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Museu Mazzaropi

Leonardo Soares Quirino da Silva

Nóis é jeca mais é joia

Imagem da página inicial do site
http://www.museumazzaropi.com.br

Autor e ator da maioria de seus filmes, Amácio Mazzaropi produzia um cinema popular com a cara do país. A exemplo de seus contemporâneos da Atlântida, seus filmes eram voltados para o grande público, mas nem por isso deixavam de tocar em temas importantes como a questão da terra – como ocorreu em Jeca Tatu.

Com isso, Mazza, como também é conhecido, conseguiu não só viver de cinema, mas produzi-lo em escala industrial. Em 22 anos de operação, entre 1958 e 1980, a Produções Amácio Mazzaropi Filmes lançou 24 filmes, o que dá uma média aproximada de um por ano.

Graças ao trabalho da Universidade de Taubaté (Unitau) e do Hotel Mazzaropi, boa parte da memória do ator e diretor continua acessível ainda hoje. Quem quiser conhecer melhor o trabalho desse artista pode começar visitando o site do museu.

Dividido em onze áreas, o melhor é começar o passeio virtual pela porta da frente, naturalmente. O texto de abertura já dá informações importantes sobre as raízes do sucesso de Mazzaropi. Para o ator, seu segredo era falar a língua do povo. Para os autores do site, era que ele fazia filmes para o Brasil e não sobre o Brasil, como eles grifaram.

O próximo passo do visitante virtual interessado na obra do eterno caipira é a seção Mazzaropi quadro a quadro. Começando com a vinda dos avós maternos, portugueses, essa cronologia inclui ainda os anos marcantes na constituição do acervo do museu, que começa em 1991.

Seguindo, o visitante pode clicar no link Minha História, com trechos de uma entrevista que o ator deu para a revista Veja em 1972. No mesmo local, há link para a íntegra do texto, em que o ator fala de sua mágoa com a crítica e da inveja em torno de seu sucesso.

Conhecido o homem, é a hora de “ver” sua produção na seção Filmes. Organizados em ordem cronológica, cada película tem um breve resumo da trama e a ficha técnica, onde há links para breves biografias de alguns dos participantes.

Para os filmes produzidos entre 1952 e 1966, é possível ir além do resumo e conhecer o desenrolar da história, dividida de acordo com os rolos de filmes.

Também é possível ver cenas ou escutar algumas das músicas dos filmes. Arquivos de vídeo e som estão disponíveis na seção Áudio e vídeo. Para executá-los é o preciso ter instalado o Real Player 8.

Desde que o cinema é cinema, a música é fundamental em qualquer filme. Mazzaropi não seria exceção. Em suas produções, ele usou composições de Tom Jobim e Radamés Gnatalli, entre outros. Seu principal parceiro, contudo, foi o maestro Elpídio dos Santos, que compunha as canções interpretadas por Mazzaropi nos filmes. Na seção Música, há a partitura e a letra de sete composições do maestro.

Depois de conhecer o homem e “ver” sua obra, o visitante virtual pode saber como ela foi recebida em diferentes momentos, na seção Sucesso e crítica. Os três primeiros textos dão a ideia de que o cinema popular de temática caipira de Mazzaropi era do tipo “ame-o ou deixe-o”. Além de críticas, há também ensaios como O Jeca ainda ronda a cultura, de Hamilton dos Santos, que vale a pena ler.

Conhecer o produtor, diretor e ator Amácio Mazzaropi e sua obra é conhecer uma alternativa para a descoberta de uma filmografia de temática nacional e forte apelo popular que pode crescer com as próprias pernas, dizendo simplesmente nóis é jeca mais é joia, como a música de Juraildes da Luz, gravada por Xangai.

Publicado em 2 de outubro de 2007

Publicado em 02 de outubro de 2007

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