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Liberdade na guerra
Este ano, ao completar meus vinte e três anos, ganhei de presente de um querido amigo o livro Poesia liberdade, de Murilo Mendes. Confesso que até então nunca tive muito interesse pela poesia desse autor que começou seu percurso literário escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia. Mas, ultimamente, esse presente tem sido lido atentamente e, a cada dia, mais acolhido entre as minhas leituras constantes. No que tange ao contexto do livro, vale informar que, como alguns outros livros do poeta, foi publicado sob o impacto da guerra, refletindo a inquietação de Murilo diante da situação do mundo. Em poemas como “Naturezas mortas”, “Elegia nova” e “As lavadeiras” verificamos vestígios dessa reflexão, permitindo-nos pensar na convivência paradoxal da liberdade que propõe o poeta com a guerra que o mundo oferecia.
Educação e (des)motivação
Um comportamento que venho percebendo entre meus amigos professores parece-me ostensivo, repetitivo e complexo. Por onde ando observo professores e professoras bastante desanimados, desmotivados, cansados, atarefados e melancólicos. A percepção não é nova, tampouco é privilégio de alguns. Às vezes uma pequena e simples conversa é o bastante para perceber os motivos da não ação dos docentes. Por aqui vou arriscar algumas, mas sei que meus colegas encontrarão muitas outras.
A musa diluída
Neste mês de fevereiro, o mais agitado do ano para os cariocas, quero indicar um livro muito especial e que não tem nada a ver com carnaval. É um presente aos poetas e aos que gostam de poesia. Trata-se de A musa diluída, de Henrique Rodrigues (Record, 2006).
Uma reflexão sobre o ensino de combinatória usando modelagem matemática
MatemáticaUm caminho alternativo para o ensino de combinatória no Ensino Médio sugere o uso da modelagem matemática, pois gera vantagens no processo de resolução. Entretanto, isso requer a formalização de alguns elementos teóricos.
Hermes, a metáfora do mensageiro na interpretação
O termo hermenêutica tem por etimologia a palavra grega hermeneutike, com o significado de “a arte de interpretar”. No uso diário, passou a ter seu sentido ligado à interpretação de textos. A composição do termo está ligada ao deus Hermes, da mitologia grega. Protetor dos rebanhos em sua função primordial, Hermes também é considerado emissário dos deuses e condutor das almas. É notável que estas duas últimas funções estejam ligadas ao mesmo deus: se Hermes é considerado um intérprete dos desejos olímpicos, e serve assim como intermediário entre deuses e mortais, ele também é um condutor das almas humanas para o Hades ou para o Olimpo – ou seja, cabe ao deus conduzir o homem em sua moral e em seu destino, mesmo que ainda caiba a esse homem o arbítrio de seus atos.
O uso inteligente do computador na educação
O que seria a utilização do computador na educação de maneira inteligente? Seria fazer aquilo que o professor faz tradicionalmente ou seja passar a informação para o aluno, administrar e avaliar as atividades que o aluno realiza, enfim, ser o "braço direito" do professor; ou seria possibilitar mudanças no sistema atual de ensino, ser usado pelo aluno para construir o conhecimento e, portanto, ser um recurso com o qual o aluno possa criar, pensar, manipular a informação? A análise dessa questão nos permite entender que o uso inteligente do computador não é um atributo inerente ao mesmo, mas está vinculado a maneira como nós concebemos a tarefa na qual ele será utilizado. Um sistema educacional mais conservador certamente deseja uma ferramenta que permite a sistematização e o controle de diversas tarefas específicas do processo atual de ensino. Uma máquina de ensinar e administrar esse ensino facilita muito a atividade do professor. Sistemas computacionais com essas características já foram desenvolvidos, desempenhando tarefas que contribuem muito para essa abordagem educacional e passam a ser muito valorizados pelos profissionais que compartilham dessa visão de educação. Por outro lado, os profissionais da educação que não compartilham dessa abordagem educacional certamente não necessitam de sistemas computacionais com tais características. Mesmo os sistemas de ensino mais sofisticados, com qualidades de inteligência - como a capacidade de identificar os erros cometidos pelos alunos ou indicar tarefas de acordo com o nível do aluno - não são considerados como uma forma de uso inteligente do computador na educação. Isso significa dizer que a análise de um sistema computacional com finalidades educacionais não pode ser feita sem considerar o seu contexto pedagógico de uso. Um softwaresó pode ser tido como bom ou ruim dependendo do contexto e do modo como ele será utilizado. Portanto, para ser capaz de qualificar um softwareé necessário ter muito clara a abordagem educacional a partir da qual ele será utilizado e qual o papel do computador nesse contexto. E isso implica ser capaz de refletir sobre a aprendizagem a partir de dois pólos: a promoção do ensino ou a construção do conhecimento pelo aluno. Nesse artigo será defendida a ideia de que o uso inteligente do computador na educação é justamente aquele que tenta provocar mudanças na abordagem pedagógica vigente ao invés de colaborar com o professor para tornar mais eficiente o processo de transmissão de conhecimento.
Mary e Max – uma amizade diferente
Mary e Max – Uma amizade diferente, longa-metragem em animação que está em cartaz no circuito brasileiro, aborda uma amizade improvável entre um nova-iorquino de 44 anos e uma menina australiana de oito. Ambos são solitários e, apesar das diferenças de idade e de cultura, o relacionamento vai se estabelecendo na base da confidência e do apoio mútuos, através das inúmeras cartas trocadas entre eles ao longo de 18 anos.
Educação integral do surdo por meio do esporte
O esporte é parte integrante do desenvolvimento humano, desde tempos imemoráveis. Podemos dizer, que a prática esportiva está diretamente ligada à qualidade de vida de todo cidadão, seja qual for sua faixa etária. Na área da saúde, por intermédio da fisiologia do exercício, na área social, por meio da participação e lazer, ou na área da educação, pelo esporte escolar. Por todos estes fatores é o segmento em condição mais favorável à promoção do desenvolvimento humano em todos seus aspectos, com papel fundamental na educação de nossos jovens, formando hábitos e valores para toda a vida.
Uma espiadinha no mundo real
Uma das teses que o filósofo francês Michel Foucault defende em um de seus livros mais famosos, As palavras e as coisas, é de que com a mudança das épocas o centro do pensamento ocidental mudou seu objeto. Segundo ele, foi apenas na contemporaneidade que o homem apropriou-se desse lugar de prestígio. Houve uma ruptura com a época anterior, quando Deus era o critério; era Ele que estava nesse lugar privilegiado. Tal mudança de objeto de interesse, porém, ainda é criticada por Foucault. Talvez inspirado pela inconformidade nietzschiana, o filósofo defende o surgimento de uma nova episteme a fim de superar esse “humanismo” ainda sustentado pelos alicerces cristãos.
Cultura e oralidade nos contos tradicionais
Folclore e Datas ImportantesNo convívio e nas crenças próprias na comunidade, a oralidade adquire características e intenções próprias, dependendo de como e do meio onde foi difundida no seu grupo. As lendas e os contos possuem conotação poética muito importante no que se refere ao caráter sonoro. O estudo da linguagem na transmissão do conhecimento está relacionado à cultura e à ideologia nos signos constituídos nos processos de interação social das sociedades de tradição exclusivamente oral. A história humana mostra que todos os povos sempre contaram histórias; mesmo quando ainda não havia a escrita, havia a palavra e a memória.