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A importância dos recursos didáticos educacionais

Cristina de Oliveira Maia

A fim de contribuir para o aprimoramento das aulas, o Portal da Educação Pública está colocando à disposição vários objetos didáticos (animações, ilustrações, figuras) para uso livre dos professores – desde que seja mencionada a fonte. São arquivos digitais em formatos comumente usados nos computadores, sem cobrança de direitos autorais, que abordam diversos conteúdos programáticos da Educação Básica. Você pode utilizá-los direto do link a seguir ou baixá-los para o seu computador.

O conjunto de decisões pedagógicas, conceituais, estéticas e técnicas sobre a representação e o tratamento da informação constitui o campo da ilustração científica. De acordo com Peck (1973), o valor dessa ilustração está em facilitar a compreensão do texto escrito. Nas Ciências Naturais, a ilustração traz clareza e diminui a necessidade de texto, já que permite o reconhecimento de características físicas de um organismo através da cor e/ou da forma.

A multimídia possibilita uma seleção entre as diferentes alternativas de meios, como animação, vídeo, fotografia, desenho. Permite também a definição do tratamento gráfico a ser dado às ilustrações, como o tipo de traço, o uso de cores, a intensidade no contraste da foto e o dimensionamento. São todos elementos fundamentais para auxiliar o aluno na visualização e na compreensão de conceitos e estruturas.

Mas, se são grandes as possibilidades, é preciso entender que há limitações também. Podem ocorrer algumas limitações tecnológicas, como a baixa capacidade do computador, a lentidão no acesso e a falta de flexibilidade do programa. Há ainda que considerar as habilidades das pessoas para lidar com a informática, com o computador em si, com a metodologia da EAD.

É verdade que uma boa animação pode comunicar melhor que imagens estáticas ou melhor mesmo que uma sequência delas. Nisso se fundamenta basicamente a superioridade das representações computacionais em relação àquelas contidas nos livros didáticos. Entretanto, é um enorme equívoco concluir daí que as simulações seriam ao menos equiparáveis aos experimentos reais.

Nós, educadores, precisamos ser os primeiros críticos de todo material fornecido ou coletado pelos nossos alunos. Uma animação não é, jamais, uma cópia fiel do real. Toda animação, toda simulação está baseada em uma modelagem do real. Se essa modelagem não estiver clara para professores e educandos, se os limites de validade do modelo não forem tornados explícitos, os danos potenciais que podem ser causados por tais simulações são enormes. Tais danos serão ainda maiores se o modelo contiver erros grosseiros. Estudantes, mesmo talentosos, podem ser ludibriados pela beleza e pelo fascínio da realidade virtual em certas simulações.

Parece não haver dúvida de que a aprendizagem que vá além da pura memorização deve estar baseada em atividades nas quais o aprendiz se envolva cognitivamente. O conhecimento não pode ser simplesmente implantado ou transferido, ele precisa ser construído e reconstruído para ter qualquer efeito duradouro. Animações podem ser ricas em imagens e em cálculos; mas são pobres em sua dimensão social (Funke, 1998). Isso quer dizer que nenhuma animação deve substituir a possibilidade de observação do real, embora seja um elemento facilitador do aprendizado.

Vale destacar aqui que não basta ao professor simplesmente colocar os objetos aqui relacionados (animações, figuras, ilustrações, simulações) à disposição dos alunos. É essencial, para a aprendizagem, seu papel na orientação. Para o melhor aproveitamento destes meios é necessário estar atento às inconsistências, fazendo as críticas necessárias e sempre discutindo as devidas limitações das figuras.

A cada semana serão colocados aqui novos objetos, de temas diferentes. Sempre com o mesmo objetivo: contribuir para o processo de ensino e aprendizagem, melhorando a qualidade da educação.

Referências

FUNKE, J. Computer-Based Testing and Training with Scenarios from Complex Problem-Solving Research: Advantages and Disadvantages. International Journal of Selection and Assessment, 6, p. 90-96, 1998.

PECK, Paul. Scientific illustration in the twentieth-century. In: HERDEG, Walter (org.). The artist in the service of science. Zurique: The Graphic Press, p. 38-57, 1973.

Publicado em 23 de setembro de 2008

Publicado em 16 de setembro de 2008

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