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Um estranho gênero literário
Os moralistas de plantão que me perdoem, mas não há nada mais tedioso na leitura das revistas semanais e dos jornais do que as matérias sobre corrupção. Parece ser um assunto obrigatório na imprensa escrita, tal qual a seção de resenhas literárias ou a de esporte. A leitura não é cansativa só porque as histórias parecem as mesmas (alguém usou alguma influência para negociar alguma coisa que afeta a ética ou a legalidade), mas fundamentalmente porque a narrativa jornalística tem um elemento bastante peculiar: ela é rápida demais, só tem ápice.
Cerimônia do Adeus
“Deve ser muito embaraçoso ser ateu e materialista e ainda assim falar português”. Essa talvez seja a mais evidente conclusão a que a gente chega quando lê Adeus a Emmanuel Lévinas.
Como criar um ambiente saudável na escola
É mais fácil praticar do que escrever quando se trata de criar um ambiente. Mas não há dúvida, a confiança que se deposita no professor é a pedra de toque para que saudáveis sejam as relações dentro da escola.
QUANTO ELAS ESTÃO PESANDO
As mulheres andam à beira de um ataque de peso. Elas se pesam em casa, na farmácia, na academia. Em qualquer lugar onde haja gravidade. Escondidas ou escancaradas, elas se pesam. Coitadinha da balança, tão pequena e tão odiada. Nosso corpo é um atalho às vaidades que não duram. Um culto ao espelho que se quebra. E, de quebra, nos traz a pele que, mais cedo ou mais tarde, resseca. Portanto, vamos ao que realmente pesa, na mulher que, hoje, anda deserta. Desculpas não faltam. Equívocos também não. Inúmeras tarefas de um cotidiano exigente trazem-lhe uma tristeza permanente. Elas rejeitam a leveza da espera. A feminilidade deu à luz uma quimera. E a delicadeza anda tão escassa, Que nem de longe lembra a primavera. O que sobra é um futuro de passado sem pegadas. E um presente sempre ausente. De vez em quando, é preciso rir naturalmente, pra esquecer o combinado dos retratos. Então vamos combinar, não se pode ter a certeza da beleza com tanto subjetivismo a ser explorado. Só pra variar, a beleza só é bela quando a igualdade se distrai, e contrai, em todos os sentidos, a desobediência do improviso. Definitivamente, a beleza não é uma medida física. Nossas meninas precisam rever seus conceitos atuais, pra reencontrarem suas mulheres acolhedoras. O mundo já nos é demasiadamente brutal, o que nos restará se flores não se permitem florescer. Que vocês esqueçam de vez a submissão, mas não custa lembrar que a natureza selvagem necessita de carinho. Para isso, felizmente, ainda temos o bom humor e alguns vestidos retalhados no caminho. Só assim, colocaremos a beleza no destino da espontaneidade, e seu segredo, na mágica de ser o que se sente. Ninguém sabe de onde vem. Ninguém sabe pra onde vai. Eu, pelo menos, nunca soube. E você, sabe?
Desabafo de um educador
Formação de Professores e Política EducacionalA educação está presente na vida de todos, mas as pessoas envolvidas nos seus processos vêm desistindo de atuar nessa profissão, em função do desgaste e das condições desestimulantes.
Gamificação e adolescente: outra Psicopedagogia
Formação de ProfessoresA prática de jogos é característica do ser humano; ao ser empregada em atividades educacionais, a gamificação tem diversos objetivos, aproveitando algumas de suas características motivacionais para facilitar e desenvolver a aprendizagem.
Diferente sim e daí: uma reflexão acerca da diferença em contos e filmes infantis
Neste artigo, busco fazer um diálogo com meu artigo anterior a respeito da diferença em leituras destinadas à infância. Mas, diferentemente da análise de livros, veremos agora dois contos infantis, A Bela e a Fera e Shrek, e suas adaptações para o cinema: o primeiro, um clássico da Disney (1991); o outro, produção recente da Dream Works (2001). Ambos trazem ideias acerca do respeito, convívio e aceitação das diferenças a partir do questionamento de alguns padrões de beleza.
Aprendizagem colaborativa e Taxonomia de Bloom em sala de aula
Formação de ProfessoresEste texto reflete sobre a aprendizagem colaborativa aliada à Taxonomia de Bloom. Seu objetivo está na definição desses conceitos, buscando alinhá-los à prática do uso das tecnologias como auxílio para os estudos na sala de aula. Utilizou-se pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo. Seu referencial teórico aporta-se em pesquisadores que buscam definir os conceitos de forma objetiva e com precisão. Apresentando uma prática colaborativa embasada nesses conceitos, o texto propõe-se a pensar a escola como espaço de ensino e de aprendizagens para melhorar competências e habilidades para o desenvolvimento cognitivo e afetivo.
Vaidade e motivação na aprendizagem
A motivação relacionada à aprendizagem é objeto de estudo há considerável tempo, haja vista ela ter enorme relevância. Por diferente que uma época seja da outra, bem como a cultura existente em cada lugar, a motivação é uma condição necessária globalmente e em qualquer momento para a adequada aprendizagem. Desconsiderar sua importância e impor apenas o conteúdo daquilo que se pretende ensinar é dificultar (em enorme escala) a relação ensino-aprendizagem. Witter e Lomônaco (1984, p. 40) afirmam que “qualquer atividade a ser aprendida poderá ser afetada pela motivação”. A motivação, portanto, merece destaque e, sobretudo, que seja bem compreendida e utilizada da melhor maneira em favor do desenvolvimento da pessoa.
A educação no campo da(s) violência(s)
O episódio acontecido na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando 12 estudantes foram assassinados, reacendeu a discussão acerca da violência nas escolas. Autoridades, diretores, professores e pais estão meio atordoados ou em luto pelo fato de um homem poder entrar e atirar a esmo dentro de salas de aula. O problema é sério e ninguém há de duvidar disso. Até porque, como a mídia anda atenta, aqui e acolá temos notícias de facas e outras armas rondando escolas. Todavia, é necessário pontuar algumas questões.