Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

Matemática e literatura

Gerusa A. de Araújo

Não é que eles não possam ver a solução.
É que eles não conseguem ver o problema.
Chesterton
Ilustração Gerusa A. de Araújo

Uma das principais etapas na resolução de um problema de matemática está na correta interpretação do seu enunciado. Nesse processo, o hábito da leitura de jornais, revistas, histórias em quadrinhos e livros em geral ajuda a desenvolver o raciocínio lógico, a intuição, a criatividade e a concentração exigida num desafio.

Podemos encontrar obras literárias com uma boa dose de Matemática. A chamada “ficção matemática” trata de textos contendo histórias ou poemas em que os personagens são criados a partir do universo matemático ou se deparam, ao longo da trama, com problemas de Matemática. Um exemplo desse tipo de literatura é O homem que calculava, de Malba Tahan. Ali, o herói, Beremiz, passa por uma série de desafios matemáticos para conquistar a princesa Telassim. Outro exemplo é este poema de Antônio Carlos Jobim:

Poema matemático

Pra que dividir sem racionar
Na vida é sempre bom multiplicar
E por A mais B
Eu quero demonstrar
Que gosto imensamente de você
Por uma fração infinitesimal
Você criou um caso de cálculo integral
E para resolver este problema
Eu tenho um teorema banal
Quando dois meios se encontram desaparece a fração
E se achamos a unidade
Está resolvida a questão
Para finalizar vamos recordar
Que menos por menos dá mais, amor
Se vão as paralelas
Ao infinito se encontrar
Por que demoram tanto dois corações se integrar
Se desesperadamente, incomensuravelmente,
Eu estou perdidamente apaixonado por você?

Textos semelhantes podem ser usados em sala como material interdisciplinar, motivando as aulas de português como as de matemática. Listamos a seguir algumas obras bem conhecidas na “ficção matemática”.

  • O Homem que Calculava, de Malba Tahan.
  • A história do quadradinho, de Alexandra Prasinos Bernal.
  • Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll;
  • Alice no País dos Enigmas, de Raymond Smullyan.
  • Planolândia, um romance de muitas dimensões, de Edwin A. Abbott.
  • Novas aventuras científicas de Sherlock Holmes, de Colin Bruce.
  • Against infinity, na Antology of contemporary mathematical poetry, de Ernest Rodson e Jet Wimp.

Claro que estudantes e professores estão livres para criar suas próprias histórias, seus poemas com contexto matemático. Faça essa experiência com sua turma; depois envie os melhores textos para o nosso portal.

Publicado em 12 de fevereiro de 2008

Publicado em 12 de fevereiro de 2008

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.