Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

Ainda há tempo para deter aquecimento global

Leonardo Soares Quirino da Silva

Este mês de novembro, o ex-futuro presidente dos EUA, Al Gore, nos convidou para conhecer o fenômeno do Aquecimento Global e refletir sobre suas consequências para o mundo em que vivemos no documentário Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth, EUA, 2006).

O filme baseia-se em série de palestras que Al Gore tem feito para denunciar os riscos que a emissão desenfreada de dióxido de carbono podem trazer para vida no planeta. Seu público principal é a própria população dos EUA, responsável por cerca de 30% das emissões.

No documentário, Gore nos conta um pouco de seu envolvimento pessoal com a questão. Logo no início, ele fala de dois professores - um ruim e outro bom - que influenciaram sua vida. O primeiro, na 6a série, fez pouco de um aluno que, ao olhar o mapa, sugeriu que a América do Sul e a África tivessem sido unidas antes.

O outro professor, Roger Revelle, foi o que despertou Al Gore para a importância de se trabalhar pela conservação ambiental. Revelle foi o pioneiro das pesquisas sobre os efeitos da concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Em 1957, com base em suas observações, o professor apresentou a teoria do Efeito Estufa, que levaria ao Aquecimento Global.

Ao se eleger deputado em 1976, Al Gore se posicionou como defensor do meio ambiente. Ele acreditava que as audiências públicas sobre o tema seriam suficientes para que seus colegas também se envolvessem com o tema, o que não aconteceu.

Seu comprometimento definitivo com o tema aconteceu após seu filho ser atropelado. A eminência da perda o despertou para a importância de se preservar o planeta para as futuras gerações. No cargo de vice-presidente, ele defendeu a adesão de seu país ao Protocolo de Quioto.

No filme, ele mostra que as medidas devem ser tomadas rapidamente. Ele mostra os efeitos do aquecimento sobre geleiras no Alaska, na Patagônia Argentina e no monte Kilimanjaro. Neste era o único pico de neves eternas da África. Em função do degelo, a cobertura branca está cada vez menor.

Ele demonstra que o estudo do ar preso dentro das geleiras foi chave para se entender a evolução do clima na Terra e sua relação com as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera. A análise de partículas de ar presas pela neve permitiu aos cientistas produzir um gráfico com a evolução das temperaturas e outro com as concentrações de CO2 no ar ao longo de 650 mil anos. O que chama a atenção é o fato de as duas linhas serem simétricas.

Apontado por alguns críticos como prova de que o aquecimento é um fenômeno natural sem relação com o Efeito Estufa, o aquecimento da Terra ocorrido durante a Idade Média está lá e acompanha aumento na concentração de dióxido de carbono atmosférico.

Diante desses dados as pessoas podem perguntar-se, afinal, por que deveriam se preocupar com isso. Gore apresenta pelo menos três bons motivos. O primeiro, é que esse fenômeno provoca mudanças no clima que vão afetar a produção de gêneros alimentícios. Depois, o degelo das montanhas ameaça o regime de 40% dos rios do planeta, o que vai reduzir o estoque de água potável. Por fim, mas não menos, a diminuição das calotas polares vai elevar o nível dos mares, mudando o mapa da Terra.

O filme tem dois defeitos. O primeiro é o ritmo, que lhe é inerente. A alternância entre imagens de Gore e do planeta acabam ficando cansativas. O segundo é o fato de estar em poucas salas de exibição. A esperança é o lançamento da versão em DVD, para que se possa ampliar o debate.

Ficha técnica do filme:

  • Título: Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth, EUA, 2006)
  • Direção: Al Gore
  • Gênero: Documentário
  • Produção: Paramount Classics

Publicado em 21/11/2006

Publicado em 21 de novembro de 2006

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.