descendente brasileira.

  1. África;
  2. Material Didático;
  3. Igualdade de Tratamento;
  4. Corpo;
  5. Religiosidade e Cultura.

Mojubá (2 fitas VHS, com 7 episódios):

O Programa Mojubá produziu também uma série com sete documentários de trinta minutos de duração, sobre as religiões de matriz africana. Os telespectadores vão assistir a imagens gravadas no Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A história dos quilombos e de outros valores da negritude, presentes na cultura brasileira, será contada de forma lúdica e informativa.

  1. Origens;
  2. Fé;
  3. Meio Ambiente e Saúde;
  4. Influências;
  5. Literatura e Oralidade;
  6. Quilombos;
  7. Comunidades e Festas.

Ação (1 fita VHS, com 4 episódios):

O apresentador Serginho Groisman vai mostrar organizações não-governamentais que estão realizando experiências exemplares no combate ao preconceito racial e na valorização da cultura afro-brasileira.

  1. Escola Criativa de Olodum, em Salvador;
  2. Comunidades Quilombas;
  3. Cinema e teatro como ferramentas de inclusão social. Participação de Milton Gonçalves, Adriana Lessa e Jéssica Sodré;
  4. Educação, voluntariado e geração de renda para promover a inclusão social. Participação de quatro jovens negros envolvidos em ações sociais nas comunidades.

Heróis de Todo Mundo (1 fita VHS, com 30 Heróis):

Com uma linguagem ficcional que mistura elementos documentais, cada interprograma desta série relata a vida e ressalta a importância de uma pessoa negra do passado, seja nos cenários cultural, histórico, político e científico do Brasil. Essa personalidade ganhará corpo por intermédio da encenação de uma personalidade viva que tenha sido influenciada pela vida ou trabalho desta figura histórica.

Serão, portanto, dois "heróis" por episódio e, usando uma criteriosa pesquisa de imagens, será mostrada a biografia deste personagem e porque ela é considerada hoje uma referência. Recursos de computação gráfica vão permitir, inclusive, que cada um deles interaja com esses grandes nomes do passado.

Auta de Souza representada por Taís Araújo, Machado de Assis por Paulo Lins, Tia Ciata por Leci Brandão, Adhemar Ferreira da Silva por Robson Caetano, Paulo da Portela por Neguinho da Beija-flor, Zumbi dos Palmares por Martinho da Vila e Mãe Aninha por Chica Xavier são alguns dos nossos heróis.

Leia também: Projeto A Cor da Cultura - Experiências, de Sheila Conceição Silva Lima

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1/8/2006

Publicado em 01 de agosto de 2006

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