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Cuidar, conviver e compartir
A crise capitalista, com intensidades e formas variadas, é mundial no seu impacto. As promessas da globalização estão ruindo como um castelo de cartas. Aliás, não há melhor imagem para definir o desastre que a do “cassino global”, de uma economia operando segundo a lógica da financeirização, que domina a vida real de povos inteiros. Talvez o monumental desmonte de direitos e conquistas sociais na Europa de hoje, para atender às demandas do mercado financeiro e salvar bancos, seja o sinal mais revelador do que se tornou o sistema dominante. Mas isso é a ponta do iceberg da crise. A desregulação e o descontrole se revelam de modo particular na incapacidade de tal economia servir às necessidades básicas da maioria da população mundial, mas, apesar disso, assentar num modelo de produção e consumo que afetam a integridade dos sistemas ecológicos do próprio Planeta, como bem comum da vida, de toda a vida.
A roupa nova de Caetano
Os jornais anunciam o novo disco de Caetano Veloso, Abraçaço, como o último de uma trilogia com a banda Cê, formada de jovens músicos. A trilogia (formada também por Cê e Zii e Zie) trouxe uma roupagem mais roqueira e mais crua para as músicas do baiano, que vinha lançando discos de compilações e covers em meio a obras mais complexas, como Noites do Norte e Livro.
Em defesa das cotas
Desde a sua adoção, no início dos anos 2000, a lei estadual das cotas para negros e pardos e estudantes das redes públicas de ensino no Rio de Janeiro vem gerando polêmica. Os que se colocam contra elas acusam tal sistema de institucionalizar o racismo, ao distinguir etnias por leis; outros consideram tal medida “assistencialista”. Há ainda os que afirmam que a falha está no critério de autodeclaração, uma vez que tal ação pode abrir precedentes para que as pessoas ajam de má-fé, ao afirmar ser negras ou pardas sem o ser. O mesmo pode dar-se em relação às cotas baseadas em critérios econômicos, como ocorreu recentemente quando um estudante fraudou o sistema de cotas sociais para entrar no vestibular de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
SciELO Brasil
A Scientific Eletronic Library Online (SciELO) é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros e tem como objetivo desenvolver uma metodologia para a preparação, armazenamento, difusão e avaliação da produção científica em formato eletrônico. Os periódicos podem ser procurados por lista alfabética, por assunto ou por pesquisa de títulos. Para ler os artigos, pode-se pesquisar no índice de autores, índice de assuntos ou na pesquisa de artigos. O registro no site é gratuito e tem versões em português e espanhol.
Educar para crescer
O site Educar para crescer traz, periodicamente, excelentes páginas especiais, voltadas para um tema específico. No caso deste Volta ao mundo em (mais de) 80 livros, o tema é Literatura. Ou melhor, é Geografia, talvez História. Ou, melhor ainda: é tudo isso junto.
Uma lição de autonomia
Diferentemente dos conselhos de classe em que cada aluno é analisado individualmente, a reunião de início do ano letivo tende a ser mais generalizante, mais teórica. Este ano, na escola onde leciono, não foi diferente. Falou-se sobre o projeto político-pedagógico da escola, sobre o que fazer em relação aos atrasos dos alunos, como e quando seriam as provas e outros assuntos gerais. Essas reuniões são interessantes, pois muitas vezes tornam-se também espaço de debate e troca de ideias entre os professores. Na minha escola especialmente isso ocorre não só por ter grande número de professores (apesar de nem sempre todos estarem presentes nas reuniões) como também pelo fato de eles levantarem diferentes bandeiras e seguirem as mais diversas tendências políticas e pedagógicas: tem os revolucionários, os conservadores, os sindicalistas, os proativos, os inovadores, gente que faz e gente que fala (e fica só no discurso).
Direitos e responsabilidades socioambientais: a Conferência Rio+20
Já falta pouco para a Conferência da ONU, no Rio. O que se confirma até agora é o quanto as negociações governamentais estão longe do que a humanidade precisa com urgência. Até parece que o principal esforço oficial é evitar compromissos com a mudança do paradigma produtivista e consumista, gerador de exclusões e desigualdades sociais e, ao mesmo tempo, destruidor da Mãe Terra. Pior, a Conferência aponta em outra direção: busca ainda mais desenvolvimento. Quer-se uma nova frente de livre expansão do mesmo capitalismo, radicalizando a privatização e a mercantilização da natureza. Chamar isso de sustentabilidade e maquiar de verde tal economia não esconde o seu potencial de ameaça para a humanidade e para a integridade do Planeta Terra. Chama a atenção o fato de que está ausente das negociações a questão dos direitos e responsabilidades socioambientais.
O hiperconsumo
No dia 2 de junho, o filósofo francês Gilles Lipovetsky, professor de Filosofia na Universidade de Grenoble, autor de interessantes obras publicadas no Brasil (A era do vazio, O império do efêmero, O crepúsculo do dever e Os tempos hipermodernos, entre outros), proferiu uma conferência para um grupo de comunicólogos no 18º Encontro Anual da Compós, acontecido na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Antes do jazz
Nossa mente dá significado àquilo que experimentamos. Essa é uma verdade que a gente aprende com o tempo. Minhas experiências com música começaram muito cedo porque um dos locais mais fascinantes da casa de meus pais em Mirassol era a sala de som. Um velho três-em-um Gradiente e um punhado de vinis causaram minhas primeiras e mais fundamentais impressões auditivas, abrindo uma maravilhosa janela no meu cérebro que até hoje não se fechou.
Uma questão de ponto de vista
Semana passada estava passando em frente à ABBR – um centro de reabilitação física para pessoas de todas as idades, aqui no Rio de Janeiro – quando um ônibus parou na minha frente e, ao abrir a porta traseira, vi que saía de lá um moço forte, de rosto marcante e sem as pernas. Tinha dois cotos que ficavam no início das coxas. Fiquei observando a movimentação do rapaz e permaneci ali parada em frente à escada, pronta para ajudá-lo quando fosse necessário, mas não foi. Ele era tão ágil que não dava brecha. De repente puxou uma cadeira de rodas dobrável – que parecia ser bem leve –, ajustou-a e colocou atrás de si. Depois, usando os braços como se fossem muletas, foi descendo degrau por degrau e já no último virou-se pegou a cadeira e colocou-a na calçada.