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Cecierj lança Lona da Ciência
Leonardo Soares Quirino da Silva
Tarde do dia 17 de agosto. Crianças de escolas municipais de Duque de Caxias e do bairro Vila São Luís, algumas com seus pais, iam de um lado para outro da Praça da Apoteose, testando todas as experiências da Lona da Ciência, iniciativa da Secti e realização da Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj) e do Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"Essa experiência é maneira", gritou um dos garotos que chegou afobado à roda onde estavam cerca de dez crianças. No centro, o monitor Bruno Vieira mostrava um experimento sobre dinâmica das rotações.
Por meio de dois punhos presos a uma roda de bicicleta, o garoto segurava o experimento na vertical. O monitor pedia para ele oscilar a roda parada para os dois lados. Depois botava a roda para girar e pedia para o garoto tentar virá-la de um lado para o outro. Os olhos do menino logo se iluminaram ao descobrir que, ao tentar fazer a roda oscilar, havia uma força que procurava manter o conjunto na vertical.
Como observou na cerimônia de abertura a presidente da Fundação Cecierj, professora Masako Masuda, pode-se aprender muita coisa por meio de brincadeiras.
Novos cientistas
Na parte da manhã, o evento foi inaugurado oficialmente pelo secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, deputado Alexandre Cardoso, e contou ainda com a presença do ministro de Ciência e Tecnologia, professor Sérgio Rezende.
Em seu discurso, o secretário destacou que a Lona é um grande programa de popularização do conhecimento para divulgar e atrair a atenção das crianças e dos jovens para o trabalho científico. Para ele, o desafio no futuro é criar uma Lona da Matemática.
Cardoso chamou a atenção, ainda, para a possibilidade de pessoas comuns poderem conhecer experimentos que demonstram efeitos que fazem parte do seu dia-a-dia e que, em geral, as pessoas não percebem que são conceitos de ciência. Além disso, faz parte da Lona de Ciência uma ala de microscopia onde o público pode manusear microscópios e lupas estabelecendo assim uma relação direta com o mundo muito pequeno. "O que tentamos mostrar aqui, hoje, é que esse projeto itinerante permite ao garoto e ao pai dele pegar em um microscópio", declarou.
A importância de aproximar a população do conhecimento científico para desenvolver o Brasil foi apontada também pelo ministro Sérgio Rezende, que considerou esse projeto de grande importância:
- Hoje há cerca de 60 mil cientistas, o que é muito bom. Mas o ideal seria ter de 500 mil a 600 mil cientistas. De onde eles virão? Da população como um todo. Por isso é importante que os jovens vejam a ciência, daí a importância da Lona de Ciência, que procura fazer com que grande parte da população veja onde a ciência se materializa.
Lona da Ciência, caravana e praça
A professora Rosalita da Silva Neto, diretora da Escola Municipal Professor Motta Sobrinho, do bairro Pauliceia, em Duque de Caxias, achou a iniciativa excelente. Para ela, a educação científica deve começar desde a educação infantil, para "termos o cidadão que queremos formar".
Ela veio a pé, com 150 alunos do primeiro segmento do ensino fundamental, até a praça. Para não correr o risco de perder a viagem, a professora agendou a ida de seus alunos ao planetário móvel do Cecierj e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), que estava instalado na praça.
O planetário é uma das marcas da Praça da Ciência Itinerante. A experiência de 13 anos da Praça serviu de base tanto para a Caravana da Ciência (Cecierj) como para o Ciência Móvel (Fiocruz), que foram reunidos na Lona da Ciência, segundo Mônica Dahmouche. Coordenadora do evento, ela declarou que a intenção é que a Lona também sirva como estímulo para a criação de feiras de ciências municipais.
28/8/2007
Publicado em 28 de julho de 2007
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