Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

Banana, menina!

Leonardo Soares Quirino da Silva

Trazida pelos primeiros colonizadores portugueses logo no início da ocupação do Brasil, a banana chegou para ficar. O clima quente, a facilidade de cultivo e, porque não, o sabor doce, bem como suas qualidades nutritivas, facilitaram a fixação dessa imigrante do sudeste da Ásia. E ainda levava vantagem sobre as primas brasileiras por poder ser apreciada crua.

A facilidade de adaptação fica retratada na grande variedade de tipos de bananas vendidas no Brasil. A música Vendedor de bananas, de Jorge Benjor, traz uma pequena lista que vale a pena rever:

Eu trago bananas p'rá vender
Bananas de todas qualidades
Quem vai querer
Olha banana Nanica
Olha banana Maçã
Olha banana Ouro
Olha banana Prata
Olha a banana da Terra
Figo, São Tomé
Olha a banana d'Água
Eu sou um menino

Como outros imigrantes, a banana logo caiu no samba e, assim, saiu do prato para a pauta. Quem não ouviu Chiquita Bacana ou Yes, nós temos banana, ambas de Braguinha, que levante a mão ou clique aqui ou aqui.

Depois dessas, claro está que a banana entrou com tudo na cultura nacional. O, no mínimo, genial Jackson do Pandeiro aproveitou essa identificação para protestar, com bom humor, contra invasão da música americana nos anos 50. Na letra de Chiclete com Banana, o compositor paraibano mistura um com outro:

Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim...

Regravada, entre outros, por Gilberto Gil e tendo inspirado o nome de uma banda baiana, a música de Jackson talvez possa servir de norte para os antropófagos de plantão.

A consistência da fruta também inspirou outras comparações que caíram no gosto popular. A mais antiga talvez seja a que levou a banana a virar sinônimo de pessoa covarde ou sem iniciativa. Um exemplo disso pode ser encontrado na música O Banana da banda gaúcha Superguidis:

Por onde eu andava?!
Onde estava com a cabeça que
Não percebi a falta que me faz
A tua presença...
Que banana que eu sou!
Um completo bundão
(Embora você diga que não)
Eu não acredito
Agora todas as canções
De Amor fazem sentido

A forte atração que as bananas exercem sobre os macacos também não passou despercebida dos compositores. Um grupo com o nome de João Penca e seus Miquinhos Amestrados não poderia deixar essa relação passar em brancas nuvens. A música que fizeram, também, não poderia ter outro nome - Como o macaco gosta de banana. Nessa composição, os autores falam, naturalmente, de um amor irresistível.

Yes, nós temos banana! Banana para dar e vender. Mas, antes de terminar, gostaria de acrescentar outras frutas e fazer uma salada completa com a ajuda da cantora Joyce e sua música...Banana.

Manga, caju, maracujá, sapoti
Fruta-de-conde, jenipapo, graviola, açaí
Jaca, pitanga, amora e abacaxi
Ah! não há terra generosa como as terras daqui
Banana de tudo que é feitio e feição
Goiaba dentro é vermelha igual ao meu coração
É doce, é maduro, é triste é meio arredio
Meu coração dá de tudo igual ao chão do Brasil
...

Pubicado em 12/6/2007

Publicado em 12 de junho de 2007

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.