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Ciência do Início da Vida

Karla Hansen

Para um mundo melhor

Quem é que não gosta de ser desejado? De ser convidado para uma festa? De ser esperado e bem-vindo em algum lugar novo? É assim também com as crianças que vêm ao mundo: quanto mais elas forem desejadas, esperadas, convidadas pela mãe e pelo pai, para fazerem parte da sociedade humana, mais chances elas terão de se tornar pessoas adultas saudáveis física e emocionalmente. Isso, que para muitos pode ser um saber intuitivo, está sendo comprovado cientificamente, a partir de estudos feitos por profissionais de diversas áreas do conhecimento que, reunidos, estão gerando uma nova ciência, a Ciência do Início da Vida.

Trata-se de uma nova disciplina que entrelaça várias ciências - medicina, psicologia, psicanálise, antropologia, nutrição e, ainda, conhecimentos advindos das culturas orientais, como yoga, e de saberes tradicionais - que se dedicam ao estudo da concepção, da gestação, do parto, da amamentação e dos três primeiros anos de vida de uma criança. A Ciência do Início da Vida é o resultado disso tudo.

Aqui, no Brasil, a principal voz à frente dessa nova ciência é a psiquiatra e psicanalista Eleanor Madruga Luzes, que há 20 anos se dedica ao estudo de pesquisas relativas ao início da vida humana, antes mesmo da concepção, ainda na fase de encontro dos casais, quando estes desejam e decidem ter filhos.

Para Eleanor Luzes, é fundamental que esse conhecimento chegue aos adolescentes e, dessa forma, eles se tornem pais e mães mais conscientes, capazes de gerar e criar filhos mais saudáveis física e emocionalmente. A consequência, explica a psicanalista, em termos mais amplos possíveis, seria o surgimento de uma nova geração mais voltada para a paz, o sentimento de fraternidade, o respeito ao meio ambiente.

Tudo isso parece um sonho, uma nova utopia. Mas não para os que participaram do 16º Encontro de Gestação e Parto Natural Conscientes, cujo tema central foi "A Vida Bem-Vinda - O Primeiro Direito Humano: a Informação de como Nascer Melhor". O evento, promovido pelo Instituto Aurora de Yoga e Terapias, aconteceu nos dias 24, 25 e 26 de novembro, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, e teve como eixo principal as ideias básicas da tese de doutorado de Eleanor Luzes, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em que ela defende a necessidade de incluir a disciplina no Ensino Médio e Universitário.

O encontro reuniu dezenas de profissionais de saúde, parteiras, terapeutas, pesquisadores, estudantes e atuais ou futuros pais e mães que representam um movimento nacional crescente em favor do parto natural, ou humanizado. O movimento tem, ainda, o apoio de diversas entidades civis e do governo, como o próprio Ministério de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, que enviaram representantes para o evento.

Durante os três dias de encontro, os participantes puderam conhecer as novas práticas e terapias voltadas para as diversas fases da reprodução, desde o aconselhamento de casais até a volta do parto natural em casa e a ampliação do período de licença maternidade, bem como, novos projetos e descobertas de pesquisas desenvolvidas na área.

No domingo, último dia do evento, os participantes encerraram as atividades com a apresentação da Carta do Rio: Novas políticas de humanização do parto, Centros de Parto Normal, "Pacto Nacional" e "Lei do Acompanhante". Receberam, ainda, um apoio de peso: o deputado federal, Fernando Gabeira (PV-RJ) esteve presente ao encontro para receber, oficialmente, a proposta de inclusão da Ciência do Início da Vida, no Plano Nacional de Educação (Lei 10172 de 09/01/20010) através da qual a disciplina seria implantada em todas as instituições de ensino superior do país.

Saiba mais sobre o tema na página oficial do 16º Encontro de Gestação e Parto Natural Conscientes : A vida Bem-Vinda!

5/12/2006

Publicado em 05 de dezembro de 2006

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