Biblioteca
Filtrar os artigos
Claudio Willer
Os poemas e os comentários que aqui vão foram publicados há 42 anos, pela Massao Ohno, editora de São Paulo que desempenhou papel renovador ao privilegiar a poesia e a beleza em suas edições. Anotações para um apocalipse de Claudio Willer, é uma brochura simples (56 páginas no formato 17,5 cm por 12,5 cm) e um livro complexo, um soco no cérebro, uma pancada daquelas que remexe tudo que organizamos, se não for repelida por um sólido elmo dotado de viseira inexpugnável. Composto por Anotações para um apocalipse — poemas e As fronteiras e dimensões do grito — manifesto, tem uma unidade indissolúvel. Também a introdução de Roberto Piva manifesta a mesma essência libertária que as palavras de Willer.
Uma alegria triste
Foi quando eu vi aquela entrevista com Gilles Deleuze para Claire Parnet, se não me falha a memória. Era uma espécie de abecedário. A ideia era simples: cada letra, um tópico para que o filósofo pudesse discorrer. As entrevistas foram concedidas entre 1988 e 1989. É considerado, por quase todo mundo que gosta de Deleuze, como uma espécie de testamento. Uma longa entrevista na qual o pensador francês mistura memória e confissões pessoais com a fina flor do rigor conceitual de um pensamento de fronteira, entre poesia e filosofia.
Caim: o que pode a ficção?
Finalmente, Caim. Finalmente algumas linhas sobre essa última ficção de José Saramago. E o que não é ficção nesta nossa vida tão irreal do dia a dia? Sem entrar por demais nas polêmicas que envolveram a publicação de Caim, apenas comento que, se fosse a primeira vez que o octogenário José Saramago tivesse investido sua fúria literária nas temáticas bíblicas, tudo bem. Poderiam acusá-lo de sensacionalista midiático... Mas o Evangelho segundo Jesus Cristo já tem seus quase vinte anos. O ateísmo do autor é planetariamente conhecido, a sua briga com Portugal fato por demais comentado etc. etc. Então...
O bárbaro frente ao espelho
Para Ued Maluf, o filósofo das Estranhezas — professor dos Institutos de Psicologia da UFRJ e de Arte e Comunicação Social da UFF —, Robson Achiamé — criador e editor da revista libertária Letra Livre — e o Teatro Popular União e Olho Vivo, que exercem forte influência sobre minha práxis.
Escher
Maurits Cornelis Escher (1898-1972) foi o quarto filho em uma abastada família holandesa. Depois de fracassar nas provas de ensino superior, seu pai, engenheiro civil, esperava que seu filho ao menos se tornasse arquiteto. Escher, então, entrou para a Escola de Arquitetura e Artes Decorativas em Haarlem, onde teve contato com um artista gráfico renomado na Holanda, Samuel Jessurun de Mesquita. Percebendo o talento do aluno, Mesquita o encorajou a seguir da carreira de artista gráfico. Mesmo com todo o receio da reprovação familiar, Escher seguiu sua vocação.
O Construtivismo e Jean Piaget
Formação de ProfessoresA obra de Jean Piaget sobre a linguagem especifica os fatores essenciais para o desenvolvimento cognitivo da criança, como experiências e interações sociais, e a importância do alfabetizador nesse processo.
A Mãe Terra
De 20 a 22 de junho deste ano, no Rio, será realizada a Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, vinte anos após a ECO-92. Sou dos céticos em relação à vontade e à capacidade de nossos governantes – atolados em crises e compromissos com os grandes conglomerados econômico-financeiros que dominam a economia globalizada – chegarem a acordos à altura dos desafios que a humanidade tem pela frente. Cabe à cidadania fazer a sua parte, do local ao mundial. É uma necessidade inadiável indignar-se e agir contra um modo de produzir e consumir que serve para poucos e, ao mesmo tempo, destrói as bases da vida. Com esta crônica, no contexto que antecede a Conferência da ONU, inicio uma série de pequenas reflexões sobre a necessária revisão dos fundamentos em torno dos quais nos organizamos como sociedades humanas.
Hermes, a metáfora do mensageiro na interpretação
O termo hermenêutica tem por etimologia a palavra grega hermeneutike, com o significado de “a arte de interpretar”. No uso diário, passou a ter seu sentido ligado à interpretação de textos. A composição do termo está ligada ao deus Hermes, da mitologia grega. Protetor dos rebanhos em sua função primordial, Hermes também é considerado emissário dos deuses e condutor das almas. É notável que estas duas últimas funções estejam ligadas ao mesmo deus: se Hermes é considerado um intérprete dos desejos olímpicos, e serve assim como intermediário entre deuses e mortais, ele também é um condutor das almas humanas para o Hades ou para o Olimpo – ou seja, cabe ao deus conduzir o homem em sua moral e em seu destino, mesmo que ainda caiba a esse homem o arbítrio de seus atos.
Funções dos Poderes
Montesquieu
Ditadura, medo e política
Lembrar e, mais até, descobrir a verdade são uma necessidade da vida humana. Afinal, somos sujeitos de história; queiramos ou não, é nossa sina como humanos. Trata-se de agir e no agir significar, seja pelo objetivo que buscamos, seja pelas convicções que nos movem ao agir. Conscientemente, nada escapa ao crivo ético que carregamos dentro de nós, ao menos quando sabemos que somos responsáveis pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Ou, ainda pior, pelo que aceitamos fazer o que outros nos impõem de algum modo.