Práticas pedagógicas e mediativas para o Ensino Religioso com foco no Ensino Fundamental I

Maria Bernadete de Sousa Carvalho Monte

Maria Bernadete de Sousa Carvalho Monte Professora da Educação Básica da rede estadual e municipal de Piracuruca/PI, mestra em Ciências das Religiões (FUV), pós-graduada em Supervisão Escolar (UCAM) e em Gestão Pública (Uespi), graduada em Normal Superior (Uespi) e em Direito (Chrisfapi)

Pensando na realidade da sala de aula do Ensino Religioso (ER) na escola pública e no Ensino Fundamental I, considerando as demandas educacionais do tempo presente e nosso zelo, respeito e dedicação pela educação brasileira, é importante ressaltar que nesse contexto não deve haver proselitismo.

O objetivo deste trabalho é propiciar ao professor e ao aluno do Ensino Fundamental I uma leitura instigante e reflexiva pelo mundo do fenômeno religioso, experienciando as suas dimensões. É, portanto, um convite a nos aventurarmos nessa viagem destinada ao conhecimento, único caminho capaz de transformar o indivíduo, possibilitando que transcenda o mundo imaginado.

Para tanto, o que se espera por meio desta pesquisa é a condução de metodologias que permitam aos estudantes serem protagonistas de sua aprendizagem no espaço da sala de aula, inseridos no desenvolvimento de novas competências e habilidades por meio de práticas educativas no Ensino Religioso. Assim sendo, a abordagem está alinhada ao que é estabelecido na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), conectando-se à competência Trabalho e Projeto de Vida, uma das seis competências trabalhadas em sala de aula (BNCC, 2018, p. 5). Essa competência consiste em valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, abordando conhecimentos e experiências adequadas ao mundo do trabalho.

Ademais, espera-se que este estudo, com exploração de referencial teórico, cumpra os objetivos estabelecidos, indicando, por meio de práticas mediadoras do componente curricular Ensino Religioso, que compreende posicionamentos legais e doutrinários, uma abordagem crítica. Assim, o trabalho alinha-se às diretrizes educacionais estabelecidas pelo MEC com o objetivo de fornecer subsídios aos professores de Ensino Religioso que atuam nas escolas públicas, especificamente no Ensino Fundamental.

A relevância da proposta compreende a importância daquilo que se defende sob o contexto educacional e social. A pesquisa é de cunho bibliográfico e documental, apresentando-se organizada em três seções.

Metodologia

Considerando as mudanças trazidas pela BNCC e os desafios e dilemas presentes nas escolas em relação ao componente Ensino Religioso, verificou-se a necessidade de estudo sobre a temática das suas práticas pedagógicas e mediação na Educação Básica.

Realizou-se, então, um estudo bibliográfico utilizando diversas literaturas atinentes ao tema. Para nortear esse caminho científico, adotamos uma abordagem de cunho qualitativo, em conformidade com os objetivos específicos e caracterizada por ser descritivo-analítica.

Partindo dessa análise, damos sugestões de práticas pedagógicas para o Ensino Religioso na Educação Básica, com enfoque no Ensino Fundamental I, desenvolvidas a partir do lúdico com vistas a tornar o dia a dia da sala de aula mais atrativo e divertido; estão segmentadas da seguinte forma:

  • Sugestões de práticas pedagógicas de Ensino Religioso para o 1º ano do Fundamental I;
  • Sugestões de práticas pedagógicas de Ensino Religioso para o 2º ano do Fundamental I;
  • Sugestões de práticas pedagógicas de Ensino Religioso para o 3º ano do Fundamental I;
  • Sugestões de práticas pedagógicas de Ensino Religioso para o 4º ano do Fundamental I;
  • Sugestões de práticas pedagógicas de Ensino Religioso para o 5º ano do Fundamental I.

Dialogando com o componente curricular Ensino Religioso

O mundo moderno trouxe novos pressupostos ao Ensino Religioso. Assim, ele deixa de se apresentar somente como prerrogativa de fé, como era instituído no modelo catequético, para avançar em direção convergente e harmoniosa com o modelo das Ciências das Religiões, no qual é proposto inicialmente o estudo do fenômeno religioso.

Nessa direção, é reforçado o pressuposto para a educação cidadã como importante elemento à vida social e ética dos estudantes. Dentro dessa nova dimensão, trazemos uma visão ampla e abrangente que possibilita a diversidade e a singularidade do fenômeno, bem como uma visão transreligiosa conectada com a epistemologia atual, superando a fragmentação do conhecimento posta pelas ciências com suas especificações. Logo, “o ER alcança novos, outros, e maiores horizontes de visão amplos sobre o ser humano”, conforme a literatura (Passos, 2007, p. 66).

O ER escolar não assume a catequese, mas traz para o ensino aspectos desse conhecimento indispensáveis ao contexto educativo: o respeito à pluralidade cultural e à diversidade religiosa, além do reconhecimento das diferenças. Desse modo, o espaço escolar não educa para uma fé, mas apresenta o sagrado como fenômeno religioso nas mais diversas culturas e tradições religiosas (Brasil, 1988). Isso implica afirmar que surge uma expectativa quanto ao profissional da Educação que irá ministrá-la, pois ele deve ter formação dentro das Ciências das Religiões, que estude o fenômeno religioso como um todo e não uma fé em específico.

Na nova configuração social, o ER passou por várias situações, dentre as quais o ER se encontrava na primeira e segunda versão da BNCC, tendo sido excluído na terceira versão. Após longos debates e discussões, o ER foi inserido na quarta versão, com todas as características e privilégios das demais disciplinas (Brasil, 2018). A versão final da BNCC permite evidenciar aspectos teóricos, didáticos e pedagógicos, motivada na percepção de que o eixo da religiosidade é uma forma, entre tantas outras, de esclarecer a essência humana, cujo objeto de estudo perpassa a análise dos elementos comuns e específicos às diversas religiões: o fenômeno religioso em si em suas multíplices expressões.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no seu Art. 33, § 1º, é enfática em dizer que o ER é oferecido de forma optativa aos estudantes do Ensino Fundamental, ficando a critério dos sistemas de ensino a sua regulamentação e a fixação de conteúdos, não cabendo à União estabelecer uma base comum, pois a matéria é da competência dos estados e municípios. A disciplina, então, a partir da BNCC (Brasil, 2018, p. 27), se constitui como uma “área do conhecimento”, assim como as demais da Educação Básica.

Dentro dessa perspectiva, o ER é de matrícula facultativa, parte integrante da formação básica do cidadão, “e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas da Educação Básica, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil”, vedadas quaisquer formas de proselitismo (Brasil, 1997).

Ademais, o ER, referenciado pelas Ciências das Religiões, pode colaborar para a explicação dos diferentes fenômenos religiosos que, no entendimento de Faustino Teixeira (2007, p. 74), exercita “o aperfeiçoamento do olhar e da escuta do mundo da alteridade considerando toda complexidade do outro eu [...], a compreensão do outro mediante abertura e despojamento”. Nessa realidade é perceptível a responsabilidade que se espera do educador tanto para a apresentação do fenômeno religioso quanto para o envolvimento dos educandos com esse conhecimento.

É nesse sentido que compete ao professor de Ensino Religioso o aprimoramento de conhecimentos teóricos e práticos sobre as religiões, pois sua formação dará conta de um conhecimento para a cidadania, do respeito às diversidades e da busca pela compreensão humana. Afonso Soares (2010, p. 127) enfatiza que “todos os graduados e pós-graduados em Ciências das Religiões estão, em tese, qualificados a lecionar Ensino Religioso”; Paulo Baptista (2015, p. 116) advoga que as “Ciências das Religiões” tratam da “formação mais adequada, embora existam posições diversas; parte significativa da literatura e das pesquisas na área aponta nessa direção”.

A formação do professor que trabalha nessa “área de ensino deve ter curso de graduação”, como expõe Rosa Meneghetti (2003, p. 97). Segundo ela, as instituições de Ensino Superior são espaços propícios para a produção e a socialização dos saberes em seus campos epistêmicos, preparando para o domínio da área de conhecimento e das metodologias apropriadas ao ensino. Portanto, essa formação possibilitará aos educadores levar os alunos ao desenvolvimento da cidadania e à humanização, trabalhando numa perspectiva plurirreligiosa, com enfoque no fenômeno religioso como objeto de construção sociocultural.

A mediação como prática dialógica no ambiente escolar

O cenário educacional faz parte da construção e da edificação do ser humano para a integração da relação de todas as dimensões da vida. Nesse espaço, a aprendizagem perfaz seus contextos para além do muro da escola. Assim, o ato de educar é um ato de amor que contribui diretamente para a edificação intelectual, profissional e emocional do ser humano, para o bom desenvolvimento dos cidadãos. Posto isso, práticas de mediação de conflitos precisam ser disseminadas e utilizadas em maior escala, sobretudo dentro de instituições de ensino, por meio dos sujeitos que devem ter consciência crítica sobre o tema, além de ser responsáveis por contribuir para a melhoria do cenário educacional.

A prática mediada é um meio que permite o diálogo entre os pares, ampliando a cooperação e o respeito, sendo os conflitos resolvidos segundo a realidade de cada sujeito/agente (Brasil, 2015). Assim, pode-se dizer que mediar é uma possibilidade de reflexão em que todos os envolvidos estão conectados à instituição escolar, dando voz aos atores e valorizando seus sentimentos, apontando que há diferentes maneiras para resolução. Diante desse desenho, configura-se a necessidade de uma pessoa responsável por auxiliar as partes e restabelecer o diálogo entre ambas: o mediador.

Nesse campo, Monte (2021, p. 57) diz que a BNCC aponta “a pesquisa e o diálogo como os princípios mediadores e articuladores que tornam possíveis o desenvolvimento de competências específicas” e que, no caso do componente curricular ER, seriam o combate à intolerância, à discriminação e à exclusão social.

Partindo desse pressuposto, compreende-se que com a técnica mediativa é possível apontar como possibilidade uma ferramenta que possa facilitar tanto a adesão de alunos quanto o desenvolvimento das habilidades pretendidas no componente. Canezin et al. (2017, p. 287) afirmam que essa “técnica mediativa pode ser transposta didaticamente para os espaços escolares”. Sem que haja renúncia ou submissão, a mediação apresenta-se como “técnica que busca a solução dos conflitos, em respeito ao cidadão/ã e sua capacidade de encontrar as soluções”, atendendo aos seus interesses e aos interesses da coletividade, sem estabelecer com a outra parte uma relação competitiva, mas colaborativa.

Nesse contexto, a escola da atualidade deve estar ciente de sua responsabilidade na aplicação de práticas mediativas em que todos os atores estão envolvidos, pois todos são iguais dentro das desigualdades.

Práticas pedagógicas do Ensino Religioso (ER) no Fundamental I

O aluno do século XXI passou a ser o protagonista do seu conhecimento, isto é, personagem principal na busca do seu saber, enquanto o professor passou a ter papel de mediador do ensino. Nessa nova perspectiva, o exercício da educação deve ser orientado por práticas pedagógicas que venham subsidiar o estudante do ER numa vasta ação envolvendo a pluralidade. Essa modalidade de Ensino Religioso tem como desafio efetivar uma prática de ensino voltada para a superação do preconceito religioso, da valorização e do respeito à diversidade em seus diversos segmentos frente à sociedade excludente na qual vivemos.

Diante dos estudos e debates efetivados sobre o tema, há subsídios teóricos e metodológicos para vislumbrar a viabilidade do componente escolar ER na escola pública, atualizado às mudanças e aos anseios da sociedade moderna.

Além do mais, esse conhecimento a ser ministrado de forma lúdica na sala de aula no Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) é capaz de favorecer a todos, sem distinção de credo, sendo acolhedor e resgatando o respeito e a dignidade no âmbito escolar. Afinal, introduzir as práticas lúdicas no cotidiano escolar, segundo Brito e Moura (2023), é ir além da essência da criança para a vivência real, construindo pontes de saber e de fazer que brotarão em práticas educacionais mais humanizadoras, formando um espaço mais agradável para a construção do conhecimento. Partindo dessa premissa, apresentamos sugestões de práticas pedagógicas para o Ensino Religioso a serem inseridas na Educação Básica, tendo como foco o Ensino Fundamental I na escola pública.

Sugestões de práticas pedagógicas

1º ano do Ensino Fundamental

Tema: Amor e respeito

Objetivos: Proporcionar interação entre o alunado do ER, possibilitando maior compreensão do tema Amor e respeito e deixando que os estudantes expressem, por meio da Arte, o aprendizado adquirido em uma atividade coletiva, em que serão destacados a criatividade, a colaboração, a liderança, o respeito, a tolerância e a cumplicidade, permitindo, assim, o momento lúdico e sadio de cada estudante/professor.

Atividades

Metodologia

1. Organizar a turma formando vários grupos;

2. Apresentar a temática Amor e respeito (a qual deve ser trabalhada por cada grupo para que eles possam se familiarizar com as expressões).

3. Coordenar e selecionar material de sucata a ser empregado/usado na confecção de cenário e personagens;

4. Selecionar a história a ser encenada por cada grupo;

5. Confeccionar um teatro de sombra e as personagens com material de sucata;

6. Pedir aos alunos que apresentem para toda a escola, em um ambiente propício, o teatro de sombra, como no auditório, na sala de informática ou no pátio da escola.

Conclusão

Os alunos devem participar de uma roda de dança para que possam expor os sentimentos vivenciados durante toda a trajetória da dinâmica apresentada. Cada um deles apresenta um sentimento e um valor e concebe a imagem de uma pessoa nas suas atitudes para consigo e para com os outros.

Recursos necessários

. Caixa de papelão

. Régua

. Tesoura

. Revistas

. Cola

. Palito de picolé

. Lanternas

. Papel manteiga

. Papel cartão preto

2º ano do Ensino Fundamental

Tema: Liberdade e responsabilidade

Objetivos: Oferecer aos estudantes a oportunidade de uma reflexão sobre seu mundo interior para que possam fazer uma autoavaliação de seu sentimento de Liberdade e responsabilidade, permitindo a eles saber se estão abertos a mudanças ou não, melhorando sua capacidade de conviver em sociedade.

Atividades

Metodologia:

1. O docente escreverá frases sobre Liberdade e responsabilidade em faixas coloridas como:

  • Fomos criados para ser livres e com responsabilidade;
  • Respeitar os direitos de todos os cidadãos;
  • Deveres sempre cumpridos com fidelidade e apreço;
  • Envolver-se com parceria na atividade do grupo dentro da escola e fora dela;
  • Atenção particular em benefício da coletividade;
  • Lutar pelo bem-estar da sociedade;
  • Desempenhar de forma consciente seu papel como pessoa humana;
  • Agir sem discriminação com os outros;

2. Pedir que os alunos façam um grande círculo;

3. O professor entregará para cada aluno duas plaquinhas, uma com o sinal positivo e a outra com sinal negativo;

4. O docente colocará uma frase por vez no quadro, pedindo em seguida que cada estudante mostre a plaquinha correspondente a sua resposta;

5. O professor registra com fotografia cada exposição da resposta do grupo;

6. Ao final, o professor sugere que todos abracem uns aos outros, registrando também esse momento.

Conclusão

Professores e alunos assistirão a um vídeo com os registros da atividade realizada para que observem como todos pensam e agem, refletindo se convivem harmoniosamente com outros colegas. Dessa forma, poderão fazer uma análise coletiva do grupo no qual convivem e se podem contribuir para melhorar ainda mais essa convivência. Nesse caso, eles vão ver se estão abertos para aceitar a opinião de cada coleguinha, pois todos têm direito à liberdade.

Recursos necessários

  • Computador
  • Datashow
  • Papel cartão
  • Cartolina
  • Tesoura
  • Palitos de crepe
  • Cola
  • Fita gomada
  • Pincéis coloridos
  • Régua

3º ano do Ensino Fundamental

Tema: Diversidade religiosa e símbolos religiosos

Objetivo: Identificar, por meio de apresentação de slides, os símbolos religiosos, adereços e vestimentas de cada religião de forma lúdica, respeitando as diferenças com suas virtudes, limites e peculiaridades.

Atividades

Metodologia:

O professor deve pedir aos alunos que façam uma lista das religiões existentes na comunidade onde eles moram. Depois, devem organizar uma entrevista com seguidores religiosos, para saber quais são suas principais práticas e ensinamentos. Formarão equipes e criarão cartazes sobre essas religiões, destacando algumas práticas realizadas. Em seguida, deverão expor os cartazes em um mural na escola. Para isso, professor e alunos devem:

1. Confeccionar slides com a temática estudada;

2. Organizar a sala em círculo para apresentação dos slides, os quais trarão imagens dos diversos símbolos, das vestimentas, adereços de várias religiões;

3. Confeccionar quebra-cabeças na quantidade dos grupos para a realização da dinâmica;

4. Cada grupo de alunos se organizará para a montagem dos quebra-cabeças; o professor estipula um tempo limite para essa ação;

5. Ao finalizar a montagem, o grupo de alunos deverá explicar a imagem apresentada no quebra-cabeça.

Conclusão

O professor observará cada grupo atentamente para verificação do conhecimento dos alunos após a montagem do quebra-cabeça e sua explicação. Na sequência, deve observar se conseguem diferenciar, identificar, respeitar e aceitar as diferenças culturais e religiosas. A atividade proporciona aos estudantes um momento de interação, descontração e diversão dentro do contexto estudado.

Recursos necessários

  • Computador
  • Datashow
  • Tesoura
  • Régua
  • Envelope grande
  • Papelão
  • Gravuras
  • Cola

4º ano do Ensino Fundamental

Tema: Respeito à vida religiosa

Objetivos: Proporcionar aos alunos a vivência de determinada religião por meio de participação durante uma cerimônia religiosa na igreja, templo ou terreiro, para que conheçam elementos específicos de sua prática.

Atividades

Metodologia:

1. Organizar a turma em cinco grupos;

2. Informar aos estudantes que, nessa atividade, farão uma visita para ver a realidade das religiões praticadas na cidade;

3. Realizar o sorteio da religião a ser visitada por cada grupo para ver como a cerimônia religiosa acontece;

4. Depois do sorteio, cada grupo fará uma pesquisa na internet ou livros sobre a religião sorteada para conhecer um pouco mais antes da visita;

5. O professor entrará em contato com o responsável pelas reuniões religiosas, com o fim de solicitar a autorização para que o grupo possa participar da cerimônia religiosa, com data marcada, informando ao responsável a finalidade da visita ao templo/igreja/terreiro, pedindo autorização para fazer o registro em fotos ou vídeos desse momento histórico. Deixa-se claro que será uma participação respeitosa de todo o grupo;

6. Na data marcada, o grupo de alunos, acompanhados por professores, estará presente para assistir à cerimônia religiosa;

7. Os alunos deverão assistir e observar com atenção cada detalhe, com todo respeito ao local e ao evento.

Conclusão

Depois da participação de cada grupo na cerimônia religiosa, será organizada, em um auditório, a apresentação dos alunos para os demais presentes, em que cada equipe fará a apresentação oral com recursos de imagens registradas da visita. Nessa oportunidade, cada grupo apresenta sua opinião sobre a experiência vivenciada. Assim, todos terão acesso ao material que foi pesquisado e os alunos poderão compreender o quanto é importante respeitar, conhecer e aprender sobre as diferentes religiões, não implicando dizer que é preciso acreditar em seus valores e crenças, mas sim respeitá-los com suas peculiaridades.

Recursos necessários

  • Igreja/Templo/Terreiro
  • Computador
  • Internet
  • Celular

5º ano do Ensino Fundamental

Tema: Práticas religiosas – as religiões

Objetivos: Conhecer e estudar as diversas religiões existentes em nossa cidade, com a intenção de aprender um pouco de cada uma.

Atividades

Metodologia:

1. Estimular a curiosidade por meio da pesquisa sobre práticas religiosas e pedir que enumerem aquelas que são mais conhecidas em sua cidade;

2. Dividir a turma em grupos para que cada grupo pesquise como funciona, no cotidiano, a prática religiosa de cada religião, como por exemplo:

- Cristianismo

. Catolicismo

. Protestantismo

- Religiões afro-brasileiras

. Umbanda

. Candomblé

- Islamismo 

3. O professor deve sortear as religiões a serem pesquisadas por cada grupo;

4. O docente pode orientar os grupos de alunos e pedir que tragam para a feira elementos que façam parte das diferentes práticas religiosas, como vestimentas, objetos e itens religiosos (terços, livros, velas, imagens de santos, músicas, fotografias, tudo que possa enriquecer a feira);

5. A feira será no pátio da escola, para que o corpo docente e o discente participem, respeitando cada religião com suas diferenças e costumes;

6. As equipes terão à sua disposição uma barraca no pátio da escola, onde vão expor seus achados e receberão a comunidade escolar para avaliar e premiar a equipe que tiver melhor desempenho. Os critérios para avaliação são: a fidelidade da religião em sua caracterização, postura respeitosa dos alunos ao apresentar a religião proposta e a exposição oral do conhecimento sobre a religião pesquisada.

Conclusão

O docente fará, em um momento seguinte, uma avaliação coletiva da participação de todos na feira, destacando o saber adquirido sobre cada religião, bem como o desempenho de cada um na organização e na apresentação dos trabalhos.

Recursos necessários

  • Barraca
  • Pátio da escola
  • Imagens de santos
  • Roupas
  • Velas
  • Castiçais
  • Bíblias
  • Terços
  • Incensos
  • Toalhas
  • Jarros

Considerações finais

Frente aos desafios que são postos para a escola pública, tanto na sua dimensão teórica quanto prática, considerando aqui a complexidade que envolve as práticas pedagógicas e mediativas (mediadas) para o Ensino Religioso na Educação Básica, este trabalho de natureza didático-pedagógica constrói parte do apoio necessário aos docentes do ER e discentes.

Diante do feito, busca-se responder à pergunta norteadora: o que esperar da escola frente aos subsídios oferecidos neste trabalho? Espera-se que seja um espaço democrático e pluralista, uma fortaleza contra todo tipo de preconceito, discriminação e fundamentalismo religioso, pois muitos são os caminhos de Deus e acredita-se que eles sejam humanitários e igualitários.

Recomenda-se, portanto, ao professor do ER que faça uso das metodologias apontadas pela BNCC, pois são capazes de fazer a diferença nas práticas educativas e formativas. Espera-se também que façam das atividades propostas aqui um exercício contínuo, a fim de que contribuam para minimizar “o esvaziamento” das aulas, bem como as dificuldades encontradas pelos alunos no tempo presente.

Referências

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BRASIL. Lei nº 9.475, de 22 de junho de 1997. Dá nova redação ao Art. 33 da Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1997.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. Brasília, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).  Versão final. Diário Oficial da União, Brasília, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Terceira versão. Brasília: MEC, 2017.

BRITO, Thiago Rodrigo Veríssimo de; MOURA, Jefferson Castro de. O ensino lúdico no desenvolvimento do saber. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n° 9, 14 de março de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/9/o-ensino-ludico-no-desenvolvimento-do-saber. Acesso em: 18 mar. 2023.

CANEZIN, Thays Cristina Carvalho; CANEZIN, Claudete Carvalho; CACHAPUZ, Rozane da Rosa. Mediação nos casos de violência contra a mulher. Revista do Direito Público, Londrina, v. 12, n° 1, p. 287-310, mai. 2017. DOI: https://doi.org/10.5433/1980-511X.2017v12n1p287.

MENEGHETTI, Rosa G. K. A pertinência pedagógica da inclusão do Ensino Religioso no currículo escolar. In: GUERRIERO, Silas (org.). O estudo das religiões: desafios contemporâneos. 2ª ed. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 89-99.

MONTE, Maria Bernadete de Sousa Carvalho. Direito, educação e religião: em busca de novos sentidos e significados para o ensino religioso na sala de aula. Dissertação (Mestrado em Ciências das Religiões) - Faculdade Unida de Vitória, Vitória, 2021.

PASSOS, João Décio. Ensino religioso: construção de uma proposta. São Paulo: Paulinas, 2007.

SOARES, Afonso Maria Ligorio. Religião & educação: da Ciência da Religião ao ensino religioso. São Paulo: Paulinas, 2010.

TEIXEIRA, Faustino. Ciências da Religião e “ensino religioso”. In: SENA, Luzia (org.). Ensino religioso e formação docente: Ciências da Religião e ensino religioso em diálogo. 2ª ed. São Paulo: Paulinas, 2007. p. 74.

Publicado em 16 de janeiro de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

MONTE, Maria Bernadete de Sousa Carvalho. Práticas pedagógicas e mediativas para o Ensino Religioso com foco no Ensino Fundamental I. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 1, 16 de janeiro de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/1/praticas-pedagogicas-e-mediativas-para-o-ensino-religioso-com-foco-no-ensino-fundamental-i

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18 Comentários sobre este artigo

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Maria Jaqueline Oliveira Silva • 10 meses atrás

As práticas pedagógicas sugeridas são maravilhosos instrumentos que podem ajudar as escolas a concretizarem seus objetivos de aprendizagem. O artigo possui um texto claro, de fácil compreensão do leitor. Incrível!! Gostaria então de parabenizá-la pelo excelente trabalho.

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Geilson Silva Pereira • 10 meses atrás

O Presente artigo apresenta um embasamento com fundamento nas diretrizes do MEC, tal qual na questão basilar do comportamento da sociedade, e o aspecto do ensino das religiões e suas respectivas competências e habilidades de modo didático e cronológico. Parabenizar pelo texto e sua fundamentação teórica e prática.

2
Maria Eliane da Costa Macêdo • 10 meses atrás

Este artigo tem seu grande destaque por ser uma produção alinhada à BNCC,tanto na sua abordagem acerca do verdadeiro sentido e objetivos do ER nas escolas ,como nas concepções do papel do aluno enquanto protagonista do processo educacional. E mais, por ressaltar o papel fundamental das metodologias ativas para o sucesso do processo ensino-aprendizagem.
Um excelente artigo!!!Parabéns !!!

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MARIA BERNADETE DE SOUSA CARVALHO MONTE • 10 meses atrás

Há tempo para Plantar e Colher! Há tempo para Agradecer! Agradecer a Deus por ter permitido que eu fosse Educadora! Agradecer a todos(as) que fazem a Educação! Agradecer a você que Compartilhou saberes, Avaliou conteúdo e germinou Conhecimento por meio dos Comentários que dispuseram para que o nosso Artigo fosse um dos mais visitados na Plataforma da Revista da Educação Pública, edição V. 24, Ed. 1 – 16/01/2024. Obrigada! Obrigada! Obrigada!

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Edilania Reginaldo Alves • 10 meses atrás

Produção muito relevante. Parabéns!

2
JOÃO DE DEUS CARVALHO FILHO • 10 meses atrás

Parabenizo a professora Bernadete pela publicação do seu mais recente trabalho: "Práticas Pedagógicas e Mediadoras para o Ensino Religioso com foco no Ensino Fundamental I". O texto é uma leitura esclarecedora e informativa sobre o papel das práticas pedagógicas e mediadoras aplicadas em sala de aula.

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Amália Sales Tavares Carvalho • 10 meses atrás

Este trabalho expõe considerações relevantes a respeito do ensino religioso na formação cidadã dos estudantes. Contribuindo, portanto, para o fomento de características indispensáveis na formação de crianças no que se refere a valores, respeito a diversidade, ética, formação integral como ser humano e combate a preconceitos religiosos. Parabéns pela iniciativa!

2
DANIEL DA COSTA ARAUJO • 10 meses atrás

Os autores foram muito felizes na escolha do tema, bem como a forma de abordagem ! Parabéns !

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Maria Neiliane da Silva Souza • 10 meses atrás

Parabéns a autora Maria Bernadete de Sousa Carvalho Monte, pelo excelente artigo publicado pela Revista Educação Pública, o qual traz uma abordagem sobre as práticas pedagógicas do Ensino Religioso em sala de aula, as quais veem de encontro com os anseios dos professores da Educação e do Magistério. Essa abordagem comunga com as atividades pertinentes a que o professor vem estudando e dialogando com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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Edilson Fontenele • 10 meses atrás

Excelente abordagem! A integração com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a valorização da diversidade cultural demonstram um compromisso com uma educação inclusiva e alinhada às diretrizes do MEC. Muito interessante a proposta de permitir que os estudantes sejam protagonistas de sua aprendizagem, promovendo o desenvolvimento de competências e habilidades. A abordagem reflexiva e a conexão com a competência Trabalho e Projeto de Vida enriquecem o trabalho, tornando-o relevante para o contexto educacional e social. Além disso, as sugestões estão bem detalhadas e permitem que os professores coloquem em prática as ações sem dificuldades.

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ACACIO COSTA SILVA • 10 meses atrás

O artigo apresenta uma linguagem interativa e clara, esclarecendo questões relacionadas à ética, moral e, também, ao comportamento que envolve a sociedade acadêmica de ensino e as religiões. Além de apresentar um layout moderno e dinâmico. Parabéns.

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VALÉRIA GON ZORTÉA • 10 meses atrás

Parabenizo a autora pelo belíssimo artigo publicado nesta revista, tendo em vista a importância da temática para o Magistério, como também a revista Educação Pública, a qual é responsável por estas publicações honrosas.
É com satisfação que leio esse maravilhoso artigo da autora Maria Bernadete de Sousa Carvalho Monte, a qual nos enche de orgulho. PARABÉNS!!!!

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LUANA DA CUNHA LOPES • 10 meses atrás

Um artigo com um excelente conteúdo, disposição didática e informações precisas. Parabéns aos autores pelo brilhante artigo, com certeza eleva muito o conhecimento e serve de embasamento para outros estudos nessa linha de pesquisa.

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Joselma Ferreira Lima e Silva • 10 meses atrás

Parabéns pela produção! As reflexões e orientações didático-metodológicas são bastante úteis para a prática docente. Importante conceder espaço para áreas do conhecimento e componentes curriculares, como o Ensino Religioso, que em não poucas realidades, se percebem silenciados e esquecidos nas escolas brasilerias.

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MARIA BERNADETE DE SOUSA CARVALHO MONTE • 10 meses atrás

Gostaria de Parabenizar a Revista pela belíssima publicação realizada semanalmente e que nos honra com a qualidade dos trabalhos publicados.

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MARIA BERNADETE DE SOUSA CARVALHO MONTE • 10 meses atrás

Obrigada a Revista Educação Pública pela oportunidade de dar aos Docentes a publicarem seus Saberes e Fazeres Educacionais. Além do mais, somos gratas por publicar nosso Artigo Científico intitulado “Práticas pedagógicas e mediativas para o Ensino Religioso com foco no Ensino Fundamental I”. Parabéns a Revista!

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Nilvete Farias da silva • 10 meses atrás

Parabéns a autora deste trabalho, por produzir um artigo cientifico o qual trouxe as práticas pedagógicas para o ensino religioso para ser aplicado na sala de aula do ensino fundamental I, parabéns também a revista que publicou o trabalho, visto que o mesmo vai ajudar os professores na construção de novas práticas pedagógicas para serem aplicadas na sala de aula.

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Anna Thomé • 10 meses atrás

Bastante interessante o artigo, que evita ao máximo usar o Ensino Religioso como proselitismo de alguma crença. Mas gostaria de fazer dois comentários sobre ele. O primeiro, em termos pedagógicos: seria possível usar a disciplina para, numa ação interdisciplinar, ligar à história da Europa, no caso do cristianismo, e à África, quanto às religiões de matriz africana. O segundo comentário diz respeito à intolerância religiosa, em que a autora optou por tratar do catolicismo e da umbanda; entretanto, quem pratica a intolerância na imensa maioria das vezes são os grupos neopentecostais, que não conseguem conviver com a diferença. Aliás, gostaria muito de ver alguém de uma dessas igrejas visitando um terreiro, como é proposto... Não obstante, o trabalho traz excelentes sugestões de atividades.

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