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O processo de resgate e preservação da memória da memória CEFET Celso Suckow da Fonseca

Zuleide Simas da Silveira

Doutoranda em Educação pela UFF, professora do curso técnico de Segurança do Trabalho do CEFET/RJ

Nos nossos dias, já ninguém duvida de que a história do mundo deve ser reescrita de tempos em tempos. Esta necessidade não decorre, contudo, da descoberta de numerosos fatos até então desconhecidos, mas do nascimento de opiniões novas, do fato de que o companheiro do tempo que corre para a foz chega a pontos de vista de onde pode deitar um olhar novo sobre o passado.

Goethe

Nos estudos de Maurice Halbwachs, a memória é não apenas autobiográfica e pessoal, mas também influenciada pelo meio social, sendo, por conseguinte, uma construção social, um fenômeno coletivo (Halbwachs, 1990). Do mesmo modo, as lembranças sobre acontecimentos e fatos históricos se fortificam em virtude de narrativas coletivas ou de comemorações que resultam do trabalho de um grupo de pessoas que se debruce sobre a construção de uma determinada memória coletiva ou de “lugares de memória” (Nora, 1993).

Elemento de coesão social, a memória tem se constituído em um projeto tenso e contraditório. Se por um lado a memória permite uma visão retrospectiva do passado com vistas à reconstrução histórica de uma trajetória de vida, de acontecimentos ou de uma instituição, de outro tem sido objeto de manipulações de ordem política e ideológica que se referem à negação de fatos históricos, materializando-se, em muitas circunstâncias, não no esquecimento mas sim no silêncio: uma ação intencional e deliberada de apagamento da memória. “Em muitos casos, porém, impõe-se institucionalmente uma determinada versão pública, dominante, oficial da memória coletiva, a qual pode então servir de base à hegemonia de determinado grupo” (Cardoso, 2005, p. 18).

É fato que a tentativa de manipular a memória é uma realidade; no entanto, o passado está dotado de firme consistência baseada em documentos textuais, iconográficos e peças, não se dobrando às manobras de falseamento da realidade e de livre reconstrução dos fatos. Sendo o presente resultado de um processo histórico e os acontecimentos do passado reconstruídos nesse presente e nele ancorados, a História vai ao encontro da memória na busca da verdade.

Este ano de 2009, em que se comemora o centenário da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, é também momento de confraternização, de trocar conhecimento, de compartilhar experiências, mas, sobretudo, de resgatar a trajetória histórica das instituições que compõem a Rede e de homens, mulheres e jovens que construíram cotidianamente suas histórias entrelaçadas à dessas escolas. É, pois, tempo de resgatar a memória e de reescrever a história.

Este texto não tem a ambição de varrer a longa e rica história da Rede; pretende tão somente trazer alguns elementos para reflexão sobre a importância, o significado e a finalidade do trabalho de resgate, preservação e divulgação da memória de uma instituição de ensino, o que, no caso do CEFET/RJ, desvela que tal processo de trabalho se constitui em quadro tenso e contraditório.

Breves palavras sobre história do CEFET/RJ

O CEFET/RJ, reconhecido histórica e socialmente entre instituições de ensino do Estado do Rio de Janeiro e do país, é formado por sua unidade-sede, o campus Maracanã, e quatro unidades de ensino: na Zona Norte do município do Rio de Janeiro (UnED Maria da Graça); na Baixada Fluminense (UnED Nova Iguaçu); na cidade de Petrópolis (UnED Petrópolis); no município de Nova Friburgo (UnED Nova Friburgo); e na região da Costa Verde (UnED Itaguaí), destacando-se por prestar à população uma educação pública de qualidade, atuando em vários níveis da educação: ensino médio, educação profissional de nível técnico e ensino superior. Além disso, possui curso de mestrado, cursos de pós-graduação lato sensu e atividades de pesquisa e de extensão.

A história do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) está relacionada às transformações econômicas, políticas e sociais pelas quais a sociedade brasileira passou em todo o século XX e neste início do século XXI. Portanto, remonta à origem do ensino profissionalizante no Brasil, quando, em 1909, o presidente Nilo Peçanha assinou o Decreto nº 7.566, determinando a criação de escolas de aprendizes artífices, destinadas ao ensino profissional gratuito nas capitais dos estados.

Localizado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro – segundo parque industrial do país – a instituição agora denominada CEFET/RJ iniciou suas atividades em 1917, na Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Brás, administrada pela Prefeitura Municipal do Distrito Federal. Sua finalidade era preparar mestres e contramestres para estabelecimentos de ensino profissional e formar professores de trabalhos manuais para as escolas primárias.


Escola Normal de Artes e Ofícios; 1917 -1937: Exposição anual de trabalhos de Arte Decorativa. Acervo da Seção de Documentação/Setor de Arquivo do CEFET/RJ. Autor desconhecido.

Em 1937, no início do Estado Novo, a Escola Normal de Artes e Ofícios, sob jurisdição do Governo Federal desde 1919, foi transformada em liceu industrial destinado ao ensino profissional de todos os ramos e graus, sendo equiparada às Escolas de Aprendizes Artífices mantidas pela União. A Escola Normal de Artes e Ofícios foi demolida, iniciando-se a construção do liceu. Entretanto, antes que o liceu fosse inaugurado, sua denominação foi mudada, passando a Escola Técnica Nacional (ETN), consoante o espírito da Lei Orgânica do Ensino Industrial, promulgada em 30 de janeiro de 1942. A ETN, instituída pelo Decreto-Lei nº 4.127, de 25 de fevereiro de 1942, que estabeleceu as bases de organização da rede federal de estabelecimentos de ensino industrial, foi incumbida de ministrar cursos industriais e de mestria de 1º ciclo e cursos técnicos e pedagógicos de 2º ciclo.


A construção da ETN; 1938. Acervo da Seção de Documentação/Setor de Arquivo do CEFET/RJ. Autor desconhecido.

A partir do Decreto nº 47.038, de 16 de outubro de 1959, a instituição adquiriu maior autonomia administrativa, passando gradativamente a extinguir os ginásios industriais – cursos de 1º ciclo – e atuar exclusivamente na formação de técnicos. Em 1966, em plena ditadura militar, foram implantados os cursos de Engenharia de Operação, introduzindo assim a formação de profissionais para a indústria em cursos de nível superior de curta duração. Os cursos eram realizados em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, para efeito de colaboração do corpo docente e expedição de diplomas. A necessidade de preparar professores para lecionar as disciplinas específicas dos cursos técnicos e dos cursos de Engenharia de Operação levou, em 1971, à criação do Centro de Treinamento de Professores, funcionando em convênio com o Centro de Treinamento do Estado da Guanabara (Ceteg) e o Centro Nacional de Formação Profissional (Cenafor).


Alunos na aula de forja, do Curso Industrial Básico; década de 1950. Acervo da Seção de Documentação/Setor de Arquivo do CEFET-RJ. Autor desconhecido.

Em 1978, com a transformação da Escola Técnica Federal (ETF) em Centro Federal de Educação Tecnológica, o CEFET/RJ, em conformidade com a lei que o criou, elevou-se ao status de instituição de educação superior, devendo atuar como autarquia de regime especial, vinculada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), detentora de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didática e disciplinar, na oferta de cursos de graduação e pós-graduação, em atividades de extensão e na realização de pesquisas na área tecnológica. A finalidade da lei que criou os CEFETs foi verticalizar; promover a intercomplementaridade e a continuidade do ensino técnico no ensino superior; orientar sua atuação, de forma a dotá-los de identidade própria, diferenciando-os das universidades. Para tal, o CEFET/RJ levou um período de aproximadamente quatro anos para adaptar-se ao novo estatuto, elaborando seu organograma e seu regimento interno.

Os centros federais de educação tecnológica inauguraram, no país, um novo modelo de formação profissional: tecnólogos (em cursos de curta duração) e engenheiros industriais (em cursos com duração igual à dos cursos de engenharia convencionais). A partir daí, ficou estabelecida a diretriz de ações futuras do MEC.

No cenário nacional, o milagre econômico dava sinais de esgotamento. Ocorreram a alta dos preços de produtos importados, a explosão dos juros e a derrocada dos preços de produtos primários exportados pelo país, o que provocou a retração de ações por parte do MEC até o final da primeira metade dos anos 1980. Nessa década, o modelo CEFET é reconhecido como “válido e eficaz”.

A partir dos anos 1990, a educação tecnológica pode ser conceituada como educação moderna, capaz de acompanhar o desenvolvimento das forças produtivas e devendo, por conseguinte, aproximar-se do mercado (Silveira, 2007).

Para atender às demandas impostas à nova educação, no âmbito do MEC inicia-se uma reforma administrativa, com a criação da Secretaria Nacional de Educação Tecnológica (Senet), posteriormente Secretaria Nacional de Educação Média e Tecnológica (Semtec). A consolidação do modelo CEFET culminou com a institucionalização do Sistema Nacional de Educação Tecnológica e a transformação de todas as ETFs em CEFETs.

No governo Fernando Henrique Cardoso, o CEFET/RJ passou por mudanças significativas. Seguindo os princípios neoliberais relacionados às políticas públicas de educação, o governo central promoveu a reforma do ensino médio e técnico no Brasil, na qual foram utilizados vários instrumentos legais, como o Decreto nº 2.208/97, a Portaria do MEC nº 646/97 e a Portaria do MEC nº 1005/97. O Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997 – regulamentador do § 2º do art. 36 e dos arts. 39 a 42 da nova LDB – estabeleceu que “a educação profissional de nível técnico terá organização curricular própria e independente do ensino médio, podendo ser oferecida de forma concomitante ou sequencial a este” (artigo 5º). Desse modo, os cursos técnicos de nível médio, que até então eram oferecidos de forma integrada, passaram, a partir de 1998, a funcionar em dois segmentos distintos: ensino médio e educação profissional de nível técnico.

No mandato de Luiz Inácio Lula da Silva foi exarado o Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004, revogador do Decreto nº 2.208/97, que retorna à LDB e renova a regulamentação do § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394/96. Se, de um lado, o Decreto nº 2.208/97 representa a vitória de forças conservadoras, em determinado período histórico, de outro, o Decreto nº 5.154/04 acomoda a correlação de forças, facultando às instituições de ensino o oferecimento da educação profissional técnica de nível médio articulada com o ensino médio, de forma integrada. Decorridos mais de cinco anos da promulgação do Decreto no 5.154/04, o CEFET/RJ sequer avançou na discussão coletiva sobre a proposta de integração do ensino médio e técnico.

No ano de 2005, por meio da Lei nº 11.195, ocorreu o lançamento da primeira fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, com a construção de 64 novas unidades de ensino. Ainda em 2005, o CEFET do Paraná foi transformado em Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR).

Ocorreu no ano de 2007 o lançamento da segunda fase do Plano de Expansão da Rede, tendo como meta inaugurar mais 150 unidades, perfazendo 354 unidades até o final do mandato de Lula da Silva. Nesse contexto, o CEFET/RJ expandiu-se academicamente e em área física. Atualmente, além da oferta regular de cursos de ensino médio e de educação profissional técnica de nível médio, o CEFET/RJ oferece dez cursos no nível da educação superior (superiores de tecnologia e bacharelado), cinco cursos de pós-graduação lato sensu, outros cinco de pós-graduação stricto (cursos de mestrado), além de atividades de pesquisa e de extensão.


Fachada principal; 2006. Acervo da Seção de Documentação/Setor de Arquivo do CEFET/RJ. Autor: Jânio de Carvalho.

Ainda no ano de 2007, o Decreto nº 6.095, de 24 de abril, estabeleceu as diretrizes para reorganização e integração de institutos federais de educação tecnológica com vistas à criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET), no âmbito da Rede Federal de Educação Tecnológica.

Em dezembro de 2008, os CEFETs foram transformados, em bloco, à exceção do CEFET/RJ e do CEFET/MG, em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, quando foi instituída a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, formada pela UT, CEFETs e IFETs.

Os institutos federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008.

Numa fase em que instituições da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica passam por uma série de transformações, quer em seus quadros, quer em seus estatutos e regimentos, quer em seus planos de carreira e salários, é de fundamental importância que se forme um grupo de trabalho orgânico, que se volte à implantação, de fato e de direito, de um núcleo de memória com vistas a resgatar, preservar, pesquisar e divulgar a história da instituição.

Ressalte-se desde já que o trabalho daqueles que se reúnem em torno de um núcleo de memória não se limita às atividades arquivísticas. Enquanto a ocupação arquivística visa à organização dos arquivos, por meio do incremento de atividades de tratamento técnico dos documentos, como avaliar, classificar, ordenar, descrever, acondicionar e programar medidas de alteração de suporte físico para a preservação e para o acesso, o núcleo de memória volta-se para pesquisas em acervo próprio e/ou em convênio com outras instituições, com vistas a organizar e promover eventos de ordem acadêmica, como seminários, conferências, exposições, além de publicar a memória institucional em artigos e livros e produzir documentários em meios impresso, magnético e internet, de modo a mobilizar elementos de reconhecimento da identidade institucional e daqueles que cotidianamente constroem a história da instituição.

Com isso, queremos afirmar que o trabalho de um núcleo de memória não se confunde com o de um setor de arquivo. Entretanto, há que se destacar que não são duas esferas de ação que se excluem; ao contrário, são complementares. Aliás, um núcleo de memória somente se sustenta abastecido continuamente pelo setor de arquivo da documentação institucional, sem o que estará fadado ao fracasso. Ao mesmo tempo, o setor de arquivo se alimenta do fluxo de documentação produzido pelo núcleo de memória.

Resgate e preservação da memória do CEFET/RJ: um processo marcado por continuidade e rupturas

O acervo do CEFET/RJ é constituído de rica documentação que data do início de suas atividades, com a criação da Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz, em 1917, até os dias atuais. Essa documentação registra diversas etapas da história da instituição, tanto no aspecto institucional/acadêmico quanto no aspecto físico, estando organizada basicamente em cinco fundos, segundo cortes histórico-cronológicos: Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz (1918-1937); Escola Técnica Nacional (1942-1965); Escola Técnica Federal da Guanabara (1965-1967); Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca (1967-1978); e Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, a partir de 1978.


Formatura na década de 1950. Ao centro o professor Guerra, de Geografia, e o professor Celso Suckow da Fonseca, diretor da ETN. Acervo da Seção de documentação/Setor de Arquivo do CEFET/RJ. Autor desconhecido.

Fonte primária para a história da educação profissional no Brasil, a Seção de Documentação/Setor de Arquivo Geral do CEFET/RJ está localizado no bloco L da unidade-sede – campus Maracanã –, reunindo grande acervo de fotografias, documentos histórico-administrativos e de alunos, suportes de vídeo (fitas e discos); material informativo como jornais e boletins; peças de mobiliário, fabricado na instituição, em sua primeira fase de atividade (1918—1937); trabalhos de alunos, como vasos de cerâmica, peças de bordado e costura; máquina de datilografia que data aproximadamente da década de 1940; e peças usadas em aulas de laboratórios, como balanças e instrumentos de medidas elétricas; uniformes de alunos; bandeiras e flâmulas.

Desde a primeira metade dos anos 1990, o Setor de Arquivo do CEFET/RJ vem organizando, catalogando e identificando a documentação textual produzida ao longo de sua história. Encontram-se em fase de elaboração os inventários da Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz (1917 – 1937) e da Escola Técnica Nacional (1942 – 1965).

Até o início dos anos 1990, a iniciativa de organização do arquivo de documentos textuais foi de Neuza Monteiro, técnica administrativa e ex-aluna do curso de Chapéus e Ornatos, da Escola Técnica Nacional. Nesse período, a professora Dina Luiz Garcia, ex-aluna do Curso de Desenho e Arquitetura de Móveis, da Escola Técnica Nacional, encarregou-se de promover exposições de peças museológicas.

O arquivo não era voltado para a preservação da história da escola. Funcionava apenas para alimentar informações referentes ao corpo discente. O descarte de documentos textuais, objetos e livros publicados no setor de reprografia da escola foi realizado por comissões com o objetivo de “esvaziar o arquivo”, ocasionando perdas significativas e irreparáveis de documentos de valor histórico e administrativo.

Ao longo de quase toda década de 1970, o estudo sobre a Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca empreendido pelo professor Demósthenes de Oliveira Dias, publicado em maio de 1980, tornou-se referência. O historiador desvela as modificações sofridas pela instituição tanto em sua estrutura física quanto em sua denominação, bem como no plano educacional, até os anos de 1970.

Em 1993, foi nomeada uma comissão com a finalidade de pôr em prática o Projeto Memória Viva, coordenado por Sinclair Guimarães Cechiene e Florence Fernandes Bonfim, substituída mais tarde por Marisa Brandão.

No ano seguinte, a instituição recebeu as arquivologistas Maria Alice da Silva e Vera Lúcia de Oliveira Firmo, que se incumbiram de implantar e implementar o Setor de Arquivo, com apoio técnico-jurídico do Arquivo Nacional. Pode-se afirmar que foi a partir daí que ocorreu a institucionalização do Setor de Arquivo, possuindo competências e atribuições; a preservação do acervo foi incentivada pelo professor Carlos Artexes, vice-diretor.

No ano de 2006, foi criado o Centro de Memória do CEFET/RJ, pela Portaria nº 8, de 5 de janeiro, mantendo um grupo orgânico em torno do resgate, da preservação e da divulgação da memória. O Centro de Memória esteve em atividade até o mês de agosto de 2007.

Durante a implantação do setor, o grupo de trabalho coordenado por mim, e constituído pelos professores Mário de Souza, Tereza Fachada Levy Cardoso, Marli Carloni e pela arquivologista Vera Firmo realizou atividades com o objetivo de resgatar, preservar, tratar e divulgar o acervo de peças, textual e iconográfico da instituição, estimulando a preservação histórica e o trabalho de pesquisa na comunidade interna. Além desses servidores, outros personagens da instituição – entre estagiários, técnicos administrativos, técnicos em assuntos educacionais e professores – comprometeram-se e envolveram-se de modo efetivo com a proposta.


Portaria de criação do Centro de Memória, CEFET/RJ.

Como todo início é difícil, a equipe contou com a consultoria de vários especialistas na área, como a professora Geisa Alchorne de Souza (da Faetec), conservadora e restauradora; a professora Maria Ciavatta (UFF), que propôs uma atividade baseada no texto História e imagem: os exemplos da fotografia e do cinema, de Ciro Flamarion Cardoso e Ana Maria Mauad; da professora Maria Cristina Vendrameto (Unicamp e CEETPS), especialista em arquivologia, que debateu o modo de preservar, tratar e divulgar o acervo histórico, estimulando o trabalho de pesquisa.

A equipe do Centro de Memória, em contato com diversos setores da escola, já reuniu as peças catalogadas em seu acervo, incluindo peças de mobiliário fabricadas na própria instituição, em sua primeira fase de atividades (1918 – 1937).


Prato de louça usado nas refeições dos alunos; décadas de 1950 a 1970. Acervo pessoal de Zuleide Silveira. Autor: Zuleide S. Silveira.

Faixa ornamental usada no funeral do patrono da Escola; 1966. Acervo da Seção de documentação/Setor de Arquivo do CEFET/RJ. Autor: Zuleide S. Silveira.

A arte do entalhe na madeira se articula às linhas retas da produção voltada para a indústria; 1920-1937. Acervo da Seção de Documentação/Setor de Arquivo do CEFET/RJ. Autor: Zuleide S. Silveira.

Afora, a equipe preparou quatro materiais de divulgação da memória institucional: uma coleção de sete banners, um livro e um documentário em DVD, além de inserir um link do Centro de Memória, na homepage do CEFET/RJ, retirado do ar por questões de ordem administrativa.


Site do Centro de Memória, ano 2007

A equipe se empenhou, também, para que uma sala de aula se tornasse espaço reservado ao Museu Escolar, com a finalidade de divulgar e garantir o acesso do público ao acervo da instituição; ali estariam expostos documentos textuais; iconográficos e cartográficos; indumentárias; insígnias; mobílias e objetos de uso pessoal.

Pretendíamos que o museu, hoje denominado Espaço Histórico-Cultural, tratasse da temática da educação profissional no Brasil e suas mostras apresentassem a história da instituição desde o início de suas atividades, além de exposições em homenagem a figuras ilustres que conviveram ativamente com seu tempo e se dedicaram à causa da educação na instituição, como Eugenio Trombini Pellerano (1914 – 2006), primeiro professor-pesquisador do CEFET/RJ.

A proposta de criação do Museu Escolar visava a garantir continuidade e ampliação do trabalho já iniciado pelo Centro de Memória, tornando-se um marco diferencial na atuação do CEFET/RJ em relação ao uso, comunicação, documentação, investigação e preservação de seu acervo.

Como na equipe não havia museólogos e designers, para cuidar de planejamento, produção e montagem das exposições, além de recorrermos aos profissionais do Museu da República para nos apoiar nesses aspectos em particular, sugerimos ao professor Miguel Badenes, diretor-geral, o estabelecimento de convênio com uma universidade de modo a atender às necessidades do CEFET/RJ, de tal modo que a implementação do Centro de Memória se realizaria interinstitucionalmente. Assim foi firmado convênio com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).

Ao que tudo indica, o convênio não saiu do papel. O Espaço Histórico-Cultural não tem se mostrado como locus que vise facilitar a construção do conhecimento da história do CEFET/RJ por meio de memórias compartilhadas, do patrimônio cefetiano e das relações entre servidores, alunos e ex-alunos, posto que por boa parte do tempo encontra-se fechado, além de não ter dinamizado, até o momento, exposições temporárias; um importante veículo de aproximação com a comunidade e de formação cultural.

Desde sua inauguração, o Espaço Histórico-Cultural tem mantido a mesma exposição, não desenvolvendo trabalho de visitação com a comunidade interna e externa.

Cabe destacar o trabalho de pesquisa desenvolvido desde 2000 pela professora Tereza Levy Cardoso, voltado a oferecer elementos que possam enriquecer a história do ensino técnico no Brasil, a partir de estudos focados na Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz, experiência única no país entre 1917 e 1937, período em que deteve o título de escola normal para formar professores habilitados a lecionar nas escolas de aprendizes e artífices.

Nesse sentido, encontra-se em andamento o projeto A formação de professores na Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz, que conta com bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do CEFET/RJ. Destaca-se também o trabalho de pesquisa desenvolvido pelo professor Alexandre de Carvalho Castro, do Departamento de Administração Industrial, cujo projeto Industrialização, Aptidão, Avaliação: o ensino industrial e a emergência da psicologia aplicada ao trabalho no Brasil, em curso desde 2007, investiga aspectos históricos relativos ao campo da Psicologia do Trabalho.

A criação do Centro de Memória do CEFET/RJ demonstra a vontade política de preservar e garantir o acesso e difusão da memória da Escola. Em breve pesquisa pela internet, pudemos constatar que a criação de núcleos de memória vem ocupando espaço na cultura de diversas organizações e instituições de pesquisa e ensino do país.

A extinção do Centro de Memória se deu com a dissolução da equipe de trabalho, e a transferência da responsabilidade por resgate, preservação, tratamento e divulgação da memória do CEFET/RJ para a Seção de Documentação/Setor de Arquivo.


Portaria de extinção do Centro de Memória do CEFET/RJ

A arbitrariedade desse ato acabou por impedir a participação da equipe, tanto na montagem da exposição de inauguração do museu do escolar quanto do lançamento dos documentários (DVD e livro). Foi assim que em dezembro de 2007, já sob a responsabilidade do Setor de Arquivo, o Espaço Histórico-Cultural foi inaugurado, silenciando sobre os nomes daqueles que trabalharam em equipe desde janeiro de 2006.


Inauguração do Espaço Histórico-Cultural; 07 de dezembro de 2007. Acervo do Setor de Comunicação do CEFET/RJ. Autor: Jânio de Carvalho.

A revogação da Portaria nº 8/2006 representou um retrocesso no processo de resgate da memória institucional, posto que voltou a se produzir espontaneamente. Assim sendo, seja por iniciativa própria, seja a convite de outras instituições, a divulgação da memória do CEFET/RJ continua sendo realizada pela autora deste texto e pela professora Tereza Levy Cardoso, em palestras, apresentações em seminários, congressos etc., utilizando o documentário – livro e DVD – CEFET/RJ seu tempo sua história – 90 anos de ensino profissional.

Em face das repercussões, internas e externas, sobre a extinção do centro de memória, o ano de 2008 foi marcado pelo envolvimento da diretoria na questão da memória institucional. Primeiro, foi reeditada a obra de Celso Suckow da Fonseca, pioneira sobre a relação trabalho e educação, História do ensino industrial no Brasil, sob coordenação da professora Carmem Perrotta, em meio magnético (DVD), em alusão aos trinta anos da Lei no 6.545, que transformou a antiga Escola Técnica Federal em Centro Federal de Educação Tecnológica, homenageando assim não apenas o autor e sua obra, mas também os avanços trazidos pela lei.

Depois foi providenciada a restauração do mobiliário que, até o final da década de 1990, compunha o gabinete do diretor-geral, pelo Professor Afonso Carlos Gomes, assessor do diretor-geral. Encontrando-se em exposição no saguão do campus Maracanã, a mobília, de características do século XIX, é reminiscência da Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz, composta de dois sofás, mesa retangular com doze cadeiras de madeira de lei, espelheira decorativa com espelho de cristal e armário.


Mobiliário em exposição no saguão do campus Maracanã. Acervo pessoal de Zuleide Silveira. Autor: Zuleide S. Silveira.

Em 30 de junho de 2009, por ocasião do 31º aniversário da transformação da ETF em CEFET, foi realizado o Seminário 250 anos de Ensino Público no Brasil – 31 anos de CEFET/RJ, sob iniciativa da professora Tereza Fachada Levy Cardoso. O seminário teve a finalidade de refletir sobre os dilemas e perspectivas da educação pública no Brasil e resgatar a história do ensino profissional, tendo como foco a trajetória do CEFET/RJ.


Seminário 250 anos de Ensino Público no Brasil – 31 anos de CEFET/RJ.
Mesa-redonda A escola pública em perspectiva histórica: professores Helena Lemos (SME/RJ); Mirian Grinspun (UERJ); Tereza Fachada (CEFET/RJ); Zuleide S. Silveira (CEFET/RJ); Prof. Álvaro Senra (CEFET/RJ). Acervo pessoal de Zuleide Silveira. Autor: Antonio Pithon.

À época da implantação do Centro de Memória do CEFET/RJ eu cursava o mestrado em Educação na Universidade Federal Fluminense, tendo como orientadora a professora Maria Ciavatta, que coordenava o projeto de pesquisa Memória e temporalidades da formação do cidadão produtivo emancipado – do ensino médio técnico à educação integrada profissional e tecnológica.

O tema da pesquisa do referido projeto analisou o nível médio e técnico de ensino, por meio de sua historicidade e de processos político-pedagógicos em curso nas escolas de formação técnico-profissional e da memória fotográfica. Nesse contexto, tendo como foco a memória da educação profissional no Brasil, debrucei-me sobre a fotografia como fonte histórica no processo de implantação do Centro de Memória do CEFET/RJ.

A fotografia como fonte histórica

Tida como mediação, a fotografia, entendida como processo social denso, produzido historicamente, é um mundo “de relações silenciosas, densas, congeladas no tempo mínimo do obturador. Mundos de seres calados e imóveis que devem ser decifrados a partir do contexto em que se encontram, na história de sua relação com os demais seres, tanto pessoas quanto objetos” (Ciavatta, 2004, p. 45).

Por ser a fotografia produzida em um determinado contexto e ser parte articulada da totalidade social, sua interpretação requer resgatar “os conceitos de essência e aparência que permitem fazer a distinção entre o objeto, seu conhecimento imediato e a concepção do conhecimento mediado pelos processos que o constituem” (Ciavatta; Campello, 2006, p. 320).

Para proceder à análise crítica – interpretativa de uma imagem – deve-se partir de três premissas: “a noção de série ou coleção, o princípio de intertextualidade e o trabalho transdisciplinar” (Mauad, 2004, p. 19-20).

Foi assim fundamentada, e, segundo critérios adotados pelo grupo de pesquisa Memória e temporalidades da formação do cidadão produtivo emancipado para classificação de imagens, que a equipe de trabalho organizou o acervo fotográfico do Centro de Memória do CEFET/RJ, cujos primeiros passos ou momentos de trabalho foram os seguintes:

  • Contato com o acervo fotográfico: a manipulação das fotografias foi iniciada por aquelas que se encontravam na Seção de Documentação/Setor de Arquivo; posteriormente foram manipuladas as que nos foram encaminhadas pelo Setor/Laboratório de Fotografia. Os primeiros contatos com os objetos fotográficos foram realizados pouco a pouco, de modo a captar os temas, conteúdos e o período histórico-temporal do momento fotografado. Procedemos à separação das imagens por fundo, seguindo o critério de ordem cronológica e institucional.
  • Classificação das imagens por eixo temático e espacial: Após a separação das imagens por fundo e ordem cronológica, iniciou-se uma subdivisão, separando-as por tema (diretores, professores, alunos, solenidades etc.) e por espaço físico (fachada, laboratórios, salas de aula, pátio etc.). Foi a partir da separação das fotografias que se nomearam os temas e subtemas; depois foram elaboradas as fichas de classificação e de catalogação de imagens, tendo como parâmetro a ficha elaborada pelo grupo de pesquisa Memória e temporalidades da formação do cidadão produtivo emancipado. A classificação das fotografias permitiu determinar 13 temas ou séries (diretores; professores; alunos; estrutura física; eventos; objetos; movimentos políticos; festas; visitas; concursos; servidores administrativos; Rede Federal de Educação Tecnológica; autoridades), abarcando 158 subséries.
  • Atribuição de códigos: as fotografias receberam um código expresso por numeral que indica o ano de sua produção, o número do álbum em que se encontram, acrescido dos números referentes a série e subsérie e de seu número no acervo. Uma foto produzida no ano de 2003, encontrada no álbum nº 10, classificada no tema alunos, cujo número de tema/série é 3. A subsérie é formada por três dígitos. O primeiro dígito é o mesmo do da série. O segundo refere-se ao fundo e, finalmente, o terceiro indica o espaço ou a atividade da fotografia. No caso do exemplo, como são alunos do período/fundo CEFET/RJ, os dois primeiros dígitos da subsérie são 3 e 5, intercalados por ponto; o terceiro é 1, indicador do ambiente de sala de aula. Desse modo, a subsérie passa a ser 3.5.1. Por último, acrescenta-se o número da foto no acervo (925). Assim, o código desta foto no acervo é: 2003 – 10 – 3 – 3.5.1. – 925.

CEFET/RJ, alunos na aula de Eletricidade Básica; 2003. Professora Zuleide S. Silveira. Acervo pessoal de Zuleide Silveira. Autor não identificado.
  • Identificação das fotos: o acervo possui nove álbuns, com aproximadamente 400 fotografias, que foram identificadas à época de sua produção. São coleções datadas de 1937, 1942, 1951 e década de 1970. O restante do acervo encontrava-se em grande parte sem identificação. Observamos que o olhar cuidadoso, detrás da câmera fotográfica, buscou registrar os diversos espaços e momentos da escola. Entretanto, as fotografias ficaram guardadas em gavetas e caixas, como se “seu dono” estivesse sempre por perto para narrar a história do cenário e de atores.
  • Organização do acervo: os álbuns foram numerados seguindo o critério de ordem histórico-cronológica e institucional. Devido ao acondicionamento precário, durante anos, os mais antigos necessitam restauração. Para o restauro do material fotográfico (capa de álbum, suporte de papel e fotografia em si), contatamos alguns especialistas que, a despeito de terem orçado o material, não chegaram a executar o trabalho por questões de ordem administrativo-financeira.


As fotografias que estavam guardadas em caixas na Seção de Documentação/Setor de Arquivo ou em gavetas do Setor de Fotografia foram arranjadas em envelopes de plástico de polipropileno cristal liso. Inserimos em fichários de plástico grupos de 100 envelopes contendo duas fotografias cada. Esses fichários, denominados álbuns, foram numerados dando sequência aos primeiros. Até agosto de 2007, foram montados quatro álbuns/fichários.

Considerações finais

Marx, ao afirmar que “não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência” (Marx e Engels, 2002, p. 20), demonstra que a integralidade da realidade social é construída pelo próprio homem, o ser social, a partir de seu ato ontológico primário – o trabalho. Portanto, são os atos ontológicos, ou ainda, é por meio do trabalho realizado individual ou coletivamente que se objetivam os campos, as forças, as instituições e as tendências histórico-sociais.

A partir desse pensamento, entendemos que um núcleo de memória é não apenas parte do espaço físico, parte do tempo, parte do trabalho da instituição na sua globalidade, mas também lugar de pesquisar em perspectiva histórica, planejar ações futuras com vista à produção e socialização do conhecimento. Por essa razão o trabalho desenvolvido deve ser, gramscianamente falando, “desinteressado”.

Todo seu processo de implantação e implementação exige articular-se a um movimento maior pela participação e construção de uma escola pública gratuita de qualidade, única e de formação omnilateral, assumindo o caráter de lugar de memória (Nora, 1993) em seu triplo sentido: lugar físico de construção da memória, lugar cujo papel é preservar a memória e lugar emblema da memória institucional. Portanto, a memória institucional não pode ser tratada nos limites do espontaneísmo nem depender de iniciativas isoladas.

Vale ressaltar, sob pena de ser redundante, a importância de formar um grupo de trabalho orgânico que se volte à implantação e implementação, de fato e de direito, de um núcleo de memória com vistas a resgatar, preservar, pesquisar e divulgar a história da instituição.

O trabalho daqueles que se reúnem em torno de um núcleo de memória não se limita às atividades arquivísticas. Enquanto a ocupação arquivística visa à organização dos arquivos, por meio do incremento de atividades de tratamento técnico dos documentos, como avaliar, classificar, ordenar, descrever, acondicionar e programar medidas de alteração de suporte físico para a preservação e para o acesso, o núcleo de memória volta-se para pesquisas em acervo próprio e/ou organizar eventos de ordem acadêmica, como seminários, conferências, exposições, para a publicação de artigos e livros e para produzir documentários em meios impresso, magnético e para internet, gerando conhecimento e socializando-o no sentido de, junto à comunidade, mobilizar elementos de reconhecimento da identidade institucional e daqueles que cotidianamente constroem a história da instituição.

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Publicado em 8 de dezembro de 2009

Publicado em 08 de dezembro de 2009

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