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Cronópios literários
Cronópios são personagens criados pelo escritor argentino Julio Cortázar, um tanto distraídos, com almas de artista e meio desorientados dentro da ordem social. Podem também ser chamados de preguiçosos ou desanimados. Outros personagens que convivem com eles são os famas, de perfil mais prático e mais adaptados ao mundo. Os cronópios têm mais o espírito do próprio Cortázar, que dizia, inclusive, se considerar um deles. E é esse espírito que rege o site cronopios.com.br, que trata de literatura e de cultura em geral com leveza, sem ser superficial, através de artigos, críticas e ensaios. Além disso, obras de ficção também são publicadas, o que evita a sensação de que é apenas mais um site de críticas, mas formado também por escritores. Não há uma apresentação dos editores ou uma proposta formal do site, mas a organização de seu menu é auto-explicativa e seu conteúdo traz uma riqueza que vai se tornando rara na rede, em tempos de Twitter.
Desabafo Cíclico
É com muito desprazimento que venho situar sucessos vividos na presente revolução de nosso astro mãe. Temo ter mais uma vez que deparar-me com a indiligência desta refeição em turba de cérebros. Nego-me “Levar à Cena” pensamentos de outrem, mantidos que estão em estado pusilânime. Fica clara a poltronaria aqui implantada e disseminada através do receio e dos vigilantes de “Lucros Cessantes”, cotejadores das vantagens econômicas alheias, digeridos pelos que representam “Princípios doutrinários”, tornados inverdades nos meandros das improbidades políticas: Arquitetamos assim venturo ditoso?
José Saramago e a Finitude Indesejada
É uma sensação curiosamente estranha. O finito ficar ainda mais finito. Quando perdemos um Tom Jobim, quando se despede de nós um Carlos Drummond de Andrade, a gente fica com a sensação de precariedade ainda mais à flor da pele. O existir torna-se um sopro que, de um instante para outro, pode não mais acontecer. O existir torna-se precário em toda sua totalidade. Olhamos ao redor e percebemos o precário da própria vida. E agora fico sabendo de José Saramago. Deixou de existir. Tornou-se radicalmente precário.
O desvio da norma como estilo em Adoniran Barbosa
Juliana Carvalho
Turmas indisciplinadas: uma questão de ponto de vista
Os professores podem reclamar de tudo: do baixo salário, do excesso de trabalho, dos alunos bagunceiros, do diretor autoritário, mas tem uma coisa de que eles nunca poderão se queixar: de tédio. Para quem não é chegado a uma rotina, gosta de enfrentar desafios, superar obstáculos (desculpem pelas sentenças lugar-comum), ser professor é a profissão ideal.
A Genialidade, Segundo Vigotski
José Geraldo Silveira Bueno
Palpitante I
"Quero que minha escrita tenha o silêncio de um grito do ventre."
Dois encontros com Saramago
Acabo de receber pelo rádio a notícia da morte de José Saramago. Procuro ir além dos necrológios a serem publicados nos jornais, que dirão que era comunista de carteirinha, ateu (apesar de ter escrito O evangelho segundo Jesus Cristo), jornalista, primeiro escritor de língua portuguesa premiado com o Nobel, autor que já teve livros adaptados para o cinema (Ensaio sobre a cegueira, livro sensacional e filme extraordinário), que tinha vários livros publicados, inclusive textos infantis, de poesia e para o teatro.
Cânone e poder na literatura feminina
Segundo o E-Dicionário de Termos Literários (2007), o termo cânone deriva da palavra grega kanon, que designa uma espécie de instrumento com funções de medida. Mais tarde, seu significado evoluiu para padrão ou modelo a ser utilizado como norma. Outra definição para cânone seria sua origem na tradição bíblica, designando historicamente um suporte de verdades e constituindo-se por um conjunto de textos globalmente compreendidos como verídicos, uma vez que encontravam em Deus seu autor e nas comunidades e na tradição a respectiva confirmação.
A revolução financeira contemporânea
Em 1972, veio a revolução financeira do ‘século do não’, a questão da securitização. Daí também a ideia de aplicá-la ao gigantesco mercado de hipotecas garantidas pelo governo norte-americano teve sua época. Mas pode ser que a febre tenha retornado; não é sem tempo relembrar que, na década de 1980, novos produtos financeiros foram criados. Em 1981, o Salomon Brothers organizou o primeiro swap (a troca de dívidas, comum nos dias de hoje também no mundo do jogo do capital, que teve início na época entre o Banco Mundial e a IBM). Aquela inovação financeira prosseguia com uma multidão de novos instrumentos financeiros. Tratava-se de algo significativo no período, pois eram operações vitais para o sustento do capitalismo.