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72 nomes de Deus
Não sei qual foi a primeira palavra que eu aprendi, mas acho que foi meu próprio nome. Se não foi a primeira palavra, pelo menos se tornou, com o passar do tempo, a palavra mais importante e a mais perturbadora. Nos anos setenta era difícil encontrar um outro Pablo. O primeiro xará que eu conheci foi aos quinze anos, em 1989. Durante todo esse tempo, sempre que eu ouvia a palavra Pablo tinha a nítida sensação que alguém havia me descoberto. A ausência de outros Pablos na minha infância me fez querer trocar de nome: Pedro, Hugo, João... Queria um nome mais comum, um nome usual que pudesse me encobrir, me disfarçar e fazer com que eu pudesse ser qualquer outra pessoa. Talvez eu estivesse, naquele tempo, tomado por um estranho realismo linguístico que identificava meu nome com minha própria natureza, como se o fato de eu me chamar Pablo pudesse determinar meu Ser, indicar algo sobre meu destino ou ser decisivo na minha personalidade.
As duas forças
Diz uma piada que um dia Deus e o diabo estavam andando por um caminho. De repente, Deus para, se abaixa e pega no chão um pedaço de papel com algo escrito. O diabo pergunta: “O que é isso?”. Deus subitamente responde: “A verdade”. O diabo sorri, tira o papel da mão de Deus e diz: “Ótimo! Pode deixar que eu organizo ela para você”.
Da arte de caminhar
Etimologicamente, a palavra “escola” vem do grego skhol. Não, nada a ver com aquela cerveja que “desce redondo”. O fato é que, ao longo do tempo, tal conceito (de escola, não do tal líquido) transformou-se bastante. Ainda na Grécia clássica, a ideia de escola passou por diversos estágios: o espaço público utilizado por Sócrates, a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles, para citar apenas os mais conhecidos. Posteriormente, houve os monastérios medievais e tantos outros modelos até chegar à diversidade de escolas dos dias atuais.
Os Olhos São a Janela da Alma do Contador
Do que dispõe o contador?
A Varanda do Frangipani e os personagens do silêncio
Mesmo não sendo um livro tão recente, este romance de Mia Couto, publicado em 1996, merece nossa atenção. Afinal, a obra de arte (no caso, literária) não tem idade ou validade; ela empreende o arrebatamento de quem se disponibiliza a recebê-la sem se ater à cronologia de uma dada época, causando espanto e incitando belos e fundamentais momentos de questionamento. Obviamente, uma obra de fato não se restringe ao elogio acadêmico ou ao sucesso comercial, nem se detém num aglomerado de palavras vazias, fúteis, de simples entretenimento; é aquela que possibilita a abertura ao pensar, que convoca para a tensão de caminhar rumo ao inalcançável, fazendo-nos lembrar de nossa perene condição de habitantes da liminaridade entre vida e morte, ser e existir.
Educação e cultura ou morte
Eu sonho com um Brasil no qual a educação e a cultura sejam entendidas como frutos da mesma árvore sagrada do conhecimento. E não que coexistam em esquizofrênica separação, como agora. Cultura é tudo o que foi tocado pela mão e pelo espírito criador do homem. A mesa, que o engenho do homem extrai do tronco da arvore, é cultura. Assim como o romance, produção de um mundo simbólico, enriquece o imaginário do homem.
Percepções no estágio supervisionado de Educação de Jovens e Adultos: vivências na formação docente
Formação de ProfessoresO estágio supervisionado é uma das atividades essenciais na formação do pedagogo, pois busca contextualizar a prática e contribui para a análise das situações vividas pelo futuro educador. A Educação de Jovens e Adultos é um dos espaços onde esses estudantes desenvolvem sua capacidade de participação social e de reinventar seu mundo. A combinação desses dois elementos (estágio e EJA) pode levar a excelentes experiências.
Seus Olhos
Ando meio desconfiado da modernidade. Acho que no fundo sempre fui meio arcaico. Gosto de coisas velhas e sinto o cheiro das coisas velhas nas coisas novas. Talvez seja mesmo uma percepção curiosa sobre o tempo que me faz ver o velho no moderno e enxergar, sem separar em caixinhas distintas, o que foi feito desde sempre.
A revolução financeira contemporânea
Em 1972, veio a revolução financeira do ‘século do não’, a questão da securitização. Daí também a ideia de aplicá-la ao gigantesco mercado de hipotecas garantidas pelo governo norte-americano teve sua época. Mas pode ser que a febre tenha retornado; não é sem tempo relembrar que, na década de 1980, novos produtos financeiros foram criados. Em 1981, o Salomon Brothers organizou o primeiro swap (a troca de dívidas, comum nos dias de hoje também no mundo do jogo do capital, que teve início na época entre o Banco Mundial e a IBM). Aquela inovação financeira prosseguia com uma multidão de novos instrumentos financeiros. Tratava-se de algo significativo no período, pois eram operações vitais para o sustento do capitalismo.