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Folcloreando na escola

Thelma Regina Siqueira Linhares

Compareci à Escola Municipal Compositor Capiba, no turno da manhã, para desenvolver atividades culturais com as crianças da escola. O trabalho teve como foco o folclore e a poesia, pois na Rede Municipal do Recife, este ano letivo é dedicado aos poetas.

O encontro se deu em dois grupos e seguiu mais ou menos a mesma estrutura, embora se diferenciando no conteúdo e, em alguns momentos, na sequência do planejamento.

O primeiro grupo foi formado por 24 crianças da Educação Infantil dos Grupos 4 e 5 anos. Após o recreio estive com o segundo grupo, de 30 crianças, estudantes do ciclo 1/ano 1 da Educação Básica.

 

Apresentação

Depois de cada um se apresentar, mostrei algumas peças de artesanato e de brincadeiras populares para compor um cenário na sala.

Conto

Escolhi dois contos para divulgar a cultura dos povos indígenas pernambucanos. Esses contos estão no livro Meu Povo Conta, de professores e professoras indígenas em Pernambuco. Para o primeiro grupo, li A macaca que amamentava. Com o segundo grupo, trabalhei O segredo da água.

Pequeno recital

Ao apresentar alguns poemas autorais, procurei ressaltar a ligação da emoção e do sentimento com a minha produção literária. Para o primeiro grupo, recitei Respeito à vida, Três atos, Gol, Recife e Convocação geral. Para o segundo, disse Recife, Três atos, Folcloreando e Convocação geral.

Depois do recital, aproveitei para mostrar às crianças algumas brincadeiras bastante populares: trava-línguas, parlendas, adivinhações e provérbios.

Trava-línguas

Pedi, então, que repetissem três dos trava-línguas mais conhecidos:

  • O rato roeu a roupa do rei de Roma.
  • Um tigre, dois tigres, três tigres.
  • A aranha arranha o jarro e o jarro arranha a aranha.

Depois passei para frases maiores, provocando: “Quero que você diga cinco vezes, encarrilhado... sem errar, sem tomar fôlego”:

  • Vaca preta boi pintado.
  • O Rio Capibaribe foi descapibaribado. Quem o descapibaribou foi o descapibaribador.

Parlendas

A seguir, contei duas parlendas. a primeira foi:

Cadê o toucinho daqui? O gato comeu. Cadê o gato? Foi pro mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A água apagou. Cadê a água? O boi bebeu. Cadê o boi? Foi amassar trigo. Cadê o trigo? A galinha espalhou. Cadê a galinha? Foi botar ovo. Cadê o ovo? O padre comeu. Cadê o padre? Foi rezar missa. Cadê a missa? Já se acabou!

Depois, comecei a segunda:

Hoje é domingo. Pé de cachimbo. O cachimbo é de ouro. Bate no touro. O touro é valente. Bate na gente. A gente é fraco. Cai no buraco. O buraco é fundo. Acabou-se o mundo. O mundo é redondo. Que nem uma bola. Acabou-se a história.

Esta última parlenda foi muito curtida pelos dois grupos, que inclusive acrescentaram os três últimos versos à forma apresentada.

Adivinhações

Apresentar adivinhações tinha tudo para ser um sucesso também. As mais comentadas foram:

  • O que é o que é? Quanto mais cresce menos se vê? (escuridão)
  • O que é o que é? Cai em pé e corre deitado? (chuva)
  • Um pato vai subindo uma ladeira e põe um ovo. O ovo desce ou cai? (pato não põe ovo...)
  • Qual o bicho mais parecido com o gato? (a gata)

Provérbios populares

Para o segundo grupo, li trechos do livro Brincando com Provérbios Populares, que contém textos de tradição popular recolhidos por Jakson Ferreira de Alencar.

  • Quem vai ao mar perde o lugar. E quem vai ao vento perde o assento.
  • Passarinho que anda com morcego acaba dormindo de ponta cabeça.
  • Papagaio come milho, periquito leva a fama!
  • Quando a esmola é grande, o santo desconfia.
  • Quando um não quer, dois não brigam.
  • Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
  • Quando a barriga tá cheia, toda goiaba tem bicho!
  • Cada um sabe onde lhe aperta o sapato.
  • Quem sabe sabe. Quem não sabe aprende!

Brincadeiras

E olha que ainda deu tempo de brincar de boca-de-forno, telefone-sem-fio e olhem todos para o guia!

Histórias em CD

Com o primeiro grupo, ouvimos A bela adormecida. Com o segundo, João e o pé-de-feijão. Além disso, brincamos de roda acompanhando as cantigas de roda: Ciranda cirandinha e Atirei o pau no gato/Não atire o pau no gato.

Encerramento

Para encerrar, declamei meu poema Ler é tão bom, que faz parte da antologia Oficina da Palavra, organizada por Carmen Lúcia Bezerra Bandeira. Depois de lê-lo, foi reapresentado com a participação das crianças, que repetiam os versos.

Comentários finais

O acolhimento por parte da comunidade escolar e a boa participação das crianças reafirmam que atividades envolvendo temas folclóricos e poesia são sempre motivadoras.

Bibliografia

ALENCAR, Jakson Ferreira de. Brincando com provérbios populares. Il. de Cláudia Scatamacchia. São Paulo: Paulus, 2006.

Centro de Cultura Luiz Freire. Meu povo conta – professores e professoras de cultura indígena em Pernambuco. 2ª edição. Belo Horizonte, Centro de Cultura Luiz Freire, 2006.

LINHARES, Thelma Regina Siqueira. Ler é tão bom. In: BANDEIRA, Carmen Lúcia Bezerra (Org.). Oficina da palavra. Recife: Prefeitura do Recife/Secretaria de Educação, Esporte e Lazer/Secretaria de Cultura, 2007.

No Portal da Educação Pública, além do Discutindo, onde você pode dar sua opinião sobre esse tema, há alguns textos sobre o assunto:

Além de seus textos no Portal, Thelma Regina Linhares publica em seu blog notas sobre a relação entre folclore e educação. Vale a pena visitar!

Publicado em 16 de setembro de 2008

Publicado em 16 de setembro de 2008

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