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Museu do Índio

Karla Hansen

Tem índio na Internet

Imagem da página inicial do site
http://www.museudoindio.org.br

Basta digitar a palavra índio, no site de busca Google, para ver surgir um sem-número de ocorrências e destinos. Mas como um leigo pode saber onde encontrar conteúdo confiável sobre os índios brasileiros num mar de opções? A dica é acessar o primeiro destino da lista. Nesse caso, não é pura falta de conhecimento. Ao contrário, é a opção mais indicada, pois se trata do site do Museu do Índio, que, além de trazer informação de qualidade, já que o museu é uma instituição de referência nacional no tema, tem uma programação visual que cativa os olhos e desperta interesse para explorar seus domínios.

O site se divide em nove seções, a começar por uma apresentação institucional do Museu do Índio, que está localizado num casarão do século 19, tombado pelo Patrimônio Histórico, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Logo na apresentação, encontramos as credenciais que atestam a credibilidade dessa fonte de informações: para quem não sabe, o museu foi criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, em 1953, e é a única instituição oficial do país exclusivamente dedicada às culturas indígenas.

Ainda na introdução, percebe-se que nesse site, como em outros semelhantes de museus brasileiros, tudo converge para que o visitante virtual faça uma visita, de corpo presente, ao local. Para isso, traz um mapa que situa o museu e os horários de visitação, indicações de como chegar, o preço da entrada (R$ 3, de terça-feira a sábado, entrada franca aos domingos e todos os dias para estudantes da rede pública de ensino), como agendar visitas escolares etc.

Mas logo se descobre que não é só isso. E ainda que esteja desatualizado - a última atualização é de 2001, o que invalida as seções de notícias e a agenda com a programação de exposições e eventos -, o site se sustenta e de fato vale que seja explorado, em especial pelas seções "Dicionário", "Pesquisas", "Imagens", "Crianças" e "Outros sites".

Recorrendo ao dicionário básico de línguas indígenas no Brasil, por exemplo, pode-se, com um simples clique, traduzir palavras e expressões da língua portuguesa para diversas línguas e dialetos indígenas. Assim, ao escolher, por exemplo, a letra A e, em seguida, "água corrente", descobre-se que a expressão corresponde a xõrõwã, na língua caritiana, da família ariquém, do tronco tupi. Dependendo dos recursos do computador do visitante virtual, pode-se, também, ouvir a pronúncia original de muitas das palavras e expressões indígenas.

Já a seção "Pesquisas" é o ponto forte do site, afinal, museus são, genericamente, centros que guardam acervos para pesquisa. E, no Museu do Índio virtual, a seção atende tanto profissionais como estudantes de diversos níveis de formação. Em seu acervo, podem-se acessar os catálogos da Biblioteca Marechal Rondon, que possui cerca de 16 mil obras, entre livros, documentos, teses, periódicos e folhetos sobre etnologia indígena e áreas afins. Além da biblioteca, o acervo é composto de arquivo textual e dos acervos de material audiovisual e etnográfico e uma listagem com todos os grupos indígenas existentes no Brasil, além de sua localização, por estado. É um tanto difícil o sistema de busca adotado pela pesquisa, mas, com paciência e persistência, pode-se chegar a resultados satisfatórios.

Mas irresistíveis mesmo são as seções "Criança" e "Imagens". A primeira traz uma ilustração de uma aldeia indígena em que a criança pode clicar em seis diferentes áreas. Em "Histórias", elas conhecerão uma adaptação do mito dos índios baicaris, do Mato Grosso, na lenda "Como o sol e a lua foram morar no céu". Em "Brincadeiras", podem aprender como meninos e meninas indígenas se divertem com "a brincadeira do sapo Taroké", dos índios tucanos (AM) e com "o jogo do Uiraçu (gavião)", dos índios canelas (MA). Os mais curiosos contam, ainda, com cerca de 20 temas diferentes, escritos em linguagem clara e objetiva, sobre diversos aspectos da história e da cultura indígenas. Para complementar e aprofundar a pesquisa, o estudante tem, nessa seção, links para o acervo de imagens do próprio site e para os da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Enciclopédia da Amazônia (Amazonlife).

Já a seção de imagens compõe-se de três subdivisões: uma galeria de fotografias, todas em preto-e-branco, que registraram cenas do cotidiano e de rituais de sete povos, outra de imagens raras, também composta por fotografias que mostram as expedições da Comissão Rondon, no fim do século 19 e início do século 20, e, por fim, as imagens do filme Excursão às nascentes do Xingu, realizado em 1944.

De olho na sustentabilidade econômica dos povos indígenas, o site também reserva um espaço para exibir a loja Artíndia, que também funciona como uma mostra de peças do museu, mas que estão à venda. São cestos, máscaras, adornos corporais, como brincos e braçadeiras, bonecos, instrumentos musicais e mais uma série de peças de cerâmica, madeira, plumas de pássaros, entre diversos objetos dos mais variados padrões, já que eles procedem de diferentes culturas.

Para finalizar e, ao mesmo tempo, ampliar o raio de possibilidades de descobertas do universo indígena, não saia do site do Museu do Índio sem conhecer a seção "Outros sites". Somente sobre índios, são 13 sugestões incríveis, como o site do Instituto Socioambiental (ISA), que vale uma próxima visita e, num dia desses, algumas distintas linhas neste "Site da Vez"!

Publicado em 01 de agosto de 2006

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