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Pessoa, Florbela, Drummond e Vinicius
Um Fernando e muitas Pessoas. Uma multidão em Lisboa (quem sabe, do mundo?) num corpo só. Sempre só ... mesmo quando "fingiu" amar Ophélia. Sim... Pois todo amor do poeta foi dedicado à escritura, às palavras além das palavras. Um modo de vida que só se realiza na arte... de escrever e de pensar. E o pensar nunca deixou a existência do poeta realizar-se no banal da vida diária. Pobre Bernardo Soares tão carregado de desassossegos. Mesmo quando escrevia cartas à Ophelia, percebe-se um colocar-se na vida carregado de ideias e sofrimento. Mesmo que esse fingir mascarasse outras inquietações além-homem. O poeta é um fingidor. E a dor que deveras sente poucos podem senti-la. E de tanto senti-la sozinho, fora o pequeno círculo dos modernistas lisboetas, sobrecarregou-se de um excesso etílico e cedo partiu. Até porque seus filhos já estavam no mundo. Caeiro, mestre do invisível, Pessoa-por-ele-mesmo, Soares e suas intermináveis inquietações, Ricardo Reis e seu aprumo clássico, e o estonteante engenheiro do verbo, Álvaro de Campos. Quanta terra fértil, quanta natureza, que até hoje nos deleita, nos acaricia... nos redime de nossa mesmice e ... e ... nos faz pensar. Uma poesia para o coração do pensamento justamente onde o pensamento só pode ser o coração.
A infância perdida
Se existe um grupo de agentes que definitivamente perdeu com a modernidade foi o conjunto das pessoas que fazem parte da fase do ciclo da vida que denominamos infância. É mais do que lamentável o fenômeno em apreço. Não faz muito tempo que a criança era entendida como o futuro de um país e/ou a possibilidade iminente de dias melhores. Ledo engano: hodiernamente, a infância é tratada como algo qualquer, um adulto em miniatura, um proletariado em potencial, uma projeção ininterrupta dos pais e uma fonte de renda para agentes do mercado.
A docência sob a perspectiva religiosa: entre a política e a reflexividade
Teologia, Instituição Escola, Vivências de Sala de Aula e Cidadania e ComportamentoO islã não separa a política da espiritualidade; as principais atribuições do professor são a paciência e a reflexão. Por essas razões, no islã a educação é um ato político, e o docente é o detentor do poder, mas dele é exigido afeto na sua conduta. O uso de uma palavra geradora para a alfabetização provocou o acolhimento de duas histórias – dois significados para uma mesma palavra.
Mais sobre o problema da Liberdade da Vontade
No presente texto vamos continuar a discussão iniciada em O problema da Liberdade da Vontade, segundo Benson Mates. Esse pesquisador analisa a visão de outros filósofos sobre esse problema e tenta ver até que ponto o agente pode ou não ser responsabilizado moralmente pelos seus atos.
Aprendizagem mediada por signos e a construção de conceitos em uma perspectiva vigotskiana
Formação de ProfessoresAs relações entre instrumentos e signos mostram a importância dos últimos para a comunicação e a formação de conceitos; assim é possível compreender que a aprendizagem acontece por meio do uso de sistemas simbólicos com o auxílio do outro.
Outras primaveras
Quando anunciou sua renúncia, Bento XVI alertou para urgência de “colocar em prática o verdadeiro Concílio Vaticano II”. Essa assertiva pode ser interpretada como uma resposta estratégica a demanda do cardeal Carlo Maria Martini, que, antes de sua morte em agosto do ano passado, clamava a necessidade de convocar um Concilio Vaticano III para ajustar às demandas de nosso tempo uma igreja que, em seu julgar, estava 200 anos atrasada.
Onde é “chegar lá”?
As provas bimestrais de diversas escolas estaduais – inclusive a escola onde leciono – agora são, por decisão dos professores, todas objetivas, ou seja, de múltipla escolha. Eu, professora da área de humanas, tive muita dificuldade em aceitar tal mudança e em elaborar uma prova desse tipo. Mas como foi uma decisão da maioria, tive de acatar. Claro que há provas objetivas muito bem elaboradas, que exigem bastante raciocínio. Vejo, porém, alguns problemas na aplicação de tais provas, tanto nas mais bem elaboradas quanto nas mais simples. Alguns alunos meus têm grande dificuldade em interpretar textos e, muitas vezes, provas objetivas com enunciados que exigem alto grau de interpretação não estariam ao alcance deles.
Manoel de Barros e suas ressonâncias
Teorizar a própria obra por meio de entrevistas é uma das características ou estratégias estéticas do poeta Manoel de Barros. Nessa prática, ele gosta de falar apenas sobre sua poesia, evitando discorrer sobre sua pessoa. Um dos seus assuntos favoritos é, na verdade, falar sobre como faz poesia, suas temáticas, seu estilo, linguagem, leituras e influências. Estas podem ser, resumidamente, as considerações iniciais da primeira leitura do livro Encontros. Manoel de Barros (2010), organizado pelo professor Adalberto Müller sobre as entrevistas do poeta.
Clarice Lispector e a Poética do Ovo
Tal pergunta pode num primeiro momento parecer ingênua, mas em seu interior carrega todos os pressupostos determinados enquanto realidade do real, pela lógica do pensamento metafísico. Ou seja, ao optarmos por uma das alternativas excluímos a outra, desconsiderando-a. Esta, lançada no esquecimento, não mais é digna de ser efetivamente re-pensada, pois a afirmação de uma implica necessariamente a anulação das possibilidades da outra. Pois, em verdade, o “ou” expresso na pergunta não nos aponta dois caminhos possíveis, mas apenas um previamente estipulado. Resultado? Resposta dada, conceito criado e, por fim, cristalização do movimento natural de todo o pensamento que, incessantemente, convoca-nos a renascer.
Uma aventura de carnaval com João do Rio
Oh! uma história de máscaras! quem não a tem na sua vida? (João do Rio)