Edição V. 10, Ed. 42 - 16/11/2010
Nossa população merece soluções mais cristalinas
Eduardo Marques da Silva é doutor em História pela USP e professor de universidades no Rio de Janeiro; vem colaborando com a revista Educação Pública há vários anos, escrevendo artigos que abordam temas como a condição do negro na pós-escravidão, a formação do capitalismo mundial – em especial da América Latina – no século XX ou as atitudes políticas do Segundo Império, a importância da formação humana no Brasil – o que ele chama de “cérebro de obra”. Nesta entrevista, ele fala sobre esses assuntos e reclama soluções mais duradouras para as questões socioculturais que vivenciamos em nosso “moderno urbano”.
Leia este artigoEcológicos e consumistas
Conheço uma moça cujo filho adolescente é vegan – uma espécie de vegetariano mais radical. Além de não comer nenhum tipo de carne (ou “bicho morto”, como diz um amigo vegetariano light), não come nada que seja derivado de animal, ou seja, qualquer coisa que leve ovo, leite ou mel em sua composição. Assim, são também excluídos de sua dieta alimentos como queijo, manteiga e pão. A restrição que um vegan se impõe não é apenas alimentícia. O rapaz não usa vestimentas feitas de couro, camurça, pele, ou seja, nada proveniente dos bichos; veste-se com tecidos sintéticos ou feitos de algodão; não consome produtos de empresas que fazem testes com animais; em vez de pasta de dente, usa um “pozinho” (que a mãe dele não soube especificar bem o que era) e à noite quando faz xixi (note bem, apenas xixi) deixa para dar descarga apenas no dia seguinte, para não gastar água. Os humanos carnívoros devem achar tal postura um tanto excêntrica. Mas, se pensarmos bem, o menino só coloca em prática aquilo em que acredita e não prejudica ninguém com isso: acha que o homem não tem direito de usar e abusar da vida dos outros animais – e não é conivente com isso. Sua preocupação não se restringe apenas ao bem-estar dos bichos; ele se preocupa com o meio ambiente de forma geral.
Leia este artigoDiversidade religiosa
Numa dessas noites de sexta-feira em que tudo o que você quer é ligar para alguns amigos e marcar uma “saída” num barzinho para relaxar, beber algo e conversar sobre tudo e sobre nada, marquei uma dessas “saídas” com uma amiga muito querida que eu não encontrava há algum tempo. Cheguei mais cedo ao local; um daqueles bares do Leblon em que a música é boa e o serviço é ótimo. Nem bem cheguei e já comecei a me divertir, pois foi difícil não prestar atenção na conversa da mesa ao lado. O assunto era religião, ou melhor, diversidade religiosa. Aqueles amigos ali sentados, todos por volta dos seus 35 anos, pareciam formar uma cúpula de representantes de diferentes religiões; em alguns, era possível identificá-las por detalhes na aparência, como um escapulário no pescoço de um deles e um colar, ou melhor, uma guia de proteção muito usada por praticantes das religiões afro-brasileiras em outro. Acho que todos já eram amigos há muito tempo, pois brincavam abertamente sobre as curiosidades das crenças religiosas de cada um e se remetiam a acontecimentos engraçados do passado. E foi de um desses que eu não consegui deixar de rir. Um deles era judeu e, numa espécie de ritual de sua religião, ele convidou as pessoas mais chegadas, e todos aqueles que estavam ao redor da mesa estiveram no evento.
Leia este artigoContribuições da história da cultura à história da educação
No intuito de repensar a prática educativa e buscar soluções para um sistema educacional com tantos problemas como o brasileiro, os teóricos da educação têm se voltado para a história. Olhar para o passado permite rever experiências que deram certo e em que contexto foram bem-sucedidas, assim como aprender com os erros. Ao procurar no passado as causas do insucesso do presente, os historiadores depararam-se com a ausência de estudos específicos sobre a história da Educação, especialmente no currículo do curso de História. Essa disciplina encontra-se presa a conteúdos de didática ou a outras disciplinas do curso de Pedagogia. Com isso, alguns historiadores, como Falcon, foram buscar na história da cultura as respostas para as atuais questões da Educação. Se a cultura de um povo representa o conjunto de seus hábitos, costumes e práticas sociais, e temos buscado nela as explicações para a sociedade atual, nada melhor do que buscar nela as respostas que precisamos para redefinir a educação.
Leia este artigoEstado de Sítio
Elizabeth Forster tentou impor ao mundo sua visão antissemita através de uma publicação equivocada dos escritos de seu irmão, o filósofo Friedrich Nietzsche. Simpatizante notória da ideologia nazista, Forster organizou aforismos e textos inéditos do irmão em uma compilação chamada Vontade de poder, de modo a manipular conceitos, tornando-os indubitavelmente nazistas. Indubitavelmente para quem lê esses textos influenciado pela interpretação de Elizabeth. Os conceitos de além-homem e da vontade de poder que Nietzsche elaborou podem muito bem ser utilizados como fundamentação da ideologia nazista se forem exaltados e retirados do contexto. A superação do homem, as noções revistas de decadência e nobreza e a crítica feroz à moral fazem da obra de Nietzsche um alvo fácil para construir ideologias autoritárias e racistas.
Leia este artigo65 anos de cinema
Não custa lembrar que o termo “amador” vem da mesma raiz de amor; portanto, o título deste artigo não tem nada de pejorativo. Aliás, o site de Carlos Augusto de Araújo traz três características amadoras que ele mesmo faz questão de citar e que só podem ser elogiadas:
Leia este artigoPesquise em nossa biblioteca
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Seção Divulgação Científica
Conversa Sobre Educação
A série Conversa sobre Educação entrevistou Daniel Salvador, editor chefe da revista eletrônica EAD em Foco, publicada pela Diretoria de Extensão da Fundação Cecierj. A publicação tem como principal finalidade difundir a produção acadêmica de pesquisadores da área de Educação a Distância do Brasil e do exterior. A entrevista está disponível no canal Eureka! Cecierj.
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