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Fluxos Musicais

Mariana Cruz

A música do mundo e seus fluxos

Imagem da página inicial do site
http://www.fluxosmusicais.com

O site Fluxos Musicais - trajetórias sonoras do nomadismo traz debates, entrevistas e programas especiais, entre outras peculiaridades das interações musicais no mundo.

Para ficar mais inteirado sobre a abordagem do Fluxos Musicais, basta ir ao lado esquerdo da tela e clicar em O que é; fica claro que não se trata de um mero site de música, e sim um tipo de estudo antropológico-musical. Ainda está confuso? Então vamos à definição descrita na apresentação: "este site se propõe a ser um fórum para debater as interações musicais ocasionadas pelas migrações e miscigenações de povos nômades, migrantes ou exilados". Um enfoque bastante pertinente para a época globalizada atual.

As discussões tratam de temas variados: desde a origem do funk como elemento típico de periferia, dos morros e favelas e atualmente tocado e admirado pela elite econômica brasileira, tocado nas boates da moda até um artigo sobre o samba de roda do Recôncavo.

Dos rappers da Guiné-Bissau e as influências étnicas que interferem na forma de eles "raparem" ao mangue-beat de Chico Science.

O conteúdo das matérias não fica só no posicionamento neutro de mero observador, como às vezes acontece em abordagens antropológicas. Ao tocar no tema world music, são feitas criticas contundentes ao "supermercado cultural em que se transformou o mundo contemporâneo".

No debate Etnomusicologia e o grupo Wakabakai, a professora de etnomusicologia Alice Lumi Satomi faz um profundo estudo sobre a música do Wakabakai - um grupo paulista de imigrantes japoneses - como forma de resistência cultural, ao manter as raízes mesmo em solos estrangeiros. No texto Mídia, música e culturas: problematizar é a solução?, o jornalista André Albert escreve sobre o mercado da world music e tenta ver, sob a ótica de cada povo, a música referente à sua cultura: como os jovens espanhóis, por exemplo, veem o flamenco? Aproveitando esse gancho, os debatedores lançam questões sobre a legitimidade da world music, muitas vezes rotulada de exótica em contraposição à música norte-americana.

Em alguns dos debates pode-se escutar o tipo de música em questão; basta fazer o download. Assim, é possível saber não só na teoria o que é uma "música combustível", como também escutar a música do  Wakabakai e ficar por dentro do som que rola na Terra do Sol Nascente. Além disso, o leitor pode colaborar com sugestões de temas e textos para debates e comentar os artigos publicados.

Na seção Quem faz, é apresentado o time de peso que está por trás do rico conteúdo do site. Os debatedores são oriundos não só das diversas regiões do Brasil como do Uruguai, Colômbia, Argentina e Portugal. São músicos, etnomusicólogos, compositores, professores universitários, estudiosos da cultura popular brasileira, escritores, doutores e mestres em Ciências Sociais e musicólogos, entre outros.

Os links podem ser de grande utilidade para quem se interessa pelo assunto; lá está o Overmundo (que também já foi Site da Vez aqui no Portal da Educação), do antropólogo Hermano Viana, o site Planeta Som - um programa de rádio que transmite a música de todos os povos nas rádios USP, UEL e Multikult - e a revista eletrônica SIBE Trans, da sociedade de Etnomusicologia, entre outros.

Depois desse conteúdo da pesada, a dica é pegar emprestado com aquele seu amigo muderno um CD da Björk e viajar em uma world music.

Publicado em 27 de novembro de 2007

Publicado em 27 de novembro de 2007

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