Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.
CES (Centro de Ensino Supletivo): Trabalhando com Jovens e Adultos
Adriana Oliveira Bernardes
Professora de Física
Inicialmente o CES foi concebido para ter seu funcionamento diferente das escolas convencionais, já que traz em si a ideia de uma escola aberta, com condições para atender alunos que iniciem o curso em qualquer período do ano, em horários favoráveis aos mesmos, sem obrigatoriedade de frequência.
Os CES atendem a Escola Básica, desde a Alfabetização até o Ensino Médio. Trabalha-se nestes centros respeitando o ritmo de aprendizagem de cada aluno, o que sabemos ser o ideal. Isto é possível, já que o aluno recebe atendimento individual dos professores responsáveis pelas disciplinas.
Basicamente, o CES trabalha com Educação de Jovens e Adultos, alunos estes que por algum motivo não puderam frequentar a escola na idade ideal. No CES, os alunos são aceitos para o Ensino Fundamental a partir dos 14 anos e para o Ensino Médio a partir do 17 anos.
Os recursos didáticos principais utilizados são os módulos de ensino das diversas disciplinas que compõem o currículo do Ensino Fundamental e Médio. Sabendo da necessidade de jovens e adultos tomarem contato com novas tecnologias de ensino, existe um esforço para oferecer aos alunos recursos que lhes possibilitem, num futuro próximo, a inclusão num mercado de trabalho exigente de conhecimento em tecnologia digital. Contamos com o acesso à Internet e é incentivada a utilização do laboratório de Informática pelos alunos.
O CES trabalha tanto com o atendimento a distância como com o presencial. Os alunos inicialmente se dirigem ao centro, matriculam-se a princípio em no máximo duas disciplinas e recebem os módulos das matérias escolhidas. Estes módulos devem ser estudados e, caso ocorra alguma dúvida, o aluno deve se dirigir ao CES para tentar saná-la através do atendimento do professor da disciplina.
O Centro de Ensino Supletivo do Colégio Estadual Teotônio Brandão Vilela em Itaocara
Colégio Estadual Teotônio Brandão Vilela localizado em Itaocara, no Estado do Rio de Janeiro, no Noroeste Fluminense.
Atendimento aos alunos no CES/Itaocara, Professora Márcia Rabello ensina Matemática a alunos do CES"
Professora de História do CES/ITAOCARA em atendimento
Projetos desenvolvidos no CES
É importante que os Centros de Ensino Supletivo desenvolvam junto a seus alunos projetos que incentivem a aprendizagem das disciplinas e que colaborem para que eles não desistam de realizar o curso, já que são muitas as dificuldades, principalmente, para quem não mora próximo ao CES, para quem deixou de estudar há muito tempo e para pessoas que apresentam dificuldades na aprendizagem das disciplinas. Assim, trabalha-se com muitos recursos atrativos envolvendo os alunos do CES como: apresentação de filmes em determinados dias da semana, feiras de arte, exposições, entre outros eventos nos quais os alunos são incentivados a se integrar.
Aluna sendo recepcionada por funcionária do CES/Itaocara
Projeto Materiais Alternativos para o Ensino de Física
Desenvolvido no ano passado, o projeto pretendia incentivar os alunos a estudar Física e entrar em contato com experimentos nos quais vários conceitos físicos poderiam ser observados. Assim, o aluno que estivesse estudando o módulo de Mecânica poderia entrar com contato com vários experimentos realizados por Galileu Galilei; estudando eletricidade, poderiam realizar uma série de experiências para que os conceitos físicos fossem bem compreendidos. Havia experimentos também de Termologia, Óptica e Ondas, todos disponíveis aos alunos.
Aluno do CES realiza experiência em plano inclinado.
Mostra de Física do CES
A Mostra de Física do CES, ocorrida no ano passado, contou com a participação de alunos que se dispuseram a participar apresentando ao público equipamentos construídos pelos mesmos, com orientação da professora de Física, sendo que os alunos explicavam para o público o funcionamento do aparelho e os conceitos físicos envolvidos.
A apresentação do trabalho envolvia conhecimentos da disciplina Física e a exposição deste experimento para o público aumentou a autoestima dos alunos e os motivou a estudarem. A presença de vários alunos da escola e da comunidade próxima transformou a mostra num evento importante para o projeto como um todo.
Mostra de Física do CES, aluna apresenta Guindaste Eletromagnético
Alunos de várias séries do ensino regular visitam exposição de Física
Autoestima elevada dos alunos do CES por poderem mostrar que podem aprender
Alunos do CES-Itaocara apresentam Mostra de Física
Considerações finais
O relato deste projeto mostra, entre outras coisas, que estes Centros não precisam se transformar, como muita gente pensa, em fábricas de emissão de certificados de Ensino Fundamental e Médio. Pode-se fazer muitas coisas aqui, e o principal é mostrar a importância que damos ao aluno que está muito tempo sem estudar, que queremos que ele prossiga e queremos ajudá-lo, oferecendo a ele um ensino de qualidade para que, uma vez com o certificado nas mãos, possa ter boas perspectivas futuras.
Outro ponto é que o CES, Centro de Ensino Supletivo, que muita gente às vezes não vê com bons olhos, pode ser um centro de qualidade de ensino, por que não? Como também muitos colégios públicos. Precisamos lutar contra o preconceito existente e, principalmente, pela qualidade de ensino oferecida. Os exames aos quais as escolas são submetidas anualmente nos dão ideia de como estes problemas são sérios, mas não podemos, de forma alguma, ficar de braços cruzados, já que muito do que pode ser feito hoje pelo ensino, considerando a situação vigente, está nas mãos de ninguém mais, ninguém menos que o professor.
Publicado em 19 de junho de 2007.
Publicado em 19 de junho de 2007
Novidades por e-mail
Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing
Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário
Deixe seu comentárioEste artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.