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Educação Ambiental - um tema transversal

Rondon Mamede Fatá

A educação, como a saúde e outras áreas fundamentais ao desenvolvimento social, não pode ser partidária. Portanto, é necessário que se avaliem as ações dos governos anteriores, de modo a continuá-las ou não.

Apesar das acusações de nível elevado de dificuldade, todos nós da área de Educação conhecemos o esforço do Governo Federal para construir os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Básico e distribuí-los por todo o país.

A análise em detalhe mostrou a qualidade das orientações contidas nos PCN. Mas muitas regiões do país não receberam o "pacote" completo. O Governo Federal não queria que os documentos simplesmente chegassem às escolas. Procurou fazer convênios com as secretarias estaduais de Educação e diretamente com as secretarias municipais, a fim de que houvesse capacitação dos professores para a prática do que estava contido nos PCN, o que recebeu o nome de PCN em Ação.

Muitos estados e municípios assinaram de imediato os convênios e realizaram as capacitações de seus professores, que dessa maneira discutiram as possibilidades de usar os PCN com bons resultados. Somente após um ano dessa capacitação o MEC lançou os PCN em Ação do Meio Ambiente, um rico material que serviria de subsídio a todos os professores, voltado para o entendimento do meio ambiente como tema transversal. Havia, no entanto, uma condição para o recebimento desse material: somente o receberiam as unidades escolares – quer estaduais, quer municipais – que tivessem realizado a capacitação anterior, a dos PCN em Ação.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, à época, não considerou oportuno o convênio com o MEC para capacitar seus professores, deixando de incrementar os PCN em Ação.Consequentemente, pela cláusula do MEC, não ficou apto a receber o material sobre meio ambiente.

Nestes seis últimos anos, a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro tem, de diversas maneiras, capacitado professores na temática do meio ambiente: através da Agenda 21 escolar, de projetos de horto, horta, limpeza da escola, de rios, de praças, reciclagem de papel, coleta seletiva de lixo para reciclagem, concursos de cartazes, conferências, peças de teatro etc. Sem dúvida, ações de grande importância para a formação do professor e, consequentemente, do aluno.

Mas a análise mais detalhada mostra que sua realização tem ocorrido fora da sala de aula, não sendo prática do dia-a-dia, junto com as disciplinas, como tema transversal. Há muito, cobramos do professorado a realização dos trabalhos de educação ambiental dentro da sala de aula, em conjunto com as disciplinas. Cobrança em vão, pois, para podermos colher resultados positivos, é preciso desenvolver com os professores o como fazer.

Como sempre, perdem o aluno e a escola...

Gostaríamos, pois, de deixar uma sugestão para os mandatários das políticas educacionais de educação de nosso estado: há que se investir pesado em capacitação do magistério, além, é óbvio, da melhoria salarial. Só assim nos afastaremos da péssima classificação do Estado do Rio de Janeiro em educação, resultado do acúmulo de equívocos, distorções e falta de avaliação de muitos governos.

Publicado em 1º de abril de 2008

Publicado em 01 de abril de 2008

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