Prática pedagógica no contexto amazônico: sequência didática sobre o ensino de Educação Ambiental
Milena Lopes da Silva
Especialista em Ciências da Natureza e Mundo do Trabalho (UFPI)
Karen Thayane Grangeiro Farias
Especialista em Atendimento Educacional Especializado (Ufersa)
Renata Albuquerque da Silva
Mestra em Engenharia de Barragem e Gestão Ambiental (UFPA)
Natália Karina Nascimento da Silva
Doutora em Genética e Biologia Molecular (UFPA)
O ensino de Biologia é visto pelos alunos como algo enfadonho. Na maioria das vezes é necessário que o professor use de estratégias didáticas com o intuito de aproximar os estudantes do conteúdo estudado.
Desde a reforma da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) que preconiza um ensino interdisciplinar, para Fazenda (1979) a interdisciplinaridade se configura como uma integração de conhecimentos parciais com o objetivo de um conhecimento geral. Para haver interdisciplinaridade é necessário estabelecer um diálogo mútuo entre as partes envolvidas. Contudo, usar métodos interdisciplinares é um procedimento complexo quando não planejado de forma adequada e quando não se considera a realidade na qual os alunos estão inseridos.
O foco deste trabalho foi realizar uma sequência didática voltada para o tema transversal: educação ambiental. Para Zabala (1998), a sequência didática é um conjunto de atividades ordenadas, com estrutura e articulação para a execução de determinados objetivos educacionais. Tem um princípio e um fim conhecidos tanto pelo professor como pelos alunos.
Giordan e colaboradores (2011) estabelecem quatro etapas como pilares para o alinhamento do método: a) apresentação da situação: definição e formulação da tarefa; b) produção inicial: estabelecendo o primeiro contato entre o aluno e o conteúdo proposto; c) módulos de atividade: atividades preparadas pelo professor de observação e análise; d) produção final: destinado à prática de elaboração pelos alunos.
Graells (2000) aponta que as ferramentas didáticas oferecem informações, auxiliam na aprendizagem exercitando habilidades, motivando, avaliando, fornecendo simulações, criando ambientes de expressão e criação. Esse apontamento reforça ainda mais a necessidade de projetos de intervenção que proponham o uso de práticas, recursos didáticos e tecnológicos dentro de sala de aula, principalmente no que diz respeito a conteúdos complexos ou temas tratados de maneira interdisciplinar.
O público-alvo da pesquisa foram alunos da 1ª série do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada na cidade de Tucuruí/PA. A atividade desenvolvida foi definida após investigação de uma situação-problema. Os alunos identificaram a presença de muitos resíduos plásticos espalhados nas vias públicas da cidade de Tucuruí. A partir dessa constatação, se propôs que os alunos produzissem uma horta suspensa com garrafas pets na escola. A produção da horta foi em espaço comum e visível para a comunidade escolar.
Em seus estudos, Krasilchik (2008) ressalta a eficácia e a importância das aulas práticas mesmo em experiências e observações simples, saindo do tradicionalismo do conteúdo dado em um quadro na sala de aula para atividades de baixo custo realizadas mesmo no pátio ou no gramado da escola, pois elas podem levar a grandes descobertas, considerações e ainda instigar a curiosidade e o interesse dos alunos pelas aulas, situando-os e envolvendo-os com a pesquisa no processo de investigação científica.
Diante do aumento substancial dos meios de produção cujo início se deu na revolução industrial (Amorim Filho, 2003) é essencial que a inserção de programas, com o intuito de desenvolver a educação e a percepção ambiental nos alunos a respeito da sustentabilidade, preservando e promovendo as necessidades sociais, seja algo a se levar em consideração para a manutenção da vida humana e dos recursos naturais finitos.
Em consonância com a fala dos autores, os principais objetivos da sequência trabalhada são: sensibilizar os estudantes a respeito da importância da reciclagem e reutilização, propor alternativas de reutilização para as garrafas pets, realizar o plantio de hortaliças, as quais servirão para a comunidade escolar, além de demonstrar, em forma de relato, a experiência com o uso de métodos ativos no ensino da Biologia voltada para a temática ambiental.
A pesquisa justifica-se pela necessidade de projetos voltados a temas transversais no ambiente escolar que motivem o corpo discente a correlacionar o conteúdo a situações que ocorrem no local onde vivem. Essa integração só foi possível por meio da participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), programa ofertado pela Capes em parceria com o Governo Federal.
Questões ambientais e sua relevância na Educação Básica
Apesar de atualmente estarem mais acentuadas as discussões referentes ao meio ambiente, elas se iniciaram ainda em meados do século XVIII, se intensificando no período do pós-guerra mundial, na década de 1960. Machado (2012) coloca a questão ambiental como temática de discussão obrigatória, pois compromete não só a nossa geração, como tem forte influência nas futuras gerações bem como na qualidade de vida de todos os seres vivos do planeta.
No ano de 1962, o livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson (1969), foi publicado, de acordo com Hogan (2007). A obra alertou para o aumento da utilização de compostos químicos no período pós-guerra e o quanto esses compostos eram danosos à vida. Isso foi o estopim para a percepção da população em relação à causa ambiental, culminando na proibição do uso do defensivo agrícola Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT).
Silva e colaboradores (2022) refletem acerca das motivações do aumento das problemáticas ambientais, colocando a má utilização de recursos tecnológicos, mecânicos e industriais como principais contribuições no desencadeamento de desastres no meio ambiente, afirmando que discussões relacionadas ao tópico vêm ganhando cada vez mais espaço no meio científico e social.
Sato (2002) coloca a percepção ambiental como ponto de grande importância no processo de construção e de formação de valores do indivíduo, além de influenciar seu comportamento no âmbito educacional, pois com a compreensão ambiental dos atores sociais é possível conhecer e identificar aspectos pertinentes às relações entre o homem, a sociedade e a natureza.
A Educação Ambiental foi instituída no Brasil com a legislação de 1973 que cria o órgão ambiental responsável: a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA). Todavia, somente entre os anos de 1980 e 1990, a educação ambiental ganha ascensão tornando-se popular, culminando no avanço da consciência ambiental. No âmbito da educação, o assunto começou a ser tratado a partir da inserção na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN).
A Lei nº 9.394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no seu Art. 22º prevê que a Educação Básica tem por finalidade o desenvolvimento do educando para o exercício da cidadania, justificando o seu parágrafo único "a formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades". O Art. 63º, parágrafo III, também visa garantir os programas de educação continuada para profissionais de educação dos diversos níveis (Brasil, 1996).
A importância da horta no ambiente escolar
A horta é um verdadeiro laboratório vivo, pois possui em seu ambiente uma inter-relação das plantas com os outros seres vivos. Dentro da disciplina de Biologia todas essas relações podem ser aproveitadas, ou seja, além do desenvolvimento de atividades de educação ambiental, ela faz a junção teoria/prática, possibilitando uma maior interação entre os estudantes e um melhor aproveitamento da disciplina. Em uma definição poética, Alves (2014) traz o conceito de horta:
Horta se parece com filho. Vai acontecendo aos poucos, a gente vai se alegrando a cada momento, cada momento é hora de colheita. Tanto o filho quanto a horta nascem de semeaduras. Semente, sêmen: a coisinha é colocada dentro, seja da mãe/mulher, seja mãe/terra, e a gente fica esperando, para ver se o milagre ocorreu. E quando germina – seja criança, seja planta – é uma sensação de euforia, de fertilidade, de vitalidade. Tenho vida dentro de mim! E a gente se sente um semideus, pelo poder de gerar, pela capacidade de o cio da terra (Alves, 2014, p. 117).
Ehlers (1994) afirma que a prática da agricultura sustentável auxilia na proteção dos recursos naturais: solo, água, ar e florestas, fazendo jus às três principais atividades englobadas na conservação desses elementos, ou seja, manter, preservar, restaurar ou recuperar.
Segundo Vega e Schirmer (2008), o principal objetivo de trabalhar a educação ambiental em conjunto com oficinas pedagógicas é sensibilizar o olhar, tanto do educando como do educador, com a contextualização e a aproximação do cotidiano, envolvendo o educando que participa, age e transforma, promovendo trocas coletivas, integração e inserção das diferentes leituras de mundo e de questões urgentes e essenciais para nossa constituição como seres humanos no presente. Os Parâmetros Curriculares Nacionais - Meio Ambiente e Saúde, aborda a respeito da sua funcionalidade nas escolas:
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global. Para isso é necessário que mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com formação de atitudes e valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos (Brasil, 2001, p. 29).
Dobbert e colaboradores (2008) afirmam que, por meio da implantação de uma horta dentro da escola, o estudante também deverá aprender a consumir as hortaliças produzidas, porém é essencial que a comunidade escolar se empenhe em proporcionar esse cardápio ao educando com constância, apresentando de modo criativo o valor nutricional dos alimentos e sua importância na alimentação.
Metodologia
Este trabalho se configura como uma pesquisa qualiquantitativa, pois busca refletir, explicar e descrever o estudo por meio das observações, interações e percepções presentes no ambiente (Freitas; Jabbour, 2011, p. 15). Nesse sentido, os dados da pesquisa foram construídos durante o desenvolvimento do Projeto de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), realizado na referida escola.
Envolveram-se nas atividades 20 alunos com idades entre 18 e 30 anos, matriculados em uma turma da 1ª série do Ensino Médio. As aulas ocorreram no período noturno entre os dias 18 de outubro, 8 e 29 de novembro e 13 de dezembro de 2021, totalizando 8 aulas de 45 minutos cada. Nesse contexto, desenvolvemos uma sequência didática formulada em cinco etapas, seguindo a proposta de Zabala (1998):
Primeira etapa: apresentação da proposta aos alunos e coleta dos conhecimentos prévios. Foi exposto à turma o objetivo do projeto, bem como as atividades que seriam realizadas com eles durante o período. Essa foi uma aula na qual eles puderam compartilhar seus conhecimentos acerca da temática 'impactos ambientais', além de serem questionados sobre a relação que exercem de forma direta com a natureza.
Segunda etapa: aula expositiva dialogada cujo objetivo era fomentar o diálogo intercultural no contexto amazônico e regional para compreender a relação dos povos indígenas com a natureza. Foram utilizadas imagens, vídeos de reportagens jornalísticas e um documentário local da cidade de Tucuruí para apresentar esse fator histórico e cultural, expondo também as consequências dos impactos ambientais causados na região.
Terceira etapa: problemática local e socialização com a exposição de imagens de alguns locais em situação de poluição na cidade de Tucuruí e uma reportagem local, de 2019, para que refletissem a respeito da atual situação do seu município, chegando à seguinte problemática: "Que hábitos deveríamos praticar para amenizar o problema do lixo em nosso do município?".
Quarta etapa: construção de horta suspensa de garrafas pet, trabalhando os aspectos de sustentabilidade, reaproveitamento e incentivando a importância de se praticar a reciclagem.
Quinta etapa: avaliação da proposta com um questionário no Google Forms de sete perguntas de múltipla escolha e discursivas a fim de avaliar a prática de construção da horta desenvolvida pelos alunos, analisando a percepção deles em relação à sequência didática aplicada durante o projeto.
Resultados e discussões
Os resultados obtidos durante a sequência didática foram positivos, pois as estratégias de atividades desenvolvidas visavam não só uma sensibilização momentânea, mas uma ação que possibilitasse aos alunos a reflexão, a discussão, a problematização e a capacidade de construir soluções que problematizassem o seu cotidiano.
Atualmente, vivemos em um momento bastante propício para a temática da Educação Ambiental, pois ela atua na sensibilização e no incentivo de boas práticas. É necessário uma educação ativa, contínua e constante para o aluno. A escola se torna um espaço privilegiado que deve ser explorado e aproveitado para incentivar essas ações ambientais (Mello; Trajber, 2007).
Observou-se que durante as primeiras aulas os alunos apresentaram dificuldades em compartilhar conhecimentos acerca das questões ambientais, por isso eles se revelaram retraídos e pouco participativos. No decorrer das aulas se tornaram atentos e disponíveis para refletir e discutir a respeito das consequências e dos impactos ambientais na sociedade. Quando apresentados à reportagem local referente à problemática do lixo no município de Tucuruí, os alunos despertaram para as questões e os desafios que vivemos na atualidade.
Ao longo dos anos, a sociedade passou por grandes mudanças no padrão de consumo. A confecção de embalagens e produtos descartáveis utilizando combustíveis fósseis, como o plástico, cresceu demasiadamente. Por essa razão a produção de lixo também cresceu. Isso afetou significativamente o meio ambiente e a saúde da população. Hoje presenciamos os efeitos do consumo desenfreado desses produtos e seu descarte inadequado na natureza (Vilhena, 2019).
Figura 1: (A) Apresentação da reportagem; (B) Problemática levantada aos alunos; (C) Apresentação de alternativas para minimizar a questão do lixo; (D) Proposta da construção de uma horta suspensa de garrafa PET
Com as dinâmicas e as atividades realizadas, surgiu a necessidade de exercitar a prática educativa utilizando o plástico descartado no lixo. Assim, construímos uma horta suspensa de garrafa pet na escola. A horta foi feita em um espaço de área externa, autorizado pela escola e os alunos participaram ativamente, com entusiasmo. Na aula do dia 29 de novembro, solicitamos que os alunos trouxessem algumas garrafas pets que encontrassem nas ruas, em casa, no quintal ou em qualquer via para utilização na horta.
No dia 13 de dezembro, a horta suspensa foi montada. Para a sua construção utilizamos terra preta já preparada com adubo, garrafas pets, arame e materiais como pá, furadeira, alicate, tesoura, fita, caneta e papel cartão. Foram confeccionadas cinco colunas, utilizando 18 garrafas pets. Foram plantadas quatro espécies diferentes de hortaliças: sementes de Allium schoenoprasum (Cebolinha), Lactuca sativa (Alface), Coriandrum sativum (Coentro) e Petroselinum crispum (Salsa). Ao final, todas foram etiquetadas com o auxílio de papel cartão e da fita, dispondo do nome popular e científico de cada hortaliça.
Os alunos apresentaram entusiasmo com a aula prática, socializaram, montaram e construíram a horta com o auxílio dos professores, trabalhando os aspectos de sustentabilidade, reaproveitamento e redução. Por fim, elaboramos o questionário final no Google Forms como ferramenta de avaliação dessa prática e de seus objetivos.
Figura 2: (A) Montagem das garrafas PET; (B) Manuseio e preparação das etiquetas de identificação; (C) Manuseio do adubo; (D) Plantio das mudas; (E) e (F) Suspensão das fileiras de hortaliças
Quando perguntado aos alunos se acreditavam que a horta de garrafa pet seria uma boa alternativa para diminuir o problema da poluição, 93,3% responderam que sim, enquanto 7,7% disseram que talvez fosse uma alternativa viável. Quando questionados se acreditavam serem pessoas ambientalmente conscientes, 53,8% responderam que sim, 23,1% disseram que não e 23,1% disseram que talvez. A grande maioria dos alunos compreendeu o objetivo da prática realizada, pois 84,6% dos alunos consideraram que a prática desenvolvida proporcionou novas experiências no ambiente escolar e 61,5% disseram que irão refletir mais a respeito dos problemas ambientais a partir do término das aulas.
Para Pereira (2020), a horta suspensa com garrafas pets é uma prática pedagógica eficiente e relevante que fortalece a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, auxiliando e direcionando os alunos para a informação, à orientação e à sensibilização, desencadeando atitudes sustentáveis com a reutilização de materiais recicláveis, contribuindo também para o incentivo à alimentação saudável na escola.
Figura 3: Quando perguntado se a prática proporcionou novas experiências: (Azul), Sim; (Amarelo), Talvez
Figura 4: Quando perguntados se vão refletir sobre os problemas ambientais: (Azul) Sim; (Amarelo) Talvez; (vermelho) Não
A grande maioria dos problemas ligados a questões ambientais e presenciados pela sociedade surgiu da carência de informações e da ausência de senso crítico e reflexivo. A transmissão da temática educação ambiental nas escolas, provoca e impulsiona o ser humano a assumir um papel de liderança na biosfera, incentivando-o a ser compreensivo, independente e crítico em relação ao aumento da produtividade, ao desperdício e aos danos causados à natureza. A cultura de conservação do meio ambiente deve ser inserida nas escolas por meio de projetos de ensino integrados que incentivem os estudantes a construírem uma visão de sociedade justa, reforçando o papel do cidadão em relação ao desenvolvimento sustentável (Santos, 2018).
Ao final da sequência didática aplicada no projeto, identificamos que os alunos conseguiram desenvolver, com mais segurança, um diálogo expressivo e claro da importância de praticar bons hábitos ambientais. Alguns relatos de alguns alunos que produziram a horta:
Foi uma experiência e tanto, nunca tinha feito algo assim na escola, a gente se divertiu bastante plantando as verduras e aprendi muito com esse projeto. Aprendi sobre as verduras que plantei fizemos pesquisas e tudo mais, enfim, gostei muito (Aluno A).
Muito bom, aprendi sobre o meio ambiente, o que devo é não devo fazer, não jogar lixo na rua que pode poluir o meio ambiente é etc., muito bom as experiências (Aluno B).
Muito bom essa conscientização que esse projeto nos passa, ideias de como cultivar, atividades que contribuem para nossa vida escolar, formas de cultivar. Coisas simples que podem mudar muitas coisas no mundo na nossa forma de viver etc. (Aluno C).
Assim, compreende-se a importância das atividades executadas e o quanto elas foram importantes para o conhecimento e o processo de aprendizagem dos estudantes frente às questões ambientais, não só do município, mas do planeta como um todo. Com práticas no âmbito da sustentabilidade, desenvolve-se consciência ambiental e provoca-se o pensamento crítico.
Considerações finais
Refletindo acerca do trabalho, visualizamos a eficácia da intervenção executada que mostra os benefícios da reutilização de materiais normalmente descartados de maneira inadequada. A proposta auxiliou na promoção do pensamento crítico e reflexivo dos alunos, fundamental para um desenvolvimento sustentável.
Outro ponto que ficou evidente foi a mudança de comportamento por parte dos alunos durante a execução da atividade proposta. Houve uma interação mútua que oportunizou reflexões a respeito do problema observado no cotidiano. Os alunos puderam perceber que qualquer ação realizada de maneira não consciente acarreta prejuízos ambientais.
Por meio da utilização da sequência didática, os alunos conseguiram associar o conteúdo com o seu dia a dia, assim, a disciplina de Biologia ganhou significado em suas vidas. Visando uma relação mais harmônica com o meio ambiente é imprescindível que projetos como esse, de perfil integrador e socioambiental, sejam realizados na escola. A horta é útil na abordagem de questões ambientais e nutricionais, como também, útil para tratar de outras temáticas dentro da Biologia, ao tratar de relações ecológicas, tipos de solos, fisiologia, morfologia vegetal ou animais invertebrados.
Referências
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Publicado em 15 de janeiro de 2025
Como citar este artigo (ABNT)
SILVA, Milena Lopes da; FARIAS, Karen Thayane Grangeiro; SILVA, Renata Albuquerque da; SILVA, Natália Karina Nascimento da. Prática pedagógica no contexto amazônico: sequência didática sobre o ensino de Educação Ambiental. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 25, nº 2, 15 de janeiro de 2025. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/25/2/pratica-pedagogica-no-contexto-amazonico-sequencia-didatica-sobre-o-ensino-de-educacao-ambiental
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