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Brincadeira de índio

Há 15 anos, o trabalho de Maurício Lima é pesquisar jogos de vários lugares do mundo. Um dia, ele percebeu que não conhecia registro sobre as brincadeiras dos índios brasileiros e resolveu ir a campo para saber como esses povos se divertem. Assim, nasceu o projeto de pesquisa jogos Indígenas no Brasil que, entre outras curiosidades, revelou o jogo da Onça.

Jogos cooperativos e educação física

Há alguns bons anos, no início de uma aula de jogos cooperativos para estudantes universitários, professores e funcionários, comentei que, naquele dia, iríamos jogar voleibol. Percebi que uma das alunas, Berenice, ficou um pouco transtornada, até que ela se aproximou e me disse que iria embora, que não participaria da aula porque não sabia jogar vôlei. E complementou, já se voltando para a porta: "Sou péssima". Pedi para que ficasse e argumentei que, nas nossas aulas, os jogos eram sempre "meio" diferentes e que valeria a pena experimentar, mas que, ainda assim, ficasse à vontade para decidir.

Novos paradigmas e saúde

A ciência clássico-moderna tem uma dupla origem. Do final do século XII, quando a obra de Aristóteles chegou ao ocidente via filósofos árabes interpretados pelos escolásticos, até Copérnico, a ciência se baseava nos escritos de Aristóteles. Este, propunha uma ciência do universal, e não do particular e, para isso, um método lógico de demonstração de verdades universais e necessárias, enfatizando no entanto a importância da pesquisa experimental e da investigação da natureza.

Poesia, risco e desvelamento

é a linguagem que está a serviço da vida e não a vida, a serviço da linguagem

Dalí: um artista da transgressão

Ao ser convidada para escrever um texto sobre os cem anos de nascimento de Salvador Dalí, perguntei-me o que um filósofo teria a dizer sobre a arte surreal, o onírico e o amor a Gala, sobre um artista tão sui generis quanto foi Dalí. Diante dessa questão, recordei-me de duas reportagens publicadas no fim da década de 80 sobre o pintor. Numa reportagem, publicada pouco antes de sua morte, falava-se de um Dalí velho, excêntrico, enclausurado em sua casa e que rompia com todas as normas vigentes. Na segunda, por ocasião de seu falecimento, contava-se do esplendor de um artista que morria e que deixava um legado maravilhoso em suas pinturas surrealistas.

De anjo a criança e de criança a gene

Já não nos importamos mais com os anjos. Foram-se os dias em que éramos protegidos por suas asas, seus salmos e suas auréolas. Foram-se os dias em acreditávamos que os anjos, soldados do exército de Deus, tocariam as trombetas para avisar a volta de Jesus. Foram-se os dias em que acreditávamos que eles separariam os bons dos maus, no dia do Juízo Final. Eles não nos avisam mais sobre os desígnios de Deus. Eles não nos conduzem mais ao bom caminho e nem nos castigam quando erramos. Eles não nos curam mais, não nos abençoam mais, não intercedem a Deus por nós, nem levam os mortos para o purgatório. Eles não participam mais das liturgias e dos rituais divinos. Nós não nos importamos mais com eles. Nem os anjos caídos nos assustam, como antes. Não mais.

Um remédio para as cinzas

Lendo a biografia de Bertrand Russell, um dos filósofos mais populares do século XX e um dos grandes responsáveis pelo impacto do uso da matemática no campo da lógica, nós nos deparamos com a seguinte confissão acerca do período de sua adolescência quando morava no litoral sul da Inglaterra: "Eu costumava a ir lá sozinho para olhar o pôr-do-sol e pensar em suicídio. Mas não me suicidei, porque queria saber mais sobre a matemática".

Sócrates na parede

Uma vez, na época em que eu lecionava no ensino médio, um aluno chegou para mim e disse: “Professor, o Sr. é louco!”. Ele disse isso porque eu estava tentando explicar a ideia de Hume sobre a não fundamentação racional das nossas experimentações indutivas. Falando em língua de gente normal: estava tentando mostrar a ele que o sol pode não nascer amanhã, que a água pode, um belo dia, não ferver a 100 graus e que o Tylenol que ele sempre tomou para passar a febre qualquer hora dessas pode matá-lo.

O Sarcófago de Sartre

Outro dia um antigo professor meu do curso de filosofia me encontrou na rua e perguntou: "E aí Pablo, virou jornalista?".  Lembrei imediatamente de Sartre e de uma história que contam sobre ele (não sei se é verdade). Dizem que Sartre tentou marcar uma audiência com Martin Heidegger e que o filósofo alemão teria dito: "diga que não recebo jornalistas". Fofocas à parte, existe um subtexto nessa história de "jornalista". Para um filósofo "sério" o jornal não é um lugar para se escrever. A velocidade e massificação das ideias suscitariam um sem número de equívocos conceituais e uma tão grande quantidade de mal-entendidos que não seria, filosoficamente correto, expor suas ideias para a massa, nas páginas de um jornal.

Medo do Câncer

Folheio uma revista de banalidades na banca de jornal. Nem presto atenção na capa. Quando vou me retirando vejo que tem a foto do Clodovil e uma manchete: "Não tenho medo do Câncer". Por um segundo me pergunto: "por que é tão importante saber que Clodovil não tem medo do Câncer?". Lembro de uma aula na faculdade de filosofia sobre Martin Heidegger. O professor me diz: "morrer é diferente de experimentar a possibilidade da morte". Todas as criaturas que estão vivas morrem um dia.