Edição V. 10, Ed. 17 - 11/05/2010

O divórcio das siamesas

Se o cérebro está numa das siamesas e o coração na outra, o corpo compartilhado só se manterá saudável se elas permanecerem unidas – assim sobrevivem as siamesas: salvas pelo fraterno abraço de náufragos. Se uma desfalecer, a outra carregará o vazio da perda, sentindo as comichões que sentem os amputados no vazio do membro extirpado. Separá-las deixará uma exangue e a outra asfixiada; e o corpo único em agonia. O projeto humano original foi dimensionado para viver e agir no mundo com dois braços, duas pernas, dois olhos, duas narinas e sete sentidos – o que não significa que eventuais lacunas inviabilizem o protótipo –, mas apreendemos o mundo com um único cérebro e o sentimos com um só coração. A percepção do mundo – objetiva e subjetiva – é resultado da ação simultânea – subjetiva e objetiva – da educação e da cultura.

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Como você se sente diante do imposto de renda?

Nos meses de março e abril, a cada ano, milhões de pessoas se veem às voltas com documentos, notas e contas, tudo para não ter a sua vida complicada logo mais adiante pelo Fisco. É a anual dor de cabeça do imposto de renda. Aqui se aplica literalmente o bom ditado “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. O jeito é se enquadrar nas regras. Mas que regras!

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Diferente sim e daí: uma reflexão acerca da diferença em contos e filmes infantis

Neste artigo, busco fazer um diálogo com meu artigo anterior a respeito da diferença em leituras destinadas à infância. Mas, diferentemente da análise de livros, veremos agora dois contos infantis, A Bela e a Fera e Shrek, e suas adaptações para o cinema: o primeiro, um clássico da Disney (1991); o outro, produção recente da Dream Works (2001). Ambos trazem ideias acerca do respeito, convívio e aceitação das diferenças a partir do questionamento de alguns padrões de beleza.

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Meu aluno Everaldo

Assim que cheguei à escola, recebi a notícia: iríamos perder a sala da biblioteca, no térreo do prédio, porque seria transformada em sala de aula para atender a um aluno deficiente físico do turno da tarde. Nada mais justo do que fazer essa mudança, mas nossas estantes foram para o fundo da sala do laboratório de ciências – que, aliás, nunca havia sido usado. A bem da verdade, de laboratório só tinha as bancadas e as instalações de água e gás. Nem torneiras tinha.

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Como é possível algum discurso sobre a arte na contemporaneidade?

No decorrer da história do Ocidente, o significado do termo arte foi razoavelmente preciso, pois para identificar se algo era ou não arte, havia critérios objetivos, até mesmo empíricos, pois bastava ver se a obra em questão era uma pintura sobre uma tela, uma escultura, uma peça musical, um poema etc. A partir dessa identificação prévia, com a identificação de características específicas de técnicas e escolas das artes particulares, julgava-se se a obra em questão era boa ou má arte, se evidenciava o trabalho de alguém com talento excepcional ou mediano. Ou seja, havia critérios para determinar o que era arte e, além disso, se era boa arte ou não. Esses critérios se vinculavam diretamente a normas rígidas da produção da obra, como a presença de habilidades técnicas fundamentais na pintura, a capacidade de delinear bem os contornos na escultura, a métrica do poema, os campos harmônicos e a obediência rígida às escalas tonais na música.

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A Varanda do Frangipani e os personagens do silêncio

Mesmo não sendo um livro tão recente, este romance de Mia Couto, publicado em 1996, merece nossa atenção. Afinal, a obra de arte (no caso, literária) não tem idade ou validade; ela empreende o arrebatamento de quem se disponibiliza a recebê-la sem se ater à cronologia de uma dada época, causando espanto e incitando belos e fundamentais momentos de questionamento. Obviamente, uma obra de fato não se restringe ao elogio acadêmico ou ao sucesso comercial, nem se detém num aglomerado de palavras vazias, fúteis, de simples entretenimento; é aquela que possibilita a abertura ao pensar, que convoca para a tensão de caminhar rumo ao inalcançável, fazendo-nos lembrar de nossa perene condição de habitantes da liminaridade entre vida e morte, ser e existir.

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