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Porque os candidatos ao Governo do Rio devem pensar muito em Educação
Mara Lúcia Martins
Candidatos expõem suas ideias sobre o que fazer para melhorar a Educação no nosso estado
Todos os candidatos ao Governo do Estado do Rio de Janeiro são unânimes em dizer que a maior preocupação deles é com a violência que devasta nosso estado. Há tanta preocupação em relação a este assunto que alguns dizem que qualquer dia estaremos presos em casa e os ladrões soltos. Para resolver um pouco esse estado de emergência seria preciso, depois de tratar da saúde - com hospitais funcionando e com medidas profiláticas -, tratar da educação, um caso quase igual ao tratamento de uma doença.
Só a educação será capaz de modificar os rumos mais pessimistas que o estado está predestinado a tomar caso não invista nesta área e consiga, assim, dar uma qualidade de vida melhor para os menores com alimentação, instrução, esporte etc. A preocupação com a qualidade de ensino deve ser primeiramente com o ensino em si. Não adianta o candidato se preocupar com, por exemplo, a inclusão digital se não há merenda na escola e muito menos prédios para abrigarem os estudantes que precisariam estar em atividade durante o dia inteiro.
Modelos que deram certo
Para tanto, os candidatos precisariam se inspirar nos vários modelos que deram certo como os Cieps, que na época de Leonel Brizola eram muito bem-organizados e abrigavam meninos com sede de aprendizagem e vontade de passar o tempo nas várias atividades oferecidas, ou pensar nas escolas que avaliadas no Prova Brasil (43 mil escolas foram avaliadas no Brasil) - maior teste já realizado no país com alunos da rede pública de ensino -, que encontrou pérolas como escolas do interior do estado do Rio de Janeiro que são exemplo de qualidade e atraem profissionais que se empenham ao máximo em prol do bem comum.
Essas escolas, como a Escola Municipal Barão do Amapá, localizada no Quarto Distrito de Duque de Caxias - está entre as cinco melhores escolas do país e tirou terceiro lugar em Língua Portuguesa e quinto lugar em Matemática no Prova Brasil -, são um exemplo de competência e dedicação tanto dos administradores quanto dos professores que ali estão instalados para sustentarem, acima de tudo, um ideal.
Assim, os candidatos poderiam seguir esses exemplos e tornarem esse bem precioso que é a educação no maior desafio, possível de ser realizado, e acabar com as mazelas que atraem a violência. A seguir veja algumas propostas de alguns dos candidatos ao governo do nosso estado.
Sérgio Cabral (PMDB)
Para o candidato fazer campanha para estudantes é muito fácil. Cabral é o criador da Lei do Passe Livre que permite que estudantes andem de graça nos ônibus para poderem ir e voltar das suas escolas.
O candidato pretende construir novas escolas de ensino médio na Zona Oeste, subúrbio e Região Metropolitana. "Vamos investir em uma educação pública de qualidade e para isso temos que ampliar as opções dos jovens criando uma matrícula diurna e não só noturna; vamos investir na tecnologia que conquistamos nos últimos anos já que a qualificação é uma exigência do mercado de trabalho", assim define sua plataforma em relação à Educação.
Marcelo Crivella (PRB)
Crivella, após a posse, pretende adotar um plano de emergência para a recuperação física da rede de ensino, dignificando o corpo de professores e auxiliares - em médio prazo, será aplicado um plano mais abrangente de reestruturação. Segundo o candidato, em seu governo, "os professores serão ouvidos, bem como a comunidades e educadores, para examinar em convenção estadual, os rumos da política educacional no estado, inclusive a inconveniência de recuperar e levar a termo, estendendo-a a toda rede, o projeto de ensino em tempo integral". Marcelo pretende mexer no plano de cargos e salários para docentes com avaliação por mérito.
Denise Frossard (PPS)
A candidata Denise Frossard anunciou como "prioridade absoluta" o estabelecimento de uma nova escala salarial, que premie os profissionais do ensino. "Firmei compromisso com a autonomia financeira e administrativa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) em contrapartida ao desempenho de seus indicadores de qualidade. O contrato de gestão é novidade que pretendo estender às outras unidades do estado", acrescentou.
A candidata comentou que implantará, progressivamente, o horário integral em todas as escolas e creches do Governo do estado, implementará cursos de alfabetização no sistema prisional, criará um programa de concessão de bolsas para alunos que não podem pagar e selecionará um grupo de escolas que servirão de modelo para as demais unidades do estado. Ela afirmou que fará parcerias com as administrações municipais para melhorar a educação fluminense.
Quanto ao quadro de diretores e professores hoje existente, Denise disse que facilitará o acesso de professores por concurso público e escolherá diretores através de sistema de provas e títulos. "Desenvolverei, pelo estado, cursos de especialização em gestão de escolas para diretores. Os cursos terão duração de seis meses. Os primeiros beneficiados serão os que já estão no comando das escolas", assegurou, acrescentando que, eleita, fará uma avaliação dos diretores atuais para decidir quem permanece. "Criarei cursos profissionalizantes a partir de parcerias com estruturas comerciais e industriais. Além disso, quero implantar um sistema de treinamento e qualificação de professores", acrescentou a candidata.
Eduardo Paes (PSDB)
Para o candidato, a Educação está ligada à Globalização e o desafio em tocar em frente essa tarefa está relacionado ao que é tradicional e o que está ligado às novas tecnologias. Para Paes "em um cenário caracterizado pelos crescentes níveis de inovação e conhecimento,a educação é fundamental para o destino de pessoas e sociedades - os novos padrões produtivos obrigam a formação de recursos humanos capazes de participar nos novos modos de produzir, trabalhar e competir".
Portanto, a educação para o Eduardo Paes é requisito tanto para que as pessoas possam acessar os benefícios do progresso, como para que as economias estejam em condições de garantir um desenvolvimento sustentável mediante uma competitividade baseada no uso mais intensivo do conhecimento.
Vladimir Palmeira (PT)
Para o candidato do PT, o seu governo possui alguns recursos constitucionais na educação e na saúde. "Faremos uma autêntica revolução na educação, vamos aumentar a qualidade do ensino - nosso problema não é tanto de escola, de espaço físico e sim de qualidade do ensino", afirma Vladimir. Para ele "a grade curricular de um estudante de escola pública é a metade da de uma boa escola privada e para mudar isso precisamos contratar professor, aumentar a grade curricular e instaurar o ensino integral. Em seguida temos que aumentar as condições de vida dos professores, que ganham muito mal e têm que correr atrás de ter uma matrícula no Estado e trabalhar na escola privada também", conclui Vladimir em sua plataforma para Educação.
Veja também perfis de candidatos à Câmara dos Deputados em 2006 no site Transparência Brasil.
Publicado em 22/08/2006
Publicado em 22 de agosto de 2006
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