Produção de conhecimento nas instituições de ensino superior: entre desafios e perspectivas

Eduardo Beltrão de Lucena Córdula

Doutorando e mestre (Prodema/UFPB), professor e biólogo

Glória Cristina Cornélio do Nascimento

Doutora e mestre (Prodema/UFPB), professora e bióloga

A ciência se estruturou, normatizou e formatou o modo e os procedimentos para a construção do conhecimento humano, alcançando na contemporaneidade inúmeros avanços em todos os campos: saúde, educação, moradia, bens e utensílios etc.

Com essa produção contínua de conhecimentos, toda a sociedade passa a ter acesso a eles, que chegam por meio de informações, disciplinas e conteúdos de ensino nas escolas e na forma de tecnologias; além disso, são amplamente divulgados principalmente pelos meios de comunicação científicos e de massa (Alvarete; Castellucio; Almeida, 2013).

Fazer ciência é ter controle e sistematização do processo de busca e construção do conhecimento, utilizando procedimentos, métodos e técnicas para que os resultados sejam alcançados de forma concreta, imparcial e objetiva, com explicações que trazem a luz necessária do entendimento dos porquês dos fenômenos e problemas da/na humanidade (Alvarete; Castellucio; Almeida, 2013).

É nas instituições de ensino superior (IES) que a ciência reverbera com maior intensidade; tradicionalmente, há séculos, é nesses locais, considerados templos do saber, que sua gênese ocorre com maior intensidade, pois são destinadas não só ao ensino, mas à pesquisa e à extensão (Ribeiro, 1975; Goergen, 1998). Porém é nesses mesmos locais que acaba se propagando um mito, implicitamente, de que ciência e conhecimento científico apenas se constroem ou produzem nas IES; Alvarete, Castellucio e Almeida (2013, p. 30) afirmam e ratificam essa ideologia, ao afirmar que “para se fazer ciência é necessário ser professor universitário e, dentre outras atividades, dedicar um tempo para desenvolver as pesquisas e orientações”. Nesse sentido, há uma discordância legítima, pelo simples motivo de que nas organizações da sociedade civil, em instituições de educação básica, técnicas, públicas ou privadas que não são da área de educação, profissionais com graduação e/ou pós-graduação continuamente produzem conhecimento até mesmo científico, pois nesse processo, utilizam os saberes amplamente divulgados e de acesso a todos, métodos, técnicas, instrumentos e procedimentos que sistematizam o fazer científico; assim sendo, produzem resultados científicos (Marandino, 2005).

Todo conhecimento produzido/construído deve ser compartilhado para que alcance toda a sociedade e os demais integrantes da própria comunidade científica (Albagli, 1996; Bueno, 2010). Essa divulgação/comunicação deve ocorrer de formas diversas, como eventos científicos com trabalhos a serem apresentados e publicação em revistas especializadas e periódicos científicos (Bueno, 2010; Córdula, 2010). E deve romper os muros das IES e ser amplamente divulgados, para que a sociedade passe a apoiar as produções científicas e, ao mesmo tempo, passe a ter acesso direto a esses saberes (Goergen, 1998; Córdula; Guerra, 1999).

Internacionalização da ciência e produtividade acadêmica

Há duas vertentes emergentes na comunidade científica brasileira: a internacionalização e a produtividade acadêmica. A primeira segue a adoção de padrões internacionais, a tão discutida e conclamada internacionalização da ciência brasileira, que, como consequência, atinge diretamente os periódicos científicos que são fruto de programas de pós-graduação ou de grupos de pesquisa nas IES; a produtividade acadêmica é “incentivada” e cobrada pelos setores governamentais de fomento à pesquisa. Como tudo que inova, possui um lado positivo e um negativo (Leta, 2011; Azevedo; Catani, 2013).

Muito se vem discutindo nos eventos científicos e entre os grupos acadêmicos quanto à internacionalização da ciência, ou seja, seguir modelos e padrões internacionais, inclusive nas publicações. O processo nas IES brasileiras se dá prioritariamente com a aquisição e incorporação de padrões adotados por instituições internacionais reconhecidas como de excelência em ensino, pesquisa e extensão, e seus docentes acabam tendo produtividade altamente qualitativa (Azevedo; Catani, 2013).

A ciência brasileira ainda está caminhando nesse processo, mas deve se ressaltar que precisa, antes de alcançar esse patamar, alçar “degraus” em direção ao processo de nacionalização do processo científico, pois ainda se absorve muita ciência internacional, que é adaptada e utilizada como modelo de replicação, que é amplamente propagado, ou seja, muito se replica e pouco ainda se cria (Ribeiro, 1975; Schor, 2007).

Para Marrara e Rodrigues (2009, p. 123),

a internacionalização das universidades públicas brasileiras deve, acima de tudo, representar uma estratégia para a inserção da instituição de educação superior (IES) no cenário internacional, buscando, por esse caminho, a melhoria do ensino e da pesquisa.

Os autores afirmam ainda que, para atingir a internacionalização da ciência,

entre as medidas comuns, destacam-se no âmbito institucional: a criação de comissões de cooperação internacional, a adaptação dos recursos humanos, a celebração de convênios de cooperação internacional e as medidas informativas. Além disso, há medidas comuns de caráter acadêmico, entre as quais se destaca o estabelecimento de linhas de pesquisa para a construção de centros de referência em pesquisa, a organização de bibliotecas de alto padrão, bem como a inserção de disciplinas e a realização de outras atividades de ensino e pesquisa em idiomas estrangeiros (Marrara; Rodrigues, 2009, p. 124).

Nos estudos consultados, quanto à temática do processo de internacionalização da ciência brasileira, dois pontos se destacam e são recorrentes no âmbito das discussões: (1°) Publicações em periódicos internacionais com alto fator de impacto; e (2°) adoção da língua inglesa em pós-graduações e periódicos nacionais (Morosini, 2006; Marrara; Rodrigues, 2009; Diniz, 2011; Mugnaini; Leite; Leta, 2011; Anpad, 2014; Santin; Vanz; Stumpf, 2016).

Como até os corredores das universidades sabem, a internacionalização da nossa produção científica está na ordem do dia. Tida como um indicador importante de relevância do conhecimento produzido, a internacionalização é um dos quesitos de avaliação dos programas de pós-graduação e tema de discussão na pauta de pesquisadores, editores de revistas e dirigentes de entidades científicas (Goulart; Carvalho, 2008, p. 836).

DOI – Identificador Digital de Objetos “é um código padrão único e exclusivo (composto de números e letras) que possibilita a criação de um link permanente de um documento digital publicado (como uma espécie de CPF do documento)”. Fonte: https://bibliotecafea.com/2016/08/10/doi/.

“Os indexadores são bases que reúnem um conjunto de periódicos que passaram por um processo de seleção que pode variar de indexador para indexador” (Fonte: https://prezi.com/lbooepjbho7t/indexadores-base-de-dados-indexadoras-de-periodicos-cientificos/).

“O fator de impacto (FI) de um periódico é composto pelo número de citações recebidas pelos artigos
publicados nos dois anos anteriores à avaliação, dividido pelo número de artigos publicados no mesmo
período” (Frigeri; Monteiro, 2014, p. 303).

Goulart e Carvalho (2008), nos seus estudos na área de Administração, vêm mostrando a problemática da acessibilidade no processo de internacionalização da ciência, tanto pelo idioma como no processo de acesso aos periódicos que passam a ter a submissão condicionada ao pagamento de “taxas” (closed access – acesso fechado) que possam custear o processo de qualidade com emissão de DOI, indexadores , fator de impacto (FI) etc. Marilena Chauí (Redação, 2014, p. 1), sintetiza em uma curta frase a situação em que as IES estão escolhendo mergulhar: “A universidade brasileira submeteu-se à ideologia neoliberal da sociedade de mercado”.

Com isso, o acesso para submissão é para quem possui disponibilidade de recursos, pois alguns solicitam taxas com baixos valores, mas os de maior impacto na comunidade cobram por página, o que torna oneroso o processo de publicação (Goulart; Carvalho, 2008). Além disso, há cobranças para acesso dos artigos na íntegra (closed access); algumas, apesar dessas cobranças aos autores, mantêm o open access aos leitores. Vale ressaltar que para fazer versões para outro idioma também há o ônus da contratação de profissional da área de língua estrangeira, em que a cobrança é por página (Goulart; Carvalho, 2008). Atualmente, alguns periódicos passaram a exigir que a versão do artigo para outro idioma seja realizada por um nativo daquele idioma.

No entanto, muitos periódicos continuam mantendo o processo de submissão e acesso aos leitores livre de cobranças, sem exigência de outro idioma para o corpo textual do artigo como condicionante para publicação (acesso total), pois entende que internacionalização é assumir compromisso com a qualidade e não de adoção de estrangeirismos (Camargo Junior, 2012).

A acessibilidade será tratada no universo da comunicação científica, compreendido como o espaço social de exposição, disseminação, debate, apropriação e construção do conhecimento, onde se materializa a produção do conhecimento como empreendimento coletivo (Goulart; Carvalho, 2008, p. 837-838).

Para Morosini (2006), o processo de internacionalização da ciência é complexo e demanda inúmeros esforços para atingir o padrão de qualidade necessário; porém, no Brasil, em muitas IES, o processo está sendo reduzido à produção acadêmica internacional e à adoção do idioma inglês nelas, nos programas de pesquisa e pós-graduação.

Além destes, recentemente tem-se adotado o ORCID – Open Researcher and Contributor ID, que, traduzido livremente, é Identidade Aberta de Pesquisador e Contribuidor, com sede nos EUA, uma organização que visa atribuir um identificador alfanumérico para pesquisadores e acadêmicos de todo o mundo.

ORCID. Disponível em: https://orcid.org/content/initiative?lang=es&locale_v3=pt. Acesso em: 18 maio 2018.

Como pesquisadores e acadêmicos, vocês enfrentam o constante desafio de distinguir suas atividades de pesquisa de outras pessoas com nomes semelhantes. Você precisa ser capaz de anexar de forma fácil e única sua identidade a objetos de pesquisa como conjuntos de dados, equipamentos, artigos, histórias na mídia, citações, experimentos, patentes e cadernos.

Essa adoção, dentro do processo de internacionalização da ciência, possui seu lado positivo, pois promove a identificação mundial única do pesquisador, já que existem homônimos na área e a utilização só do sobrenome por extenso e abreviatura de nomes e demais sobrenomes gera similaridades. Assim, a identificação única reduz essa ocorrência de homônimos.

Portanto, a adoção da internacionalização da ciência é muito mais do que as adoções pontuais aqui destacadas; as IES devem pautar processos de discussão (discentes, docentes, pesquisadores, técnicos e demais funcionários) para que todos relacionem melhorias com o intuito de que se reflitam em qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão, sem a concepção de ciência para estrangeiros e sim para a sociedade brasileira.

Produtividade acadêmica

“A Plataforma Lattes representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de currículos, de grupos de pesquisa e de instituições em um único sistema de informações. Sua dimensão atual se estende não só às ações de planejamento, gestão e operacionalização do fomento do CNPq, mas também de outras agências de fomento federais e estaduais, das fundações estaduais de apoio à ciência e tecnologia, das instituições de ensino superior e dos institutos de pesquisa” (Brasil, 2018a, p. 1).

“Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação” (Brasil, 2018b, p. 1).

A produtividade acadêmica visa, para os docentes e discentes, formar o Currículo Lattes, que é registrado online na plataforma mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); nas pós-graduações, os docentes vinculados a elas, propiciam a mudança de nível no programa de pontuação Qualis .

A base Lattes registra a vida pregressa e atual dos pesquisadores brasileiros e é utilizada não só pelo CNPq como também por outras instituições e agências de fomento federais e estaduais, sendo, cada vez mais, uma fonte indispensável à análise de mérito e competência dos pleitos apresentados pelos pesquisadores (Mugnaini; Leite; Leta, 2011, p. 89).

Para Nobre (2016), a produção intelectual que amplia as páginas do Lattes e promove a ascensão tanto acadêmica e da soberba intelectual leva o docente a uma condição de vida pouco social. Isso se deve às escolhas prioritárias dos docentes para suas vidas, em que colocam as atividades profissionais acadêmicas (ensino, pesquisa, extensão e publicações) acima de tudo, inclusive da qualidade de vida e das inter-relações, do descanso e da vivência no mundo fora dos muros acadêmicos, sendo esta última a provável razão de as pesquisas ainda estarem tão distantes da realidade cotidiana (Moraes, 2010).

O produtivismo atualmente discutido nas IES pode não estar tendo sua devida correlação à qualidade ou ao que Wood Jr. (2016) conceitua como produtividade acadêmica. Para o autor, “o produtivismo é uma perversão da produtividade. Produtividade refere-se à capacidade de criar algo de valor a partir do uso maximizado de recursos. (...) Ser produtivista é produzir sem se importar com a qualidade ou a finalidade do que é produzido”. Ou seja, para o autor, muito se vem produzindo em pesquisas e tecnologias, porém com qualidade e finalidades questionáveis.

Tristemente, o produtivismo viceja em nossas universidades. Muitos pesquisadores agem como capatazes de fábrica, a supervisionar doutorandos e mestrandos. Pesquisas são fatiadas em pedaços para alimentar vários artigos, é a “ciência salame”. Jovens pesquisadores são induzidos a atuar como ghostwriters para produzir artigos assinados por seus orientadores. Escreve-se cada vez mais e lê-se cada vez menos. Multiplicam-se os burocratas, desaparecem os intelectuais (Wood Jr., 2016, p. 2).

Portanto, ao invés de priorizar o produtivismo, deve-se focar na qualidade das pesquisas que causem impacto e que tragam mudanças reais à sociedade, e não ficar submisso a Lattes e Qualis.

Conceito Qualis e periódicos científicos

O Qualis Periódicos é um sistema de quantificação pela produção acadêmica e adoção de estratégias de internacionalização (Santin; Vanz; Stumpf, 2016); ao mesmo tempo, conceitua os programas de pós-graduação e os periódicos científicos para que possam melhorar ao longo do tempo, indicando “qualidade”. Assim, os docentes passam a exigir dos discentes de seus programas publicações em periódicos com conceito elevado, para que os docentes, pelos seus Lattes, possam trazer pontuações que elevem o conceito Qualis dos programas e, ao mesmo tempo, se mantenham vinculados a eles pelo seu produtivismo ou produtividade acadêmica.

Plataforma Sucupira. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf. Acesso em: 24 maio 2018.

Todo periódico, ao receber o Qualis, é classificado em extratos basais e gradativamente, com sucessivas avaliações, ascendem. O Qualis possui 49 áreas de avaliação, na Plataforma Sucupira ; começam por extratos mais baixos até os mais elevados – em ordem decrescente: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C –; ao longo dos anos e das avaliações, por contemplar os critérios estabelecidos pela Capes, vão aumentando seu conceito (SIBi, 2018).

Existem opositores ao sistema, da forma como ele está sendo posto, como expõem Frigeri e Monteiro (2014), que apontam algumas questões que devem ser discutidas no âmbito das instituições e grupos de pesquisas; o principal deles é “o fato de as linhas de pesquisa estarem se transformando em verdadeiras linhas de montagem de artigos, sacrificando a formação de pesquisadores críticos à custa da obtenção de índices numéricos” (Frigeri e Monteiro, 2014, p. 302).

Da mesma forma, Andrade e Galembeck (2009, p. 5) criticam, ao afirmar que

avaliar não é nem nunca foi uma atividade simples. Especialmente porque a avaliação pertence ao avaliado e não ao avaliador. Contabilizar indicadores é um processo simples, mas qualificá-los é um processo complexo e que exige equilíbrio, parâmetros e regras bem (e previamente) definidas.

Muito se vem discutindo para que o Qualis adote outros critérios qualitativos para avaliação, ao invés de apenas o quantitativo e ligados principalmente ao fator de impacto (FI) dos periódicos (Andrade; Galembeck, 2009; Marques, 2009a, b; Frigeri; Monteiro, 2014). Na atribuição do Qualis, falta ainda imparcialidade das comissões avaliadoras, tantos para os programas de pós-graduação como para os periódicos, pois

os coordenadores das comissões de avaliação têm liberdade para sugerir com quem vão trabalhar, respeitando os critérios de competência na área, tendo em vista que os nomes sugeridos devem ser aprovados pela Diretoria de Avaliação da Capes, o que demonstra que a formação dos comitês pode favorecer determinado grupo ou determinada linha de pensamento dentro das áreas (Frigeri; Monteiro, 2014, p. 307).

Portanto, adotar essas medidas de “qualificação”/quantificação é adentrar no processo de internacionalização que vem germinando nos periódicos científicos, trazendo mudanças na estrutura, formatação e alterando o idioma vernáculo do trabalho submetido para o inglês, como já discutido anteriormente (Camargo Junior, 2012). Diniz (2011, p. 315), editor de um periódico nacional, coloca em um dos editoriais que, “para sermos reconhecidos como relevantes para os autores brasileiros, temos que procurar também ser relevantes para autores estrangeiros”. Uma concepção errônea e depreciativa da pesquisa brasileira, não necessitando de interpretação e discussão. Assim, nessa concepção de valorização invertida, a busca por periódicos internacionais é crescente e, como consequência, os nacionais passam a receber cada vez menos artigos com pesquisas inovadoras, inéditas e de relevante interesse científico; consequentemente, acabam tendo baixos fatores de impacto (Frigeri; Monteiro, 2014).
Porém, as resistências a esses processos não se restringem somente ao Brasil. Na Europa, editores de 61 periódicos ligados às áreas de humanas emitiram manifesto criticando a adoção de índices que tenham o quantitativo – como FI e disseminação – como principal avaliador de seus periódicos (Marques, 2009a). Segundo o autor, citando um trecho do manifesto, os editores europeus afirmam que, “entre os pesquisadores das humanidades da Europa, é persistente uma visão segundo a qual os critérios bibliométricos, como números de artigos e citações, não são seguros para atestar a qualidade de sua produção acadêmica” (Marques, 2009a, p. 35).

A ciência nacional é destinada ao desenvolvimento da sociedade brasileira; além disso, é financiada em sua grande parte não por recursos internacionais e sim por verbas nacionais dos programas de governo. Por mais absurdo que possa parecer, segundo a Anpad (2014), esse processo de internacionalização está sendo influenciado e direcionado pela própria Capes. Com isso, chegamos a uma reflexão pelo simples questionamento: faz-se ciência no Brasil e publica seus resultados para quem?! E com que intuito?!

Assim como dizem Andrade e Galembeck (2009, p. 5) sobre o mercantilismo que está tomando os veículos de publicação científica, que muitas vezes pertencem a instituições públicas de ensino superior,

a divulgação de resultados de pesquisa cientifica é cada vez mais uma atividade empresarial de grandes conglomerados editoriais que recebem a informação sem custo, utilizam a avaliação por pares também sem custo e comercializam a informação a preços cada vez mais elevados.

Segundo Fiorin (2007), são eles: o quantitativo de publicações realizadas nos principais periódicos mundiais e seu impacto por meio da contagem de citações realizadas em outros trabalhos.

Os motivos desse paradigma entre editores e uma parcela dos docentes/pesquisadores das IES foram colocados no editorial de Carvalho, Travassos e Coeli (2014), que afirmam que esse processo de internacionalização proporciona a quantificação gradativa de artigos publicados em língua estrangeira e que, para eles, isso é sinônimo de qualidade para os periódicos e para a ciência, medidos por índices bibliométricos . Porém Marques (2009b) vem na direção oposta a esse discurso de valorização de estrangeirismos, quantificação por qualificação real, ressaltando a importância de periódicos e programas de pós-graduação não ficarem submissos a esses processos, devendo buscar e adotar outros indicadores para qualificação.

A participação na ciência mundial se faz necessária, mas não se pode deixar de publicar em periódicos nacionais para buscar apenas os internacionais; ao mesmo tempo, os periódicos nacionais deveriam disponibilizar os trabalhos que publicam pelo menos no idioma nacional e deixar opcional aos autores dos trabalhos submetidos a versão em outro idioma. Ou ainda condicionar os periódicos que priorizam o idioma internacional da ciência a ter suas publicações também na língua vernácula. Dessa forma, atenderia ao acesso de todos da sociedade; caso contrário, estar-se-ia fazendo ciência para a ciência e, principalmente, para pesquisadores e grupos de pesquisa estrangeiros (Córdula; Guerra, 1999).

Revista Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-8910&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 24 abr. 2018.

Como exemplo de publicação na língua vernácula e em inglês (bilíngue) está a Revista de Saúde Pública , da USP, que publica os artigos nos dois idiomas, tanto para atender à sociedade brasileira, como para estar nos padrões internacionais.

Entretanto, mesmo diante desse cenário, há o viés positivo da internacionalização da ciência; nesse tocante, concorda Fiorin (2007, p. 266) quando afirma que “o que impulsiona o desenvolvimento científico e tecnológico são a cooperação e a internacionalização”, enfatizando a cooperação como processo de internacionalização, mas discordamos do ponto como uma busca a todo custo por uma publicação internacional ou reconhecimento por parte dos pesquisadores internacionais. Os critérios de qualidade, da celeridade em processos administrativos, da destinação de recursos financeiros adequados para financiar as pesquisas na totalidade, o aumento de bolsas de pesquisa (de graduação e pós-graduação) e de intercâmbios, devem, sim, existir como parte desse processo e trazem qualidade e inovação à pesquisa nacional.

Outros problemas que reverberam

Modismos acadêmicos

Modismo é tudo aquilo que se replica por rápida aceitação de um público, que muitas vezes não busca informações para entender o que está absorvendo e reproduzindo para o restante do seu grupo social, acadêmico, familiar etc. (Lima, 2018; Córdula; Nascimento, 2012).

Atualmente um desses que tem vínculo direto com a internacionalização é a incorporação de neologismos da língua inglesa, como chamar artigo de paper, cuja tradução livre literal é papel. Assim, questiona-se o porquê da não utilização do nome na língua vernácula.

Os modismos não só invadem a sociedade como também as IES, e uma das grandes máximas pedagógicas do ensino superior é que a educação não se torne uma replicante, que assimile neologismos e fique submissa a uma ideologia dominante, mas possibilite a formação de cidadãos críticos e questionadores do status quo e dos paradigmas atuais, para possibilitar autonomia e competência aos profissionais como agentes transformadores e criadores/construtores do saber (Freire, 1996; Córdula; Nascimento, 2012).

A sociedade do conhecimento acaba retrocedendo quando não busca na base das informações seus reais conceitos e aplicações e acaba replicando sem compreensão total ou demostrando pouca maturidade profissional e discernimento ao assimilar sem questionar ou sem buscar o embasamento teórico/prático necessário, o que leva à aplicação semântica indevida dos conceitos (Coutinho; Lisbôa, 2011). Exemplo disso é o atualmente e amplamente difundido conceito de literatura cinza, que será tratada mais adiante.

O que se observa in loco nas IES são discursos demagógicos por parte de alguns que desejam impor sua visão reducionista e unilateral de mundo e de conhecimento, pois seus conceitos não se fundamentam e muito menos se sustentam, por serem informações replicantes, que tentam continuamente propagar.

Retomando o conceito inicial dos modismos que se multiplicam e desvalorizam a cultura e a língua nacional, como se o que é externo ao país fosse melhor e gerador de status, devido à influência direta desta era de consumo (Barbosa, 2010). Por muito tempo, na década de 1980, os intelectuais acadêmicos criticavam a sociedade, que na época adotava estrangeirismos e modismos norte-americanos e europeus e na atualidade são eles que o fazem. A era do consumo levou a sociedade e os intelectuais a se tornarem consumistas não apenas de bens materiais, mas também de replicar costumes, hábitos, conceitos e termos estrangeiros, como se estes possibilitassem a elevação do patamar social, cultural, intelectual e científico (Barbosa, 2010).

Para Gonçalves et al. (2011), trata-se de influências de grupos socialmente fortalecidos; para se sentir parte deles, adota-se a linguagem ou parte da língua e costumes, entre outros aspectos. Quando não se possui na língua vernácula uma palavra correspondente à utilizada em outro idioma, deve sim, empregar o empréstimo ou o neologismo para sua utilização (Sardinha; Bárbara, 2005; Gonçalves et al., 2011); mas, quando existe, tal prática não deve ser estabelecida, principalmente no âmbito formal da utilização do idioma.

Em um ponto devemos concordar com Alvarez, Castellucio e Almeida (2013, p. 40), quando afirmam que “em um primeiro momento, podemos dizer que o paper é a forma mais inútil de divulgar ciência. Como? Sim, porque realmente não é divulgação, mas sim transmissão de informação específica entre um grupo de profissionais”, principalmente quando não é publicado em língua vernácula, mas em um idioma estrangeiro, como o inglês, alegando que é o idioma internacional adotado pela ciência. Conhecimento deve chegar à população não só na forma escrita, mas na sua aplicabilidade, para mudar os problemas e necessidades da sociedade (Córdula; Guerra, 1999; Wood Jr., 2014).

Assim, a academia, na busca de mudanças, está também mergulhada em conflitos, disputas ideológicas e políticas entre seus pares por inúmeros motivos, incluindo-se aí egocentrismos e isolamentos intelectuais, problemas nas relações interpessoais e profissionais, que afetam diretamente a todos, como a imposição de ideologias e a busca por poder e destaque entre os acadêmicos, que reverberam nos bastidores e nas linhas de frente da produção científica (Pinheiro-Machado, 2016).
O brilho da “torre de marfim” – em alusão à produção do saber nas academias e à formação de professores pesquisadores – está há muito tempo entrando em colapso e ruinas, como afirma Wood Jr. (2014, p. 95):

cresce o descontentamento com condições de trabalho e com as pressões por produtividade na torre de marfim. Parte da revolta deve-se à reação usual a mudanças. No entanto, há também uma preocupação legítima com um sistema caro, pouco produtivo e que apresenta efeitos colaterais preocupantes, como a multiplicação de mestres e doutores ineptos e a proliferação de artigos científicos que nunca serão lidos.

Renovar não implica replicar, e sim buscar novos meios de transformar e mudar em direção a novos horizontes sociais, científicos e tecnológicos. Isso implica parcerias, produções e atuações na sociedade. Os docentes deveriam constantemente, pela posição e função que assumem nas IES, estar se autoavaliando, revendo posturas  autoritárias, intransigentes e o engessamento de arquétipos epistemológicos, políticos, (anti)éticos e (i)legais, que ainda se perpetuam e, infelizmente, se multiplicam.

Orientações e coautorias em publicações

No ensino superior, principalmente nas pós-graduações, os discentes já são profissionais formados (com graduação – bacharelado e/ou licenciatura) e podendo ter ou não especialização (Latu sensu), podem publicar sem necessariamente estar em coautoria com seus orientadores, pois a elaboração do projeto de pesquisa e seu desenvolvimento é da autoria e autonomia do discente. O orientador realiza a atividade como colaborador, ou seja, na orientação e ajustes na pesquisa, frutos da sua experiência e de competências na área em que o projeto será desenvolvido.

A coautoria em publicações a partir dessas dissertações e teses ocorre quando, verdadeiramente, passa a existir a parceria na produção acadêmica entre orientador e orientando e o primeiro contribui na escrita dos artigos de forma direta; ou o orientador é o autor do projeto de pesquisa, que foi cedido ao orientando e gera para o segundo (orientando) a coautoria em publicações. Mas infelizmente o mito que se propaga nos corredores das IES é de que, a partir do momento que orientador assume oficialmente essa função, se torna coautor na publicação; em algumas situações, programas ou docentes tentam entrelaçar a obrigatoriedade do orientador coautor nas publicações dos orientandos, para assim terem sua produtividade acadêmica assegurada.

Nesse sentido, Souza (2006, p. 19), em seu estudo sobre autoria nas publicações oriundas de teses e dissertações, tendo como base a legislação brasileira – Lei Especial n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e Portaria Capes nº 13, de 15 de fevereiro de 2006, – afirma que “por autor a legislação considera a pessoa física que cria a obra em questão”; e continua: “uma simples colaboração não configura coautoria”. Ressalta que

o conjunto múltiplo de direitos patrimoniais sobre a obra inclui uma infinidade de usos que podem genericamente ser classificados como sendo de reprodução e de representação. Todas as modalidades de utilização da obra dependem necessariamente de autorização expressa e prévia dos titulares da obra, que, no caso das dissertações e teses, são o mestrando e o doutorando. O orientador não é mais que um colaborador (Souza, 2006, p. 20).

Portanto, orientador é colaborador; assim sendo, não é coautor, conforme a legislação vigente discutida por Souza (2016). A publicação de dissertações e teses na forma de coautores (orientando e orientador) surge quando os envolvidos se desvestem do papel incialmente atribuídos a eles, de orientador e orientando, e passam à posição igualitária de coautores, em que ambos contribuem ativamente na construção do artigo e não apenas opinando e direcionando, como se um deles estivesse ainda em processo de orientação.

Além dessa situação, outra que lamentavelmente está crescendo é que alguns docentes chegam a depreciar os trabalhos acadêmicos de conclusão de curso de seus e de outros orientandos, intitulando-os “literatura cinza”, e ao mesmo tempo, não fazem uso dessas produções acadêmicas.

Literatura cinza

Desde 1970, nos EUA, vem se estruturando o conceito de “literatura cinza” (Población, 1992; Población; Noronha, 2002). No Brasil, como todo modismo, chegou sem sua devida concepção e está sendo replicado como algo negativo aos trabalhos acadêmicos de conclusão de curso.

Isso tem origem nas ramificações dos processos unidirecionais de internacionalização da ciência, em que docentes e pesquisadores de IES forçosamente assimilam conceitos, normativas, padrões adotados em outros países sem realmente conhecer a fundo sua origem e sua semântica.

Literatura cinza/cinzenta consiste em documentos que não estão ao acesso fácil de todos, pois são guardados em instituições públicas ou privadas; são relatórios, pareceres, avaliações e similares (Botelho; Oliveira, 2015; Portal, 2017). Além disso, podem ter sua elaboração questionável por falhas técnicas, falta de imparcialidade ou serem tendenciosos e não entram no circuito normal de publicação comercial ou acadêmica; o acesso a eles só ocorre, geralmente, por solicitação formal aos órgãos que os produzem, por estarem muitas vezes arquivados, daí a conotação de cinza, em relação à coloração do papel, pelo longo tempo que se passou após o arquivamento (Bichteler, 1991; Laufer, 2007; Corlett, 2011; Botelho; Oliveira, 2015; Lima, 2016).

Portanto, os TCCs, monografias, dissertações e teses não são considerados esse tipo de literatura (cinza ou cinzenta), por serem acadêmicos e seguirem a metodologia científica de investigação, terem orientação docente para sua construção e serem apresentados a uma banca de defesa avaliadora, composta por docentes com mestrado, doutorado e pós-doutorado. Além desses fatores técnico-científicos, não são arquivados e sim depositados fisicamente em bibliotecas de acesso público e/ou disponibilizados digitalmente na internet. Mesmo aqueles que foram defendidos e entregues nas bibliotecas antes dos processos de digitalização de documentos não são considerados literatura cinza, por estarem em acervos de acesso público. Chamar tais trabalhos acadêmicos de “literatura cinza” é desvalorizar e depreciar todo o processo de investigação e elaboração de tais pesquisas e colocar em desmerecimento as bancas avaliadoras.

O conceito de reconhecimento aqui colocado é de ter seu estudo/trabalho de docência/pesquisa/extensão reconhecido pela comunidade científica como de relevante interesse, por atender as necessidades da sociedade brasileira e ao mesmo tempo da própria comunidade científica nacional (Córdula; Guerra, 1999).

As IES possuem mitos, modismos e problemas ligados à relação discentes-docentes, de produtividade com qualidade e que se volte para sociedade, além de romper o paradigma instalado do reconhecimento internacional em detrimento do reconhecimento nacional.

Felizmente, muitos docentes estão na vanguarda e se mantêm incólumes às situações descritas até o momento. Não se deixam influenciar por internacionalizações, modismos, não participam desses grupos controladores nem propagam informações errôneas. Não seguem ditames oriundos de escalas superiores e que querem determinar como deve caminhar a ciência sem considerar a ética, o profissionalismo e os seus princípios básicos de estruturação dos moldes científicos, além de todo o processo legal que as rege. São profissionais que estão em processo de educação continuada, modernizando e discutindo os inúmeros problemas e necessidades da sociedade e da própria ciência e, além destes, agindo em prol da comunidade científica, da pesquisa, da extensão, do ensino e do discente, para o qual exercem sua profissão e suas funções dentro das IES (Pachane; Pereira, 2014).

Considerações finais

O conhecimento científico deve ser partilhado, e a forma para que isso ocorra se dá pela publicação em forma de trabalhos acadêmicos, por seguir a metodologia científica e a linguagem técnico-científica para sua redação. Nos periódicos científicos está o veículo propício para sua disseminação. No entanto, os processos de internacionalização e quantificação da Capes, da forma como estão sendo aplicados, estão provocando mudanças profundas tantos nas pós-graduações que são formadoras de pesquisadores especializados como nos próprios periódicos. Essas mudanças induzem a desvalorização da língua materna no campo da ciência, a adoção de conceitos errôneos e a multiplicação de um sistema capitalista de custos elevados para a comunidade cientifica.

Ainda há necessidade de pesquisas entre os discentes de graduação e pós-graduação, trazendo dados concretos da relação e na qualidade das orientações e das inter-relações no universo acadêmico para que sejam pontos de discussão na comunidade científica. Assim, os sujeitos envolvidos nesse processo, podem se autoavaliar e rever suas posturas e atuações no processo de ensino-aprendizagem, que aqui ainda não foram discutidos, devido à escassez de publicações.

Cabe, portanto, a todos os pesquisadores e aos que produzem ciência e conhecimento mudar esses parâmetros e refletir, discutir e exigir ampliação dos processos que tragam qualidade ao ensino, à pesquisa e à extensão e que mecanismos surjam para a ampliação da avaliação do papel docente, da pesquisa e da extensão para direcionar ações no sentido de propiciar melhorias que se reflitam na formação do profissional que estará atuando na sociedade.

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Publicado em 03 de julho de 2018

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