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Primeira Feira Nacional de Ciências da Educação Básica

Adriana Oliveira Bernardes

Professora de Física

Os vencedores da II Fecti, professores e alunos, que enviaram seus trabalhos e participaram da Segunda Feira de Ciências Tecnologia e Inovação realizada em 2006 no Museu da República, no Rio de Janeiro, participaram da Primeira Feira Nacional de Ciências da Educação Básica, a Fenaceb, que aconteceu nos dias 21, 22 e 23 de novembro no campus da Pampulha na UFMG em Belo Horizonte, Minas Gerais, juntamente com alunos de todos os estados brasileiros.


Trabalho Radioatividade: Você Sabe o que é?, do Colégio Estadual Jaime Queiroz de Souza de Itaocara/RJ recebe  premiação, primeiro lugar na categoria interdisciplinar na Fecti (Feira Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação)

Para nós do Rio de Janeiro além da possibilidade de mostrar nosso trabalho, valeu a oportunidade de conhecer um pouco de Belo Horizonte e vale ressaltar para os alunos e professores a importância de conhecer o campus da UFMG, apesar do pouco tempo disponível para passeios.


Na foto aluno Thiago de Oliveira do trabalho Radioatividade: Você Sabe o que é ? visita instalações do CDTN (Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear), localizado no campus da UFMG.

Entre todas as coisas boas que aconteceram, o mais importante, sem dúvida, foi entrar em contato com as pessoas de outros estados. Tivemos contato com pessoas dos estados de: Alagoas, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, e é claro Minas Gerais, sendo que haviam participantes de todo o Brasil, inclusive de outros países como: Argentina e Venezuela.


Fabricando Sabão de óleo de copaíba trabalho de Rondônia

Gravidez na Adolecência  de Uberlância/MG

Trabalho Deficiência Visual do Rio de Janeiro

"Radioatividade: Você Sabe o que é?", na Fenaceb

Nós de Itaocara, do Estado do Rio de Janeiro, fomos visitados por muita gente. Alunos das escolas públicas de Belo Horizonte tiveram a oportunidade de conhecer vários trabalhos, de várias áreas do conhecimento, que abordavam temas que iam desde a importância das Plantas Medicinais, trabalho apresentado pela cidade de Betin/MG, quanto sobre a fabricação do Biodisel, trabalho do Rio de Janeiro. A maioria se interessava bastante pelos trabalhos já que os professores das escolas visitantes haviam pedido relatórios dos trabalhos que seriam vistos.


Visitação dos alunos das Escolas Públicas

Estudantes da UFMG também entraram em contato com nossos alunos e fizeram perguntas, colocações, ampliando os horizontes tanto dos alunos quanto deles próprios.

Alunos dos cursos de Geologia, Farmácia entre outros, participaram da Fenaceb como expectadores e certamente ganharam em conhecimento.


Alunos da UFMG visitam os stands

Os 150 trabalhos dos outros estados brasileiros foram escolhidos, assim como nós, em feiras regionais.

Hoje as feiras existentes no Brasil são: além da Fecti (Feira Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro), Feicipa (Feira de Ciências do Estado do Pará,  que acontece desde 1986, a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace) de São Paulo, a Excetc (Exposição Christus de CiÊncias e Tecnologia do Ceará, a Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia) do Rio Grande do Sul, que vem ocorrendo a nível nacional desde 1990, a MEEP (Mostra das Escolas Estaduais de Educação Profissional, também do Rio Grande do Sul, a Feira Estadual de Ciências de Pernambuco, FESTAL (Festival de Talentos da Escola Pública do Ceará, Educação com Ciência do Paraná e Expociências da Paraíba.

Receberam apoio pela Fenaceb as seguintes feiras:

  • I Mostra de Ciências e Matemática Sul-Rio Grandense, Pelotas/RS
  • Feira Estadual de Ciências e Tecnologia, Blumenau/SC
  • Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, Rio de janeiro/RJ
  • Feira de Ciência Estadual: Conhecimento, Cidadania e Cultura em Roraima, Boa Vista, RR
  • I Feira de Ciências de Planaltina (Fecipla), Planaltina/GO
  • Mostra de Ciências das Escolas Estuduais de Campo Grande, Campo Grande/MS
  • Feiras de Ciências e a Ulbra, Canoas/RS
  • Show de Ciência, Cultura e Tecnologia: Criatividade e Empreendedorismo Público, Montes Claros/MG
  • Feira de Ciências: Ciência é Tudo de Bom, Senador Canedo/GO
  • Diálogo entre a Criança e a Ciência Salvador/BA
  • I Feira Potiguar de Ciências (Cienpo), Natal/RN
  • I Encontro de Jovens Cientistas da Bahia, Salvador/BA
  • XII Ciência Jovem - Feira Nordeste de Ciências, Recife/PE
  • III Mostra Científica no Semiárido, Petrolina/PE
  • 3o Mostra das Escolas Estaduais de Educação Profissional (MEP), Porto Alegre/RS
  • Feira Estadual de Ciências de Alagoas, Maceió/AL
  • Feira Metropolitana de Ciências de Belém (FMC), Belém/PA
  • Feira de Ciências do Estado do Amazonas, Manaus/AM
  • Provoc Inovação 2006: I Mostra Científica e Tecnológica de Iniciação Científica Júnior do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte/MG
  • Feira Paulista de Ciências e Engenharia, São Paulo/SP

É importante pensarmos que estas feiras ocorrem no Brasil desde a década de 70 e é importante valorizarmos estes tipos de eventos que valorizam a Educação em Ciências, mas sem correr o risco de esconder a realidade de vida do professor brasileiro e seus principais problemas.

A realidade da escola pública hoje é que a maioria sofre com a falta de laboratórios tanto de Ciências quanto de Informática, acesso à Internet, qualificação para professores que deve se dar de forma contínua, entre outros problemas preocupantes, tais como o fato de não receber incentivo para o desenvolvimento de projetos e tão pouco ajuda financeira exclusiva para tal.

Mudanças vêm sendo feitas sim, mas a situação que temos ainda está bem longe do ideal. Este fato coloca nas mãos dos professores uma grande responsabilidade, já que uma infraestrutura nas escolas para o desenvolvimento das ciências no Brasil é fundamental e a maioria não a tem disponível, logo muito dos trabalhos desenvolvidos são frutos da persistência de alguns professores.

É necessário incentivar as feiras, mas antes equipar as escolas com bons laboratórios e incentivar o trabalho do professor pesquisador na escola pública, devidamente capacitado e preparado para desenvolver projetos que visem promover a autonomia e cidadania nos alunos. Eu particularmente, prefiro que se faça alguma coisa, que se comece um processo que melhore realmente a Educação em Ciências no Brasil já, por isso vejo este incentivo: as feiras, com bons olhos.

Precisamos divulgar os trabalhos realizados no Brasil nas áreas de Ciências, existem trabalhos importantes sendo feitos, principalmente os que visam encontrar novas formas para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem dos alunos e também não podemos esquecer dos projetos da área de Educação Especial, com a questão da inclusão tão importante para nós hoje. Precisamos destes projetos sendo desenvolvidos dentro da escola.

O EJA (Ensino de Jovens e Adultos) também é fundamental para que o aluno se reintegre de forma plena à escola e com isso obtenha bom nível de aprendizado que se reverta para ele em novas possibilidades em relação ao mercado de trabalho.

Poderia citar aqui no Rio de Janeiro, o projeto Atitude Digital: De grão em grão se faz a inclusão, na área de Educação Especial, que sem incentivos desenvolve em escola do Estado do Rio de Janeiro, projeto que incentiva e valoriza a inclusão. Iniciativas como estas deveriam ser mais valorizadas e receber apoio para que se desenvolvessem.

Esperamos de qualquer forma que incentivos como estes permaneçam e que na medida do possível outros incentivos também venham. A qualidade dos trabalhos apresentados na Fenaceb nos mostra que mesmo sem grandes estímulos na escola, o professor consegue motivar seu aluno a produzir coisas boas, isto aumenta sua autoestima, sua criatividade e o torna cidadão, características estas tão desejáveis em nossos alunos e que temos buscado desenvolver nos mesmo dentro da escola pública e que nem sempre conseguimos, por isso toda e qualquer atividade que nos direcione a este caminho tem de ser incentivada, a escola pública tem de oferecer o melhor de si, apesar do pouco que recebe, apesar de não ser prioritária para as autoridades governamentais, deve ser prioritária para nós que fazemos a escola, os professores.


Professora Mônica Betin/MG em
visita ao stand Radioatividade

Entrevista com aluno Thiago de Oliveira,
do Colégio Estadual Jaime Queiroz de Souza-Itaocara/RJ, na Fenaceb

Mais fotos da Fenaceb:


Reciclados Eletrônicos do EE Prof Cândido
G. Gomide de São Paulo

Hidroponia do EE Cohab Brasilândia de São Paulo


Drogas, trabalho de Florianópolis/SC

Trabalho Horta Fitoterápica de Betin/MG

Referências dos dados técnicos:

Programa Nacional de Apoio às Feiras de Ciências da Educação Básica Fenaceb

Publicado em 19/12/2006

Publicado em 19 de dezembro de 2006

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