A construção da escrita e a Fonologia mediadas por sequências didáticas e tecnologias digitais

Mariana Ferreira da Silva Corrales

Mestranda em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca), professora dos anos iniciais da rede pública de Duque de Caxias e do Estado do Rio de Janeiro

André Cotelli do Espírito Santo

Professor do Curso de Pós-Graduação em Novas Tecnologias Digitais na Educação da UniCarioca

Ana Paula Legey de Siqueira

Professora do Curso de Pós-Graduação em Novas Tecnologias Digitais da UniCarioca

Mariza Sueli de Oliveira Sodré

Professora do Curso de Pós-Graduação em Novas Tecnologias Digitais na Educação da UniCarioca

Gabriel Mello dos Santos Abreu Mol

Professor do Curso de Pós-Graduação em Novas Tecnologias Digitais na Educação da UniCarioca

Ao se referir à construção do desenvolvimento da escrita, depara-se frequentemente com a interlocução existente entre a aquisição da escrita alfabética e a fonológica. Dessa forma, o sistema de construção da escrita tornou-se uma temática amplamente discutida por estudiosos em todo o mundo. Dentro desse contexto, tendo a Fonologia como o ramo da Linguística que estuda a gramática dos sons, isto é, o sistema sonoro de uma língua, nota-se o alinhamento de dois eixos desse processo educacional – alfabetização e Língua Portuguesa, levando à seguinte questão de pesquisa: como a Fonologia pode contribuir no processo de construção da escrita?

Segundo Ciríaco (2020), o processo de alfabetização é um tema importante e complexo, discutido há anos por especialistas. No Brasil, o desafio da alfabetização é ainda maior, devido a um histórico de desigualdade no sistema educacional que afeta principalmente as camadas mais pobres e vulneráveis da população. Portanto, é fundamental discutir e buscar alternativas para melhorar a educação, levando em conta a realidade do aluno e como ele aprende.

A construção da escrita passou a ser uma preocupação no cenário da educação nacional no início do século XX. Dentro desse cenário histórico, é preciso reconhecer a importância do processo de alfabetização para o desenvolvimento do indivíduo, já que falhas nesse percurso podem gerar consequências preocupantes e, por vezes, irreversíveis, persistindo por toda a trajetória escolar.

De acordo com Souza (2010), mesmo dentro de um considerável período transcorrido entre posições de um estudioso e outro, nota-se que as políticas públicas de ciclo e de não reprovação adotadas na década de 1990 não vieram acompanhadas de medidas que garantissem a qualidade educacional. Nesse cenário, as classes de alfabetização começaram a acumular um número alto de crianças analfabetas e copistas.

Partindo dessa preocupação, tem havido inúmeras discussões sobre a melhor maneira de alfabetizar; elas já duram alguns decênios no Brasil. No entanto, nos últimos anos, buscou-se encontrar caminhos para resolver o problema do baixo índice de aproveitamento na alfabetização.

Assim, mediante tal problemática, o estudo foi desenvolvido a partir da ideia de como a abordagem fonológica inserida nas práticas pedagógicas mediadas por ferramentas digitais pode contribuir para a aquisição da língua escrita de forma plena e significativa; esse é o objetivo geral do trabalho.

Para alinhar a pesquisa ao objetivo do estudo, foram delineados os seguintes objetivos específicos: conceituar o processo de construção da escrita e a Fonologia e, assim, criar oportunidades para a reflexão dessas proposições; desenvolver e aplicar sequências didáticas com o uso de ferramentas tecnológicas que contemplem o reconhecimento das unidades fonológicas, os saberes da oralidade e sua interface com a aprendizagem escrita; avaliar as sequências didáticas junto a professores e os efeitos da instrução fônica para a apropriação do sistema alfabético.

Construção da escrita

É notável no mundo contemporâneo a relevância da comunicação escrita no dia a dia. Concebe-se que a escrita é um recurso simbólico que permitiu ao homem ampliar suas mensagens para além do seu próprio tempo e espaço. Ao transformar a linguagem oral em algo material e tangível, a escrita se revela como uma das mais significativas descobertas da humanidade, possibilitando a preservação e a disseminação do conhecimento ao longo das gerações.

De acordo com Oliveira,

a escrita de qualquer uma das línguas humanas – e, entre elas, o português – envolve muitos aspectos que o aprendiz deve dominar ao longo de seu aprendizado. Além dos aspectos fonológicos, ou seja, além dos aspectos que têm a ver com os sons do português, a escrita do português envolve também aspectos morfológicos, gramaticais e textuais (Oliveira, 2005, p. 1).

Dentro dessa perspectiva, cabe à escola delinear as relações entre o que se fala e o que se escreve, a fim de que se alcance uma alfabetização efetiva.

A alfabetização no Brasil

Observando o cenário educacional do Brasil desde o final do século XIX, constata-se que, ao se referir à leitura e escrita, logo se infere a alfabetização. Para Albuquerque (2007, p. 11), a alfabetização é o processo de obtenção da “tecnologia da escrita”, ou seja, do conjunto de estratégias, mecanismos e competências fundamentais para a realização da leitura e da escrita: as capacidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas, isto é, o domínio do sistema de escrita (alfabético ortográfico). Soares (2004, p. 15) compartilha essa compreensão ao considerar a imprescindibilidade de identificar a alfabetização como um procedimento de aquisição do sistema da escrita, alfabético e ortográfico.

Nesse sentido, os pressupostos delineados nos princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sustentam que

aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia suas possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protagonismo na vida social (Brasil, 2018, p. 63).

A abordagem fonológica

Considerando o processo de alfabetização como um todo, tem-se a prerrogativa de analisar os vocábulos em letras e formas, sons e regras de correspondências. A partir disso, pode-se reiterar que a estrutura fonológica da linguagem oral serve de base para o processamento fonológico.

A língua portuguesa, como sistema alfabético, já presume uma intuição fonológica, visto que, de certa forma, as letras correspondem aos fonemas, ou seja, registram a sequência sonora. Mattoso Câmara (1977, p. 43) atesta essa concepção ao afirmar que a Fonêmica está, instintivamente, embora de modo não consciente e precário, na origem de toda escrita alfabética.

Sequência didática

A sequência didática (SD) é um procedimento empregado no meio educacional que indica o agrupamento de exercícios planejados e interligados com o objetivo de ensinar um conteúdo. A SD propõe assistir os discentes a solucionar as dificuldades existentes em relação a uma temática específica. O diferencial da SD é que as propostas criadas e desenvolvidas são acompanhadas de uma lógica linear de distribuição e progressão do conhecimento. Os docentes, utilizando essa estratégia, almejam trazer mais significado ao processo de ensino; concomitantemente, é possível ampliar o comprometimento dos discentes nas atividades pedagógicas, bem como seu efetivo aprendizado.

Dentro desse contexto, Rojo (2001, p. 314) afirma que a SD é o agrupamento de atividades escolares organizadas de modo ordenado em torno de um gênero oral ou escrito. Quando nos comunicamos, adaptamo-nos à situação de comunicação.  Equitativamente, Leal e Rôcas (2016, p. 3) atestam a relevância da SD na organização de conteúdos e a consideram uma reunião de atividades, estratégias e mediações concebidas, estágio por estágio, pelo professor, visando à assimilação, pelos alunos, do tópico ou da temática sugerida.

As SD mediadas pelas tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) possibilitam novos meios de educar e capacitar docentes e discentes. Segundo Muniz, Arantes e Santo (2023), essas SD permitem trabalhar as habilidades e competências da BNCC de forma mais atrativa e dinâmica com os alunos.

Metodologia

Considerando as características e o recorte desta pesquisa, entende-se que ela se inicia com uma pesquisa bibliográfica, uma vez que o intuito é aprimorar e atualizar o conhecimento por meio de uma investigação científica de produções já divulgadas. Na primeira seção, teve-se o propósito de compreender o processo de construção da escrita e como a abordagem fonológica, utilizando os recursos digitais, pode promover o cumprimento desse transcurso.

O referencial teórico foi constituído de livros, artigos científicos, anuários, revistas e outros tipos de fontes escritas que já foram publicados e aludem a dois pontos norteadores das discussões: o processo de construção da escrita e a abordagem fonológica como uma possível ferramenta capaz de favorecer a aprendizagem adequada e efetiva da habilidade da linguagem escrita.

Posteriormente, com a finalidade de demonstrar o resultado positivo na aprendizagem da escrita com a utilização de procedimentos tecnológicos, que visam ao treinamento fonológico e à estrutura sonora de uma língua, formaram-se dois grupos: um composto pelos docentes pertencentes ao ciclo de alfabetização, que foram parte de uma capacitação pedagógica oferecida pelo Centro Universitário UniCarioca, ministrada pela aluna responsável pelo desenvolvimento dessa proposição de pesquisa; o outro foi formado por docentes pertencentes à rede pública da cidade do Rio de Janeiro, que tiveram acesso à sequência didática construída e aos seus respectivos materiais tecnológicos.

Para finalizar, os regentes, na sua integralidade, participaram do processo de avaliação das classes mencionadas. A primeira categoria analisou e avaliou a capacitação ministrada, a SD produzida e seus produtos tecnológicos. A segunda analisou a SD elaborada e suas relativas criações digitais. Esperou-se, assim, que as estratégias pedagógicas aplicadas nos percursos descritos pudessem contribuir para a aquisição da escrita de forma ampla e relevante.

Na segunda seção, foi apresentada uma proposta de SD; “as sequências de atividades de ensino-aprendizagem, ou sequências didáticas, são uma maneira de encadear e articular as diferentes atividades ao longo de uma unidade didática” (Zabala, 1998, p. 20). Assim, pensou-se numa SD, em princípio, para uma turma de 2º ano do ciclo de alfabetização, com duração prevista de três dias, tendo como referência o framework de Sheila Arantes (2019). A finalidade foi sugerir um percurso que, fundamentado no estudo e no emprego de sons/fonemas, fosse capaz de questionar e superar a simples descrição de conteúdos e, de maneira mais ampla, pudesse favorecer o processo de construção e aquisição da escrita. Com base no currículo proposto para a alfabetização e o letramento, conforme explicitado na BNCC (Brasil, 2018), foram delimitados os eixos temáticos, os conteúdos e os objetivos desejados para essa sequência didática, tendo como foco o tema "circo". A escolha dessa temática se justificou por sua relação com o universo infantil e lúdico, além de remeter a elementos que são de fácil associação e assimilação para os alunos.

Esquematizaram-se, portanto, cinco etapas da SD, conforme descrito no Quadro 1.

Quadro 1: Etapas pertencentes à sequência didática

Etapas

Classificação

Necessidades

Primeira etapa

Tomada de consciência: expor a temática e as ações que norteiam a atuação docente

Criar interação legítima entre docente e conceitos sugeridos, configurando-se como experiência lúdica e prazerosa, impulsionando e contribuindo para o bom desenvolvimento das demais etapas.

Segunda etapa

Estabelecer relações dos novos conteúdos com os conhecimentos prévios dos alunos

Viabilizar ações que contribuam para a construção de novos conteúdos, considerando conhecimentos prévios.

Enfatizar a relevância desse momento para tornar legítimos os conhecimentos prévios e adquiridos dos discentes, buscando o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.

Terceira etapa

Promover atividades lúdicas favoráveis e motivadoras à aprendizagem

Contemplar atividades lúdicas como parte do processo de aprendizagem significativa, pois motivam o aluno a aprender, possibilitando a organização e inter-relação dos conteúdos aplicados, propiciando que conteúdos novos e significativos sejam obtidos por meio da diversão e criação de significados.

Comprovar que jogos digitais funcionam como mecanismos lúdicos de aprendizagem, pois podem proporcionar agilidade no processo de mudança de comportamento e na aquisição de novos conhecimentos.

Quarta etapa

Fixar os conteúdos

Fixar e revisar conteúdos, a fim de contribuir para o domínio dos conteúdos relevantes na SD.

Funcionar como estímulo ao desenvolvimento da imaginação, da apreciação e da ponderação no sistema de ensino e aprendizagem, propiciando um aprendizado mais considerável aos discentes.

Quinta etapa

Avaliar

Usar a avaliação como recurso de diagnóstico e de investigação do processo ensino-aprendizagem.

Verificar o andamento da aprendizagem.

Buscar meios para impulsionar o seu desenvolvimento.

Seguindo toda essa sequência, foi possível criar um livro digital, um e-book, divulgado neste projeto, que foi concebido com a intenção de tentar integrar a mobilidade com mecanismos dinâmicos e interativos, em propostas pedagógicas coerentes e pertinentes. Criou-se, pois, esse recurso com o objetivo de desempenhar o diálogo entre as atividades/conteúdos oferecidos na SD com as ferramentas educacionais digitais.
Para tanto, foi necessário pensar num processo de capacitação para os docentes, retificando a responsabilidade em tentar atestar o efeito benéfico da aplicação de estratégias digitais, que se propõem à prática fonológica e à organização sonora de uma língua, oferecendo-se, assim, um curso para os professores envolvidos com a fase de alfabetização.

Criação do e-book

O e-book foi constituído por 21 páginas, divididas em nove partes: introdução, processo de construção da escrita e Fonologia, alfabetização e letramento, alfabetização na BNCC, sequência didática e sua importância, uso dos recursos tecnológicos na sequência didática, sequências didáticas desenvolvidas, conclusão e referências bibliográficas, conforme a Figura 1.

Texto

Descrição gerada automaticamente

Figura 1: Capa do e-book A construção da escrita e a Fonologia mediadas por sequências didáticas e tecnologias digitais

Curso de capacitação

Para a capacitação, o curso dispôs de cinco encontros de duas horas cada, totalizando dez horas, em que se pôde dimensionar o processo de aquisição da escrita no que tange à perspectiva fonológica na etapa de alfabetização. Com o intento primordial de apresentar os principais resultados do estudo quantitativo decorrentes da análise estatística dos dados recolhidos por meio da aplicação de questionários, assim como a discussão vis-à-vis dos conceitos desenvolvidos na revisão da literatura, houve primeiro a divulgação do que se refere à capacitação (questionário de 35 perguntas).

No segundo momento, os resultados são referentes à análise das SD e os recursos tecnológicos, ambos com base nos dados coletados com as perguntas da pesquisa (questionário de 39 perguntas). Cabe acentuar que o curso foi ofertado, gratuitamente, às coordenadorias regionais de Educação do município do Rio de Janeiro. Contudo, houve somente 39 inscritos no curso, tendo cinco participantes ativos que o concluíram efetivamente.

Em relação ao questionário, foram selecionadas algumas perguntas avaliando os encontros e a capacitação dos professores participantes. A primeira pergunta buscou avaliar se o material utilizado nas aulas on-line foi acessível e de fácil utilização pelos integrantes da capacitação. Examinando os resultados, no Gráfico 1, foi possível apontar que, durante as aulas on-line, a totalidade dos professores confirmou que o material didático estava acessível e de fácil utilização.

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Gráfico 1: O material didático estava acessível e foi de fácil utilização durante as aulas on-line

No ambiente escolar, o material didático é muito empregado. É um instrumento pedagógico que funciona como base, apoio e orientação ao aluno; logo, torna-se uma peça indispensável nas práticas educativas. Refere-se a todo e qualquer recurso aplicado em um procedimento de ensino, pretendendo a estimulação do discente e sua proximidade do conteúdo. Ele assume, então, a função de manual de instrução sobre determinado assunto.

Justino (2011, p. 73) reconhece que,

no universo da educação, a utilização de recursos didáticos e da tecnologia inovadora, somados à prática pedagógica adequada, busca despertar o interesse para o aprendizado, pois oferece um conjunto de recursos importantes e ferramentas de comunicação e informações, tornando-se, assim, um componente essencial de pesquisa e um potente instrumento de ensino-aprendizagem.

A sexta pergunta procurou aferir se, na capacitação oferecida, alguns componentes presentes foram coerentes: horário, didática aplicada, planejamento, mediação e avaliação. Apurando os resultados, os docentes julgaram satisfatórias a mediação e a didática que foram aplicadas pela mestranda, como visto no Quadro 2. Segundo eles, houve conhecimento e domínio em relação aos conteúdos expostos. Dessa maneira, a formação foi considerada produtiva pelos participantes. A sugestão apresentada foi em relação à mudança de horário, para ter início às 21 horas.

Quadro 2: Qual horário seria mais adequado para você? Escreva um pouco sobre a didática aplicada. Compreensão do propósito da capacitação e o planejamento

Participantes

Respostas transcritas ipsis litteris

Participante 1

“A didática aplicada foi satisfatória, visto que foi realizado em cima das pesquisas das mestrandas. Aprendi muito com tudo o que foi exposto e compartilhado, com as trocas... sem críticas, só elogios.”

Participante 2

“O curso foi bastante proveitoso para mim. Aprendi bastante coisa, algumas inclusive que ainda não conhecia. A didática foi satisfatória. As professoras apresentaram bastante conhecimento e domínio sobre os conteúdos!”

Participante 3

“Ideal seria às 21h.”

Participante 4

“O horário das aulas atendeu. As aulas foram bem planejadas, apresentadas, o conteúdo objetivo, interessante, as professoras dominavam o conteúdo, as ferramentas apresentadas transmitiram o conhecimento e a aplicabilidade do conteúdo dentro da nossa realidade, mostrando de forma bem didática, clara, como a tecnologia pode ser uma aliada no trabalho dentro de sala de aula.”

Participante 5

“O curso foi satisfatório e ampliou muito o conhecimento sobre como podemos diversificar nossas aulas.”

A décima sexta pergunta empenhou-se em considerar a apreciação dos envolvidos no curso de capacitação. Sobre os pontos negativos, foi apurado que existia a necessidade de, pelo menos, um encontro presencial e foi manifestado que, em alguns encontros, houve avanço em relação ao horário estabelecido. Quanto aos pontos positivos, os integrantes manifestaram que a formação propiciou a expansão de seus conhecimentos e revelaram que houve domínio e disponibilidade, pela professora, de transferir, da melhor maneira, os conteúdos disponibilizados, como demonstrado no Quadro 3. Os integrantes salientaram também que transcorreu a apresentação de novas ferramentas e a troca de conhecimento entre os participantes, que puderam oportunizar a melhoria do trabalho realizado no dia a dia escolar.

Quadro 3: Comente os pontos positivos e negativos do curso de capacitação

Participantes

Respostas transcritas ipsis litteris

Participante 1

“O ideal do mundo seria que tivéssemos ao menos um encontro presencial. Mas no geral reafirmo: foi muito bom expandir os horizontes.”

Participante 2

“Positivo (o domínio das professoras pelos conteúdos), negativo (que em algumas aulas passamos um pouco do tempo previsto).”

Participante 3

“Apresentação de novas ferramentas e a troca de conhecimento entre os integrantes.”

Participante 4

“Não tenho pontos negativos. Os pontos positivos foi poder conhecer e aprender a usar recursos tecnológicos gratuitos que facilitam e melhoram as entregas do meu trabalho no dia a dia.”

Participante 5

“Ótima disponibilidade das palestrantes em repassar o melhor dos conteúdos propostos.”

A vigésima quarta pergunta teve o intuito de apurar se o curso oferecido expôs uma metodologia inovadora para capacitar o professor no uso da SD. Avaliando os resultados, o Gráfico 2 revelou que dois participantes do curso concordaram totalmente com a declaração mencionada; dois concordaram parcialmente e um nem concordou nem discordou.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 2: O curso de capacitação apresentou uma metodologia inovadora de capacitar o professor no uso de sequência didática

A vigésima quinta pergunta buscou verificar se o curso de capacitação apresentou uma forma diferenciada de atrair os participantes. Averiguando os resultados, no Gráfico 3, foi possível notar a posição dos integrantes em relação à forma diferenciada apresentada no curso, com o objetivo de envolver quem participou. Dessa forma, observou-se que dois docentes concordaram totalmente com essa declaração, dois concordaram parcialmente e um não concordou nem discordou.

Gráfico, Gráfico de pizza

Descrição gerada automaticamente

Gráfico 3: O curso de capacitação apresentou uma forma diferenciada de envolver os participantes

Em relação ao questionário realizado com os professores atuantes no ciclo de alfabetização, foram selecionadas 10 das 39 perguntas, avaliando a SD e os recursos tecnológicos desenvolvidos. A terceira pergunta averiguou se as atividades que foram apresentadas estão de acordo com os objetivos propostos na sequência didática. Apurando os resultados, o Gráfico 4 apresenta 25 pessoas que concordaram totalmente com a afirmação e 5 que concordaram parcialmente.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 4: As atividades apresentadas estão de acordo com os objetivos propostos na sequência didática

A quarta pergunta propôs perceber se a temática abordada na SD contempla a realidade do educando. Atentando aos resultados, no Gráfico 5, verifica-se que 21 professores concordaram totalmente com a declaração; 7 concordaram parcialmente; 1 não concordou nem discordou e 1 discordou parcialmente.

Gráfico, Gráfico de pizza

Descrição gerada automaticamente

Gráfico 5: A temática abordada na sequência didática contempla a realidade do educando

A sétima pergunta teve o intuito de refletir se o tempo de realização da SD apresentada, de acordo com a quantidade das atividades, está de acordo com o público-alvo. Explorando os resultados, o Gráfico 6 indica que 19 pessoas concordaram totalmente com a consideração acima; 10 concordaram parcialmente e 1 não concordou nem discordou.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 6: De acordo com a quantidade das atividades, o tempo de realização da sequência didática apresentada está de acordo com o público-alvo

A oitava pergunta teve como objetivo avaliar se o recurso utilizado nas SD pode despertar o interesse dos alunos durantes as aulas. Analisando os resultados, apresentados no Gráfico 7, foi possível perceber que 28 indivíduos concordaram totalmente com a afirmação e 2 concordaram parcialmente.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 7: O recurso digital utilizado nas sequências didáticas pode despertar o interesse dos alunos nas aulas

A décima pergunta teve como objetivo identificar quais características os professores que responderam ao questionário consideraram mais importantes nas SD apresentadas. De acordo com os resultados, o Gráfico 8 mostrou que 21 docentes acreditam que as SD exploraram a ludicidade dos jogos para trabalhar a palavra e estimularam uma abordagem fonológica no processo de construção da escrita, enquanto 19 professores consideraram que as SD apresentaram atividades bem articuladas entre si.

Gráfico, Padrão do plano de fundo

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Gráfico 8: Marque as características que considera mais importante nas sequências didáticas apresentadas

A décima primeira pergunta teve como objetivo identificar os pontos positivos e negativos das SD, segundo a percepção dos participantes, conforme demonstrado no Quadro 4. Ao analisar os resultados, características como interessantes, divertidas, envolventes, dinâmicas, conectadas e coerentes foram mencionadas reiteradamente. Por outro lado, a ausência de recursos tecnológicos disponíveis nas unidades escolares foi um ponto negativo frequentemente reportado.

Quadro 4: Escreva os pontos positivos e negativos das sequências didáticas apresentadas

Participantes

Respostas transcritas ipsis litteris

Participante 1

Positivos: Coloca o aluno como agente de sua aprendizagem.

Negativos: -------------

Participante 2

Positivos: Organização dos conteúdos e atividades.

Negativos: O professor deve ter cuidado para não ficar "engessado" nas sequências.

Participante 3

Positivos: Atividades conectadas.

Negativos: Falta de acesso de muitos alunos para praticar o uso das tecnologias em casa.

Participante 4

Positivo: Interessantes, divertidas e envolventes.

Negativos: -------------

Participante 5

Positivos: Aprendizado gradativo.

Negativos: Caso o aluno falte, acho que fica meio "perdido".

Participante 6

Positivos: Promovem aulas dinâmicas e atrativas.

Negativos: Talvez a falta de recursos disponíveis nas unidades escolares.

Participante 7

Positivos: A preocupação com a melhoria no aprendizado dos alunos, principalmente na Educação Básica, é um dos principais incentivadores de vários estudos na área educacional. Essas pesquisas resultam não somente em inovações de ferramentas, mas também em métodos e estratégias de ensino. A sequência didática é uma dessas estratégias.

Negativos: -------------

Participante 8

Positivos: A sequência didática está bem encadeada e possui atividades que engajam os alunos. Todas as atividades partem de um tema único, com diversos desdobramentos.

Negativos: Talvez as crianças levem mais tempo do que o planejado para realizar as atividades.

Participante 9

Positivos: Sequência coerente com ano de escolaridade de forma lúdica utilizando ferramentas digitais.

Negativos: Não tenho nada a apontar de negativo.

Participante 10

Positivos: Planejamento coerente organizado e lúdico. Vale a pena pensar nas propostas inclusivas na perspectiva histórico-cultural.

Negativos: -------------

Participante 11

Positivos: Ajuda na dinâmica da aula.

Negativos: -------------

Participante 12

Positivos: Atividades variadas e atrativas, mesmo naquela escola que não disponibiliza internet há possibilidade de imprimir os jogos para utilizar. Gostei muito da atividade de classificação de níveis de escrita.

Negativos: Achei complicado, numa proposta de três aparentemente consecutivos, introduzir produção de frases e de pequeno texto, uma vez que deu a entender que as demais atividades estão iniciando conceitos de letra inicial, final e sílaba inicial.

Participante 13

Positivos: Acompanha o desenvolvimento do trabalho realizado pelo educador e pelo educando.

Negativos: -------------

Participante 14

Positivos: Nos dá segurança.

Negativos: As turmas com níveis muito diferentes.

Participante 15

Positivos: A SD permite tomar consciência de que o aluno sabe para avançar no conteúdo.

Negativos: Não vejo pontos negativos. Digamos que, se há algum negativo, seria a falta de equipamentos tecnológicos na escola para dar conta das atividades sugeridas.

Participante 16

Positivos: Só vejo pontos positivos, é uma forma de encantar as crianças. Aprendem "brincando".

Negativos: -------------

Participante 17

Positivos: Desenvolve gradativamente a aprendizagem.

Negativos: Discordo do ponto de vista negativo.

Participante 18

Essa resposta demanda análise atenciosa e a rotina do meu trabalho não me permite isso já.

Participante 19

Positivos: Muito criativo.

Negativos: -------------

Participante 20

Positivos: Todas as unidades estão interligadas.

Negativos: Muita atividade em livro e pouco tempo para a ludicidade que o livro propõe.

Participante 21

Positivos: Motivação, ludicidade, despertam a comunicação e a prática de outras atividades.

Negativos: -------------

Participante 22

Positivos: Começa com a leveza do lúdico e dos conteúdos mais simples e vão sendo acrescentadas dificuldades que dão a criança crescer com o grupo. Desenvolve na criança a consciência do início, meio e fim.

Negativos: -------------

Participante 23

Positivos: Atividades objetivas, ludicidades e recursos digitais.

Negativos: Ainda é um sonho termos instrumentos digitais para aulas assim.

Participante 24

Positivos: As sequências apresentadas foram muito bem formuladas e representam uma estratégia bastante interessante.

Negativos: -------------

Participante 25

Positivos: Está muito bem elaborada, permitem a interação e está dentro das habilidades da BNCC.

Negativos: -------------

Participante 26

Positivos: -------------

Negativos: O ponto negativo é que as escolas públicas em que trabalho ainda não dispõem de recursos tecnológicos para acesso a jogos e atividades on-line.

Participante 27

Positivos: A sequência didática é apenas uma das estratégias educacionais existentes, mas sua utilização traz diversos benefícios para os alunos. No entanto, o professor precisa estar preparado para implantá-la corretamente. É preciso ter atenção na análise das dificuldades dos alunos sobre os temas e na definição dos objetivos, para não investir tempo em um tópico que não seja, de fato, uma necessidade.

Negativos: -------------

Participante 28

Positivos: Muito bem elaboradas e de fácil entendimento.

Negativos: Carência de recursos para muitos.

Participante 29

Nada a acrescentar.

Participante 30

Positivos: Só tem pontos positivos.

Negativos: -------------

A décima quinta pergunta almejou apurar se o uso dos recursos (Padlet, StopMotion, WordWall, Canva, Mentimeter, Learningapps, Webnode e outros) poderia contribuir para o fomento da aprendizagem. Observando os resultados, o Gráfico 9 salientou que 20 docentes acreditaram que o uso dos recursos contribuiu para a aprendizagem, promovendo aulas mais dinâmicas no reforço escolar; 28 docentes acreditaram que esses recursos tornariam as aulas mais atrativas para os alunos; e 23 indicaram que o uso dos recursos poderia favorecer o desenvolvimento do raciocínio e da atenção.

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

Gráfico 9: Os recursos (plataformas utilizadas: Padlet, StopMotion, WordWall, Canva, Mentimeter, Learningapps, Webnode e outras) contribuem para o fomento da aprendizagem?

O mundo experimenta transformações significativas devido aos recursos tecnológicos de comunicação e informação. Portanto, faz-se necessário que esses recursos sejam inseridos no ambiente educacional para promover melhorias no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

A décima oitava pergunta teve como propósito avaliar se a SD possuía potencial para transformar o conhecimento, ampliando a compreensão sobre a escrita das palavras. Ao analisar os resultados, o Gráfico 10 mostra que 24 professores concordaram totalmente com a afirmação, enquanto 6 concordaram parcialmente.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 10: A sequência didática tem potencial para mudar o conhecimento (ampliando o conceito da escrita de palavras)

A trigésima sétima pergunta indagou se as SD apresentaram uma metodologia inovadora a fim de estimular a aprendizagem da escrita. Observadas as respostas, o Gráfico 11 demonstra que 17 participantes concordaram totalmente com a afirmação; 9 concordaram parcialmente; 2 não concordaram nem discordaram; e 2 discordaram parcialmente.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 11: As SD apresentam uma metodologia inovadora a fim de estimular a aprendizagem de escrita

A trigésima oitava pergunta teve o intuito de apurar se as SD apresentaram uma forma diferenciada de trabalhar o conteúdo da escrita da palavra. O Gráfico 12 mostra que 22 docentes concordaram totalmente com a afirmação; 5 concordaram parcialmente; e 3 não concordaram nem discordaram.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Gráfico 12: As SD apresentam uma forma diferenciada de trabalhar o conteúdo da escrita da palavra

Conclusão

Este estudo permitiu atestar que a aprendizagem da língua escrita é assistida por inúmeras mudanças funcionais, como: o entendimento do princípio alfabético; a percepção de que cada vocábulo falado pode ser compreendido como uma sequência de sons; a aprendizagem da codificação e decodificação fonológica; além dos aspectos primordiais do sistema de escrita, como a aprendizagem da ortografia, o enriquecimento vocabular, a fluência e a compreensão.

Procurou-se, então, averiguar as possíveis contribuições de uma abordagem fonológica no processo de aquisição do sistema de escrita alfabética. Por meio das intervenções presentes na sequência didática elaborada, que visava ao treino explícito e sistemático das habilidades fonológicas, bem como ao ensino progressivo e organizado das correspondências grafo-fonêmicas, foi possível perceber o efeito positivo dessa abordagem.

Quanto à análise da capacitação realizada com os docentes do ciclo de alfabetização pela UniCarioca, foram evidenciados resultados positivos. Essa capacitação propiciou a articulação entre o ensino do sistema de escrita alfabética e da abordagem fonológica, além do desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas à construção da linguagem, elevando, assim, o nível de proficiência dos docentes participantes.

De acordo com a análise dos questionários, constatou-se que as sequências didáticas se mostraram eficientes e eficazes ao contribuir para os resultados deste projeto. Ao serem permeadas pelas ferramentas tecnológicas, favoreceram o entendimento do conteúdo pelos alunos, propiciando uma aprendizagem significativa. Além disso, facilitaram a compreensão das habilidades da BNCC relativas ao processo de construção da escrita.

Os resultados desta pesquisa apontam que as SD, por serem um instrumento de fácil aplicação e por apresentarem uma metodologia inovadora e diferenciada, podem ser utilizadas nas aulas de reforço e aplicadas em qualquer região do país.

Em consonância com os objetivos centrais desta pesquisa, os resultados obtidos ao final de sua execução corroboraram as hipóteses inicialmente propostas pela autora. Essa investigação não apenas confirmou a eficácia das intervenções realizadas, mas também suscitou uma série de discussões teóricas e práticas que abordam os desafios e as perspectivas da alfabetização sob a ótica da Fonologia.

Referências

ALBUQUERQUE, E. B. C. Conceituando alfabetização e letramento. In: SANTOS, C. F.; MENDONÇA, M. (org.). Alfabetização e letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 11-21.

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Publicado em 27 de agosto de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

CORRALES, Mariana Ferreira da Silva; ESPÍRITO SANTO, André Cotelli do; SIQUEIRA, Ana Paula Legey de; SODRÉ, Mariza Sueli de Oliveira; MOL, Gabriel Mello dos Santos Abreu. A construção da escrita e a Fonologia mediadas por sequências didáticas e tecnologias digitais. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 31, 27 de agosto de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/31/a-construcao-da-escrita-e-a-fonologia-mediadas-por-sequencias-didaticas-e-tecnologias-digitais

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