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Educação Especial

Informática não é bicho de sete cabeças e nem assusta aos menos informados. Mas é preciso ter interesse em mexer no computador sem medo. E sem medo também é a tarefa dos professores que ensinam aos alunos “especiais” ou portadores de doenças como a paralisia cerebral.

A professora Elizabeth Soares Bastos, coordenadora do departamento de Informática Educativa de Extensão (Fundação Cecierj/Consórcio Cederj), responde o que fazer quando quem precisa aprender informática é especial por possuir algum limite imposto por uma doença como, por exemplo, a paralisia cerebral.

Dou aula para o 1P e tenho um aluno com paralisia cerebral. Gostaria de mais informações de como usar a informática com crianças especiais, principalmente no caso do meu aluno. Eu gostaria tanto de colaborar com o seu desenvolvimento!
Kátia, 7/8/2005

As crianças portadoras de necessidades especiais, antes de serem "especiais", são crianças com todos os direitos do ser humano. Portanto, a "especialidade" ou "excepcionalidade" vem em segundo plano. Porém, é necessário ressaltar que se trata de crianças diferentes, e isto implica que os pais, os educadores e a sociedade, como um todo, se ajustem à sua diferença.

Ao pensarmos na utilização de computadores na educação, devemos considerar a colaboração que a educação dá às reformas sociais e que a tecnologia é importante como meio para alcançar estes fins, não indicando finalidades e valores norteadores para seus usuários. São estes usuários que se utilizarão dela para veicular finalidades e valores adequados à sua realidade. Desta forma as crianças portadoras de necessidades especiais não podem mais continuar alijadas do uso da informática no processo ensino-aprendizagem.

Hoje o cidadão está rodeado pelos computadores, portanto, cabe à educação especial incorporar este instrumento ao seu cotidiano, para que, desta forma, possa contribuir para facilitar a vida do homem em seu meio social. Neste sentido, o processo de desenvolvimento da criança portadora de necessidades educativas especiais, não mais que as outras, necessita incorporar as novas tecnologias, sobretudo a informática. A inserção de um trabalho pedagógico apoiado no computador pode despertar na criança, seja ela portadora de necessidades especiais ou não, o interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento, a partir do mecanismo do aprender-fazendo.

Os professores devem organizar suas metas partindo da realidade, das necessidades e dos interesses de sua clientela, tentando despertar o prazer pela descoberta, provocando a mudança de comportamento tão desejada por aqueles que pretendem a reestruturação da educação. Aqueles que acreditam que esses novos tempos exigem novas condutas de ajuda mútua, muita flexibilidade e criatividade para responder questões que a sofisticação da sociedade da era da informação exige dos cidadãos, e, entre eles, dos “especiais”. Principalmente, se entendermos como Vygotsky ao afirmar que a deficiência não é só impossibilidade, mas também é força. Nesta verdade psicológica se encontra o início e o fim da educação dos alunos com deficiência.

A utilização do computador com uma clientela possuidora de especificidades tão distintas cria um ambiente de aprendizagem na qual não há riscos de bloqueios cognitivos em função de problemas emotivos ou de faltas na capacidade de relacionamento. O computador, como subsídio didático, é um animal dócil e paciente. Diferentemente dos seres humanos, não se queixa, não grita e não castiga em caso de erro. O computador se apresenta como uma máquina que repete docilmente o trabalho, responde perguntas, cala-se ao simples apertar de teclas e não provoca constrangimentos afetivos durante as situações de aprendizagem propostas.

Nesta direção indicamos os sites abaixo para aprofundamento teórico e prático.

  • O Uso da Informática na Educação Especial
    O uso da informática na formação especial - Artigo de Chefe do Projeto DosVox, do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Antonio Borges, que explica o programa que beneficiou cerca de mil deficientes visuais por intermédio da educação de informática.
  • A Declaração de Salamanca
    Declaração de Salamanca sobre princípios, política e prática em Educação Especial elaborada por várias declarações das Nações Unidas, que teve como objetivo gerar um documento "Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências", o qual demanda que os Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do sistema educacional. Os delegados, representantes de 88 governos e 25 organizações internacionais, elaboraram em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, este documento que possui 83 itens que reafirmam o compromisso de Educação para Todos e, principalmente, para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais.
  • O desenvolvimento de projetos e o uso do computador no ambiente de aprendizagem para crianças com necessidades especiais físicas
    O desenvolvimento de projetos e o uso do computador no ambiente de aprendizagem para crianças com necessidades especiais físicas – Artigo de Elisa Tomoe Moriya Schlünzen, Maria Tereza Alvarenga Cunha, Marília Peixoto D' Oliveira e Roseli Duarte Oliveira que tem como objetivo relatar um trabalho realizado em parceria com três professoras do setor escolar da Associação de Assistência à Criança Defeituosa - A.A.C.D.. Foi construída uma metodologia baseada em uma abordagem Construcionista, por meio do desenvolvimento de projetos a partir de um tema gerador, inserindo o computador no cotidiano da sala de aula, articulado aos conteúdos disciplinares, bem como, a formação das professoras em serviço, que atuaram como agentes facilitadores. Realizado no decorrer de um ano e meio, iniciado em maio de 1998 e finalizado em dezembro de 1999, envolveu a segunda, terceira e quarta série do ensino fundamental no período diurno do setor escolar da instituição.
  • Crianças com necessidades especiais – a escola lidando com a diversidade
    Artigo publicado na revista Com Ciência, Crianças com necessidades especiais – a escola lidando com a diversidade, de Daniela Klébis e Patrícia Mariuzzo mostra a necessidade do ensino especial para crianças com deficiências já o que este número de matriculados deste segmento cresce a cada dia, segundo dados da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (Seesp/MEC). A política de educação inclusiva, no Brasil, está embasada na Declaração de Salamanca, elaborada pela Conferência Mundial de Educação Especial que ocorreu em 1994. A Declaração afirma que as escolas regulares com orientação inclusiva são os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias.
  • NIEE- Núcleo de Informática na Educação Especial
    O Núcleo da Informática para Educação Especial é um site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faculdade de Educação) que disponibiliza periódicos, eventos, livros etc. para que os educadores possam ver outras experiências, pesquisar, conduzir e atualizar a aprendizagem para os alunos portadores de deficiências, sejam elas auditivas, visuais ou de paralisia cerebral. O Núcleo também desenvolve softwares que possibilitam uma melhor compreensão do aluno por meio de atividades lúdicas.

Publicado em 28/03/2006

Publicado em 28 de março de 2006

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