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Para além da inovação inovadora

Leonardo Soares Quirino da Silva

As condições para o desenvolvimento econômico sustentado com base na inovação tecnológica vão além da criação de grandes centros de pesquisa ou do aperfeiçoamento da relação universidade-empresa. Esse foi um dos pontos apresentados no seminário Perspectivas do desenvolvimento e inovação tecnológica no Brasil, promovido pelo Centro Celso Furtado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no dia 17 de outubro.

O debate sobre mecanismos para a promoção da inovação, de atividades inovativas e de pesquisa e desenvolvimento (P&D) por parte da indústria nacional é importante no momento em que os indicadores da economia brasileira revelam um novo ciclo de crescimento. Segundo a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica, do IBGE, inovação tecnológica é implementar "produto e/ou processo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado". Atividade inovativa é a aquisição de novas máquinas, o treinamento de pessoal e a compra ou o desenvolvimento de novas tecnologias.

Ao falar sobre a experiência internacional de política de inovação, o professor José Cassiolato, do Instituto de Economia da UFRJ, declarou que o elemento fundamental em todos os países que têm conseguido entronizar o desenvolvimento técnico é a capacitação de um número muito grande de pessoas. "A inovação é resultado também da interação entre homens e máquinas nas fábricas", observou.

Com isso, Cassiolato quis chamar a atenção para o que ele considera um equívoco comum no Brasil: achar que a política de inovação deve centrar-se apenas em alta tecnologia. "Com a globalização e a tecnologia da informação, a formação em todos os níveis é fundamental", afirmou.

Desenvolvimento e inovação

O momento para retomar esse debate é oportuno, como se pode concluir pela apresentação do presidente do BNDES, o professor Luciano Coutinho. Segundo ele, há um contexto favorável para o investimento em ciência e tecnologia por parte das empresas brasileiras. Desde agosto de 2004, os investimentos em máquinas e equipamentos têm crescido mais que o Produto Interno Bruto. Para Coutinho, esse contexto facilita os investimentos em inovação por parte da indústria.

A importância desse ponto tinha sido abordado no início da palestra pelo presidente do Centro Internacional Celso Furtado (Cicef), professor Ricardo Carneiro, da Unicamp. Segundo Carneiro, dentro do contexto da autonomia nacional, a inovação tecnológica é um tema central no pensamento do patrono do centro, que a via como uma das questões-chave para entender o subdesenvolvimento, sendo um dos motivos que levaram o centro a organizar esse evento. Carneiro chamou a atenção para a necessidade de a sociedade voltar a discutir o desenvolvimento brasileiro.

23/10/2007

Publicado em 23 de outubro de 2007

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