Uma trilha para formação de professores com a intencionalidade em inovação

Andréa Barreto Martins da Poça

Mestranda em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca), graduada em Ciências Biológicas (USU), formadora de Professores e Lideranças e professora de Ciências e Biologia na SME/RJ

Antônio Carlos de Abreu Mól

Doutor em Engenharia Nuclear (Coppe/UFRJ), coordenador do Laboratório de Realidade Virtual do IEN/CNEN e do mestrado profissional em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca)

André Cotelli do Espírito Santo

Mestre em Ciência e Tecnologia Nucleares (IEN); graduado em Ciência da Computação (UGF), professor do mestrado profissional em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca)

Sheila da Silva Arantes

Doutoranda em Ciência da Computação (UFRJ), mestra em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca), pós-graduada em Gestão Escolar, Psicopedagogia e Gestão e Implementação de Cursos EAD, graduada em Pedagogia (UniverCidade)

Ana Paula Legey

Doutora em Ensino em Biociências e Saúde (IOC/Fiocruz), bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Jovem Cientista do Nosso Estado (Faperj), coordenadora adjunta do mestrado profissional em Novas Tecnologias Digitais na Educação (UniCarioca)

A escola pública é um ambiente rico em diversidade e em potenciais de transformação. Nesse território, em especial nas escolas da cidade do Rio de Janeiro, as diferentes culturas e saberes se encontram dentro de um mesmo prédio. Contudo, essa diversidade provoca uma reflexão de como tornar a educação pública de qualidade e com equidade. Esse desafio tem sido experienciado todos os dias letivos nas 1.569 unidades escolares municipais na cidade do Rio de Janeiro.

Quando nos deparamos com esse cenário, observamos que o duo qualidade e equidade se tornará real quando a inovação entrar em sala de aula. Entende-se que uma educação de qualidade tem relação com uma escola inovadora (Moran, 2013). Outrossim, podemos dizer que quando as escolas têm qualidade e desenvolvem o potencial de cada indivíduo é de se esperar que exista a equidade (Cavichioli, 2010).

Todavia, a tão esperada inovação está muito além de introduzir os equipamentos tecnológicos na escola. Ou seja, a implementação da inovação passa por mudanças nas metodologias utilizadas em sala de aula (Guimarães; Sozo; Guidotti, 2022). Nesse contexto, o caminho que pode ser seguido poderá conter atividades pedagógicas estruturadas e organizadas com a tecnologia digital imbricada no processo de aprendizagem.

A intenção é transformar a maneira como se trabalha em sala de aula via metodologias ativas, sem colocar as tecnologias digitais como finalidade. Segundo Oliveira, Nóbrega e Cavalcante (2023), as metodologias ativas são matrizes interessantes para a construção de conhecimento que colocam o aluno como o sujeito do processo de ensino-aprendizagem. A inovação educacional, por sua vez, passa pela mudança na conduta do professor, que deve estar centrada no aluno (Fino, 2011).

Contudo, de acordo com Schlemmer et al. (2020), há uma lacuna entre a idealização de inovação educacional e as formações continuadas dos professores. A inovação, portanto, se dá em pequenos núcleos, que podem ser formados nesses momentos formativos, promovendo a mudança do papel do docente de transmissor e do aprendiz de “acostumado a obedecer” (Moran, 2021).

Nesse sentido, a partir do exposto, este trabalho tem como objetivo apresentar uma trilha formativa para professores do Ensino Fundamental I e II que se paute nos processos de implementação da inovação no ambiente escolar.

Os processos para a inovação

Michels, Danilevicz e Aragón (2022) utilizam os potenciais heurísticos, que criam vários níveis de processos para a inovação, usando degraus analíticos para reconhecer a intenção na inovação. Os níveis de processos estão descritos no Quadro 1.

Quadro 1: Níveis de processos e potenciais para inovar

Nível do processo

Heurísticas

1. Impossibilidade

Receio do(a) docente em utilizar o recurso tecnológico e/ou a metodologia ativa por ter vivenciado outra experiência que não foi bem-sucedida.

O(A) professor(a) não elabora um planejamento com estratégias diferentes pela falta de tempo ou demandas exigidas fora do horário de aula.

2. Reprodução

O(A) docente faz a transposição das aulas expositivas para o ambiente on-line, fazendo uso da tecnologia digital e/ou da metodologia da mesma forma que já conhecia.

3. Reconstrução

O(A) professor(a) usa os recursos tecnológicos com a finalidade de apoiar a interação entre os alunos e entre ele(a) e a turma. Faz adaptações das novas metodologias aos contextos de sala de aula.

Experencia o uso das tecnologias digitais, mas tem sempre outro recurso na manga caso não tenha sucesso com a tecnologia digital escolhida.

4. Criação incremental

O(A) professor(a) reconhece a potencialidade do uso das metodologias ativas e das tecnologias digitais, usando-as de maneira criativa.

Procura valorizar a interação e a participação dos estudantes.

Busca na tecnologia digital o apoio para que alcance os objetivos traçados para aquela aula.

Valoriza a troca entre os pares.

Fonte: Michels, Danilevicz, Aragón, 2022, p. 27.

Outro modelo é o SMAR, sigla que significa substituição, modificação, ampliação e redefinição, como proposto por Puentedura (2014). Esse modelo tem ligação com os níveis dos processos heurísticos (Quadro 1), mas com o foco na integração da tecnologia digital com a educação (Figura 1).

Figura 1: Método SMAR

Fonte: Adaptado do artigo de Puentedura, 2014.

Esses dois processos demonstram uma mudança do olhar do professor para o uso das metodologias digitais e das tecnologias digitais. Então, considera-se que o docente parte do desconhecimento das possibilidades das metodologias ativas e das tecnologias digitais e, posteriormente, passa pela transposição da aula expositiva para uma aula com apoio dos recursos digitais. Finalmente, começa a criar atividades que demandam a inclusão da tecnologia digital como recurso pedagógico.

Diante do proposto, trazemos como sugestão uma trilha formativa que tira o docente do lugar de reprodutor para ser um criador incremental (Quadro 1) e de usuário da tecnologia digital como substituição dos recursos analógicos para redefinir seu uso, concebendo atividades que só poderiam ser criadas por meio das tecnologias digitais (Figura 1). Dessa maneira, as aulas não serão expostas apenas via tecnologia digital, mas darão ao aluno a oportunidade de ser mais criativo e autônomo.

Uma proposta metodológica para incorporar a inovação à sala de aula

Ao voltarmos o olhar para a escola pública na cidade do Rio de Janeiro, temos a primeira impressão de que não há aparatos digitais para uso pedagógico. Essa impressão é verdadeira na maioria dos casos, porém existem algumas unidades escolares onde temos implantados laboratórios makers.

Era de se esperar que nessas unidades ocorresse um salto qualitativo na prática docente, colocando o aluno no centro do processo de aprendizagem. Nesse sentido, a partir do estudo realizado por Reis (2022) com professores da rede municipal do Rio de Janeiro, identificou-se que mais de 50% dos docentes do grupo estudado estão usando os recursos digitais como substituição das atividades analógicas, sem colocar o aluno no centro do processo.

O estudo de Reis (2022), como descrito acima, corrobora a observação realizada pela primeira autora do artigo, constatando que o professor faz a reprodução das suas aulas (Quadro 1) para o meio digital. Em outras palavras, muitos docentes usam a tecnologia digital, mas modelam suas aulas para reproduzir apresentações, filmes e jogos de maneira expositiva.

Com essa perspectiva, vamos propor uma trilha formativa apoiada em uma sequência didática intitulada Quando a Inovação Entra em Sala de Aula? com base no olhar inicial da primeira autora deste artigo, que faz formação de professores e lideranças.

Toda metodologia da trilha formativa foi desenhada para quatro pilares fundamentais:

  1. Mão na massa: para que o docente tenha a mesma experiência do aluno e perceba a potência da metodologia proposta;
  2. Teoria: os textos acadêmicos e vídeos terão forte papel para que o docente embase sua prática sob a ótica acadêmica;
  3. Troca entre os pares: usando a inteligência coletiva do grupo para construir propostas viáveis de projetos que poderão ser usados (com alguma adaptação) em sala de aula;
  4. Tecnologia digital: será nosso plano de fundo com a finalidade de incrementar as metodologias que promoverão a inovação.

A trilha formativa Quando a Inovação Entra em Sala de Aula?

A trilha formativa está estruturada em três dias de formação, no modelo híbrido, alternando, portanto, aulas remotas síncronas (online) por meio de aplicativos de videoconferência com aulas presenciais (na escola ou outros espaços físicos de formação), além das atividades assíncronas que serão disponibilizadas em uma plataforma do Wordpress, podendo sofrer adaptações cabíveis ao grupo de professores e/ou estrutura física. As atividades da trilha formativa foram idealizadas com o mesmo arcabouço de uma sequência didática (SD) definida por um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas, com objetivos claros tanto para professores quanto para alunos (Zabala, 1998).

Essa SD foi desenvolvida levando em consideração um modelo framework proposto na dissertação de mestrado de Arantes (2019), que passa pelos eixos descritos a seguir:

  1. Tomada de Consciência: os professores terão a oportunidade de lembrar os encontros que já aconteceram (caso não seja o primeiro encontro) por meio de dinâmicas, rodas de conversas e exposição da dinamizadora. Também será o momento de mostrar a pauta com os pontos mais importantes que acontecerão naquele dia, bem como os objetivos de aprendizagem do encontro;
  2. Coleta dos conhecimentos prévios: momento em que os professores entrarão em contato com o que já sabem, por meio de jogos interativos, dinâmicas de grupo ou quiz online;
  3. Atividades mão na massa: atividades estruturadas para que aconteça uma homologia de processos em que o docente seja capaz de experimentar o que na prática poderá ser feito com seu aluno;
  4. Um pouco de teoria: momento para proporcionar um debate amplo e contextualizado utilizando textos de acadêmicos e vídeos com professores, alunos e teóricos;
  5. O que se espera para o próximo encontro: etapa para programar e alinhar expectativas para o próximo encontro. Haverá, na etapa, sugestão de visitar outros textos, outros vídeos e outros materiais com a finalidade de preparar o próximo encontro;
  6. Avaliação: ao final de cada encontro, os professores serão convidados a avaliar o dia e apontar o que aprenderam, o que gostaram e o que não foi interessante no encontro por meio de um formulário online.

Dia a dia da trilha formativa

Dia 1 (presencial): O primeiro dia tem como maior finalidade desconstruir a noção de que a inovação está diretamente atrelada à tecnologia digital. No momento da inscrição, os cursistas já terão respondido um formulário online que trará pontos importantes para a percepção do formador quanto a concepção dos participantes sobre inovação. Esse será o momento da coleta do conhecimento prévio. Na parte da tomada de consciência, todos os professores e o formador farão a sua apresentação no Padlet (previamente organizado para isso). Também, nessa parte, serão apresentadas as etapas do dia e o ambiente virtual construído no Wordpress, onde serão colocadas as atividades assíncronas e o material da formação. Junto às etapas do dia, apresentaremos os objetivos específicos:

  • Relacionar a inovação atrelada a metodologia e formação de professores;
  • Reconhecer que a inovação ocorre em ambientes acolhedores e currículos flexíveis.

Posteriormente, passaremos para uma atividade de contextualização. Aqui, os participantes serão levados a perceber o que entendem sobre inovação. Em grupos, responderão em forma de um mapa mental: quando a inovação entra em sala de aula? Depois, irão socializar as respostas para o grupo inteiro. Essas respostas ficarão guardadas para que sejam usadas no final do curso.

O momento seguinte é de mão na massa. Usaremos a história de uma aluna fictícia da rede que quebrou o joelho ao fazer uma aula de Educação Física (Figura 2).

Figura 2: Menina com o pé enfaixado no seu quarto

Será contada a seguinte história:

Essa é Maria, aluna do 8º ano do Ensino Fundamental. Ela quebrou o joelho em uma aula de Educação Física. Diga-se de passagem, ela não gosta muito dessa aula. Maria não tem uma cadeira confortável para se sentar durante o período de 1 mês que tem que ficar em casa (Autores, 2023).

Então será proposto que cada equipe, formada por até cinco cursistas, desenhe uma cadeira para Maria e apresente para o restante do grupo. Em seguida, o formador mediará um debate, trazendo à tona pontos da vivência do momento mão na massa. Sugestões:

  1. A atividade passa por um problema que poderia ser real?
  2. Existe outra maneira de executar a solução do problema?
  3. Quais habilidades foram mobilizadas para desenhar a cadeira da Maria?
  4. Os cursistas se sentiram protagonistas do processo? Como podem evidenciar os momentos do protagonismo?

Logo após o debate, será passado o vídeo Como transformar a escola e as universidades?” (Moran, 2017), que lançará luz ao debate sobre inovação. O vídeo contextualizará o ambiente confortável e acolhedor em que o aluno se encontra, o currículo que atende as necessidades de aprendizagem do estudante e a mentoria do professor na perspectiva inovadora. Também será sugerida a leitura, de maneira assincrona, do texto Como transformar nossas escolas em novas formas de ensinar a alunos sempre conectados (Moran, 2017), para enriquecer o conceito.

Ao final do dia, o formador pedirá que, de maneira assícrona, leiam o texto no ambiente virtual e dirá o que acontecerá no próximo encontro, aplicando a avaliação do dia.

Dia 2 (online): Esse dia ocorrerá pela plataforma Team; começará depois das boas-vindas, com a apresentação das etapas do dia. Os objetivos das etapas são:

  • Compreender que existem vários conceitos de inovação educacional;
  • Apontar situações de cocriação, compartilhamento e intencionalidade nas práticas educativas.

O momento de coleta dos conhecimentos prévios será feito em três etapas:

Etapa 1 – o grupo será dividido em pequenas equipes, que debaterão completando as seguintes frases:

  • Fiquei impactado com...
  • Já percebi que...

Etapa 2 – as respostas serão colocadas na plataforma Jamboard.

Etapa 3 – o grupo voltará a se juntar e um resumo das respostas será apresentado por um orador eleito por cada equipe.

Posteriormente, faremos uma leitura compartilhada do texto Calçado novo e sapatos usados (Freinet, 2000) e os professores usarão o Padlet (mural digital) para escrever em uma coluna o que consideram o calçado novo e, em outra, o sapato velho na Educação. Então será sugerida uma conversa sobre os bônus e os ônus das práticas antigas e novas, contudo chamando atenção para que o que pode ser considerado novo nem sempre coloca o aluno como protagonista nem é sempre acolhedor. Às vezes, o que se considera velho pode cumprir esse papel de acolhedor.

Nesse dia, a etapa teórica será apresentada antes da mão na massa. Nessa etapa serão apresentados os conceitos de inovação no vídeo Inovação em Educação (Gonsales, 2019). Também sugeriremos a leitura de maneira assíncrona do artigo Princípios da Educação online: para sua aula não ficar massiva nem maçante (Pimentel, 2020), que será comentado durante a exposição de um arquivo PPT.

Seguiremos para a etapa mão na massa, que será um retorno à atividade da cadeira da Maria. Nesse momento, os participantes, elaborarão em equipes, com a ajuda da Taxonomia de Bloom, dois objetivos de aprendizagem partindo de alguma situação problema. Esses objetivos e a situação problema serão explicados antes de iniciar a atividade para que os professores entendam que há uma ordem, pois partirão dos objetivos para criar a situação problema, com as seguintes características:

  1. Partir de um problema real;
  2. Não pode ter uma solução já existente na internet;
  3. Tem que conversar com os objetivos;
  4. Deverá colocar os alunos como protagonistas (dar espaço para o erro).

Ao final das atividades, o formador chamará a atenção para os pontos já debatidos e problematizados no primeiro dia, apontando os momentos de interação, cocriação e compartilhamento que acontecerão em todas as propostas de atividades.

Essa etapa será registrada em um arquivo PPT online conjunto, em que cada grupo ficará responsável por um slide.

A avaliação será feita no ambiente virtual, por meio de perguntas em um formulário online. O formador também explicará o que vai acontecer na próxima formação.

Dia 3 (Presencial): No último dia, já esperamos que os cursistas tenham percebido que a inovação está muito mais ligada à metodologia ativa do que aos aparatos digitais. No entanto, a tecnologia digital deve ser ofertada para potencializar o aprendizado do estudante.

Também iniciaremos esse dia apresentado os objetivos do dia:

  • Comparar a escola que o aluno quer com a escola quer com a escola que a gente quer.
  • Avaliar quais pontos podem ser inovadores em um planejamento

A etapa da coleta dos conhecimentos prévios será feita por meio do Kahoot, em que já haverá perguntas como uma enquete (que não tem respostas certas), com a finalidade de verificar o que os professores pensam sobre a escola que o aluno deseja. Na sequência, teremos uma roda de conversa sobre as perguntas do Kahoot.

Posteriormente, passaremos para a teoria com o vídeo Nossa escola em (re)construção | o que os jovens têm a dizer sobre a escola? (Porvir, 2016), para que os cursistas percebam que os jovens querem uma escola diferente daquela que lhes é ofertada. O formador deve aproveitar o momento para conscientizar que a tecnologia pode ser usada, mas com a intencionalidade de garantir a aprendizagem e o protagonismos do aluno (lembrar do PPT feito em cooperação na última aula).

A etapa mão na massa desse dia será para proporcionar aos cursistas um momento para iniciar um projeto a partir de alguns temas sugeridos:

  1. Fato e opinião
  2. Lixo e poluição
  3. Eu sou...
  4. A Matemática está na feira
  5. Uma escola do tamanho do mundo

Para o planejamento desses pequenos projetos, o grupo de cursistas será dividido em equipes menores e cada equipe deverá:

  • Escolher um tema (pode ter um tema com mais de um grupo);
  • Rascunhar, usando papel A3, notas adesivas e canetas coloridas, um projeto que terá:
    1. Dois objetivos específicos de aprendizagem;
    2. Uma pergunta engajadora;
    3. O público-alvo;
    4. Os profissionais envolvidos;
    5. Algum apoio da tecnologia digital;
    6. As etapas do projeto como desenvolvimento;
    7. A avaliação.

Ao final da elaboração do rascunho, os professores serão orientados a passar pelos outros grupos e cooperar, por meio de notas adesivas, com o planejamento dos demais grupos. Os rascunhos serão digitalizados para fazer parte do acervo do ambiente virtual.

Ao final do curso será realizada uma avaliação com o objetivo de averiguar as novas concepções dos professores quanto a inovação educacional. Essas respostas serão comparadas com o primeiro questionário e com as primeiras atividades, a fim de medir o grau de transformação alcançado pela formação.

Considerações finais

O tema inovação educacional é bastante amplo e, por vezes, gera um pouco de desconforto, porque tira o docente de sua posição de “explicador”. No entanto, nosso aluno clama por uma escola que dialogue com ele e o apoie no seu aprendizado.

A trilha formativa tem como objetivo iniciar um importante debate na Educação, principalmente a pública, bem como criar pequenos núcleos de inovação que sejam faróis para futuras formações e incrementação de metodologias ativas em sala de aula.

A partir da trilha formativa apresentada, espera-se que as metodologias ativas venham potencializar a práxis dos professores que desejam um fazer diferente na sua docência, sendo capaz de fazer a diferença no ambiente escolar.

A formação acontecerá e acreditamos que cumprirá o papel de auxiliar o docente a reorganizar a sua aula, colocando o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem (Moran, 2021) e trazendo a mudança de concepção das metodologias. A estrutura da formação exposta neste texto coloca o professor como protagonista, fazendo-o refletir sobre suas estratégias. As tecnologias digitais apresentadas potencializarão as metodologias ativas que são o fio condutor para a inovação, porque tal inovação só pode ser pensada via metodologias ativas (Guimarães; Sozo; Guidotti, 2022).

Sabemos que o debate não se encerrará nesta trilha formativa e entendemos que futuras pesquisas e contribuições trarão mais clareza no caminho para a inovação educacional. Contudo, almejamos que a trilha sirva como modelo tanto para novas pesquisas como na sua implementação em práticas de formação continuada de professores.

Referências

ARANTES, Sheila Silva Ferreira. Reforço escolar em sociedades civis em prol da alfabetização: interface entre sequência didática e tecnologias digitais. 2019. Dissertação (Mestrado em Tecnologias Digitais na Educação) – Centro Universitário Carioca, Rio de Janeiro, 2019.

CAVICHIOLI, Rita das Graças Candido. Sociedade do conhecimento: a educação como pilar. Revista de Educação, v. 13, n° 15, 2010.

FETTER, Shirlei Alexandre; SILVA, Denise Regina Quaresma da. Práticas com aprendizagem significativa para estudantes da Educação Básica. Revista Educação Pública, v. 20, nº 35, 15 de setembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/35/praticas-com-aprendizagem-significativa-para-estudantes-da-educacao-basica.

FINO, Carlos Nogueira. Investigação e inovação (em educação). Pesquisar para Mudar (a Educação), 2011.

FREINET, C.; BATISTA, J. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GONSALES, P. Inovação em Educação. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EyzNxmzJfYc&list=PL8O7fNa1_QxB3MrZdLKk3JuY15AhPt6W1&index=7&t=19s. Acesso em: 8 jun. 2024.

GUIMARÃES, Eva Luciana de Moura; SOZO, Jessica Roberta; GUIDOTTI, Flávia Garcia. A inovação na educação a partir de metodologias ativas em tempos de pandemia: relato de uma experiência de formação de professores. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 10, 22 de março de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/10/a-inovacao-na-educacao-a-partir-de-metodologias-ativas-em-tempos-de-pandemia-relato-de-uma-experiencia-de-formacao-de-professores.

MICHELS, Ana Beatriz; DANILEVICZ, Ângela de Moura Ferreira; ARAGÓN, Rosane. Heurísticas para inovar na prática docente: uso das tecnologias digitais em prol da construção de estratégias pedagógicas. Renote, v. 20, n° 2, p. 22-31, 2022.

MORAN, José Manuel. Principais diferenciais das escolas mais inovadoras. São Paulo, 2013.

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OLIVEIRA, Francisco Lindoval; NÓBREGA, Luciano; CAVALCANTE, Marcele Alves dos Santos. O uso das metodologias ativas de aprendizagem na formação do professor: das universidades para a prática nas escolas. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 8, 7 de março de 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/8/o-uso-das-metodologias-ativas-de-aprendizagem-na-formacao-do-professor-das-universidades-para-a-pratica-nas-escolas.

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PIMENTEL, M.; CARVALHO, F. D. S. P. Princípios da Educação Online: para sua aula não ficar massiva nem maçante. SBC Horizontes, maio de 2020.

PUENTEDURA, Ruben R. SAMR: A contextualized introduction. Lecture at Pine Cobble School. Retrieved March, v. 13, 2014.

REIS, Arlinda Rodrigues Tavares de Almeida dos. Inovação pedagógica promovida pelo ensino remoto emergencial: um estudo de caso. Tese (Doutorado), 2022.

SCHLEMMER, Eliane et al. Educação e transformação digital: o habitar do ensinar e do aprender, epistemologias reticulares e ecossistemas de inovação. Interfaces da Educação, v. 11, n° 32, p. 764-790, 2020.

SILVA, Vanesa da Paz Reiz da; POIAN, Andrea Thompson da; SILVA, Edson Paulino da. Desenvolvimento de uma sequência didática investigativa apoiada pelo uso da tecnologia da informação e comunicação. Revista Educação Pública, v. 21, nº 18, 18 de maio de 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/16/desenvolvimento-de-uma-sequencia-didatica-investigativa-apoiada-pelo-uso-da-tecnologia-da-informacao-e-comunicacao.

ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Publicado em 02 de julho de 2024

Como citar este artigo (ABNT)

POÇA, Andréa Barreto Martins da; MÓL, Antônio Carlos de Abreu; ESPÍRITO SANTO, André Cotelli do; ARANTES, Sheila da Silva; LEGEY, Ana Paula. Uma trilha para formação de professores com a intencionalidade em inovação. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 24, nº 23, 2 de julho de 2024. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/23/uma-trilha-para-formacao-de-professores-com-a-intencionalidade-em-inovacao

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