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Poesia necessária: os inúteis de Manoel de Barros
Existem versos e versos. Existem também os reversos e os desversos. Olhos livres para o novo. Manoel de Barros é coisa boa de se ler. Afinal, gafanhoto também anda de muleta e os pardais descascam larvas. Fique tranquilo, com cem anos de escória uma lata aprende a rezar... E a quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso. Manoel é assim, surpresas que surpreendem. Para os olhos, os sentidos, a carcaça, os pedaços de alma que por ventura ainda resistam em nós. Quando menos se espera, ele nos espreita, nos ataca e dá seu bote. É pantaneiro, sim, senhor. Seus versos, ou não versos, ou fragmentos de coisas, têm o melhor de todos os venenos: poesia. E inusitada. Quando menos esperamos, a gente se pega lendo e abrindo seus livros pelas livrarias deste Brasil sempre sem fim. Universalmente pantaneiro, Manoel de Barros olha as coisas menos percebidas. Quase sempre nos obstinamos nos grandes temas, quase sempre nos deixamos ensinar o que é o que não é poesia nas escolas-cativeiros. Quase sempre o professor tem dificuldade para falar sobre o simples e o trabalho pesado que dá fazer o aluno experimentá-lo. Mitifica-se tudo: grandes poetas, grandes tragédias, grandes questões. Várias são as maneiras de ser grande. Manoel já avisava em versos que “nos fundos do quintal há um menino e suas latas maravilhosas. Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas com aves”. O que podem os quintais? Podem tanto que ficam onde estão. Você já teve um quintal em sua vida? No mundo dos playstations e playgrounds iríamos para outras sendas. Ou carrefours... Difícil hoje é viver o simples. Arre! Estou tentando não contar nada, sem uma história, apenas indicando mostrar uma alegria. A poesia de Manoel de Barros é uma alegria súbita. Ele mesmo fala: “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia”.
Discutindo questões relacionadas ao Ensino de Física no Brasil: a importância da contextualização
Fenômenos físicos observáveis em nosso cotidiano e que despertam o interesse do aluno devem ser aproveitados para motivar o aprendizado da Física no Ensino Fundamental e no Médio.
Conexão Professor
Conexão Professor é um site que procura ligar o professor ao conhecimento, com ênfase nas novas tecnologias. Ainda que seja voltado ao professor da rede estadual, seu conteúdo pode ser acessado quase integralmente por qualquer pessoa. São matérias sobre diversos temas relacionados à escola, notícias interessantes sobre inovações nas salas de aula brasileiras e internacionais, artigos especiais, agenda de cursos e eventos, reportagens, entrevistas.
Ir além do material didático: um jeito diferente de dar aula
Contar histórias, ler uma poesia, assistir a um filme ou a uma peça de teatro, ouvir uma música... Como oferecer aos alunos algo além do material didático? Ou melhor, há limite para atrair a atenção dos alunos e fixar o conteúdo em suas memórias?
Isto é Natal?
Muito cuidado com aquele amontoado de gente suada de tanto correr para procurar um presente o mais barato possível, com aparência de caríssimo, para berrar o nome do amigo oculto no meio de inimigos declarados! Muito cuidado!
Andar em Ouro Preto
Ouro Preto é uma cidade de pedra, cercada de rochas, construída em pedra-sabão, barro e minérios variados que são sua base e ajudaram a erguer suas ruas, igrejas e casas.
Os dois lados da ecologia
Como acontece há seis anos na cidade de Ouro Preto (Minas Gerais), o Fórum das Letras reuniu em novembro passado algumas cabeças pensantes para discutir literatura e cultura. E como também sói acontecer, a discussão tomou outros rumos, que acabaram sendo degustados e digeridos pelos palestrantes e pelo público presente. Nesta edição do Fórum, a mesa de debates Escrita, liberdade e transformação do mundo, formada por Leonardo Boff e pelo escritor Mia Couto, acabou por se revelar uma ótima oportunidade de discutir ecologia – assunto por demais genérico para ser questionado e por demais importante para ser ignorado.
Lispector: os bichos e as criaturas
Clarice Lispector
A longa noite do crack
Nietzsche
Versos que circulam
Faço versos de manhã quando acordo deslumbrado. Alguns versos faço sozinhos, outros surgem de montão. Quando os versos são sozinhos somem dentro entre os neurônios, que correm mais do que os versos e que carregam as palavras, que andavam todas grudadas por uma enorme inspiração, pelos cantos da cabeça ou as deixa no coração. No coração não há nada, só veias e barulhos. Ficam os versos desmilinguidos esperando outros neurônios, de outra manhã deslumbrada, levarem-nos de volta à casa abraçar alguma irmã. Os versos que surgem em muitos, ponho-os fora no papel; pelo Letes corriam neurônios e eles arrancam versos da mão. Ficam os versos espalhados entre os cantos do papel. No papel não há nada, só tintas e linhas brancas. Ficam os versos e seus sentidos esperando outros neurônios que puxem versos do papel. Só assim por fundos sulcos eles correm soltos entre ideias, viram corpos dentro de almas, apontam para gentes, lugares e tempos, saem ao léu mas cheios de planos vão a passeio de manhã.