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Dante Milano, o puro poeta antilírico
De e sobre o poeta Dante Milano, que visitamos como tradutor, vão aqui poemas, referências biográficas e comentários de fontes diversas:
Estado de Sítio
Elizabeth Forster tentou impor ao mundo sua visão antissemita através de uma publicação equivocada dos escritos de seu irmão, o filósofo Friedrich Nietzsche. Simpatizante notória da ideologia nazista, Forster organizou aforismos e textos inéditos do irmão em uma compilação chamada Vontade de poder, de modo a manipular conceitos, tornando-os indubitavelmente nazistas. Indubitavelmente para quem lê esses textos influenciado pela interpretação de Elizabeth. Os conceitos de além-homem e da vontade de poder que Nietzsche elaborou podem muito bem ser utilizados como fundamentação da ideologia nazista se forem exaltados e retirados do contexto. A superação do homem, as noções revistas de decadência e nobreza e a crítica feroz à moral fazem da obra de Nietzsche um alvo fácil para construir ideologias autoritárias e racistas.
Escola Popular de Comunicação Crítica
O Observatório de Favelas do Rio de Janeiro se define como uma "rede sócio pedagógica, com uma perspectiva técnica-política". A Ong é formada por uma equipe de pesquisadores e estudantes universitários ligados a diferentes instituições acadêmicas e organizações comunitárias, sendo que seus principais coordenadores são moradores ou ex-moradores de comunidades de periferia do Rio de Janeiro.
A vida melhor no futuro
O episódio recente dos seis jovens assassinados por traficantes a caminho de uma cachoeira, que ainda foram torturados antes de morrer, é apenas a tragédia da vez entre tantos outros crimes hediondos que pipocam nos noticiários todos os dias. Tais tristes e vergonhosos acontecimentos dão a impressão de que, a despeito dos avanços tecnológicos, o homem continua vivendo sob o signo da barbárie.
Funções psicomotoras de crianças que residem em lugares de vulnerabilidade social: um relato de experiência
Formação de Professores e Vivências de Sala de AulaA partir de atividades realizadas com crianças em programas sociais em Niterói, é possível diagnosticar que problemas psicomotores influenciam sua participação nelas e suas outras práticas e podem prejudicar seu desenvolvimento.
O que é a Idade Média?
Não é novidade que as leituras do passado, feitas pelos homens de diferentes épocas, trazem cada uma conclusões das mais diversas possíveis. No caso da Idade Média, o interesse geral parece figurar no insólito, no exótico, no diferente, para o lado negativo – com a concepção de “idade das trevas” – ou para o positivo – associado ao lúdico, do qual o rei Artur é o grande exemplo. Aquilo que tanto se distancia do tempo presente e foi estigmatizado pelas sociedades imediatamente posteriores acabou perpetuando-se de alguma forma. Nesse sentido, a pergunta-título deste texto talvez seja apenas retórica, objetivando incutir uma reflexão sobre a imagem que temos hoje dos diferentes períodos da História. Não pretendemos definir aqui o que foi a Idade Média, mas ponderar um pouco sobre suas diferentes percepções ao longo do tempo e sua releitura feita a partir da Nova História.
O livro didático adotado pelo MEC: um olhar sob a ótica da Linguística
Segundo Suassuna et alii (2006, p. 227), “por um longo tempo, o ensino de Português centrou-se nas regras gramaticais que normatizam a variedade linguística padrão, apresentadas nas gramáticas tradicionais, como modelo do bom uso da língua”. Nessa perspectiva, o ensino de Língua Portuguesa no Brasil centrou-se em uma abordagem puramente normativa, que extinguia as variantes linguísticas informais da prática docente. Contudo, na década de 1980, eclodiu uma intensa divulgação de estudos da Linguística (estudos do Funcionalismo, da Linguística Textual, da Análise do Discurso, da Pragmática e da Sociolinguística). É nesse cenário que a língua passa a ser concebida como recurso de interação social (atividade social), o que ocasionou diversas alterações na metodologia de ensino, na estrutura e na organização dos livros didáticos.
A Educação de Jovens e Adultos no Brasil e o contexto social dos alunos dessa modalidade
Antropologia, Comunicação, Filosofia, História, Formação de Professores, História da Educação e Vivências de Sala de AulaO presente trabalho é fruto de pesquisa bibliográfica e de campo realizada na Escola Estadual Governador Walfredo Gurgel, em Antônio Martins/RN, em que se pôde observar os alunos das salas de aulas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o contexto social ao qual esses alunos pertencem; também foi observado o quanto essa modalidade de ensino tem se tornado juvenilizada, com a maioria dos alunos egressos do ensino regular que tem procurado essa modalidade educativa para terminar a Educação Básica, principalmente para poder se inserir no mercado de trabalho em melhores condições.
A arte de não se odiar
No dia 1º de março de 1580, o Barão Michel de Montaigne, senhor da terra de Bordeaux, no sul da França, escreveu a advertência que fica na introdução de seu livro Ensaios. Como eu já tenho um pouquinho de tempo nessa labuta de escrever, mais ou menos uns dezoito anos de teclado (isso levando em conta a máquina de escrever Remington que me introduziu no mundo da prosa), posso afirmar, sem muita dúvida, que esse dia, 1º de março de 1580, foi o dia em que Montaigne terminou seu livro. Ninguém começa um livro pela apresentação. Essa é a última coisa que a gente escreve. È como registrar um filho. Não dá para fazer isso antes de a criatura nascer e a gente olhar bem para cara dela para confirmar o nome que tinha imaginado. Na verdade, Montaigne viveu até os 38 anos como um nobre francês do século XVI ou uma socialite do jet set brasileiro viveria: cercado de frivolidades. Mas, após a morte de um amigo, Montaigne mergulhou em profunda melancolia, e nessa melancolia encontrou o caminho para escrever sua obra. Isolado em uma torre, cercado de livros e de citações em grego e latim gravadas nas ripas de madeira do teto, o senhor de Bordeaux, barão de Montaigne, tocou em um dos centros nervosos da modernidade: o Eu.
O arco de arjuna
Um dos mais belos e populares textos que a civilização hindu nos legou começa no campo de batalha. Sendo uma pequena parte do Mahabarata (o mais longo poema épico da humanidade), o Bhagavad Gita se inicia com um dilema que perturba Arjuna, líder do clã dos Pandava. O santo guerreiro está com seu arco retesado, apontado para o alto, na iminência de lançar sua seta e começar uma imensa carnificina envolvendo seu próprio clã e o clã inimigo dos Dhritarashtra. No momento de iniciar a batalha, Arjuna fraqueja. Seus braços tremem, sua boca fica seca, seu cabelo se eriça, sua pele arde. Nesse instante, a narrativa congela e, ao lado do guerreiro, surge o senhor Krishna, que toma forma humana e começa um diálogo.