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A História e seus dilemas: a indiferença entre os homens e sua própria história
A discussão aqui proposta trata-se do pleonástico tema sobre as formas de ensinar e aprender história, que por muitos anos temos debatido sobre os métodos que possam consubstanciar essa até então utopia pedagógica que é fazer a conexão entre texto e contexto, aluno e cidadão, acabar com essas dicotomias, esses hermetismos. Amalgamá-los é o cerne dos nossos debates alusivos aos ranços positivistas, factuais, episódicos. Onde a história se apresenta de forma teatral e, o que é pior, num teatro onde os papéis já foram pré-estabelecidos, nos restando apenas a introjeção do papel que nos foi outorgado.
Abordagem intradisciplinar dos temas contemporâneos transversais nas aulas de Educação Física
Educação FísicaOs temas contemporâneos transversais propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresentam uma proposta de ensino atual e contextualizada que prioriza o desenvolvimento da cidadania, com apresentação e discussão de temas que interessam aos estudantes. Um dos componentes curriculares presentes na escola que apresenta grandes possibilidades de incluir os TCTs no seu organizador curricular é a Educação Física. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi propor o uso da abordagem intradisciplinar dos temas contemporâneos transversais nas aulas de Educação Física.
Ações e recomendações do Banco Mundial a Portugal e ao Brasil, na condição de “partido político”, em torno da internacionalização da educação e do conhecimento
A ciência e a tecnologia, em suas múltiplas dimensões – seja em sua componente ideológica, seja em seu caráter fetichista ou, ainda, como mito da modernidade – vêm sendo caracterizadas pelos organismos supranacionais por um certo determinismo que tem na organização da produção e na gestão da força de trabalho o resultado de um imperativo tecnológico. Invoca-se o debate sobre a transição, quer para uma sociedade do conhecimento, quer para uma sociedade coesa, igualitária e democrática, cujo motor estaria na produção de ciência, tecnologia e, particularmente, de inovação. Quanto maior a inovação, maiores as transformações econômicas e sociais.
Educação a distância: desafio e perspectivas
Educação a Distância e Formação de ProfessoresA Educação a Distância tem papel estratégico no desenvolvimento da sociedade, voltando-se para uma formação cidadã; por isso, deve estabelecer novas práticas e experiências com seus principais atores: aprendentes, professores e tutores.
Formação docente: a partir do estágio supervisionado
Formação de ProfessoresEste artigo objetiva fomentar as questões que tangem às estruturas, observações e práticas desenvolvidas a partir da disciplina de Estágio Supervisionado, no curso de licenciatura plena em Pedagogia. O estágio pode ser caracterizado como uma relação entre o processo de ensino e de aprendizagem que permeia as questões acadêmicas, práticas, produção de relatórios e regência de aulas, realizado nas diversas modalidades de ensino formal e não formal. Para a redação deste texto, recorreu-se à pesquisa de revisão da literatura e aos enfoques de regulamentos, resoluções, normativas e legislações que perpassam a formação docente inicial. Por meio da análise bibliográfica, os resultados indicam que a grade curricular do curso de Pedagogia está em ampla sintonia nas questões de teoria e prática e atinge diretamente a formação docente. Portanto, o estágio é uma das etapas a serem cumpridas durante a formação inicial, e é justamente nesse espaço que o educador compreende o que é o locus da aprendizagem educacional.
Leitora por acidente
Pensemos no velho dilema sobre o que determina indivíduo, a genética ou o ambiente. Qual desses dois fatores é mais influente? A hereditariedade é transmitida pelos progenitores às células do sexo que vão formar o novo indivíduo. O ambiente é tudo aquilo que cerca tal indivíduo. E o meio diz respeito tanto aos fatores físicos quanto aos fatores sociais em que o indivíduo está inserido. Mas, longe de entrarmos em uma profunda – e interminável – discussão acerca das teorias inatistas, comportamentalistas ou interacionistas, fiquemos só nos interessantes exemplos fornecidos pela literatura, pelo cinema e, quiçá, pelo cotidiano a respeito da influência que o meio exerce sobre o homem.
Entrevista com Raimundo
Há anos aquele homem está ali, sentado e escrevendo, rodeado de plásticos e garrafas, numa ilha entre as pistas da Avenida Pedroso de Moraes, na esquina com a Praça Ernani Braga, no bairro do Alto de Pinheiros, em São Paulo. Vestido com um gorro e uma capa de plástico preto, sua figura não é das mais convidativas, mas logo no primeiro contato Raimundo Arruda Sobrinho, que chama a si mesmo de “Condicionado”, mostra ser íntegro, paciente e até cavalheiro, como poucos restam hoje.
A interpretação de Umberto Eco
Umberto Eco se preocupa com o exagero da interpretação que ocorre na leitura. Seria apenas mais uma preocupação filosófica neste vasto mundo de questionamentos se a interpretação de textos não fosse um dos pontos mais polêmicos entre leitores e acadêmicos, entre alunos e professores. Quando o pensador italiano, ao estudar a dialética entre o direito do texto e o direito do intérprete, diz considerar este último exagerado, pode querer dizer que existe um limite para a interpretação. E, se existe, qual será?
Destino e livre-arbítrio em Frankenstein
Mary Wollstonecraft Shelley (1797 - 1851) era a única filha de dois escritores, na Inglaterra, mas sua mãe morreu poucos dias depois de seu nascimento. Ela se casou com o poeta Percy Shelley e viveu entre os românticos - incluindo seu amigo e poeta, Lord Byron - e outros literatos. Ainda em 1816, ela começou a escrever Frankenstein. A influência do Romantismo sobre esse trabalho pode ser encontrada principalmente no subjetivismo (Victor Frankenstein questionando seus próprios atos; a luta da criatura pela sobrevivência), e no inconformismo (o próprio ato de Victor Frankenstein de criar vida) presentes na texto. Essas características estão resumidas nas ideias de Jean Jacques Rousseau, grande influência no Romantismo. Levando-se em consideração uma de suas frases mais conhecidas - "o homem nasce livre, e em toda parte encontra-se acorrentado" (Contrato Social, 1762) - deve-se admitir o potencial libertário do pensamento romântico. No entanto, deve-se considerar também o lado pessimista desta ideia: se o homem é potencialmente livre em si mesmo, essa liberdade é restrita.