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O cotidiano de uma biblioteca escolar
Maria de Fátima Martins
Escritora, professora e agente de biblioteca, especialista em psicopedagogia clínica e institucional
Com o acesso cada vez maior e mais veloz à Internet questiona-se a distância entre livro e leitor no cotidiano das escolas. A linguagem denominada informalmente "internetês" faz com que cada vez mais jovens apropriem-se também de uma nova oralidade. Não raramente também se discute a utilização da tecnologia como recurso pedagógico nas escolas, enfatizando a importância das novas mídias e de todos os instrumentos facilitadores de informação. Daí advém a necessidade de desenvolver atividades voltadas ao aprimoramento das habilidades dos educandos, bem como do estímulo ao hábito da leitura, que, por consequência, leva ao aprendizado, em suma. Uma biblioteca deve oferecer todas as possibilidades que facilitem o aprendizado dos educandos. Os recursos disponíveis (inclusive o virtual) monitorados pelos professores, nortearão todo o processo de apropriação do conhecimento.
A relevância do foco dado às atividades desenvolvidas é comprovada através da procura por livros impressos. A viabilização de uma biblioteca ideal para um determinado espaço gera o desejo de aperfeiçoamento dos profissionais que atuam neste meio, culturalmente contextualizado num ciberespaço, concretizando, por assim dizer, a necessidade não apenas de elaborar projetos de bibliotecas abrangentes nas mais diversas áreas mas até mesmo de fazer surgir a biblioteca por excelência.
A criança começa explorar o mundo através do diálogo contínuo dos porquês e dos modelos textuais que lhe são apresentados no meio em que está inserida, tornando-se coautora, cocriadora de toda a história que permeia sua vida.
Em cada espaço escolar há um cantinho de leitura em sala de aula, mas o prazer de ler num ambiente adequado, confortável, organizado e repleto de obras motiva ainda mais os leitores. A mediação dá o significado real às situações apresentadas. Daí a importância de o professor monitorar pesquisas, bem como ser modelo para seu aluno, lendo muito e atualizando seus conhecimentos. A escola deve estabelecer uma política educacional que garanta a mediação do processo ensino-aprendizagem, preparando o indivíduo leitor não como mero processador de informações, mas como aquele que interpreta o que lê e o utiliza de maneira prática em sua vivência. A biblioteca torna-se, assim, mais um ambiente a ser utilizado como recurso.
Por isso, é preciso inseri-la no cotidiano escolar como ambiente facilitador da aprendizagem. Ela deve ser o coração da escola. O livro no cotidiano de uma biblioteca escolar não representa um objeto inserido num ambiente abstrato, pois há seres humanos mediando esse saber. Uma sociedade se estabelece através de cidadãos pensantes que contribuem para uma sociedade empreendedora, que responde às mudanças, aceita as diferenças e as assimila como fatores relevantes aos princípios de cada indivíduo.
O cotidiano é imprevisível, não segue uma ordem lógica. Saberes são como ferramentas. Uma ferramenta só será útil se garantir seu uso na prática. Cabe aos educadores a função de facilitar esse processo mutável que só acontece quando se atribui um significado ao que se vê, se ouve ou se diz; em suma, àquilo que se vive.
Publicado em 6 de maio de 2008
Publicado em 06 de maio de 2008
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