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A Evolução do Ensino de Ciências

Rondon Mamede Fatá

Nosso objetivo neste pequeno artigo é abordar a evolução do ensino de Ciências nos últimos 50 anos, desde o antigo curso Ginasial (1ª a 4ª série) até o Ensino Fundamental de hoje (5ª a 8ª série).

Primeiramente, devemos lembrar que o ensino é uma ciência dinâmica que, com o passar dos anos, vai sofrendo modificações, dependendo de fatores políticos, sociais culturais...

Na década de 1950, assim como na década de 1940, o ensino de Ciências, de modo geral era apenas teórico. O professor subia num tablado, explicava os pontos para uma turma quieta. Após a explanação, os alunos respondiam a um questionário para fixar o que havia sido explicado.

Na década de 1960 observamos um pequeno avanço, pois alguns professores, após a explanação do ponto, faziam a demonstração de um experimento, confirmando aquilo que havia sido dito teoricamente, mostrando que estava certo.

Um grupo de professores propôs e criou, junto com o MEC, os Centros de Ciências em alguns pontos do Brasil, com o objetivo de usar uma metodologia chamada "método da redescoberta".

Aqui no Rio de Janeiro, em 1965 os professores Fritz de Lauro, Newton Dias dos Santos, Oswaldo Frota-Pessoa e Ayrton Gonçalves da Silva (foi um prazer tê-los como professores e amigos) criaram o Centro de Ciências da Guanabara (Cecigua), embrião da atual Fundação Cecierj - Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro.

Na década de 1970, o ensino de Ciências ficou enriquecido com o uso daquele método; através dos experimentos era possível fazer o aluno chegar às conclusões teóricas.

Os anos 1980 foram caracterizados pelo uso do método de projetos. Naquele momento, as conclusões teóricas não mais surgiam após um único experimento, e sim após vários deles. Utilizando o método científico, chegava-se às conclusões e/ou generalizações.

A década de 1990 caracterizou-se pelo método de projetos, mas não como na década anterior, em que somente a disciplina Ciências era a utilizada. Nesse momento, eram feitas correlações com outras disciplinas, como Matemática, História, Geografia etc., o que se chamou interdisciplinaridade ou multidisciplinaridade. 

Na década atual, já no século XXI, estamos diante de um novo desafio: o ensino de Ciências usado como fio condutor, procurando-se na medida do possível usar a interdisciplinaridade e/ou multidisciplinaridade com abordagem dos chamados temas transversais, como é recomendado nos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC (PCN); portanto, devemos usá-la para fazer abordagens sobre ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho, consumo e trânsito.

Para finalizar esta síntese histórica, devo dizer que o ensino de Ciências está indo ao encontro às necessidades do cidadão, ao permitir-lhe uma visão global do mundo a partir de uma ação local, a fim de obter melhora da sua qualidade de vida. Dessa forma, gradativamente o aluno vai deixando de ser um ente passivo para tornar-se um indivíduo capaz de levantar questões sobre si mesmo e sobre seu núcleo social e ambiental.

Publicado em 27 de novembro de 2007.

Publicado em 27 de novembro de 2007

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