Edição V. 8, Ed. 48 - 16/12/2008

O filho eterno, de Cristóvão Tezza

Ricardo Piglia, ficcionista e crítico argentino, diz em uma de suas teses sobre o conto que uma história sempre esconde outra história. Por extensão, o escritor sempre escreve uma coisa querendo dizer outra. É dele também a famosa afirmativa de que tudo que se escreve, até mesmo a crítica, é autobiográfica. Pensando nisso, quero falar aqui do mais recente livro de Cristóvão Tezza, O filho Eterno (Record, 2007). Mas antes, numa linguagem bem contemporânea e mesclada, quero lembrar outro autor: Aníbal Machado.

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Inventores de asas, arquitetos de labirintos: Julio Cortázar e Guimarães Rosa e a estética da recepção

Ao compararmos literaturas à luz da estética da recepção professada por Jauss, a análise da interseção entre obras torna-se uma provocação ao leitor quando um dos pontos em comum é a consciência da literariedade, ou do efeito estético, daquelas obras. Como afirma René Wellek, o texto literário deve ser visto como “uma totalidade diversificada, como uma estrutura de signos que, no entanto, pressupõe e requer significados e valores” (1994, p. 118), isto é, a obra presume estrutura mas também reação estética. Reconhecer a literariedade de uma obra é também entregar ao leitor a ocupação de a reescrever, ainda que apenas para si mesmo. Encontrar as interseções, sejam estas de estilos, de influências sociológicas ou psicanalíticas, não pode mais ser o único objetivo ao comparar literaturas. O efeito estético da obra também se elege como fenômeno legítimo a ser comparado entre obras. E, se estamos no nível estético, devemos concordar mais uma vez com Wellek: “os estudos literários tornar-se-ão um ato da imaginação, como a própria arte” (1994, p. 119). A comparação entre textos literários deve comportar a comparação entre os efeitos literários.

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72 nomes de Deus

Não sei qual foi a primeira palavra que eu aprendi, mas acho que foi meu próprio nome. Se não foi a primeira palavra, pelo menos se tornou, com o passar do tempo, a palavra mais importante e a mais perturbadora. Nos anos setenta era difícil encontrar um outro Pablo. O primeiro xará que eu conheci foi aos quinze anos, em 1989. Durante todo esse tempo, sempre que eu ouvia a palavra Pablo tinha a nítida sensação que alguém havia me descoberto. A ausência de outros Pablos na minha infância me fez querer trocar de nome: Pedro, Hugo, João... Queria um nome mais comum, um nome usual que pudesse me encobrir, me disfarçar e fazer com que eu pudesse ser qualquer outra pessoa. Talvez eu estivesse, naquele tempo, tomado por um estranho realismo linguístico que identificava meu nome com minha própria natureza, como se o fato de eu me chamar Pablo pudesse determinar meu Ser, indicar algo sobre meu destino ou ser decisivo na minha personalidade.

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Quando o Ensino Médio é fundamental

Dou aula para o primeiro ano de Ensino Médio nos turnos da manhã e da noite em um colégio estadual. A diferença que percebo entre os alunos dos dois turnos é grande, a começar pela faixa etária. De manhã, a maioria tem entre 15 e 16 anos, nem muito mais, nem muito menos. À noite, são muitos os que já passam dos 20. Isso não quer dizer muita coisa. É apenas um fato empírico, que talvez só seja observado na escola em que trabalho. Mas acho difícil que seja assim.

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Ano novíssimo

Eis então 2009. Difícil fugir do clássico balanço de fim de ano, ainda mais quando nos despedimos de ano tão intenso quanto foi 2008. Lembramos os 40 anos de Maio de 68, os 60 anos da assinatura da Declaração dos Direitos Humanos; na literatura, 100 anos de morte de Machado de Assis e Arthur de Azevedo, 400 anos de nascimento de Padre Antônio Vieira, 100 anos de nascimento de Guimarães Rosa e Josué de Castro.

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Luiz Tatit

Os personagens de Machado de Assis e suas histórias já apareceram em filmes, peças de teatro, em artes plásticas, em outros textos literários, mas poucas vezes na música popular. Uma delas é bem recente: a música Capitu, de Luiz Tatit (de 1999), que tem sua gravação mais conhecida por Zélia Duncan.

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Bibliotecas do mundo

Com a popularização da Internet, ficou mais fácil o acesso a muitas coisas, especialmente uma: a informação – ainda que nem sempre tenha garantia de qualidade. Se muitas vezes a consulta a um site de buscas pode gerar dúvidas quanto ao valor do endereço indicado, quando a informação vem de uma boa biblioteca essa inquietação praticamente de desfaz. Aliás, essa é a primeira das orientações para pesquisas: selecionar bem a fonte da informação.

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