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Trocando experiências
Alexandre Alves
Entrevista com os professores Daniel Salvador e Esteban Moreno
Daniel Salvador e Esteban Moreno, professores associados da Fundação Cecierj e coordenadores, respectivamente, dos cursos de Extensão de Biologia e Química, estão a caminho dos Estados Unidos, apresentar trabalhos no 5º Simpósio Ibero-Americano de Educação, Cibernética e Informática, que se realizará de 29 de junho a 2 de julho em Orlando, Flórida. Além disso, visitarão o Centro de Tecnologia em Aprendizagem e Ensino, vinculado à Iowa State University.
Portal: Qual o tema dos trabalhos que vocês apresentarão no simpósio?
Esteban Moreno: Estaremos apresentando dois artigos versando sobre nossa experiência na Fundação CECIERJ, na criação de modelos de desenho instrucional para cursos de formação continuada de professores nas áreas de Biologia e Química. Os trabalhos abordam temas importantes em EAD, como aprendizagem significativa, modelos de desenho instrucional e o estudo da aplicação de recursos midiáticos animados.
Como as tecnologias de informação e comunicação (as TICs) afetam a produção de material didático?
Esteban: As tecnologias de informação e comunicação (as TICs) são um conjunto de recursos tecnológicos integrados – fóruns, videoaulas, animações e simulações, entre outros – que proporcionam grandes melhorias na qualidade do material didático de um curso. Na prática, com a utilização desses recursos observamos menor índice de desistência e maior interesse pelo curso, além notarmos que eles auxiliam no processo de aprendizagem.
Qual o papel do conteudista no uso dessas ferramentas? Que tipo de conhecimento o conteudista deve ter para produzir ou sugerir a elaboração desse material, contribuindo para a construção de um verdadeiro ambiente de aprendizagem?
Esteban: Em termos gerais, o papel fundamental do conteudista é definir o que será abordado no curso, como um cozinheiro-chefe que precisa escolher o melhor prato para certo tipo de cliente. Para tal objetivo, deve conhecer os ingredientes e as ferramentas que tem à sua disposição, tanto para a preparação quanto para a apresentação. Os ingredientes são o nosso conteúdo, e as ferramentas são as TICs.
O roteirista tem papel semelhante ao do conteudista, mas precisa priorizar o como fazer esse prato. Para que proporcione um ótimo ambiente de aprendizagem, um bom conteudista, além de saber empregar as TICs, precisa ter formação eclética, tanto em termos de cultura geral – como em História, Educação, artes, música – como sólidos conhecimentos em sua área de especialização. É um profissional raro.
Quanto à comunicação: que importância vocês atribuem a ferramentas de interação como e-mail, chats, fóruns?
Daniel Fábio Salvador: Interação é a palavra-chave no uso das TICs para a Educação; síncronas ou assíncronas, essas ferramentas são fundamentais na EAD. Elas criam a aproximação do aluno com seu mediador e até mesmo com seus colegas, diminuindo o que alguns especialistas em EAD chamam de “distancia transacional”. Ou seja: além de promoverem a mediação do conhecimento pelo tutor, elas são essenciais na criação do “aprendizado colaborativo”, que é uma das áreas que queremos pesquisar e aplicar proximamente nos cursos de formação continuada de professores da Fundação CECIERJ.
Como essas ferramentas estão presentes nos cursos oferecidos pela Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ?
Daniel: A Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ utiliza algumas dessas ferramentas – com menor frequência na graduação e muito mais intensidade nos cursos de Extensão. Entretanto, sabemos que, para o uso dessas ferramentas em seu potencial máximo, precisamos dispor de uma plataforma de e-learing mais adequada a essa realidade de colaboração e interação.
O que você espera encontrar no Centro de Tecnologia em Aprendizagem e Ensino, em Iowa?
Daniel: Nós vamos visitar um centro de pesquisa na área de tecnologias para aprendizado e formação de professores que tem uma visão muito próxima do que fazemos aqui. O lema deles é: “Expanding human potential” (ou “Expandindo o potencial humano”).
Além de realizarem pesquisas de ponta na área de aplicação de novas tecnologias para o aprendizado, eles trabalham com a formação e a transmissão do conteúdo e com os aspectos pedagógicos do aprendizado, em uma visão holística e fundamentada no socioconstrutivismo.
Entre os pesquisadores de maior nome do Centro destacam-se as professoras Ann Thompson e Niki Davis, que têm vários estudos internacionais sobre as melhores práticas para formação de professores com uso de tecnologia. Na área de desenho instrucional e aprendizagem colaborativa para EAD, está a professora Ana Paula Correia; foi ela quem “abriu a porta” para nos receber. Além disso, a coordenadora dos laboratórios e do Mestrado em Educação a Distância, Clyciane Michelini, também trabalha nessa área e é brasileira.
De início, nossa expectativa era apenas de conhecer a instituição e trocar experiências; porém, nas ultimas conversas, caminhamos para um possível convênio e a colaboração em pesquisas, tendo em vista a identificação de propostas e objetivos dos dois grupos. Eles pediram que fizéssemos uma apresentação sobre nosso trabalho na Fundação CECIERJ e a UAB no Brasil, que deve ser realizada no primeiro dia da visita.
1º/07/2008
Publicado em 01 de julho de 2008
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