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Pessoa, Florbela, Drummond e Vinicius
Um Fernando e muitas Pessoas. Uma multidão em Lisboa (quem sabe, do mundo?) num corpo só. Sempre só ... mesmo quando "fingiu" amar Ophélia. Sim... Pois todo amor do poeta foi dedicado à escritura, às palavras além das palavras. Um modo de vida que só se realiza na arte... de escrever e de pensar. E o pensar nunca deixou a existência do poeta realizar-se no banal da vida diária. Pobre Bernardo Soares tão carregado de desassossegos. Mesmo quando escrevia cartas à Ophelia, percebe-se um colocar-se na vida carregado de ideias e sofrimento. Mesmo que esse fingir mascarasse outras inquietações além-homem. O poeta é um fingidor. E a dor que deveras sente poucos podem senti-la. E de tanto senti-la sozinho, fora o pequeno círculo dos modernistas lisboetas, sobrecarregou-se de um excesso etílico e cedo partiu. Até porque seus filhos já estavam no mundo. Caeiro, mestre do invisível, Pessoa-por-ele-mesmo, Soares e suas intermináveis inquietações, Ricardo Reis e seu aprumo clássico, e o estonteante engenheiro do verbo, Álvaro de Campos. Quanta terra fértil, quanta natureza, que até hoje nos deleita, nos acaricia... nos redime de nossa mesmice e ... e ... nos faz pensar. Uma poesia para o coração do pensamento justamente onde o pensamento só pode ser o coração.
História da língua portuguesa: formação e implantação de uma língua navegante
ComunicaçãoA língua constitui um sistema vivo de comunicação que privilegia a mútua compreensão e entendimento de um determinado povo. Ao adentrar o estudo de uma língua, estudam-se os fatos do contexto histórico e os acontecimentos que promoveram, direta ou indiretamente, sua origem. No que diz respeito à história da língua portuguesa, faz-se necessária uma busca histórico-geográfica desde sua origem até sua implantação no Brasil.
A Cigarra e a Formiga
Este texto nasce da experiência vivida no CEDERJ nos últimos dois meses. Tenho trabalhado e trocado experiências com muitos professores universitários envolvidos na produção de materiais didáticos para cursos de Educação a Distância (EAD), das mais diversas áreas do conhecimento. A riqueza destes encontros e o esforço de compreender as dificuldades vivenciadas nesta relação são aqui minha principal motivação.
Biblioteca Rodolfo Garcia (ABL)
Corre no largo rio da imaginação popular o mito de que a Academia Brasileira de Letras é lugar de culto ao passado, quase um museu, abarrotado de livros antigos e empoeirados e guardado por uma confraria de homens chamados acadêmicos, com seus cabelos brancos e fardões, que se encontram toda quinta-feira, lá pelas cinco da tarde, para tomarem chá e falar de coisas importantes.
Mulheres e política
Passei o último Dia Internacional das Mulheres com uma questão na cabeça: por que tão poucas mulheres ocupam posições de destaque no poder político? Claro, ocorreram, nos anos recentes, mudanças de grande importância. Nós temos a nossa Dilma e a Argentina, a Cristina, ambas presidentes. A Alemanha tem a Angela. Golda, em Israel, e Indira, na Índia, foram destaques para a minha geração. A mulher que mais me assustou na política, por radicalizar o lado ruim, foi a Tatcher. Agora, no dia 11, toma posse no Chile a Michele, numa volta para um segundo mandato que pode surpreender. Devo estar esquecendo de outras, mas não devem ser tantas. De quem lembro são algumas “primeiras damas” que apontam exatamente para o papel de coadjuvantes na política, até descartáveis publicamente – como parece normal na não tão republicana França –, que lhes é reservado no espaço machista da política.
Países@
O site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é, naturalmente, uma referência para professores de geografia e seus pupilos. Há 72 anos, o instituto pesquisa e publica dados sobre a realidade brasileira. A tarefa de consultar as informações, que poderia ser árdua e maçante, fica agradável em razão da preocupação da instituição em apresentar seus dados na internet em formato criativo e fácil de ser consultado, como no recentemente lançamento do banco de dados Países @.
A motivação em situações de risco
Ao longo da história percebe-se um fato comum entre os eventos de guerra: uma causa. Seja em nome de defender a família, a honra, a cidade, o país, a cultura, o rei, a rainha, o bispo, o papa, e sobretudo defender-se, há uma causa a se apegar. Há um motivo claro e pujante que faz pulsar exacerbadamente o sangue nas veias. A maioria das guerras embasou-se em razões que as justificaram (ou tentaram, pelo menos) e as legitimaram por tais causas, que se apoiavam em diversas ideologias.
Minha aluna Antônia
Antônia fazia parte de uma turma excelente – ainda que bem variado (talvez até por isso), em que vários alunos se destacavam. Havia o grupo do Ricardo e da Sueli, formado por alunos um pouco mais jovens e mais joviais. Mas sobre eles eu falarei em outra oportunidade.
Mais uma nova regra
Foi o juiz Oliver Wendell Holmes Jr. que liderou, nos Estados Unidos, o movimento de reação ao formalismo jurídico do século XIX. Num pronunciamento acerca de um caso (Lochner versus New York, 1905), o juiz Holmes produziu um de seus epigramas mais famosos: “proposições gerais não decidem causas concretas”.
Anseios, obsessões e Bossa Nova
Um alemão conhece a música de João Gilberto por um japonês e resolve vir ao Brasil conhecer o pai da Bossa Nova. A música não tem fronteiras, é nossa primeira conclusão. E é ótimo que não tenha, porque esse mesmo alemão se emociona com a música a ponto de largar tudo e tentar encontrar seu intérprete. No caso de João, interpretar é quase dar nova autoria à canção, e o alemão compreende isso, compreende que o cantor refaz a música que canta e que, se sua identificação com o cantor é tão grande, eles devem ter muito em comum. Marc Fischer, o alemão, vem para o Brasil tentar entender aquela música, aquele cantor, aquele personagem. Sua saga é transformada em um romance-documentário de linguagem coloquial e tom levemente policial: é o livro Ho-ba-la-lá, lançado pela Companhia das Letras em 2011.