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Sonhar, mas um sonho possível...
Depois de sonhar o impossível, de lutar sem ceder, de vencer o inimigo invencível e negar ao invés de ceder - desculpem-me a liberdade poética na versão particular da bela canção - chegou a hora de viver e cantar o Brasil possível. Começar o ano assim, tendo aquela alegria e sentindo o nó na garganta como milhões ao ver o Lula tomar posse na presidência, é como celebrar o começo de uma nova era. E ela será, sem dúvida, porque o clima de esperança, que está no ar neste "reencontro do Brasil consigo mesmo" (Lula, no discurso de posse), nos permitirá superar o secular divórcio entre economia e sociedade, entre o desenvolvimento do país e seu próprio povo.
Desafios para a inclusão digital no terceiro setor
Graciela Baroni Selaimen
Gênero e Direitos Humanos
Contribuição do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro (CEDIM)
As inovações tecnológicas a serviço da educação
Desde fins do século XIX, as grandes invenções ou inovações tecnológicas do mundo das comunicações têm sido associadas ao seu potencial de uso pela educação. Primeiro foi o telégrafo, depois o telefone, em seguida o cinema, e assim por diante. Essa era a ideia que inventores e visionários tinham tanto da tecnologia como da educação. Juntavam uma a outra, porque as valorizavam ao máximo e desejavam ver suas invenções produzindo benefícios para toda a humanidade.
Discriminações e Violências
In: Mulheres e Direitos Humanos/ Cadernos CEPIA nº2
Uma perspectiva da ciência no limiar do século XXI
Os conceitos e teorias da ciência não se desenvolvem autonomamente. Eles têm uma profunda relação com o contexto histórico em que se desenvolvem, tanto no aspecto cultural como no econômico, social e político. Esta relação se dá em mão dupla. A ciência é influenciada pelo contexto social em que nasce e se desenvolve, de onde se nutre com os meios materiais e institucionais de que necessita, com a motivação intelectual e ética, bem como com a demanda econômica e política para equacionar e resolver problemas. A ciência, em outro sentido, influi neste contexto social através dos seus resultados apropriados pela sociedade ou pelos setores nela dominantes para aplicações tecnológicas. Influi, também, na visão de mundo, exportando através da filosofia, para outras áreas do saber e da prática, seus paradigmas.
Como meu neto vai enfrentar esta?
Meu neto Yan nasceu em novembro de 2001. Está só com 1 ano e 4 meses. Esta guerra de Bush contra o Iraque já é a sua segunda guerra como cidadão do mundo. A primeira é aquela sem desfecho do Afeganistão, no pós 11 de setembro. Eu nasci em agosto de 1945, no dia em que os EUA lançaram a primeira bomba atômica sobre uma cidade japonesa, Hiroshima. Assim como eu não fui avisado em que mundo entrava, do mesmo modo meu neto não sabe que mundo está sendo gestado pelas guerras do Bush e qual será a sina que sua geração terá que enfrentar. Os 56 anos que nos separam, porém, não guardam somente laços de sangue a nos unir. Aliás, que mudança no meu neto. Sou e sinto-me orgulhosamente brasileiro, apesar do sobrenome que carrego a testemunhar uma herança cravada lá na imigração polonesa do final do século XIX, parte da grande imigração de estrangeiros associada à transformação do trabalho escravo no Brasil. Meu neto é uma síntese ainda mais elaborada e bela expressão destes tempos contraditórios em que vivemos. Ele é um Grzybowski Abu-Asseff, genuíno brasileiro na síntese afetiva de minha filha Carvalho Grzybowski com um Jabur Abu-Asseff de descendência libanesa. Realmente, é bom ser brasileiro e dizer que, ao mesmo tempo, somos cidadãos do mundo! Isto apesar e acima dos fundamentalismos.
O compromisso social das escolas públicas com as novas tecnologias da comunicação e da informação
Este texto é uma breve reflexão sobre o compromisso social das escolas públicas num mundo globalizado. Pretende destacar a importância das novas tecnologias como uma grande aliada no processo de construção de conhecimento. Como as escolas, os professores conseguem rever e alterar seus métodos tradicionais de ensino, rompendo com modelos preestabelecidos de autoritarismo, enraizados durante séculos em sua história institucional e de vida. A perspectiva de mudar esses paradigmas neste mundo cheio de conflitos e incertezas é apresentada como desafio para o ensino contemporâneo.
A construção social do "problema" das drogas
Entre a glamourização e a demonização do uso de drogas, e em que pese a produção de conhecimento que procura dar conta da complexidade da experiência, a população consumidora continua sendo vista como a grande culpada. De um lado, a população consumidora que carrega algum estigma social - racial, ocupacional, habitacional, nacional, entre outros -, que consome drogas de baixa qualidade e, principalmente, que encontra, no comércio da droga, sua fonte de sobrevivência e de inserção social, ainda que na ilegalidade. De outro, aquela que, por sua posição social e econômica, não é estigmatizada e que se ampara na ideologia liberal que justifica que se limite para alguns - cidadão ou cidadã de "primeira classe" - o poder do Estado de interferir na vida privada. Reiteram-se as afirmações "o uso de drogas desagrega as famílias", "o uso de drogas leva à violência", "enquanto houver usuários, haverá tráfico", "quem usa drogas participa da violência que cerca sua produção", "vamos seguir os usuários e chegaremos aos traficantes". Afirma-se que "enquanto houver demanda, haverá oferta". Mas não há razões suficientes para crermos que o "problema" da droga esteja apenas no consumo, como insistem alguns governos, instituições e parte da mídia. O consumo parece ser a ponta de um iceberg, expressão do mal-estar do sujeito no mundo moderno. Pois a demanda não brota espontaneamente, ela é produzida social e historicamente.
Redes de conhecimento e professores: impacto da tecnologia na escola
Estamos em uma sala de aula do início dos anos 1950, na França. Os alunos, com os ombros levantados, olhar fixo, acompanham a fala da pessoa que lhes veio apresentar um aparelho de TV. A professora, com o corpo tenso, a face virada para os alunos, tenta ver, com os cantos dos olhos e espanto na face, o que fala o expositor, a única pessoa à vontade na sala. É a primeira vez que um aparelho de televisão entra em uma sala de aula no país.