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O que é um mito?
A palavra mito, até os séculos IV e V a. C., tinha um peso diferente do que damos a ela hoje. Sua origem, do grego mythos, tem como significado narrar, contar, anunciar... O mito, portanto, constitui-se como uma narração de alguma coisa a alguém. Essa narração é sempre de uma história sagrada, de um tempo primordial, inflamada aos ouvidos dos poetas por musas que, ao cantar, transmitem as verdades absolutas. Era necessário então um narrador, um responsável por transmitir o conhecimento baseado nas histórias fantásticas de deuses e ao menos um ouvinte que acredite piamente nas palavras do seu interlocutor.
Quando entrar Setembro
Na manhã do dia 11 de setembro de 2001 eu estava em sala de aula, com uma turma de ensino médio numa escola privada em Natal. Não tenho ideia do motivo, mas a aula acabou descambando para uma discussão sobre terrorismo. Quando saí da escola peguei um ônibus e antes de chegar em casa topei com uma colega de faculdade que me disse: "Teve um acidente em Nova York. Dois aviões bateram nas torres do World Trade Center". Quando entrei no meu apartamento fui logo ligando a TV e assistindo ao plantão da Globo News pôr no ar a reprise da queda das torres. 11 de Setembro é assim, uma data coletiva. Todo mundo que tinha a idade certa naquela época vai lembrar do que estava fazendo quando as torres caíram ou de como soube do acontecido. Estranhamente, sempre que eu lembro desse dia penso em Caravaggio e em Kierkegaard.
Lula e o Desafio de Radicalizar a Democracia
Sem dúvida, venceu a esperança. Lula despertou uma enorme energia e sua mensagem de mudança funcionou como um cimento aglutinador de vontades, levando-o à Presidência do Brasil. O mais importante de tudo é que o bloco de forças em torno ao PT apostou na democracia para chegar lá. Sua legítima conquista da hegemonia do poder político já é, em si mesmo, uma radicalização da democracia. Afinal, o que estamos constituindo ao dar a vitória eleitoral para Lula é a mais cabal expressão da democracia feita de baixo para cima. Ele vem, literalmente, "de baixo". O PT, como partido, é uma reinvenção democrática do modo de transformar grupos das camadas trabalhadoras e populares em sujeitos políticos ativos. Tudo isto é possível nas democracias, mas raramente acontece nas histórias reais. Daí a radicalidade democrática de que é cercada a vitória do Lula. Como canalizar tal feito para um novo estilo de poder e realizar as mudanças que este movimento "de baixo para cima" demanda?
O filho eterno, de Cristóvão Tezza
Ricardo Piglia, ficcionista e crítico argentino, diz em uma de suas teses sobre o conto que uma história sempre esconde outra história. Por extensão, o escritor sempre escreve uma coisa querendo dizer outra. É dele também a famosa afirmativa de que tudo que se escreve, até mesmo a crítica, é autobiográfica. Pensando nisso, quero falar aqui do mais recente livro de Cristóvão Tezza, O filho Eterno (Record, 2007). Mas antes, numa linguagem bem contemporânea e mesclada, quero lembrar outro autor: Aníbal Machado.
Grande Sertão: Travessia
No momento em que Riobaldo narra sua história, ele é um fazendeiro de cabelos esbranquiçados, casado com Otacília. Suas memórias o acompanham e serão companhia do leitor durante todo o romance. E seu amor ainda é compartilhado entre presente e passado, entre Otacília e Diadorim: “De mim, pessoa, vivo para minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também – mas Diadorim é a minha neblina...”.
Expectativas para o primeiro emprego
Jovens que idealizam a primeira oportunidade num mercado de trabalho que exige muito... Calma! Há alternativas para um bom começo.
A necessidade e a contingência em Leibniz
O filósofo Gottfried Wilhelm Leibniz nasceu na Alemanha em 1646 e morreu, também na Alemanha, em 1716. É considerado um dos grandes nomes da filosofia moderna e tinha como um de seus objetivos organizar todo o conhecimento humano. Criou o cálculo infinitesimal na mesma época que Newton, mas não obteve o crédito por tal descoberta. Além disso, aperfeiçoou a invenção de Pascal, a máquina de calcular. Se, como matemático, foi notável, como filósofo não foi diferente.
Sobre a violência da mídia
Entre tentativas de golpes, vírus, correntes, e muitas besteiras, a internet ainda se apresenta como uma daquelas saídas quase improváveis em meio ao vazio e à imbecilidade que a mídia insiste em perpetuar. O que a torna sedutora talvez seja essa ainda liberdade juvenil dos recém-chegados ao mundo dos adultos. Para o bem e para o mal, leis e mecanismos de controle ainda são uma novidade nesse território e por isso mesmo surgem brechas, ilhas, que desafiam a lógica contemporânea do não pensar.
Afinal, por que o plágio?
Um dos melhores filmes dos últimos tempos, As Aventuras de Pi, é baseado no livro Life of Pi, do canadense Yann Martel. A grande metáfora da narrativa é expressa na convivência entre um menino hindu e um tigre após um naufrágio, em um bote salva-vidas perdido no oceano. A partir dessa ideia, Martel desenvolve uma história que comove por conseguir discutir o sentimento metafísico de modo lúcido e ao mesmo tempo poético. E mais não escrevo sobre o filme. Quem não viu vá ver. Quem viu mande e-mails à redação para conversarmos a respeito.
A História de duas Aldeias e uma Cidade
Localizada na Vila de Visconde de Mauá, no meio da Serra da Mantiqueira, o Colégio Estadual Antônio Quirino mantém, desde 2000, um programa de intercâmbio com uma escola alemã de ensino médio. A partir de 2004, cinco escolas sul-africanas também passaram a participar do projeto.