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FGV - Centro de Políticas Sociais

Leonardo Soares Quirino da Silva

Equidade e eficiência na educação

Imagem da página inicial do site
http://www4.fgv.br/cps/simulador...

Lançado cerca de 20 dias antes do anúncio oficial do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o site Equidade e eficiência na educação: motivação e metas apresenta de forma simples e interativa os resultados da pesquisa de mesmo nome, feita pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) da FGV. Mas seus objetivos vão além da mera disposição de dados estatísticos.

Além de permitir a participação no debate sobre o PDE, o site possibilita ao professor ter uma visão geral da "floresta". Essa figura faz referência ao fato da percepção das pessoas estar geralmente limitada aos seus universos de trabalho, por isso, tendem a ver mais os detalhes - as árvores - e acabam perdendo a visão do conjunto - a floresta.

Na primeira seção do site - A pesquisa -, o item inicial é o texto final da pesquisa (PDF). A principal recomendação é o investimento nos três Is - Incentivos, Informação e Infância -, pois a educação "é a alternativa de investimento com maior retorno social possível".

Aqui, não vou me deter em dizer como, baseados em análises econométricas, os pesquisadores encontraram os dados que apoiam essa conclusão, mas apenas revelar alguns de seus resultados.

O primeiro, que salta aos olhos, é que os investimentos em educação infantil nas séries iniciais do ensino fundamental são os que produziriam resultados mais positivos para a população mais pobre. Logo, esses investimentos seriam os mais positivos para a redução das desigualdades sociais.

A educação tem ainda impacto direto na renda e na saúde das pessoas. Os universitários ganham cerca de cinco vezes mais que os analfabetos. Contudo, observou-se que 95% das melhorias na saúde não têm relação com a renda, mas se dão "por efeito puro e direto da educação".

Os alunos, contudo, não estão conscientes desses benefícios e aqui começamos a entrar no primeiro e no segundo Is. Conforme a pesquisa, os jovens não vão, ou abandonam a escola, na maioria das vezes por falta de motivação. Transporte é outro problema, em especial para os que estão na faixa de 10 a 14 anos.

Apenas 10,6% dos jovens entre 10 e 14 anos alegaram não estar na escola para contribuir com o aumento da renda familiar. Para os encontrados entre 15 e 17 anos, o percentual sobe para 23%. Com isso, os pesquisadores deduziram que a extensão do Bolsa Família para jovens nesta faixa etária deve contribuir para reduzir a evasão escolar.

Bom, esses dados são nacionais, mas nessa seção do site há simuladores que permitem levantar informações sobre estados específicos para Índice de Permanência na Escola, motivos para não frequência, permanência, e retorno financeiro por faixa educacional e por ano de estudo.

Esses simuladores podem ser ferramentas importantes para o professor. Apesar dos números não dizerem o futuro de João ou de Maria com um perfil específico, ele permite calcular suas possibilidades de evasão escolar, por exemplo, se as condições se mantiverem constantes. Depois, os números podem ajudar ainda a estimular os alunos tanto a permanecerem na escola quanto a se empenharem mais, em vista das possibilidades de retorno oferecidas pela educação.

Ainda na seção A pesquisa, é possível encontrar as apresentações dos principais resultados (em vídeo e em PDF) e rankings de motivos de desistência e permanência (em PDF).

O site ainda tem seções com vídeos de conferências (Vídeos), material que saiu na imprensa (Mídia), artigos científicos e de divulgação (Seminários Internacionais e Pesquisas, Textos), e dois textos (Artigos para Discussão) que servem de base para o Fórum de Discussão sobre Qualidade na Educação, onde ocorre o debate.

Publicado em 2 de maio de 2007.

Publicado em 02 de maio de 2007

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